O Impostor escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 5
Não estamos em Star Wars, mas...


Notas iniciais do capítulo

... vamos ter uma guerra dos clones. [Título completo]



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Após o contato com Kondo, Okita permaneceu imóvel por alguns instantes, como se estivesse bolando uma estratégia para tirar Kondo de onde quer que ele estivesse. Na verdade, pelo sinal do rádio do Comandante, já sabia que ele estava ali naquele prédio.

- Okita-taichou – Yamazaki apareceu. – Encontrei uma falha de segurança no local. Há uma porta lateral que está com problemas de fechamento. Só não entrei porque, mesmo com isso, a construção está repleta de câmeras de segurança.

Nisso, vários baques foram ouvidos ali. Sougo ouviu atentamente de onde vinha exatamente o barulho e, nisso, desembainhou sua katana e, num rápido movimento, cortou a porta com defeito apontada por Yamazaki. A porta cedeu, caindo junto com ela o corpulento Comandante do Shinsengumi.

Kondo não perdeu tempo e se levantou depressa, com uma expressão extremamente séria em seu rosto. Olhou para os seus companheiros de farda ali presentes e disse:

- Não temos tempo a perder. Os dorosei planejam algo grande. E até onde eu descobri, vão antecipar o que planejavam, porque eles precisam começar eliminando as “matrizes”. E uma dessas matrizes acabou fugindo daqui.

- O chefe Yorozuya? – Okita perguntou.

- Não sei como ele conseguiu fugir, mas conseguiu. Eles querem tomar os nossos lugares para nos copiar e depois nos eliminar. Depois disso, não sei o que eles pretendem, mas, além de mim e do Yorozuya, os alvos principais são o Toshi e a garota de roupa chinesa.

Kagura ficou surpresa com aquilo, ao mesmo tempo em que Shinpachi tentava entender o que ela, Gintoki, Kondo e Hijikata tinham para despertar tamanho interesse naqueles dorosei. Precisavam de alguma explicação para aquilo, assim saíram de onde estavam escondidos. Precisavam de respostas, bem como precisavam descobrir o paradeiro do Yorozuya.

No entanto, no mesmo instante, um som de alarme ecoou ali, acompanhado de uma voz artificial:

- Antecipando o ataque. Liberando os dorosei para a invasão em massa. Prioridade alfa: localizar e capturar as quatro matrizes principais.

- Não temos mais tempo! – Kondo disse com ar mais sério ainda. – Precisamos evitar que o Toshi e a garota sejam pegos! E precisamos achar o Yorozuya antes que eles! Vocês dois – dirigiu-se a Shinpachi e Kagura – saiam depressa daqui e encontrem o Yorozuya! Sougo – olhou para o jovem com a bazuca – vá atrás do Toshi! Eu sou a matriz menos importante aqui, então vou ficar pra ganhar tempo!

Os garotos saíram correndo imediatamente, à exceção de Okita.

- Sougo! O que está esperando? Vá logo, isso é uma ordem!

- Abaixe-se, Kondo-san. – ele simplesmente respondeu e, em seguida, atirou no grupo de dorosei que estava logo atrás do Comandante. – Vá você atrás do Hijikata-san.

- S-Sougo... Por que está fazendo isso...?

- Porque o Shinsengumi não pode perder sua alma.

*

Seus olhos avermelhados estavam distantes e vazios. Havia perdido tudo. Praticamente tudo. Sua casa, seu lugar no mundo, sua vida... Tudo fora roubado. Fizeram-no perder tudo. Fora substituído e, agora, nem sabia onde estava.

Tudo o que lhe restava se resumia apenas à sua memória. Será que havia alguém à sua procura? Será que haviam engolido a “mudança” promovida pelo dorosei que o substituía? Será que voltaria à miserável vida de mendigo, ignorado por todos?

Mais que a dor física, que de uma forma estranha diminuíra drasticamente, sentia uma dor ali dentro do peito. Tinha medo de ser esquecido e de ficar sozinho no mundo, como quando era garoto e como fora após a guerra perdida contra os invasores Amanto.

Mas... Como reagir diante de tantas circunstâncias a seu desfavor?

A resposta soou por uma voz bastante conhecida:

- Finalmente você acordou. Tem alguém aqui que gostaria de ter certeza de que é você mesmo.

Era a voz da velha! Ela podia ser uma múmia ambulante, mas que no fundo, no fundo, ele a considerava como sua mãe, avó ou vai saber lá o quê!

Nisso, apareceu outro rosto conhecido, para seu espanto.

- Z... Zura...? – balbuciou.

- Não é Zura, é Katsu... GINTOKI, É VOCÊ MESMO!!

Katsura abraçou fortemente o amigo após esse grito efusivo. Era ele, e não um dorosei! Só o verdadeiro Gintoki insistia em chamá-lo de “Zura”!

- Peraí, Zura! – Gintoki protestou. – Tá me sufocando!! E onde estou? Cadê o Shinpachi? A Kagura? O Gorila? Os outros?

Como som de fundo, os três começaram a ouvir um barulho muito grande. Parecia uma escaramuça generalizada no lado de fora de onde estavam. O que estava acontecendo enquanto Gintoki se lamentava e se apagava?

Certamente aquilo o deixava ainda mais desorientado do que já estava. E tinha medo de ter realmente perdido tudo o que tinha para aquele maldito dorosei que estava no seu lugar.

Batidas violentas e desesperadas ecoavam ali. Gintoki ia se levantando do futon onde estava deitado, mas Otose abriu e fechou rapidamente a porta, deixando entrar um encharcado e desesperado Shinpachi, que correu o mais rápido possível para dentro. O garoto, encurvado, colocou as mãos nos joelhos para tomar todo o fôlego que havia perdido na corrida. As roupas ensopadas denunciavam que ele estivera por muito tempo sob uma chuva muito pesada. E a espada de bambu que trazia consigo indicava que a situação era extrema a ponto de ele estar preparado para uma batalha.

Ao que parecia, era realmente uma batalha, se seus instintos de samurai não estavam errados.

- Shinpachi-kun – Gintoki disse ao avistar o amigo. – O que está acontecendo neste momento? E onde está a Kagura?

Shinpachi viu o Yorozuya e o reconheceu. Só pelo raro olhar de preocupação o reconheceu. Sentiu-se obrigado a ser direto.

- Gin-san... A Kagura-chan... Ela foi pega pelos dorosei...!

*

- Não deveria me subestimar, Toshi. – o dorosei com a aparência de Kondo apontava a katana para o pescoço de seu adversário desarmado. – Você achou que eu seria patético como o Kondo original?

- Eu sabia que não seria patético como ele, farsante. – Hijikata sorriu – Você é certinho demais pro meu gosto.

- Ele é tão patético que não se desfaz de um lixo como você. Então eu farei isso.

O falso Kondo já iria fincar a katana no pescoço do Vice-Comandante, quando sua trajetória foi interrompida por outra lâmina, que a jogou para o alto, ao mesmo tempo em que um empurrão tirava o moreno do alvo de uma morte certa.

Os olhos azuis de Hijikata se abriram ainda mais pela surpresa de ver quem fizera aquilo.

- Kondo-san...?!

- Deixa ele comigo, Toshi. – Kondo disse enquanto cruzava a lâmina de sua espada com a do dorosei. – Esta é uma ordem de seu superior, obedeça! Não deixe que te peguem, ou estaremos perdidos!

- O... O quê...?

Mesmo questionando, Hijikata conseguiu alcançar a katana, porém...

- Você não vai a lugar algum.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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