||Enquanto todos dormiam||

Eu estava totalmente sem sono algum, e também não podia, eu precisava colocar meus pensamentos em ordem.

Eu estava no Salão Comunal, sozinha, olhando para a lareira sem realmente vê-la. Estava sentada no chão abraçando os meus joelhos, distraída e por isso me assustei quando senti alguém colocando a mão no meu ombro.

_Ai! – gritei, e depois sussurrei – Quase me matou do coração Fred.

_Desculpe. – disse sentando-se ao meu lado. – O que faz aqui? São uma e meia da manhã sabia?

_Não. Eu só estou pensando. – respondi encostando a cabeça em seu ombro.

_Está pensando em que? – perguntou encostando a sua cabeça na minha.

_Hoje a tarde o Malfoy e o Harry me pediram em namoro. Ao mesmo tempo.

_Sério? E o que você disse? Você está namorando quem agora? – perguntou-me espantado

_Sério. Eu disse que não gostava de nenhum dos dois, só gostava como amigos e não queria iludir eles. – disse monotonamente.

_E isso é verdade? – ele virou e eu levantei a cabeça e olhei para ele, que me olhava nos olhos.

_Não. – disse e abaixei a cabeça. – Eu menti para eles, mas eu não quero que eles sofram.

_E você que fica sofrendo? – era uma pergunta retorica, mas mesmo assim eu respondi.

_Eu não ligo. – dei de ombros

_Pois eu ligo. – disse levantando o meu queixo e fazendo-me olhar para ele. – Eu ligo, não gosto de te ver sofrer. Você é linda demais para ficar sofrendo com isso. Eu...

Ele se interrompeu, respirou fundo e de olhos fechados me disse:

_Eu gosto de você Belle. Gosto mesmo. – e quando abriu os olhos ficou me fitando.

Eu fiquei sem reação. Eu sentia, sim, uma forte atração pelo Fred, mas eu nunca pensei que ele também sentia por mim.

_Eu... Hã, eu... – eu não sabia o que dizer – Bom, eu...

_Não precisa dizer nada. – ele disse, e então ficamos nos olhando em silêncio.

Ficamos em silêncio e eu percebia que os nossos corpos começaram a se aproximar como dois imãs, e se aproximavam mais e mais até que nossos lábios se tocaram. Eu não estava pensando em nada, apenas me deixei levar pelo momento.

Era muito diferente dos beijos que eu havia dado, era como se já havíamos feito isso várias vezes, estávamos em sintonia. Seus lábios pediam passagem para que nossas línguas se tocassem que eu concedi. Era um ritmo desconhecido e ao mesmo tempo familiar. Eu podia sentir a sua língua gelada tocando a minha quente, a sensação era muito boa.

Com uma mão ele me puxava para si, e com a outra ele enroscava seus dedos em meus cabelos. Eu estava com uma mão em seu ombro e com a outra em sua nuca.

O beijo acabou com delicados selinhos. Quando nos separamos, ficamos encarando um o outro.

_Desculpe. – pediu ele passando a mão em seus cabelos e virando-se para a lareira.

_Não peça. – eu disse e esperei ele olhar para mim e sorri.

Ele retribuiu o sorriso e passou a mão sobre meus ombros e eu disse:

_Você tem certeza disso?

_Disso o que? – perguntou confuso

_Que quer fazer isso. Mesmo sabendo que eu gosto deles?

_Sim. Se não der certo não deu. – disse sorrindo.

Eu me encostei-me a ele e ficamos fitando o fogo lamber as lenhas.