Segundas Intenções escrita por valeriafrazao


Capítulo 4
Capítulo 4 - Piquenique


Notas iniciais do capítulo

POV Rosalie



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Eu estava tão enjoada da cara do meu meio-irmão, ele era só mais a viver com  o rabo abanando atrás de mim, mas por mais que Edward tivesse todo aquele potencial charme era divertido vê-lo tão sedento em me possuir, coisa que prometi a mim mesma que ele nunca teria no dia em que nos conhecemos. Não por que eu não quisesse, de certa forma eu até imaginava isso, mas Edward era a única pessoa ao meu nível e estando nivelados como éramos não seria justo para nenhum dos dois, o mais engraçado é que vivíamos nesses joguinhos e isso era o que mais me entretia. Então por que ceder quando jogar era mais divertido?

Mas agora havia a aposta feita e ele com certeza não pouparia suas habilidades para conquistar a pobre Bella “virgem” Swan, aquela garota não poderia realmente falar sério quando dizia que esperaria até o casamento, será que ela era maluca ou sofria de algum distúrbio?

Pelas palavras escrita em seu manifesto na revista em que Edward me mostrou conclui que ela falava sério o que tornou a aposta mais interessante ou eu nunca teria topado aquele joguinho dele. Não era do meu feitio ou mesmo o de Edward nos envolvermos em apostas sem graças, mas aquela poderia me ajudar em meus objetivos.

O primeiro motivo para que eu aceitasse a aposta era que se eu ganhasse teria de brinde aquele Volvo espetacular que Edward fazia questão de desfilar para cima e para baixo, se eu perdesse teria que me permitir passar uma noite com Edward onde ele poderia fazer o que quisesse, de certa forma eu ganharia dos dois lados, mas eu nunca permitira que ele soubesse disso.

O segundo e mais importante motivo é que eu poderia conduzir a aposta em meu favor em relação aos meus planos contra a tosca Alice e o ridículo do meu ex-namorado Emmet, tudo que eu precisava era mexer os pausinhos da maneira certa e então antes que Edward percebesse ele estaria fazendo exatamente o que eu lhe pedi e no fim como premio eu ainda teria ganho o seu carro.

Naquela tarde comecei a por meus planos em prática e definitivamente a sorte estava ao meu lado, Edward não estava em casa, tinha ido passar uns dias na casa da tia dele e eu havia combinado de passar a tarde com Alice.

Claro que para mim ficar ao lado de alguém como Alice era um verdadeiro sacrifício, aquela garota parecia ter acabado de sair do jardim da infância e eu não conseguia entender como Emmet pode preferir ela a mim, um verdadeira deusa da beleza entre os homens. Eu com certeza poderia oferecer mais a ele do que Alice.

A sorte definitivamente estava sorrindo para mim, quando cheguei a casa da pequena Alice ouvi algo que de longe pareciam as notas de um violão-celo serem tocadas, as notas eram desafinadas o que me causou arrepios, minha vontade era de tapar os ouvidos mas me controlei.

A empregada da casa me conduziu até a sala onde Alice estava tendo sua aula particular com um majestoso professor se assim posso dizer, enquanto Alice tocava eu os observava da porta.

O professor era muito bonito, chamava a atenção sua extrema beleza, me surpreendeu que a Sra Brandon optasse por contratá-lo quando na verdade ela procurava afastar sua filha de todo e qualquer homem, principalmente os bonitos.

Percebi pela maneira como a aula fluía que existia alguma coisa no ar, e pensei comigo mesma: Se Edward não quer me ajudar talvez eu já tenha um bom candidato”.

Alice estava sentada sobre o banco do piano que havia na sala ela tinha dificuldades em manter o ritimo certo das notas, o bonito professor sentou logo atrás dela afim de ajudá-la, percebi que Alice estremeceu com a presença do homem sentando em suas costas encaixando o corpo contra o seu, a empregada fez menção de avisar nossa presença, mas eu a interrompi antes, queria observar e ter certeza de que realmente havia alguma coisa ali.

Ele pegou sua mão que segurava o arco e começou a correr com ela pelas cordas do instrumento. Alice soltou um leve gemido de prazer ao sentir as mãos do homem sobre a sua, mas ele não parou de tocar, ao contrario continuou tocando o instrumento enquanto Alice respirava mais ofegante.

Os lábios do professor tocaram o lóbulo da orelha de Alice e percebi que ela teve um leve arrepio quando isso aconteceu, constatei então que havia mesmo algo no ar ali, o que seria perfeito para minha vingança contra Emmet.

Alice soltou sua mão da do professor, esticando os braços em volta do seu corpo como desistência ao charme daquele homem, confesso que senti uma pequena ponta de inveja dela e queria poder estar em seu lugar, aquele homem definitivamente tinha o seu charme.

Percebi que a coisa poderia esquentar por ali e me intrometi antes que eles pudessem fazer algo mais, afinal eu poderia usar aquilo para minha pequena vingança e ainda não era a hora de Alice ter o prazer destinado pelos braços daquele lindo professor.

- Tome cuidado. – Eu disse a empregada que estava ao meu lado assim que derrubei propositalmente uma pequena caixa que estava em uma estante próximo a mim. A empregado revirou os olhos com as minhas palavras, mas não ousou me desmentir, retirando a pequena caixa do chão e a devolvendo ao seu lugar, logo depois ela saiu.

Alice e o professor pularam quando o objeto caiu ao chão saltando em conjunto do banco onde estavam sentados.

Alice estava ruborizada enquanto o professor procurava não me olhar, ambos estavam sem graça pelo ocorrido.

- Desculpe. – Eu disse aos dois. – Eu não quis atrapalhar, você estava tocando muito bem Alice. – Agora me dirigindo só a Alice.

Alice assentiu agradecendo e me apresentou o bonito professor a nossa frente.

- Rose, este é Jasper. – Sua voz ainda estava um tanto quanto tremula. – Meu professor de musica.

- Prazer em conhecê-la. – Ele esticou sua mão mim com um leve sorriso, aquele homem era incrivelmente bonito. Mais ainda agora que eu podia vê-lo de tão perto. Senti  novamente uma ponta de inveja de Alice.

Jasper tinha olhos penetrantes e um cabelo que caia levemente sobre seus olhos, sua pele branca e delicada contrariava as formas perfeitas de seus músculos fortes que eram desenhados sobre sua camisa.

Ficamos um tempo na sala conversando nos três, Alice me contou que Jasper estava indo para Juliard, a mais conceituada escola de musica do EUA, depois de um tempo Jasper foi embora e Alice e eu decidimos dar uma volta pelo parque da cidade.

Sentamos embaixo da copa de uma arvore, onde o sol não pudesse queimar minha linda pele, é claro que Alice desleixada como era não se preocupava com isso e eu ainda não conseguia entender como Emmet preferia ela a mim, mas quem disse que a vida era justa? Já que não era, eu faria minha própria justiça.

- Ouvi dizer que Emmet a convidou para sair. – Eu disse despreocupadamente enquanto penteava os cabelos de Alice. Era horrível ter que fazer coisas desses tipo, mas eu tinha que parecer uma boa amiga, não tinha? Então por que não alguns sacrifícios.

E o cabelo daquela garota precisava mesmo de alguns cuidados.

- Ele parece ser um cara legal. – Ela respondeu enquanto  comia algumas balas que havíamos levado, estávamos fazendo uma espécie de piquenique.

- Ah ele é sim. – “Muito Legal” Pensei comigo. Ele é só o cara que me chutou. – E vocês já conversaram?

- Sim. Ele me falou de uma vagabunda que ele deu um fora no quatro de julho. – Ela me disse despreocupadamente, mas a fúria de ouvir as palavras saindo da boca de Alice me fez puxar um pouco mais forte seus cabelos.

- Ai. – Ela gemeu com meu puxão.

- Desculpe. – Respondi sem o menor remorso.

- Bem... – Ela continuou a tagarelar depois de minhas desculpas. – Emmet me chamou para sair no dia do trabalho.

- Que bom e você vai?

- Não sei, estou com medo. – Ela respondeu com sinceridade.

- De que? – Perguntei intrigada.

- De rapazes. Nunca fiz nada nem ao menos as preliminares. – Aquela garota era mesmo uma tosca como Edward há havia chamado antes. Resolvi que talvez fosse bom colocar um pouco de lenha naquela pequena fogueira chamada Alice.

- Nunca praticou com uma amiga? – Perguntei como se fosse a coisa mais normal no mundo.

- Não. É nojento. – Alice fez uma careta. Eu ri de sua inocência, mas ela não percebeu.

- Claro que não. – Eu soltei seus cabelos puxando a pelos braços fazendo a ficar frente a frente comigo.

Alice não tinha experiência nenhuma e se eu quisesse que ela pudesse passar por uma vagabunda afim de me vingar de Emmet, eu teria que ensinar alguma coisa a ela.

- Como você acha que todas aprendem? – Perguntei quando Alice já estava virada completamente para mim. – Olhe para mim. – Ordenei a ela.

Alice me encarou, os olhos arregalados, não entendendo exatamente o que eu pretendia fazer.

- Agora feche os olhos. – Eu ordenei novamente e Alice me fitou incrédula.

- Você esta falando sério? – Alice parecia ter acabado de chupar um limão, eu me controlava  para não soltar o riso com suas caretas.

- Quer aprender ou não? – Não era exatamente uma pergunta que eu fazia a ela, soava mais como uma ameaça.

- Acho que sim. – Ela me respondeu por fim depois de pensar por dois eternos segundos.

Alice fechou os olhos como eu havia ordenado anteriormente e me estiquei até seus lábios beijando a suavemente, ela retribuiu de bom grado apesar de seu beijo ser imatura e sem sabor, ela realmente não estava mentindo quando disse que não tinha nenhuma experiência em nada.

Quando nos afastamos ela abriu os olhos, agora sem nenhuma careta.

- Viu? Não é tão apavorante. – Eu disse a ela que sorriu.

- Não. Realmente não é.

Mas ainda não era o bastante, se Alice não sabia beijar e eu teria que fazer o trabalho sujo, então era necessário que eu a ensinasse corretamente. Tirei os óculos escuros que usava para me proteger do sol, respirei fundo e parti para continuidade daquela pequena aula.

- Ok. Vamos tentar de novo. – Esperei pela recusa de Alice, mas desta vez ela assentiu com um breve sorriso, percebi que sua língua passando delicadamente pelo seu lábio inferior, então continuei com as explicações. – Só que desta vez eu vou enfiar a língua na sua boca e quero que você use a sua para massageá-la, estas são as preliminares Alice.

Alice assentiu com a cabeça sem nada dizer, se posicionando mais uma vez a minha frente.

- Feche os olhos. – Eu ordenei a ela. Ela apenas sorriu enquanto seus olhos já estavam fechados.

Me aproximei novamente de seus lábios, agora invadindo sua boca com a minha língua, Alice seguiu com o mesmo movimento e pude sentir sua respiração ofegante quando nossas línguas se encontraram.

Ela seguiu todas as instruções que eu lhe dera, massageando carinhosamente  minha língua sobre a sua, senti o gosto das balas que ela estava comendo instantes atrás o que me deixou enjoada, mas eu precisava ensiná-la.

Me afastei de Alice que agora manteve seus olhos fechados e os lábios entre abertos esperando o retorno dos meus, tive que me segurar mais uma vez para não rir de sua ingenuinidade.

- Viu? Nada Mal. – Disse a ela que ainda mantinha os olhos fechados.

- Foi muito bom.  – Alice ainda suspirava pelo êxtase do primeiro beijo.

- Talvez você deva tentar com seu amigo Jasper. – Eu decidi cutucá-la um pouco.

Alice abriu os olhos abruptamente, encarando me com cara de espanto pelo que acabara de dizer.

- O que você quer dizer com isso? – Perguntou ela.

- Ah Alice. É tão obvio ele é louco por você. – Procurei parecer mais uma vez despreocupada.

Alice era tão ingênua que apenas sorriu, por alguma razão inexplicável ela sentia que poderia confiar em mim quando nem eu mesma confiava.

- Ele me manda cartas de amor sabia? – Alice estava com aquele ar de garotinha apaixonada e eu pensei comigo mesma Perfeito! Apesar de antiquado, quem nesse mundo ainda envia cartas de amor para alguém?

- Que romântico! – Tentei parecer empolgada. – Você responde?

- Não. – Sua expressão desapareceu, ela parecia preocupada.

- Mas você não gosta dele?

Alice de repente parecia ter tomado um choque. Ela se levantou e iniciou a choramingar como se minha pergunta fosse um tapa que ela acabara de receber.

- Gosto sim. – Sua voz parecia de uma menina de 5 anos a chorar. – Penso nele o tempo todo Rose. Se minha mãe descobrir ela vai me matar.

De repente uma idéia me veio a mente.

- Você guarda as cartas certo?

Alice sussurrou tão baixo que quase não a ouvi, não consegui entender por que ela sussurrava se estávamos sozinhas.

- Sim em uma casinha de bonecas no meu quarto. – O que mais eu poderia esperar desta garota? Uma casinha de bonecas? Por Deus temos 18 anos...

- Ok Alice, quero que tire copias e me de. – Disse a ela me recusando a esquecer o fato de que ela tinha uma casinha de bonecas no quarto.

- Por que? – Ela me perguntou.

- Por que sou ótimas com cartas de amor e posso ajudá-la. – Coloquei minha melhor expressão de super melhor amiga de uma criança, claro, para respondê-la. – Com a minha ajuda Jasper vai comer na sua mão e vocês até podem se encontrar na minha casa.

- Faria mesmo isso por mim? – Um sorriso brotou no seu rosto.

- Claro Alice, afinal somos amigas.

- Grandes amigas. – Ela me corrigiu lançando-se para mim em um abraço quase me derrubando.

Por mais que eu quisesse arrancá-la de cima de mim tive que retribuir, eu precisaria dela para minha vingança contra Emmet e já via naquela historia com Jasper grandes possibilidades, com certeza Alice me ajudaria, mesmo que ela ainda não soubesse disso.


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