Beautiful Nightmare escrita por AnneNeveu


Capítulo 2
Blame it on the Alcohol


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, mesmo! Achei que ninguém fosse ler, rs. Espero que gostem desse capítulo, em breve postarei mais :D



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Eu sei que isso soa inacreditável, eu mesma me recusei a admitir que era verdade. Mas não havia nenhuma outra explicação plausível para o que havia acontecido. É claro que a existência de monstros sugadores de sangue não era a hipótese mais verossímel de todas, mas era a única que se encaixava. O que mais atacaria meu pai em uma área urbana, sem deixar nenhum sinal de violência, nenhuma gota de sangue em seu corpo? Fiz inúmeras pesquisas na internet, e encontrei alguns depoimentos que reforçavam minhas suspeitas. Estava convencida de que meu pai fora morto por um vampiro. Infelizmente, eu era a única que acreditava nessa tese insana, minha mãe não queria nem ouvir falar em sobrenatural. Não a culpo por isso, se fosse a minha filha falando em seres míticos provavelmente já a teria encaminhado para um psicólogo.

Viemos para Mystic Falls justamente porque era a cidade mais quieta e pacata que se possa imaginar, um lugar onde definitivamente não haveria brecha para as minhas alucinações. Ela até já arranjou um emprego por aqui, como professora de inglês do ensino médio, possivelmente para poder me vigiar até na escola. Todas essas preucações são extremamente infundadas, apesar de compreensíveis. É impossível controlar uma adolescente de 17 anos 24 horas por dia. Além do mais, não importa o que seja feito pra me impedir, eu sempre arranjo um jeito de me meter em confusão. Afinal, que graça teria a vida sem um pouco de perigo?

***

– Ei, garçom, me traz mais uma, por favor. - Exclamei apontando para o meu copo vazio. O loiro alto e bonito que me atendia me olhou com desconfiança, sem saber se deveria me servir bebidas alcóolicas ou não. - Vamos lá, não seja estraga prazeres. Vai ser nosso segredinho. - Ele pensou por alguns segundos e deu de ombros, finalmente me trazendo mais um copo daquela bebida azul celeste que eu nem sabia o que era. Tomei um longo gole, apreciando o modo como meu corpo ficava instantâneamente mais solto, mais relaxado.

– Você não é um pouco nova demais pra já estar começando com os hábitos alcóolatras? - Ouvi alguém dizer. Virei pro lado para me ver de onde vinha a voz e me deparei não com um humano, mas com um deus. Seus sorriso sarcástico e muito branco contrastava com os cabelos extremamente negros. Seus olhos azuis eram simplesmente hipnotizantes, e a blusa preta colada marcava os músculos do braço. Precisei de alguns segundos pra me recuperar do choque e conseguir responder alguma coisa.

– Você também não me parece estar muito sóbrio - Disse apontando com a cabeça para a garrafa de absolut quase vazia do lado dele.

– O quê, isso? É apenas o aquecimento. Tem muito mais de onde saiu isso. - Ele sorriu sedutoramente.

– Que tal dividir as próximas doses? Acabei com o meu copo e não acho que o garçom esteja disposto a me servir mais um. Além do mais, é muito mais divertido ficar de porre em boa companhia - Sorri de volta. Ele fingiu pensar por alguns instantes:

– Acho que não. Já tenho problemas demais com a polícia pra começar a servir bebida pra menores.

– Você é quem sabe.

Dei de ombros e fui sorrindo até o salão de jogos, do outro lado do bar. Peguei um taco de sinuca do suporte e sujei meus dedos de giz, arriscando uma primeira jogada. Eu era péssima nesse jogo, mas nunca tão ruim quanto naquela hora. Não só não consegui acertar a bola branca como acertei uma das coloridas sem querer, que pulou e saiu quicando até o final da mesa.

– Isso aí foi efeito do álcool ou você sempre teve uma mira horrorosa?

Reconheci a voz sarcástica e sedutora do estranho que conhecera há poucos minutos. Me virei para repondê-lo mas me surpreendi com sua proximidade. Estava tão perto que podia sentir sua respiração em minha pele.

– Minha mira não é horrorosa. Aconteceu examente o que eu queria, é uma nova tática de jogo, só os experts entendem.

– Ah, tá bom. Qual é sua próxima tática, encaçapar a bola branca? Porque, você sabe, assim você iria perder de uma vez e se poupar da vergonha

– Faz melhor então. - Sorri desafiadoramente. Não que fosse nem um pouco difícil fazer melhor do que eu. Ele sorriu de volta, com ar convencido, e pegou o taco da minha mão. E num piscar de olhos ele havia encaçapado duas bolas de uma vez.

– O que você estava dizendo? - Perguntou rindo.

– Ah, cala a boca e me ensina a fazer isso.

– Bom, você poderia começar segurando o taco direito.- Ele colocou-o na minha mão mostrando qual era a posição certa. - Agora você desliza ele entre esses dois dedos aqui, de preferência em direção à bola, se você tiver essa capacidade. - Sorriu sarcasticamente.

Ele se posicionou atrás de mim, segurando as minhas mãos no taco para mostrar como deveria ser o movimento. E mais uma vez sua proximidade me deixou nervosa. Evitei respirar com medo de ficar ainda mais próxima dele, por mais tentadora que fosse essa ideia. Senti seu peito encostado em minhas costas e seu perfume forte deixou minha mente um pouco enevoada. Não conseguia me lembrar exatamente porque estava aprendendo a jogar sinuca quando porderia estar beijando o estranho lindo. Larguei o taco em cima da mesa barulhentamente e me virei, dando de cara com os olhos com o azul mais profundo que já vira. Me aproximei ligeiramente dele, o que foi o suficiente para os nossos narizes se encostarem. Ele baixou sua cabeça e encostou seus lábios nos meus. Foi como um pequeno choque que começou na minha boca e se propagou até as pontas dos meus dedos. Conforme sua língua adentrava minha boca, suas mãos me seguraram pela cintura e pelos cabelos. Ele tinha um gosto diferente, estranho. Doce, mas com um toque ligeiramente metálico. O beijo suave foi ficando mais intenso, e antes que eu pudesse notar estava sentada na pia do banheiro masculino com as pernas ao redor de seu tronco. Suas mãos firmes apalpavam meu corpo enquanto nossos lábios se moviam em sincronia. Apenas me dei conta de onde eu estava quando o bartender loiro que me servira anteriormente abriu a porta.

– Ah, annh, desculpa, não sabia que estava ocupado.

Finalmente caí em mim. Eu estava me agarrando com um total estranho no banheiro de bar. O que diabos eu estava fazendo? Olhei para meu pulso e o relógio acusava 2:43 da manhã. Minha mãe deveria estar parindo um alienígena de preocupação, eu nem ao menos levara o celular ou dissera a ela para onde ia.

– Oh, Deus. Tenho que ir. - Pulei do balcão rapidamente. - Até mais.

O estranho pareceu perplexo, ficou apenas me observando enquanto eu corria desastradamente até a porta de saída.


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Notas finais do capítulo

BLAME IT ON A-A-A-A-A-ALCOHOL!



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