Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 37
Diabos




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Seus lábios e olhos ainda funcionavam, como seu coração. Suas pernas começavam a ser paralisadas, igualmente como as mãos. Vi o menino se debater mexendo o tronco e os joelhos nervosamente. Eu ri como uma psicopata, não que eu tenha escutado muitas risadas psicopatas, mas imaginava que deveria ser algo parecido com aquilo. Minha imagem estava terrível. A pele de lobo cobria minhas costas, o sorriso faminto com os lábios machados de sangue estampava meu rosto e o líquido vermelho ainda estava manchando a pele que cobria os ossos de minhas mãos.

–Flo. - os lábios dele balbuciaram e meus rosto enrubesceu. - Linda Flo. - suas palavras não passavam de sussurros. Ele abriu um sorriso.

–Seis vezes. - falei alto. - você tentou me matar seis vezes, se estou certa, e ainda me chama assim? Sabe o que eu quero fazer? Te chutar até todos os seus dentes caírem, arrancar fio por fio da sua cabeça, cortar o seu nariz em dois e torcer os seus pés até a pele ficar elástica. EU TE AMEI!! - a floresta inteira me escutava agora. Adam me olhava e o que eu vi em seus olhos foi medo e nada mais que isso. Medo. Uma coisa que nunca presenciei naquele rosto. - Mas você tem Annie para te salvar não tem? - esperei, querendo uma resposta. - NÃO TEM? SEU IDIOTA.

Meu pé chutou um monte de neve no rosto dele.

–Desculpa. - ele pronunciou com dificuldade.

–Não peça desculpa. Pra começar eu fui a idiota. Sempre. - levei minhas unhas sujas para as mangas de minha blusa e as puxei passa cima. Os cortes lembrando a memória reapareceram. - Foi você. - agora eu chorava. - foi a minha burrice. Fui continuar tentando concertar algo que nunca conseguiria. Lembra de todas as vezes que me machucou quando estava bêbado? Que puxou meu cabelo? Que não conseguiu me fazer dormir? Que me fez sangrar? - lágrimas caíam e meus pulsos eram mostrados ali. Peguei um monte de neve e passei no meu pescoço. Senti queimar. O blush super moderno da Capital com um jeito muito difícil de sair que Damen tinha passado em mim para as marcas de dedos desaparecerem tinha sido limpado e tudo estava bem visível. – Lembra quando você me pegou colocando todo aquele álcool fora enquanto você estava podre de bêbado? Você me sufocou até eu desmaiar. Eu sofri por você.

-Deculp. – as palavras dele começavam a ficar sem total sentido por causa da que parava seus músculos.

-Cale a boca. Me desculpa se isso te decepciona, mas você não vai morrer.

Eu virei de costas e olhei em volta. Ocasionalmente, eu não parecia ser a única que queria deixar Adam vivo. Era um interesse dos idealizadores deixar aquela história rolar.

Era uma folinha verde e com espinhos pequenininhos. Arranquei umas cinco, me virei para Adam e enfiei em sua boca.

-Mastigue. – ordenei e ele obedeceu com o resto de coordenação que tinha.- Vai demorar tempo para voltar ao normal, mas vai voltar.

Dei as costas e caminhei, até parar e me virar para acrescentar minha justificativa.

-Não faço isso porque te amo. Talvez ainda sobre uma réstia de amor, mas você conscientemente entende que não é como era antes. Eu estou fazendo isso porque morrer, todos morremos. O pior mesmo é quem vive, porque o inferno está vazio. Os diabos, agora, ocupam a terra. Bem vindo.

Sorri de um modo torto e malicioso. Bem vindo.



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