Fixação escrita por anna-chan


Capítulo 1
Eu vejo seu poster na folha central...


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi dividida em dois capítulo, apenas para atiçar a curiosidade das pessoas. Ela está terminada faz séculos. Ficarei feliz se ouvir uma opinião ou crítica.
Boa leitura!



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Kohara Kazamasa estava sentado em sua mesa olhando para o céu. Mais um dia de trabalho, mais um dia da sua rotina. Não que não gostasse daquilo. Na verdade, amava sua rotina e odiava ter que mudá-la.

Todos os dias de manhã saía bem cedo de sua casa, passando para tomar um café numa cafeteria perto de seu lar. Pegava o metro pontualmente às 7h, chegava ao trabalho entre 7h30 e 7h35 e ligava seu computador, pronto para mais um dia de trabalho.

Às tardes, fechava suas coisas e seguia novamente para essa cafeteira, onde fazia um lanche, que seria sua janta. Como ainda morava com seus pais, chegava em casa às 20h e se trancava em seu quarto, para ter a hora mais feliz de seu dia.

E naquele momento Kazamasa olhava fixamente para uma pequena foto. Sua inspiração para o trabalho, para continuar vivendo aquela vidinha pacata.

Ogata Hiroto, modelo.

Tinha uma paixão platônica por ele. E sabia que era impossível. Só que era o tal modelo que o consolava quando estava triste. Ou pelo menos a foto dele.

Escondeu a foto quando viu alguém se aproximando. Ninguém sabia que Kohara estava apaixonado por uma “imagem”. O mesmo tentava se convencer de que um dia iria encontrar alguém parecido com Ogata para namorar consigo, mas sabia que só Hiroto seria bom para si. Mesmo que nunca o tivesse conhecido.

Trabalhava numa pequena gráfica. Seu trabalho era ver se todas as cópias estavam certas, verificar se tinha tudo no almoxarifado, se não iria faltar papel para a próxima impressão.

Não pode conter a alegria no dia em que a pequena editora tinha recebido uma proposta para imprimir um anúncio de Ogata.

Uma propaganda de boxers. E ele estava lindo nas fotos.

Naquele dia fez a primeira loucura por Hiroto. Roubou um pôster dele, apesar de nunca tê-lo mostrado para ninguém.

A pequena foto em sua carteira era do modelo, com quem conversava e contava os problemas da gráfica.

Não que fosse sozinho, tinha dois amigos, Shinji e Naoyuki, que o tratavam como irmãos. Entretanto desde que os dois descobriram que se gostavam, nem dava mais atenção para Kohara.

E se sentindo um pouco abandonado, acabou se entregando à essa paixão platônica.

Já era hora de ir para casa quando seus amigos chegaram perto a mesa. Novamente eles haviam o convidado para sair. Contudo Kohara não estava com vontade de sair, ficar de vela. Só queria ir para casa, ficar com seu Hiroto.

Recusou educadamente o convite, saindo da gráfica em direção ao metro. A fome começava a bater e novamente se pegou pensando no que diria para Ogata se o visse.

“Nada, provavelmente” – Kohara riu de seus pensamentos, lembrando que era um pouco covarde quanto a assuntos do coração. Entretanto, em seus sonhos, se imaginava alguém bonito, cheio de si, chegando no modelo com tudo, arrebatando seu coração.

E Kazamasa ria de seus pensamentos, voltando a realidade, vendo o quanto absurdo era aquilo.

Desceu do trem, caminhando diretamente até a cafeteria. Ela não costumava estar cheia, mas inusitadamente naquele dia tinham algumas pessoas diferentes do habitual.

Cumprimentou o atendente com um sorriso, nem precisando fazer o pedido. Era cliente freqüente, todos ali o conheciam e o cumprimentava. As vezes sentia olhares de dó sobre si, talvez as pessoas pensassem que ele fosse alguém triste por sempre aparecer sozinho. Tentava ignorar aquela sensação opressora, dizendo para si mesmo que era feliz daquele jeito.

Pegou seu café e seu muffin, já caminhando para a porta. Entretanto uma cena curiosa lhe chamou a atenção.

Um rapaz baixinho estava no caixa, já parado a muito tempo, contando moedas. E uma pequena fila começava a se formar. As pessoas já reclamavam com o jovem, o que fez Kazamasa ficar um pouco irritado com aquilo.

“As pessoas realmente não se importam mais com os outros...” – pensou consigo mesmo, abrindo a porta da cafeteria.

“Desculpe, senhor, mas não vai poder levar o pedido.” – Kohara ouviu as palavras do caixa. Depois de tudo aquilo de fila o rapaz não iria levar o seu pedido?

“Mas são só 10 ienes!” – o baixinho retrucou, ainda contando as moedas.

Então o caixa não queria aceitar a conta só porque faltavam 10 ienes?

Kohara não pode evitar e soltou a porta. Voltou para dentro, chegando no caixa e entregou os 10 ienes que havia tirado do bolso.

“Pronto, está certo agora!” – exclamou, pegando o pacote do pequeno.

Todos ali ficaram impressionados com a atitude de Kazamasa. E logo ele se sentiu envergonhado de ter tanta gente olhando para si.

Abaixou a cabeça e voltou a caminhar até a porta, decidido a chegar o mais rápido possível em casa para sair daqueles olhares maldosos.

Foi impedido por uma mão, que segurava seu braço. Era o rapaz baixinho da cafeteria.

“Obrigado por me ajudar.”- o pequeno dizia.

O rapaz era mais baixo que si, tinha cabelos loiros e óculos escuros bem grandes em seu rosto. Estava muito bem vestido e Kohara não pode evitar de reparar em o quanto bonito ele era.

“Você aceita bolinhos, eu os comprei, mas não vou conseguir comer sozinho.” – o baixinho coçou a cabeça, como se estivesse sem graça. Talvez aquilo fosse só um agradecimento pelo que tinha feito, mas não sabia porque a rotina naquela hora não importava. Sentia algo lhe dizendo para aceitar o bolinho mesmo que chegasse mais tarde em casa ou tivesse que passar fome no dia seguinte para não engordar.

“Tudo bem.” – Kohara respondeu, sem saber muito bem porque tinha feito isso.

Sentaram-se num banco em frente a cafeteira. O silêncio reinava entre os dois e o por do sol tornava aquela cena típica de um romance.

Kazamasa se repreendeu por aquele tipo de pensamento, ainda mais que imaginava que ao seu lado não era aquele rapaz e sim Hiroto.

Foi tirado de seus pensamentos pela voz grossa do menor, que lhe estendia um bolinho, oferecendo para tomar com seu café.

“Então... como você se chama?” – o pequeno perguntou, sorrindo. E aquele sorriso de certo modo desmontou as defesas de Kohara. Era confortável e não sabia explicar direito, mas aquele gesto fez com que ele se soltasse um pouco.

Não demorou cinco minutos para que estivesse conversando com se fossem amigos de infância, discutindo gostos, filmes, café, bolos... tudo era assunto. E sempre tinha algo para falar.

Kohara tinha se empolgado e o menor também estava muito a vontade. Fazia tempo que ele não se sentia assim. Nem com Shinji e Naoyuki ele vinha se sentindo tão confortável para falar as coisas.

E o dia foi se pondo e o menor teve que colocar fim a conversa.

“Foi um prazer, Kazamasa-san”- o baixinho disse, já se levantando, preparando-se para ir embora.

“Não me chame de Kazamasa, pode ser Kohara.” – e se assustou com a própria atitude. Quando iria falar para um estranho lhe chamar pelo primeiro nome. Estava realmente preocupado com quanto o menor tinha lhe cativado.

Via ele se afastando e acenou. Entretanto lembrou que não havia lhe perguntado seu nome.

“Ei, qual é o seu nome?” – disse, em voz alta, mesmo que tentasse não chamar atenção.

“Hiroto.” – o menor disse, levantando os óculos de sol.

Era Ogata Hiroto.


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