A vida era uma merda, isso era o que Rose Weasley pensava todo dia ao acordar. Mas merda nem sempre era algo ruim, a vida era uma merda para Rose, e de merda ela gostava.

Sentiu o cheiro de vômito, a noite passada tinha sido incrível, mas Lysander deveria ter bebido demais, ou o vômito era de Dominique?

Rose riu com a idéia, pois o vômito também poderia ser dela... Afinal, não se lembrava de nada da noite passada.

**

Scorpius se mexeu bruscamente e acordou a morena que dormia ao seu lado. O nome dela era Amie ou Amanda? Não que a garota fosse se importar, claro. Qualquer uma sabia que Scorpius Malfoy era um cara de uma noite só, e a festa clandestina ontem fora a melhor.

- Ai, Scorpius – A morena, que tinha uma voz grudenta e irritante, reclamou da grosseria como o garoto agiu.

- Malfoy – Scorpius a corrigiu, aquelas vadias sempre achavam que seriam especiais, e isso as tornavam ainda mais vadias.

Mas as vadias eram as melhores, disso ele tinha certeza só de pensar na noite passada.

**

Albus nem conseguia ficar de pé, ele tentou mais caía sempre que tentava. Ele bebeu demais, mas isso já era normal dele.

Aos catorze anos, foi quando todas as suas mágoas foram postas de lado e ele encheu a cara pela primeira vez. E na festa do dia anterior fora a mesma coisa, Rose procurava se sentir melhor quando se cortava ou se arranhava até sangrar, como ela revelara, e Albus enchia a cara. Era a maneira que os dois encontraram de amenizar a angústia que sentiam, que era muito parecida.

E não era desde a noite passada que Albus era Alcoólatra.

**

Lysander olhou o relógio, eram ainda seis horas da manhã, nem Rose, nem Dominique, iriam se atrever a acordar a essa hora. Ela deslizou pela cama, e inevitavelmente acabou se olhando no espelho, o espelho que ficava justamente do lado de sua cama.

Olhou de cima a baixo o reflexo. O quanto ela comera na noite passada? Ou bebera? Ela não podia ter perdido a linha, não, não podia.

As lágrimas queriam encher os seus olhos novamente, a raiva de si mesma por não se controlar. Ela foi ao banheiro, tão delicada ao andar, parecia pesar uma pena, e se postou a frente da privada.

Um, dois, três, ela contou antes de enfiar o dedo na garganta e por para fora tudo o que havia comido na noite passada.

**

Dominique acordara sobressaltada por causa do pesadelo. Não era um pesadelo na verdade, era apenas um sonho ruim. Sonhos ruins são piores que pesadelos, pois pesadelos são fictícios, mas sonhos ruins são reais.

Dominique conseguia ver facilmente a cara de Victorie, como se ela ainda estivesse bem ali, do seu lado. Os seus pais a cumprimentando. Mas ela conseguiria que seus pais dessem atenção para ela, porque nem tudo tinha que ser Victorie.

Por isso ela encontrou o professor na noite passada.

**

Todos estavam no salão, como de habitual. Uma festa ilegal era tão absolutamente normal na vida dos cincos que eles pareciam não se importar.

A diretora se levantou, alguns olharam assustados, aqueles que foram à festa ilegal e temiam que ela descobrisse, outros agiram normal, afinal, a diretora poderia fazer um discurso qualquer dia.

- A segunda sala a esquerda do sétimo andar explodiu. Quem quer que saiba de algo, precisamos de informações, parece que lá ocorreu algo mais do que uma explosão, na noite passada.