Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 1
O começo do fim


Notas iniciais do capítulo

Coloquei a Alê e a Carlinha na fic *-*

espero que curtam.Capítulo meio GIGANTE, ok?

beeijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/26116/chapter/1

Assim que entrei no apartamento, desmoronei no sofá, os olhos doloridos e cansados de uma noite inteira em claro, recebendo o apoio dos meus amigos, e de pessoas que se diziam amigas dele. Não importava mais. A verdade era que ele se fora, e não me levara junto, como me prometera uma vez.

Encarei a minha aliança, e a beijei. Senti um bolor se formando em minha garganta e corri para o banheiro. Fiquei sentada ao lado do vaso sanitário, absorta em pensamentos, até que o telefone tocou. Me arrastei para atender.

-Alô.-disse, com um gosto horrivel na boca. Fiz uma careta.

-Alê, você está bem?Estou te atrapalhando?-disse a voz de Carla, e aquela foi a única vez que a voz dela não me animou.

-Não, eu não estava fazendo nada, Carla.-eu falei ainda fazendo caretas.

-Quer dormir aqui esta noite? Acho que isso te fará bem...E de qualquer forma, Gustav quer ver como você está, mesmo.-ela refletiu.

-Obrigada, mas eu acho que preciso de um tempo sozinha.-disse por fim. Eu não achava que dormir na casa de minha melhor amiga que tinha um marido ia me deixar mais feliz, embora Gustav fosse mais que marido dela. Era também, depois de Bill, meu melhor amigo. Mas Bill morrera, então ele era meu melhor amigo. Começei a chorar.

-Alê? Alessandra, você está aí?-Ela estava aflita.

-Estou sim.-disse, a voz embargada, tentando controlar o choro para depois que desligasse o telefone.

-Acho que você precisa dormir agora.Vou desligar.-Carla apressou-se em dar uma desculpa para me deixar chorar sozinha. É claro que eu não a enganara.

-Até.

-Até, Alê.Não se esqueça que pode me ligar quando quiser.-ela dizia, sem querer desligar.

-Sim.-respondi, seca.

Depois, o telefone ficou mudo. O coloquei no lugar e começei a andar feito um zumbi pela casa, mas tive que parar porque cada lugar me lembrava mais de Bill. Fui para o quarto e lavei a boca na pia do banheiro, escovei os dentes e coloquei um pijama velho. Deitei na cama, olhando para o lugar vazio ao meu lado. Eu demoraria a me acostumar com aquela king size apenas para mim.Respirei fundo e levantei para fechar a cortina. Deitei, sentindo uma dor enorme por causa daquele vazio.Fechei os olhos, mas não dormi, apenas relembrei.

 

-Bill, meu Deus!O que é isso?-perguntei ao entrar no quarto e ver a king size. Bill estava preguiçosamente espalhado nela.

-Uma cama.-ele riu, levantando e me guiando até ela.-Vem cá.

-Pra que isso?-perguntei, mas assim que sentei, percebi como era maravilhosa .

-Acho que você está estressada e precisa de uma cama maior para relaxar.-ele colocou as mãos em meus ombros, me empurrando para deitar.

-Estou mesmo.-disse, o beijando. Adorava o modo como ele se preocupava comigo.

-Sei de algo que vai te desestressar-ele sorriu maliciosamente.

-Oh, não, Bill!-exclamei.-Minhas costas estão me matando!-resmunguei, fechando os olhos.

Dormi daquele jeito, sem ao menos trocar a roupa formal do trabalho por uma de algodão e confortavel.

 

Chorei ao lembrar daquele dia. Queria voltar atrás, queria ter me entregado a Bill, e queria fazer tudo diferente. Oh, céus, como eu me arrependia de cada vez que me neguei a estar com ele, por causa do stress do trabalho ou por causa da dor de cabeça, ou por causa da dor nas costas...

Queria fazer diferente e queria poder refazer cada momento de minha vida ao lado dele. Mas eu não podia.

Eu tinha que me acostumar com a idéia de que o amor de minha vida partira para longe demais para que eu pudesse ligar ou escrever um e-mail. Bill partira.

 

 

 

 

Faziam dois meses. E eu não me acostumara com a idéia de que Bill partira. Com o tempo, as pessoas pararam de me ligar, porque eu não retornava. As únicas pessoas que ainda se davam ao trabalho eram minha mãe e Carla. Com o tempo, a casa só ficava limpa quando Carla me visitava e as roupas só eram lavadas quando Carla ou minha mãe tinham tempo. Eu não me importava muito com isso, mas elas ficavam fora do sério quando eu atendia a porta com os cabelos sujos e usando pijamas. Carla já fizera uma cópia de minha chave, para me surpreender e me castigar se eu não estivesse sorridente, arrumada e cozinhando quando ela chegasse. Eu sempre fui castigada, em todas as vezes em que ela chegava.

 

Eu estava sentada no sofá, comendo os biscoitos amanteigados que minha mãe comprara um dia antes, quando ouvi uma chave rodando na fechadura. Respirei fundo e levantei, já esperando pelo castigo da vez de Carlinha. Da última, ela pintara minhas unhas com um horrível esmalte vermelho-sangue. Fui surpreendida quando não apareceu a minha porta uma Carlinha com a expressão homicida e sim uma Carla com a expressão abismada.

-Olha, Carlinha, eu posso explicar...-gemi, ficando longe dela.

-Alê, precisamos falar.-disse, depositando uma sacola de compras na mesa.

-Diga.-respirei, aliviada que ela não estivesse pulando na minha direção, tentando me embelezar, saindo de trás do raque da T.V.

-Encontrei isto, na sua caixa do Correio.-Carla disse, seu rosto branco. Ela colocou sobre as compras um envelope.

 

Me aproximei, sem entender. Meu coração começou a bater mais forte ao conseguir enxergar e reconhecer a caligrafia deitada e esparramada de Bill. Segurei o envelope fino e leve com cuidado, olhando para ela.

 

-Onde encontrou isto?-perguntei, embora Carla já tivesse dito.

-Na sua caixa de Correio. Estava grudado no canto interior.-disse, sem jeito.

-Preciso ficar sozinha, garotas.-disse, a voz falhada.

-Entendo.-Carla assentiu.

 

Dei um abraço apertado nela, mas eu não podia negar que estava louca para que saísse e eu ficasse sozinha com o envelope. Enfim, ela foi e eu corri para o quarto. Carla podia trancar a porta por mim. Virei o envelope de frente e li, sentando na cama.

 

 

    Alessandra Kaulitz

 

Eu já estava emocionada apenas ao ler o meu nome do lado de fora.Contive as lágrimas e abri a carta com calma.

 

Minha menina,

 

espero que esteja reagindo bem a minha ida.

Preciso que saiba que nunca estou longe demais. Você ainda pode desabafar comigo sobre um dia dificil no trabalho, ou sobre a megera de sua chefe. Estou ao seu lado, te obsevando, a qualquer momento.

Ah, benzinho, sei que você pensa que não pode viver bem sem mim, mas agora, minha meta é provar que pode. Nunca duvide de meu amor, e saiba que tudo que eu fizer, é porque acho que é o melhor para você, e você sabe que eu sempre sei o que é melhor para você. É tudo por você, para que você viva e pense em mim, mas não com tristeza.

 

Me perdoe por não poder te trazer comigo, mas sinto que você ainda tem muito a fazer aí. E certamente, Deus não ia querer concorrencia...

Oh, céus, estou dizendo blasfêmias.

 

                              Eu te amo e sempre amarei, independentemente de suas decisões;

 

        Os:Você não precisa mais de minhas roupas. Doe-as a quem precisa, e como sei que vai acabar furtando algo: Pegue apenas um moletom, um hobe  e uma calça.

 

                                                                         Bill Kaulitz

 

Levei as mãos  a boca, soltando a carta. Eu não entendi metade do que ali estava, mas estava tudo bem, pois era uma carta de Bill. Dormi abraçando-a como uma criança abraça seu brinquedo favorito, e ele estava mesmo ali, pois eu podia sentir seus braços me embalando. Pela primeira vez em meses, eu sorri. Como eu desejava que Carla aparecesse naquele instante, apenas para ver que eu não me esquecera de como fazer. Afinal, eu realmente estava sorrindo.Mas mudei de idéia.Afinal, era um momento íntimo. Meu e de meu marido.

 

Quando acordei, eram sete da noite, e eu reli a carta de Bill umas dez vezes antes de levantar e fazer o que ele me pedira. Começei a dobrar suas roupas, com tristeza, pegando para mim seu hobe preto, sua calça laranja e seu moletom cinza, suas roupas favoritas. Ensaquei tudo, mas notei que deixara uma calça preta e velha dentro do lado dele do closet. A puxei sem ânimo, e ela foi ao chão, junto com um papelzinho dobrado. Senti palpitações novamente.

 

 

 

                        Receba-o como se ele fizesse parte da nossa família.

Eu amo você,

 

                                       Bill Kaulitz

 

Eu não entendi, mas coloquei o pedaço de papel dentro do maior, a carta de Bill. Guardei a calça no saco mais próximo, tomei banho e realmente me animei ao me vestir. Eu estava indo me livrar das roupas de Bill, e daí?

Eu tinha algo que as roupas não me diziam, pois as roupas não diziam que me amavam. Coloquei tudo no carro de Bill, e chorei um pouco ao dirigir, porque o carro não tinha mais o cheiro de Bill. Eu tinha o meu próprio, pois quando saíamos, Bill e eu sempre discutiamos sobre qual o melhor caminho, então cada um fazia sua rota. É claro, ele chegava pelo menos vinte minutos antes de mim.Mas agora eu estava de certo modo, sozinha, então, não precisava de dois carros, fiquei com o de Bill, pelo cheiro agora era inexistente.

Coloquei as roupas no posto de doação mais próximo de casa que encontrei-e nem por isso ele deixava de ser

longe- e voltei, para a minha rotina sem nada que me desse esperanças para seguir.

 

 

 

Eu estava prendendo o cabelo num rabo de cavalo elaborado, já pronta para o trabalho, ao meio dia, quando a porta se mecheu. Consegui sorrir sem esforço, na primeira tentativa. Carlinha ficaria orgulhosa, pensei.

 

 

Arregalei os olhos quando, á porta, não era Carla.

Observei os traços que eu conhecia muito bem, apenas de forma diferente. Olhei para suas mãos, onde ele tinha uma mala. Eu estava cética. Ele me olhou de cima a baixo, com primeiro indiferença, depois prazer, depois com seriedade, com a qual seu rosto permaneceu.

 

-Alessandra.-cumprimentou, assentindo.

 

Eu estava paralizada, então não respondi, a garganta seca.

 

O que Tom, o irmão rebelde, infantil e sem estrutura de Bill estava fazendo na minha casa?

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

huhuhu...

se alguém gostar, eu continuo *o*

beeijos enormes, e talvez, até logo.