Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 5
Lembranças (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Capítulo divido em 2 partes. -a escritora é uma besta, obrigada.

Espero que vocês gostem, e não me matem pela demora (não é mesmo, Carla, paciencia-em-pessoa?) ¬_¬'

beeijão, amoebas amoebádas



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Abri o papel, sentindo a presença dele ao meu lado.Podia ve-lo escrever cada palavra daquele pedaço de papel.

Minha menina,

Te odeio porque você me deu os anos mais complicados da minha vida, mas isso não significa que não foram os melhores.Foram os melhores, porque foram com você.

Faça uma festa para nossos indesejáveis, e para que você não se sinta sozinha (mesmo não precisando, pois eu estou ao seu lado) chame nossos amigos para te fazer companhia.Viva, meu amor!Não esqueça de como teríamos sido felizes se todas essas coisas não tivessem acontecido.Apenas viva.

555-9548

Eu te amo,

                                         Bill Kaulitz

 

Podia ouvi-lo pronunciar cada uma daquelas palavras no meu ouvido.

-De jeito nenhum.-sibilei para mim mesma.Ele sabia como eu odiava festas.E aquele telefone?Bem, eu deixaria para resolver todas essas coisas depois.Até porque, quanto mais eu evitasse essa festa, melhor para mim.E eu a evitaria até quando pudesse.

O beijei, guardando-o junto dos outros, indo tomar banho novamente, olhando feio para a banheira antes de andar até o box.Tomei um banho tranquilo, vestindo uma calça jeans e um camisetão branco.Coloquei uma sapatilha e caminhei até a sala.Tom assistia televisão, e eu sentei ao lado dele.

-Ahn...Tom?-perguntei, me encostando nele.

-O que?-ele perguntou, cedendo seu colo para que eu encostasse a cabeça.

-Minha irmã vai passar umas semanas aqui.-disse, sentindo que precisava avisá-lo.

-Não confia mesmo em mim, não é Alessandra?-ele respirou fundo, mechendo em meu cabelo.

-O que quis dizer com isso?-perguntei, um pouco ofendida.

-Acha que precisa de sua irmã aqui.Eu só não sei porque.-falou, e eu continuei não entendendo.

-Umpf.-resmunguei.

-Das duas uma.-falou, mechendo as pernas de um modo que tive que me sentar ao lado dele, olhando em seus olhos.-Ou você tem medo que o rebelde aqui dê uma festa enquanto você sai, e quer sua irmã aqui para impedir que isso aconteça.Ou você tem medo que eu tente algo com você, e se sente mais segura com sua irmã aqui, para ajudar a me matar caso eu tente.-disse, muito perto de mim.

-Errou, e errou feio.-disse, hipnotizada pelos olhos dele.

-Vamos, Alessandra.Admita que morre de medo que eu tente qualquer coisa que for com você.-disse, chegando mais perto ainda, mas se afastando, voltando a olhar a televisão.-Mas não se preocupe, posso ser rebelde, mas não sou um insensível.Em respeito ao meu irmão, eu não vou tentar fazer nada com você.-ele deu um beijo em meu rosto.

-Que atrevimento.-falei baixinho, mas ele ouvira, olhando para mim, incrédulo.

Ele deu um outro beijo em meu rosto, fazendo cara de espanto.

-Mas que rapaz atrevido.-ele fez uma voz feminina, me fazendo rir.

A campainha tocou, e eu tive preguiça de atender.

-Não vai abrir?-perguntou, olhando para meu rosto.

O olhei, com cara de “aguarde, que você vai ver”, e a voz de Ellen soou do lado de fora.

-ALESSANDRA CLARICE ESTEVES KAULITZ, ABRA ESTA PORTA!EU NÃO VIM ATÉ AQUI PARA DORMIR DO LADO DE FORA.-ela gritou, e eu respirei fundo antes de abrir a porta.

Ela pulou no meu pescoço, e eu a abracei sem jeito.

-Ellen...Ellen...ELLEN!-disse, para que ela me soltasse.Ela me soltou, com uma cara amarrada.

-Você não mudou nada mesmo, a mesma cara amassada.Você tem que ser sempre tão...mau humorada, Ale?-disse, fingindo estar chateada.

-E você, tem que estar sempre tão...saltitante?-fiz o mesmo, fazendo-a sorrir e me abraçar de novo.-Entra, Ellen.

Peguei a mochila dela, entrando logo atrás dela.

-Estou sentindo péssimas vibrações aqui...E aqui...E aqui também.-disse, pulando pela sala, tocando todos os lugares que Tom estivera na noite anterior.Ele se ergueu do sofá, mas Ellen não percebeu a presença dele.-Essa sua casa precisa de energia positiva, Alessa...Meu Deus, o que-que isso?-falou, sorrindo pervertidamente ao ver Tom.

Revirei os olhos, e ela parou de sorrir, espantada.Ela me puxou pelo braço até meu quarto, quase arrancando meu braço.

-O que foi, Ellen?!-perguntei, assustada.

-Alessandra, que isso?Bill mau...MORREU e você já está com o irmão dele?!Mas você não presta mesmo, sua...

-ELLEN!Quer me escutar?Eu não estou com Tom coisíssima nenhuma, Bill me pediu para acolhê-lo aqui em casa, e é só!-falei, cética que Ellen pensasse aquilo de mim.

-Então, você não está com ele?-perguntou, com uma cara de criança inocente.

-Não, isso seria impossível.Que isso, Ellen.-falei, balançando a cabeça de modo frenético, com as mãos para a frente.Era algo que só aconteceria em um outro mundo, onde Tom e Bill não fossem irmãos, onde Tom não fosse tão moleque, e onde eu não fosse tão séria.

-Aai, benzinho, eu tenho uma notícia que não é boa pra te dar.-ela disse, tentando me fazer esquecer a besteira que dissera.

-Diga, Ellen.-falei, temerosa.

-Eu só poderei ficar por essa noite.Eu estou tendo um milhão de coisas pra fazer na faculdade, e estou procurando um emprego também.Ah, meu benzinho, eu queria poder ficar mais.-disse, ao ver minha cara de decepção.

-Também queria.-falei, sentando na cama.

Ela sentou ao meu lado, sempre sabia o que fazer quando eu estava triste.Apoiei a minha cabeça na dela.

-E o que anda fazendo, benzinho?

-Aah, eu me adaptei a uma vida comum.Eu trabalho, eu como, eu durmo...E só.-falei, querendo falar das cartas apenas depois.

-E sair, dona Alessandra?Você não sai desde q     eu aconteceu, que vergooonha!-falou, horrorizada.

Dei de ombros, e ela riu.

-É, você não muda.-disse, beijando a minha cabeça.Eu a abracei.Ás vezes, mesmo quando não falavamos nada, nossos conselhos eram dados uma á outra.

Ouvi Tom bater na porta.Por algum motivo, Ellen me largou, e ajeitou os cabelos ao ouvir.

-Pode entrar, Tom!-gritei, ofendida com a atitude de minha irmã.

-Que Tom o que, está doida?-disse Carla, entrando no quarto.

Eu levantei, indo abraça-la.

-Pelo amor de Deus, Alessandra, não vá achando que eu vou esquecer que você me abandonou naquele editorial só por causa de um abraço.-falou, bancando a durona.

Olhei para seu rosto, com uma cara envergonhada, e ela sorriu.Parecia estar se divertindo com a minha expressão de “fui-pega-no-flagra”.

-Vai ter que se esforçar mais.-falou, voltando a me abraçar.-Aah, e amanhã você não tem escapatória, você tem que voltar ao editorial, porque temos que checar as matérias que os editores fizeram.

-Tudo bem, eu posso aguentar mais um dia de trabalho.-respirei pesadamente, guiando-a até a cama.

-Mais um dia de trabalho o que, sua cadela?Você não trabalhou mais que eu.-ela fez beicinho.

Aquele foi um dos melhores dias de minha vida, desde que Bill fora embora.Não, fora o melhor dia de minha vida.Nós ficamos em casa até as 22:00, e saímos para levar Carla até o carro.Ela queria me matar, pois pedimos uma pizza, e ela estava de dieta, fora que Gustav se tornara uma negação na cozinha nos ultimos dias, de acordo com ela.Então, ou ele esperava Carla chegar, e após um dia inteiro me aguentando, teria de cozinhar, ou ele ficaria com fome, e mais do que uma negação na cozinha, ele era uma negação, de estomago vazio.

Quando entramos, Tom parecia um pouco desconfortável.Sentamos ao lado dele, Ellen e eu, e começamos a assistir um filme muito mal produzido.Ele se remexia todo, e aquilo estava me deixando muito, mas muito desconfortável.No comercial do filme –que eu não fora nem capaz de destacar o genero-, eu explodi.

-Mas meu DEUS, Tom, o que você tem?-perguntei, irritada.

-Preciso de uma festa.-disse, como se estivesse traumatizado.

-Aaah, pare com isso.Ninguém precisa de festas para sobreviver, e nós não vamos sair essa noite, não mesmo!-disse, como se ele fosse uma criança.

-Aleeeee, eu também quero sair.-disse Ellen, com cara de criança.

-Mas...Eu não acredito que você vai ficar do lado dele, Ellen!-quase gritei, ao ver o rosto dele se iluminar, me levantando.

-Está decidido, vamos eu e ela á uma festa, e você fica em casa.-dise Tom, apontando para Ellen com a cabeça, se levantando também.

Ellen se levantou, animada.Coloquei a mão em seu ombro, empurrando-a de volta ao sofá.Ela me olhou com a mesma cara que a de uma adolescente proibida de ir a uma festa.Tom segurou minha mão, como se tentasse me impedir de obrigar Ellen á ficar em casa.

-Ela é a MINHA irmã mais nova, e você não tem nada com isso.Se você quiser ir a festas, você vai, eu não vou te impedir, mas você não vai leva-la junto!-gritei com ele.

-Ela já é grandinha demais para ficar recebendo ordens de uma irmã chata e mandona feito você.Se ela quiser ir, ela vai, e você não pode impedir.Você é que pode ficar em casa, eu não vou te obrigar a sair, mas se nós dois não queremos ficar, nós não vamos.Vamos sair, e você que se conforme.-disse ele, gritando também.Ellen olhava de um para o outro, indecisa.

-Muito bem, vão.-consegui dizer, voltando a sentar no sofá, mudando o canal da televisão.

Ellen saiu, culpada, em direção ao quarto.Tom sentou ao meu lado, enquanto esperava que ela se arrumasse.

-Escute aqui, Tom Kaulitz, eu estou te avisando:É bom que você não tente fazer absolutamente nada com a minha irmã, está ouvindo?Ela é nova demais para você, e eu não quero essas suas mãozinhas atrevidas e abuzadas nela.-disse, apontando o controle remoto para a cara dele.

-Mais nova?Que é isso, são só dois anos.-ele disse, e eu fiz uma cara tremendamente feia.Ele começou a rir.-Estou brincando, Alessandra.E, de qualquer forma -disse, chegando muito perto de mim de novo.-, meu assunto não é com ela.

Levantei, antes que ele visse que eu corara, eu tinha certeza.Caminhei até o quarto, enquanto ele ainda ria.Mesmo Tom me dizendo aquilo, eu não sabia o que ele era capaz de fazer quando bebia, e eu sabia que ele beberia.

-Ellen, escuta sua irmã aqui, está bem?-falei, fechando a porta.-Tom é mais velho que você, então, caso tente alguma coisa, você vai evitá-lo.Se ele beber demais, me ligue.Se ele te oferecer uma bebida...-falei, sem ter pensado naquela possibilidade.-Aí você pode meter uma bifa naquela cara safada dele...

-Ale, meu benzinho, eu sei me cuidar.-ela beijou a ponta do meu nariz.-Tchaau!

Sentei na cama, então, eu chamara minha irmã até a minha casa para que ela ficasse comigo, e ela saía com o meu cunhado?Ellen voltou, e eu pude ter certeza de que ela decidira ficar comigo.

-Antes que eu me esqueça, tem algo pra você na minha mochila.É bom ver agora, que vai ficar sozinha.-disse ela, piscando para mim.

Ela saiu de novo, e eu levantei até a sua mochila, largada no chão pela própria Ellen.Abri-a, e não acreditei quando vi aquilo ali, comigo de novo.Não podia acreditar que Ellen saíra com Tom apenas para que eu ficasse com aquilo de novo, naquele momento, eu nunca poderia estar chateada com ela.

Ellen conseguira para mim a lembrança mais viva de Bill, a melhor lembrança de minha vida.


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Notas finais do capítulo

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o que será? -finge de desintendida.

brigada pelos reviews, amoebinhas *-*