Esse mundo nunca será o que eu esperava, eu não me encaixo. Mesmo se eu disser que vai ficar tudo bem, ainda te ouvirei dizer que você quer acabar com sua vida? Agora, mais uma vez nós tentamos apenas continuar vivos.

Never Too Late

Rose trocou um olhar com Dominque antes que Jennifer Miller entrasse na frente das duas.

– Weasleys... Eu... – A voz dela tinha saído falha, Rose apenas revirou os olhos enquanto Dominique soltava um risinho.

– Mais uma veio tirar satisfação – Rose sorriu boba, e riu – Sabe, Dominique? Nós poderíamos criar uma barraquinha de informações! – Ela riu com gosto, levando Dominique junto na gargalhada.

– Sim, um posto de dúvidas! Eu vou ser a atendente sexy! – A loira riu.

– E eu a gerente má! – A ruiva soltou uma gargalhada estrondosa – Vá trabalhar, Dominique, se não vou diminuir o seu salário! – Rose imitou uma voz grossa e mandona, que só fez sua prima rir mais.

Jennifer que só olhava as duas não entendia o que estava acontecendo, o medo a dominava. Ela nunca fora a uma festa ilegal, fora a primeira vez desde a sua vida. Sempre fora uma menina certinha, com juízo, dentro das regras. Estava com medo, porque fora aquela festa escondida, e agora ela sabia que a diretora estava querendo descobrir quem esteve na noite passada. Ela tinha medo que a diretora desconfiasse. Que seus pais soubessem.

– Não fomos nós – Rose disse séria, percebendo a cara triste e confusa de Jennifer – Não fomos nós que planejamos essa festa.

– Mas... Quem foi então? – Jennifer perguntou mais assustada ainda. Porque ela sabia, que por mais que Rose e Dominique fossem malucas, elas jamais colocariam o seu nome na história. Agora, saber que não foram elas que fizeram a festa, era a mesma coisa que descobrir uma caixa de serpentes venenosas, ou seja, perigo.

Boa pergunta, Rose pensou, realmente, boa pergunta.

**

Albus apertou os passos, procurava a prima com os olhos, mas nem um sinal da ruiva. Onde a sua prima poderia estar? Nada vinha na sua cabeça. O quê era normal da rotina de Rose (Sé é que tem algo normal na rotina dela)?

Só um lugar veio a sua mente. A vida de Rose era cheia de segredos, e um bom lugar para escondê-los era o banheiro do segundo andar

O moreno correu para o banheiro, e entrou sem fazer o menor vestígio de som. A imagem que viu poderia ser assustadora, mas ele suspeitava que era isso o quê estava acontecendo.

– Você não disse que iria parar? – Ele perguntou olhando os cortes em sua mão.

– Você não ia parar de beber? – Rose retrucou mal humorada.

Albus rolou os olhos.

– É diferente! – Albus disse tirando a faca da mão da prima.

– Diz quem vira sete por dia – Rose disse sorrindo para o primo, depois deu uma gargalhada levando o moreno junto.

– Eu paro então. Vou tomar só cinco – Albus disse brincalhão.

Rose riu do melhor amigo. Depois perguntou:

– Estava me procurando?

– Sim – O moreno admitiu – Na verdade, tem uma pessoa que está procurando você e Dominique.

– E quem seria essa pessoa? – Rose arqueou a sobrancelha, não estava afim de conversa com mais alguns estudantes medrosos.

– A diretora. Um X9 te dedurou. O professor de poções foi buscar Dominique.

**

Dominique andava a passos calmos pelos corredores da escola. Estava tentando espairecer, quando sentiu-se puxada pela cintura em direção à um canto atrás de uma estátua.

– Ouch! - ela falou, logo sentindo uma mão cobrir sua boca.

– Olá, Dominique - uma voz masculina falou.

Ela olhou a pessoa em sua frente e avistou um rapaz alto, de físico forte, lá pelos seus 26 anos, com cabelos castanhos bagunçados.

– Ah, oi - ela disse para o professor de poções - Sabe, tenho um trabalho para amanhã que preciso terminar - ela disse tentando se separar do professor, mas era impossível caso quisesse nota.

– Não quer ajuda? - ele disse enquanto fazia uma trilha de beijos que ia desde sua orelha até a clavícula.

– Adoraria - ela disse finalmente se rendendo aos beijos do rapaz.

Ele não se deu ao luxo de responder e a puxou para um beijo voraz. Ele a levantou do chão e a prensou contra a parede, fazendo-a passar as pernas ao redor de sua cintura.

Ela queria parar, mas não podia. Oh, Merlin, onde fora se meter?

– Para - ela o afastou. - Estamos no meio do corredor.

– Vamos para a minha sala então - ele disse a arrastando pela mão em direção à sua sala.

– Claro - ela disse choramingando, soltando um suspiro e se deixando ser levada.

Ele entrou na sala e trancou a porta. Em seguida se dirigiu à mesa e a colocou em cima dela, beijando seu pescoço.

Dominique não demorou a se render aos beijos do professor e devolveu com a mesma intensidade.

Ela se deitou na mesa, deixando que ele ficasse sobre ela.

Sentia nojo e prazer ao mesmo tempo.

**

Scorpius abaixou a cabeça, estava cansado daquilo. Era, realmente, irritante. Sentiu o perfume de mel de Ammie.

Mel era enjoativo demais. Disso ele tinha certeza.

– Parkinson, eu já não te disse para sumir!? – O loiro perguntou se irritando.

– Scorpius, você dormiu com aquela vadia da Amanda? – A morena, cujo lágrimas caíam dos olhos, perguntou desesperada.

Scorpius sentiu um momento de piedade. Mas que passou rápido.

– E se eu dormi? Não tem problema, Parkinson, eu não sou comprometido com você – Ele disse simplesmente.

A morena deixou mais algumas lágrimas caírem antes de berrar de volta.

– Eu estou grávida! – Desesperada, a voz novamente tocou Scorpius por um momento súbito, que logo passou.

– E o quê eu tenho com isso? – O loiro, novamente, revirou os olhos, se levantando do sofá e se preparando para sair da sala.

– Você é o pai! – A morena chorou mais um pouco, a voz quase indistinguível entre os soluços.

– É difícil você saber quem é o pai. Dorme com mais de um na mesma noite. Quem te disse que sou? – O loiro sorriu cínico e saiu da sala. Na sua mente, a dúvida pairando.

Desse jeito, ele nem notou o sorriso petulante que se formava nos lábios de Parkinson, quando ele se retirou.