Gabrielle mal conseguira dormir, sentada numa desconfortável cadeira ao lado da cama de palha, despertando a cada mínimo som que sua guerreira emitia.
Xena resmungava de dor enquanto dormia, além de balbuciar algumas palavras indecifráveis, como se sonhasse com a batalha recente.  Normalmente, não ficava lembrando muito das lutas depois que aconteciam, mas sempre que se machucava ou perdia a concentração, ficava por dias remoendo o que fez de errado, com medo de que suas habilidades estivessem diminuindo.

Assim que o sol nasceu, tudo pareceu bem melhor do que na noite anterior. Os ferimentos pareciam estar se fechando, e as dores já não eram intensas. O coração das duas batia mais levemente por estarem  juntas.

-Bom dia, querida – Disse a Barda, se aproximando para beijar a testa de Xena – Como você está se sentindo?

-Bom dia....ahh, estou bem. Algumas coisas ainda doem, mas você sabe que isso não é nada pra mim.

-Aham...sei, haha. Será que já está pronta pra sair daqui?

-Mais que pronta. – Xena se levantou de sopetão, sem saber se tinha força nas pernas e tropeçou, quase caindo no chão –Bem...talvez mais algumas horinhas.

-Hahahahaha...tudo bem. Sem pressa. É que em alguns dias será o Solstício, e imaginei que você não ia querer comemorar aqui.

-Amor, se você não gastar todos os nossos dinares salvando um burro da morte, eu já terei um ótimo Solstício.

-Ahhh, mas que coisa...Não se pode fazer uma boa ação. Se fosse a Argo, você gastaria tudo e ainda pediria empréstimos.

-Não compara a Argo com um burro.

-Não é assim tão diferente.

Xena olhou pra ela com uma cara emburrada, puxou-a pelo braço, fazendo com que caísse ao seu lado na “cama”. Acariciou seus cabelos loiros, beijou sua testa, seu nariz, suas bochechas e depois sua boca, calma e profundamente. Entrelaçou seus dedos nos dela e a aninhou sob seus braços. Mesmo sem fazer movimentos bruscos, não notaram que a palha cedia aos poucos, e as cordas frágeis estavam a ponto de estourar. Xena passou a mão sobre  a cintura de Gabrielle, descendo por suas coxas, e esta resistia, rindo e desviando, virando-se para o outro lado, o que fez com que a cama caísse, deixando as duas não chão, cobertas de palha. Olharam uma para a outra e começaram a rir. Um homem entrou rapidamente na tenda, assustado pelo barulho.

-O que aconteceu?

-Hahahahaha...é que....é que....hahaha conta você, Xena.

-Bom...é que a cama...Muahuahuahua...

-Ahn? Vocês estão bem?

-Ótimas.

O velho olhou novamente com cara de assustado, agora não pela cama mas pela reação das duas e saiu.
Gabrielle encostou a Guerreira no monte de palha e ficou em cima dela, prendendo-a entre suas coxas, se inclinando para beija-la. Xena segurava sua cintura com uma das mãos e deslizava a outra por suas pernas, tentando se perder no meio delas.

-Tem certeza que você tem forças?

-Forças mais que suficientes, Gabby.

Ela puxou-a com mais força para si, permitindo que seus dedos explorassem o interior de sua amada, fazendo com que ela apertasse seus braços com força enquanto suspirava de vontade.
Colocou seus dedos mais fundo, enquanto sua boca percorria toda a pele quente, o colo e os seios. Puxava delicadamente os curtos cabelos dourados, deixando o pescoço a mostra, explorando-a inteira com a língua.

Do lado de fora da tenda, alguns homens paravam, tentando ter certeza de que não estavam sendo enganados por seus ouvidos.  Os mais jovens tentavam achar algum rasgo no pano para que pudessem espiar, mas mal se atreviam a chegar muito perto. Imagine como a Princesa Guerreira se comportaria num momento desses.

Gabrielle segurava com força, arranhando suas costas. Seu desejo era maior que suas energias, e ela se soltou nos braços da Amada, pulsante e ofegante, beijando-a vorazmente, como se quisesse devora-la com o pouco de forças que ainda tinha.
Deitou-se ao seu lado exausta, encarando-a surpresa, como se nunca tivesse sentindo algo tão forte percorrer todo seu ser.

-O que...o que você fez? O que foi isso? – Perguntava entre espanto e felicidade.

-Isso, minha querida, foi amor.

[Continua...]