Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 2
Estranhos


Notas iniciais do capítulo

Eu ainda não tenho os dias certos pra postar capítulo, galera...
Assim que eu escolher os dias, eu aviso aqui, ok?

Espero que curtam meu "pequeno" cap >.

Vanessa



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-Tom?-perguntei, quando voltei a mim.

-Como vai?-perguntou, ainda sério.

-Bem.O que está fazendo aqui?-perguntei, me esquecendo de boas maneiras.

-Podemos conversar depois que eu entrar?-disse, meio divertido.

-Entre.-disse em voz baixa, lhe indicando o sofá.

Ele entrou, fechando a porta.Parecia realmente desconfortável com a situação, tanto quanto eu.Ele não tinha o que fazer na minha casa, nunca fora próximo de mim.Nem de Bill.Eu me lembrava vagamente da presença dele em nossas vidas.Ele fora a minha festa de aniversário do ano anterior, obrigado pelos pais.E ele não gostava de mim, mas eu pouco me importava com ele.

-E então?-continuei a falar baixo, sentando ao lado dele, curiosa para saber o que o levara a minha casa.

-Recebi uma carta de Bill.-disse, pegando algo do bolso.-Pode parecer estranho mas ele...Bom, leia você mesma.

Peguei a carta com um papel parecido com o da minha carta e a do bilhete.O bilhete.Meu coração começou a bater tão rápido que eu fiquei incomodada.

 

Tom,

sei que nunca fomos muito próximos.Mas somos irmãos, e você sabe que eu te ajudaria em tudo que pedisse, então, sinto que posso te pedir qualquer coisa.Sabe que amo minha esposa mais que tudo, sabe que ela é dependente de mim assim como eu dela.Meu irmão, nesse momento, eu te imploro que cuide de minha menina por mim.Eu tenho medo de não poder seguir em frente, se esta leucemia continuar como está, eu sei que não poderei.Por favor, meu irmão, fique com ela por mim.Permaneça ao lado dela para que ela veja que não está sozinha.Lembre a ela todos os dias que a amo, se necessário.Faça isso por mim, Tom.

Obrigado.

                                    Bill Kaulitz.

Eu não sei como aquilo aconteceu, mas quando dei por mim, eu estava chorando no ombro de Tom.Ele me abraçou, me balançando feito uma criança, murmurando palavras tranquilizadoras em meu ouvido, mostrando-me um lado seu que eu nunca imaginara.Ele colocou meus pés no sofa, e ficou ali comigo por um tempo imensurável, enquanto eu enchia a sua camisa de marcas enormes de lágrimas, até que me controlei mais, envergonhada por me apoiar tanto num estranho.

-Está melhor agora?-murmurou, se encostando na outra extremidade do sofá.

-O-obrigada, To-tom.-solucei, limpando o rosto com as costas da mão.Abracei os joelhos, olhando para o chão.

-Você quer tomar alguma coisa?Tem energético aqui?-perguntou, se levantando.

-Não.Eu não bebo.-falei em voz baixa.Energético?Onde ele pensava que estava?

-Oh...Toma chá?-disse, e eu apenas assenti.-Tem chá aqui?

-Na cozinha.-balbuciei, ainda incomodada com a pergunta sobre energéticos.

Ele se afastou, e voltou, com uma cara confusa.

-Onde fica a cozinha?-perguntou, e eu levantei.

-Não precisa fazer isso.Eu faço.-disse, passando por ele, mas ele segurou meu braço, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha.Ele me olhou, parecendo assustado, e me soltou, mudando de expressão.

-E-eu faço.Tenho que servir pelo menos pra encontrar a droga da cozinha.-disse, mas a segunda frase foi tão baixa que eu duvidava que ele quisesse que eu ouvisse.Afinal, minha cozinha não era uma droga.

Pelo que pareceu, ele encontrou a cozinha, e eu fiquei parada ali, no meio da sala.Ouvi a voz dele, seguido do tintilar de canecas.

-E você, fique sentada aí.-ordenou, e eu fiz cara feia.Quem é que ele pensava que era?

-Tenho que ir trabalhar.-disse, pegando a bolsa.Mas tive medo de deixar minha casa nas mãos dele.Ele havia sido muito gentil ao ficar comigo enquanto eu chorava, mas era diferente.

Tom correu até mim, pegando minha bolsa, e lançando-a para longe.Fiz a cara mais feia do mundo ao ve-la cair tão próximo da janela, que se ele usasse um pouco mais de força, ela sairia voando para a rua.

-De jeito algum.Bill disse para eu cuidar de você, e eu farei isso.Você não vai trabalhar hoje, sofreu um choque emocional muito grande.Você vai colocar uma roupa mais confortável, vai sentar a sua bunda naquele sofá e vai esperar pelo seu chá.Entendido?

Eu estava prestes a chama-lo pelos nomes mais feios e obscenos que eu já ouvira na vida, mas ele me deixou sem defesa, no momento que falou que Bill lhe pedira aquilo.Eu fazia tudo por Bill.Eu o amava.Não podia contrariar.

-Sim.-murmurei, cabisbaixa.Andei até o quarto com cara de derrotada, como uma criança a quem os pais acabam de decretar castigo de um mês.

Coloquei uma calça minha, preta e o moletom cinza de Bill, prendendo o cabelo num rabo de cavalo.Quando voltei a sentar no sofá, tentei sentir o cheiro de Bill, mas não senti nada.Chinguei o moletom baixinho, e fechei os olhos.Porque Bill chamara Tom para morar comigo?Bem, ele não falara isso diretamente, mas que significado teria “diga a ela que a mo todos os dias”.Não havia outra forma de isso acontecer.O que Bill queria afinal de contas?Que eu não sentisse falta dele, olhando todos os dias para o rosto de seu irmão gêmeo?Aquilo era ridículo, porque Bill era único.

Seu irmão era um homem lindo, mas Bill era diferente dele.Eles não tinham nada parecido em suas personalidades, nem no modo que se vestiam, nem no modo que se comportavam.Era mais fácil acreditar que eram primos distantes.Mas eles já eram distantes, não tinham um contato como eu tinha com a minha irmã.Eu e Ellen não eramos gemeas, mas eramos uma só.Tom e Bill sempre foram dois, quase completos estranhos.

E aquele comportamento?Talvez ele tivesse amadurecido, pois aquele era o tipo de comportamento que eu esperava de Bill.Ninguém me acalmava como ele.Se alguém me abraçava e dizia que estava tudo bem e me fizesse acreditar que estava mesmo tudo bem, esse alguém era Bill.Eu nunca acreditei tanto em alguém, nunca fora tão dependente de alguém, eu era independente, mas Bill mudara isso no dia que apareceu em minha vida.Eu era dependente de Bill, e não tinha vergonha de dizer, como tinha de dizer que era dependente de minha mãe e pai na adolescencia.

Talvez, só talvez a presença de Tom pudesse me ajudar de verdade.Mas ainda não estava claro, pelo menos para mim.Ele ainda era um completo estranho.


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Notas finais do capítulo

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e então? *-*
beeijo grande e carinhoso ;*