POV. Cato

    O resto da semana se passará normal, eu tentava me aproximar de Clove, mas ela sempre se afastara de algum modo de mim e acho que Alice tem influencia sobre isso.

    O sinal toca toco e logo a sala que estava em perfeito silêncio vira uma gritaria, todos queriam sair logo da escola e aproveitar o fim de semana. Saio da sala e graças a Deus não encontro Glimmer, acho que ela ainda não entendeu o que o meu afastamento significa.

    Chego em casa e vejo meu pai, Scarlet e Alice sentados no sofá vendo televisão.

– Filho podemos dar uma volta? – Pergunta meu pai se levantando.

– Tudo bem. – Falo dando de ombros, só coloca minha mochila sobre a mesa de centro e saio com meu pai.

– Vamos à sorveteria, ok? Quero conversar com você. – Diz ele enquanto caminhamos para fora de casa.

– Porque não podia ser em casa?

– Você sabe, sua irmã e sua mãe não gostam muito desse assunto.

– Ah você quer falar sobre Clove. – Falo e ele apenas assente com a cabeça.

 Chegamos rápido a sorveteria, não era muito longe da nossa casa. Nos sentamos e fizemos nossos pedidos.

– Pode falar pai.

– E então queria saber como estão indo as coisas? – Pergunta ele interessado

– Não sei, estou tentando se aproximar. Espero que entenda que eu nem era amigo direito dela antes disso. – Falo.

– Eu sei, mas tente ser mais rápido filho. Ser sócio de uma empresa como a dela ia ser ótimo para nossa família.

– Eu sei, eu sei. Estou tentando. – Digo começando a me irritar e então escuto o barulho do sininho que a porta tinha, assim que ela se abria e ali entrou Marvel e Clove que não usava mais o gesso.

 – Parece que não está tentando direito. – Sussurra ele também vendo os dois.

 – Oi Cato. – Cumprimenta Marvel passando por nos com Clove. Meu pai se levanta rapidamente sorrindo como se fosse o dia mais feliz em sua vida.

–  São amigos do Cato? – Pergunta meu pai olhando os dois com muito interesse.

– Ah sim, estudamos juntos. – Responde Marvel educadamente. Clove apenas assente.

– Pois bem, então venham se sentar conosco. – Fala meu pai.

– Ah que isso não queremos incomodar. – Diz Clove puxando o braço de Marvel disfarçadamente.

– Nenhuma menina tão bela vai incomodar. – Meu pai fala tentando ser galante e eu quase rio. – Venha se sente aqui ao lado do meu querido filho. – Fala ele puxando o braço de Clove e a sentando ao meu lado, sorrio meio constrangido pra ela. 

    Meu pai senta Marvel ao seu lado e ele parece tão incomodado quanto Clove.

– Então qual é o nome de vocês?

– Me chamo Marvel.

– E eu Clove.

– E vocês estão juntos? – Pergunta meu pai sorrindo friamente e sendo bem direto.

– Ah não, não. – Responde Clove rápido e sorri constrangida.

– Somos só amigos. Por quê? – Fala Marvel.

– Ah nada, formam um belo casal. – Diz meu pai e o garçom chega nos entregando nossos sorvetes. – E o que vão querer?

– Eu quero um de – Começa Clove

– Morango. – Termino por ela. Clove assente com a cabeça e Marvel pede o mesmo.

– Como sabe que eu gosto de morango? – Pergunta Clove assim que o homem sai.

– Vi você pedir na fila do almoço. – Falo e ela continuar me olhando. – Me lembro de tudo ao seu respeito. – Digo e olho pro meu pai que parece estar satisfeito.

 Clove ri e Marvel também solta um risinho baixo.

– Porque estão rindo? – Pergunto franzindo a testa.

– Você falando que se lembra de tudo ao meu respeito. – Diz Clove simplesmente.

– E?

– O aniversario dela foi mês passado. – Responde Marvel sorrindo.

– E a Katniss até te convidou. – Fala Clove.  

– Foi um bom aniversario. – Diz Marvel olhando pra Clove, a mesma cora e assente.

 Olho para meu pai e ele me olha reprovador.

– Mas então você fez quantos anos?

– 17 anos.

– Você e Cato estão na mesma turma? – Pergunta meu pai mostrando interesse.

– Sim. – Fala Clove dando de ombros

– Você deve ser muito inteligente.

– Ela é. – Eu e Marvel falamos juntos. Marvel me olha por alguns segundos nos olhos e eu não desvio.

– Obrigada. – Fala Clove pegando o celular e lendo rapidamente, sua expressão passa pra angustia e ela se levanta rapidamente. – Licença gente, tenho de ir.  – Diz ela, pegando sua bolsa da escola, ela joga a mesma sobre os ombros e sai correndo dali.

– O que houve com ela? – Pergunto e Marvel parece estar tão confuso quanto eu.

– Então gente, eu também vou indo. – Fala Marvel se levantando e pegando sua carteira, ele coloca um dinheiro sobre a mesa.

– Pra que esse dinheiro? – Pergunta meu pai

– Pagar meu sorvete e de Clove. – Marvel dá de ombros, acena e sai.

– Você tem que ter cuidado com ele. – Fala meu pai assim que Marvel sai.

– Eu sei pai, eu sei. – Digo entediado, meu pai estava me irritando.

– Como assim sabe? – Pergunta meu pai autoritário. – Você viu que rolou um clima ali.

– Tá pai, eu sei.

– E o que foi aquilo? Você podia pelo menos saber o dia do aniversario dela.

– Desculpa pai, vou procurar saber mais coisas.

– Acho bom mesmo, só faltou eles te chamarem de idiota na sua cara.

– Porra eu já entendi! – Grito e todos olham em nossa direção.

– Calma.

– Você fala como se eu não estivesse tentando.

– Certo, desculpe. Me estressei. – Fala ele se levantando e indo até o balcão pagar os sorvetes, saímos dali e ele para por uns minutos.

– Clove mora longe?

– Não, uns dois quarteirões daqui.

– Vá até lá.

– Por quê? – Pergunto erguendo as sobrancelhas.

– Às vezes penso que não é meu filho. – Fala ele revirando os olhos.

– Ei!

– Você viu a cara dela? Alguma coisa aconteceu.

– E porque acha que foi na casa dela?

– Se não for pelo menos você vai parecer preocupado.

– Tudo bem então vou lá. – Falo e seguimos rapidamente até em casa.

 Meu pai me joga as chaves da moto.

– Concerte o estrago de hoje à tarde. – Diz e ele e eu confirmo com a cabeça e arranco a moto em direção a casa da Clove