Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 13
Eu iria para o inferno se matasse a minha sogra?


Notas iniciais do capítulo

HAHHAHAHAHHAHHAHAH nome mais besta --'
bom, gente... eu IMPLORO que vocês não queiram matar a Simone, sim?

é que eu sempre quiz fazer uma Simone dumal -ahahha, que louca eu.

boa leitura! *-*



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Levantei no horário aquela manhã. Coloquei uma saia comportada, de estilo dos anos 60, preta, uma blusa bege de botões, e um scarpin simples, bege. Tom dormia enquanto eu tomava café da manhã. O fiz olhando para ele, como em todos os dias. Aquela visão me preparava para o dia maçante de trabalho, me relaxava. Quase perdi a hora em toda a minha paz e tranquilidade. Dirigi calmamente até a editora. O transito fluía livremente. Aquele dia seria maravilhoso, me sentia leve. Feliz. É. Pela primeira vez na minha vida desde que Bill me deixara, eu estava feliz. Estava completa.

 

 

 

Meu dia ficou negro quando cheguei a minha sala. Não que eu não gostasse de Simone. Mas... A visão dela sentada na frente de minha mesa me pertubava, por alguma razão. Estaria eu, mesmo depois da ida de Bill, estressada com a sogra?

 

 

 

- Alessandra! –falou, quando eu congelei a mão na maçaneta, fechando a porta.

 

 

 

- Simone? –não pude remover a expressão de frustração ao vê-la.

 

 

 

- Me desculpe vir aqui sem avisar, mas precisamos falar sobre a... Bem... Mês que vem faz um ano que meu Bill se foi, e... Eu farei uma missa. Queria saber se você gostaria de me ajudar. –falou, com as mãos ansiosas retorcendo um lenço.

 

 

 

Precisei de alguns segundos para entender que ela estava chorando. Pisquei rápido uma vez, e corri para a minha mesa, a fim de consolá-la.

 

 

 

- Oh, Simone, não chore! –falei, tendo que segurar eu mesma as minhas lágrimas.

 

 

 

- É tão difícil acreditar que ele nunca mais vai voltar, minha querida... E... Um ano? Passou tão rápido... Eu não consigo acreditar que estou há tanto tempo sem ele... – a abraçei, mas a chingava mentalmente por estragar o meu dia. Não que ela tivesse culpa, mas... Ah, a quem eu queria enganar? É claro que a culpa era dela.

 

 

 

- Eu sei, Simone, eu sei! Mas, pense... Bill ia querer que seguíssemos nossas vidas. Você não pode lamentar para sempre! Aconteceu, foi uma fatalidade.  Se ele estivesse aqui, se pudéssemos ouvi-lo, porque sei que ele está aqui, ele nos diria para erguer a cabeça, e seguir em frente. Ao invés de nos lamentarmos pelo que poderia ter acontecido se ele estivesse vivo, deveríamos nos lembrar com alegria do que ele já fez. –falei essas palavras mais para mim mesma do que para ela, que já parara de chorar. Me afastei para ver seu rosto.

 

 

 

Ela me olhava com ira.

 

 

 

- Quem você pensa que é para tentar me dizer como eu devo me lembrar de meu filho? –me olhou como se eu a tivesse insultado.

 

 

 

- Eu... Como é? –ofeguei, cética.

 

 

 

- Você já se esqueceu de meu filho! E quer que eu seja como você! Você nunca se importou com ele! E agora que ele se foi, você está livre para encontrar outro, não é?! –ela se descontrolou. Me afastei realmente. Aquelas palavras doeram mais que chicotes contra meu rosto.

 

 

 

Ela continuou.

 

 

 

- Quem você pensa que é?! Quem?! Não pode me dizer o que ele queria que eu fizesse. sou EU a mãe dele! Ninguém o conhecia melhor que eu! Você nunca soube o que era realmente bom pra ele!

 

 

 

- Simone, você está me ofendendo. –foi tudo o que consegui dizer, com a voz trêmula.

 

 

 

- NÃO ESTOU DIZENDO NADA ALÉM DA VERDADE! VOCÊ JÁ ESQUECEU MEU FILHO! –ela gritou, e eu dei mais um passo atrás.

 

 

 

- EU NÃO O ESQUECI, ELE ESTÁ SEMPRE COMIGO! NO MEU CORAÇÃO...

 

 

 

- Não seja ridícula! Se você não o tivesse esquecido, não me pediria para parar de lembrar dele!

 

 

 

- Não te disse que não lembrasse dele...

 

 

 

- VOCÊ não se lembra dele! Ele agora pra você é só uma memória! Uma lembrança que é só um borrão na sua vida! Você não pode me dizer para seguir em frente sem meu filho!

 

 

 

- Mas eu não o disse! Ele apenas não ia querer que nos lembrassemos dele com tristeza...

 

 

 

- COMO VOCÊ SABE?! –ela gritou.

 

 

 

A porta se abriu. Georg apareceu nela, ofegante. Atrás dele, vários funcionários aflitos estavam parados.

 

 

 

- Alessandra? Alessandra, está tudo bem aqui? –falou ele, olhando do meu rosto para o dela. Me encostei numa parede, sem dizer uma única palavra. Eles, todos eles haviam ouvido todos os gritos. Ele deduziu sozinho o que havia aconecido. – Senhora Kaulitz, eu nunca pensei que teria de lhe pedir isso, mas... Por favor, retire-se do edifício...

 

 

 

- Eu já estava de saída. –ela cuspiu as palavras, e saiu.

 

 

 

- Tá legal, seus desagradáveis, voltem as suas bundas preguiçosas para as suas mesas. AGORA! –ele gritou quando ninguém se mecheu, olhavam-me todos penalizados.

 

 

 

Ele respirou fundo, entrando. Fechou a porta na cara de todos.

 

 

 

- Alessandra? Você está bem? O que aquela megera te disse? –perguntou, andando até mim.

 

 

 

Sentei no chão, começando a chorar. Ele me abraçou, tirando os meus sapatos, me ninado no colo como uma criança.

 

 

 

- Você fala como se não tivesse ouvido. –falei, entre soluços, fazendo um bico involuntário.

 

 

 

- Está tudo bem. Não dê ouvidos a ela. Ninguém o conhecia melhor do que você, e você não o esqueceu. Você nunca o esqueceu.-ele falava, e aquilo só me doía mais.

 

 

 

- Não, ela está certa. Eu me esqueci de Bill. Me esqueci dele! Estava sendo feliz sem ele! Ele virou só uma lembrança na minha vida! Parte da minha vida, e só! Ele virou o meu passado! –gritava para mim mesma, querendo me castigar.

 

 

 

- Não, Aless...

 

 

 

- Sai daqui, Georg! Não tente me confortar nos meus erros! Não faça isso! Céus, será que uma vez na sua vida você vai parar de ser protetor e enfim jogar as verdades na minha cara?! –fui injusta, descontando nele também.

 

 

 

- Mas...

 

- SAI! –gritei, saindo de seu colo, me levantando.

 

 

 

Ele saiu, enquanto eu remexia a minha bolsa. Peguei a carta dele, que noite passada eu não tivera a oportunidade de ler. Desamassei-a, e me sentei no chão, para reler.

 

 

 

Minha menina!

 

 

 

E então? Já encontrou algum desgraçado para ocupar o meu lado da  cama? Espero que sim.

 

 

 

Quero que saiba que se estiver chorando a minha ida, eu vou puxar o seu pé a noite!

 

Não, sério, meu bem, quero falar sério com você. Ou pelo menos, tente ficar séria por um instante.

 

 

 

Ah... Esta é a carta número 31 que eu te escrevi. Não sei onde elas vão acabar, nem se você vai encontrar a todas, nem se já as encontrou. Droga, devia ter pensado em algo mais elaborado do que depender de sua cabeça de nada para que saiba os meus últimos sentimentos.

 

 

 

Ei, isso aí no canto de sua boca perfeita é um sorriso? Se for, saiba que também estou sorrindo neste momento. Se não... Bem, acho melhor começar a sorrir agora mesmo, sua boboca!

 

 

 

Tudo o que tenho escrito em todas as cartas é para que você não pense em mim com tristeza, e que continue a sua vida. Uma mulher linda como você tem que seguir a vida quando o marido morre. Você é independente, Alessandra, viva!

 

 

 

Viva como eu não vivi, viva com intensidade e como se hoje fosse seu último dia de vida! Viva com felicidade.

 

 

 

Céus, eu tenho tanto medo de que essa seja a última carta que eu te escrevo... Esta doença está me corroendo todos os dias, cada dia mais. Estou com medo, Ale. Medo, mas não medo da morte.

 

 

 

Afinal, qual a diferença entre morrer e dormir? Bem, tudo o que sei é que quando eu descobrir, eu não poderei te contar.

 

 

 

E é esse o meu medo. Tenho medo de nunca mais acordar de uma noite de sono, e nunca mais ver seu rosto inchado quando você acorda. Sei que quando eu morrer, eu não poderei dizer pra você que estou bem, e não poderei te contar a maldita diferença entre dormir e morrer.

 

 

 

Meu medo é que você não consiga viver sem mim.

 

 

 

Sei que esta pode ser a última carta, então, eu lhe pedirei uma última vez.

 

 

 

Viva.

 

 

 

Eu te amo,

 

 

 

                                   Bill Kaulitz.

 

 

 

 

 

Num ato impensado, peguei meu celular, e disquei o número dela. Não deixei que dizesse nada quando atendeu.

 

 

 

- Sei que ele quer que vivamos, Simone, porque ele me contou. –sussurrei, e desliguei antes de ouvir a resposta.


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Notas finais do capítulo

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prooonto, a carta que demorou vários capítulos pra aparecer.
confesso que eu estava sem imaginação pra saber o que escrever nela, dae, deu merdia =B

e gente, uma coisa que não ficou muito clara, essa não é a última carta que o Billzi escreveu, tá?

beeijos :*