One-Shot-O Segredo Da Ilha escrita por Alana Mara Farias
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem
Quando Edward gritou já era tarde demais. Senti duas finas agulhas penetrarem em
meu pescoço sugando rapidamente o sangue que ali se encontrava. Eu sentia meu
corpo ficar pesado demais para que eu conseguisse o sustentar, porém antes de
cair, algo me tirou do poder daquelas agulhas, rasgando a pele de meu pescoço.
Fui empurrada até cair fora dos limites daquela pequena faixa de terra.
Mesmo fraca, me ajoelhei e estendi a mão para Edward que estava a poucos
metros de mim, porém Emmett o puxou para a escuridão daquele lugar.
-
Edward!
Edward’s P.O.V
Depois de conseguir tirar
Bella dos braços de Emmett, empurrei-a para longe dali a fim de afastá-la da
sede incontrolável de meu irmão. Vi
Bella estender a mão para mim e quando fui segurá-la, fui puxado pela perna e
arremessado às árvores, fazendo com que inúmeras delas, se partissem ao meio
devido ao choque contra meu corpo. Levantei-me rapidamente assim que cheguei ao
chão e preparei-me para a luta.
Emmett apareceu sorrindo de modo cínico,
ainda com o sangue de
Bella em seus lábios.
- Não fiquei muito feliz com o seu comportamento,
irmãozinho. Não irá negar um pedaço de carne a um amaldiçoado, não é?
- Ela
não é a sua comida Emmett! Ela pertence a mim. – o encarei com determinação,
mostrando que eu era o dono daquela menina.
- Então parece que vamos ter de
lutar por ela.
Dizendo isso Emmett correu ao meu encontro e eu fiz o
mesmo, chocando-nos no ar. Assim que me separei dele avancei novamente e chutei
seu peito, jogando-o a uns metros de distância. Corri em sua direção e fui pego
pelo pescoço, porém me desvencilhei e chutei suas costas fazendo-o se
desequilibrar. Emmett estava fraco, mas era um bom lutador, contudo, o veneno em
seu corpo juntamente com o sangue de
Bella, começava a fazer efeito.
- Emmett, me escute. Não quero ter de
lutar com você. O sangue de uma Alcaiate corre neste minuto por suas veias e
sabes o que lhe acontecerá.
- Um raio não pode cair duas vezes num mesmo
lugar. – zombou ele, não acreditando em minhas palavras.
- É verdade, por
favor, deixe-me ajudá-lo. Ainda há tempo para que eu consiga retirar o veneno de
seu corpo.
- Não preciso de ajuda! Nunca precisei! Nesses dois séculos que
fiquei preso nesta ilha eu nunca lhe pedi ajuda. Você que apareceu do nada e
desperdiçou seu tempo alimentando um amaldiçoado como eu. E agora eu não quero
sua pena e muito menos compaixão!
Emmett rosnou para mim e eu corri a
fim de chegar ao limite que ele não poderia ultrapassar, entretanto meu irmão me
atacou por trás, segurando em meus ombros e forçando minha coluna para frente a
fim de partir meu corpo em dois. Porém, de repente ele me soltou, cambaleando
para trás, eu me afastei indo em direção a
Bella.
- Você não vai escapar.
Esquivei-me de seu golpe e corri
o mais rápido que pude até o limite, onde encontrei
Bella deitada a apenas 2 metros dali.
-
Bella, meu amor, você está me ouvindo?
Bella!
Fim de Edward’s P.O.V
Desespero. A voz de
Edward estava abafada e retorcida em desespero. Abri os olhos e o encarei,
tentando sorrir, mesmo estando fraca demais. Ele alisou meu rosto e eu tremi,
sentindo pela primeira vez um frio anormal. Deixei Edward examinar a ferida em
meu pescoço, olhando para o lado. Foi ali que o vi pela primeira vez, tentando
se aproximar de mim. Emmett. O vampiro que acabara de sugar meu sangue estava há
poucos metros de mim, olhando-me ferozmente com meu sangue em seus lábios. Ele
rosnava raivosamente sem tirar seus olhos dos meus. Franzi o cenho, confusa.
Emmett queria meu sangue e queria vir até mim, mas porque ele não conseguia?
Seus braços mexiam-se nervosamente para aproximar-se, porém parecia que uma
parede invisível impedia que ele avançasse. Ali, olhando para os dois vampiros
que estavam prestes a travar uma briga, eu percebi o que estava acontecendo. Não
era Edward que estava proibido de ultrapassar aquela faixa de terra, era Emmett.
Ele simplesmente não conseguia, por mais que ele se esforçasse, passar daquele
limite.
- Eu a quero!
Nesse instante, algo estranho aconteceu. O
corpo de Emmett se contorceu e ele caiu de joelhos, parecendo fraco demais.
Edward correu desesperado ao seu encontro, ajoelhando-se de frente para Emmett.
Por que Edward o ajudaria? E por que Emmett estava tão fraco, parecendo estar à
beira da morte? De repente, como um clarão, tudo se encaixou na minha mente.
Flashback #
- Mas por que me mantém viva? – insisti.
-
Porque se eu morder você eu morro. Literalmente. – disse ele alisando as minhas
mãos.
- Morre? Como assim? Pensei que vampiros só morriam quando eram
desmembrados e queimados.
- Você não está de todo errada. Porém, quando o
chefe Alcaiate me amaldiçoou nesta ilha, também me tornou prisioneiro da minha
própria sede. Ele sabia que o sangue Alcaiate era o meu ponto fraco, por isso,
disse que se um dia eu bebesse o sangue de um Alcaiate novamente eu morreria.
- E como isso funciona? Meu sangue é venenoso ou algo do tipo?
- Seu
sangue puro é inofensivo. Contudo, quando meus dentes perfuram a pele da minha
vítima, eu solto um veneno para paralisá-la, para que ela não consiga se soltar
e fugir. E esse veneno junto com o seu sangue é mortal pra mim... e também pra
você. – Edward me olhou de forma tão triste, tão melancólica. Por um minuto
senti que ele tinha medo de me perder, de não conseguir se controlar e matar a
nós dois.
- Quer dizer que se você me morder nós dois morremos? –
imediatamente me lembrei do sonho que tive de Edward me mordendo, mas ali, a
única que morria era eu.
- Exatamente. Por isso tenho de me controlar,
porque uma coisa é matar a mim mesmo e outra muito diferente, é levar você
comigo. E isso eu não farei nunca. – ele me envolveu em seus braços e eu fechei
meus olhos, sentindo seu aroma inebriante.
Fim de Flashback #
Edward não era o amaldiçoado. Era o Emmett! Era Emmett que não podia
sair daquela ilha, era ele que estava preso naquele pedaço de terra sem poder
sair dali desde o dia em que foi amaldiçoado por matar uma Alcaiate. E Edward
era o que trazia as vitimas que serviam de comida para o vampiro amaldiçoado.
Por que Edward era livre, ele podia ir e vir a qualquer momento. Por isso ele
conseguia também, trazer comida e água mineral para mim. Quando ele me contou a
história de sua suposta transformação, Edward, na verdade, contou-me a história
de Emmett, seu irmão.
Edward’s P.O.V
- Eu a quero!
Quando Emmett caiu de joelhos no chão, fui desesperadamente ao seu
alcance, a fim de salvá-lo.
- Emmett, meu irmão, deixe-me retirar o
veneno de seu corpo, por favor.
- Não. – negou ele, segurando firmemente em
meu rosto, obrigando-me a encará-lo – Não faça isso!
- Não posso deixá-lo
morrer! Você é meu irmão!
- Até mesmo quando tento lhe matar, você me
estende a mão. – ele sorriu, respirando pela primeira vez em todos esses
séculos. – Deixe-me morrer. Salve a garota, eu não preciso mais viver.
- Meu
irmão, eu não posso ignorar sua morte. Eu o amo, mesmo depois de ter sido
transformado. Por isso, procurei por você e quando o achei nesta ilha,
sacrifiquei minha liberdade para trazer-lhe comida e um pouco de vida. – meus
olhos doíam por conta das lágrimas que não podiam sair.
- Não sofra por mim.
- Emmett! – sacudi seus ombros quando o vi fechar os olhos – Emmett! Por
favor, irmão!
- Obrigado Edward, meu irmão. Hoje é o dia mais feliz de minha
existência, pois você me libertou de minha morte e entrega em minhas mãos, a
vida eterna.
Dizendo isso, Emmett soltou um pesado suspiro e caiu em
meus braços. Eu agora segurava o corpo de meu irmão que estava livre da maldição
daquela ilha. Vendo-o ali, lembrei-me de
Bella, que precisava de minha ajuda. Fui ao seu encontro e a achei imóvel no
chão.
-
Bella, meu amor, acorde! Por favor, não me deixe!
Afastei seus cabelos
do ferimento de seu pescoço e suguei o veneno de suas veias. O retirei
completamente até sentir o gosto de seu sangue puro, porém, nada adiantou. Ela
já não mais respirava.
Fim de Edward’s P.O.V
Acordei de meu pesadelo num ambiente totalmente
escuro. A princípio pensei que estivesse na caverna, porém, senti minhas roupas
úmidas e quando espalmei as mãos naquele chão encontrei grama. Olhei para os
lados e vi o corpo de Emmett estirado no chão, sem vida. Algo naquela ilha
estava errado.
- Edward cadê você? Edward!
Aproximei-me daquele
corpo imóvel e não consegui entender como Emmett havia morrido e eu não.
Ajoelhei-me perto de seu corpo e de repente ele não estava mais lá. Emmett
estava parado em pé na minha frente, sorrindo de modo amedrontador.
-
Procurando por seu amiguinho?
Senti o ar escapar de meus pulmões quando
Emmett sacudiu em suas mãos o corpo inerte de Edward, completamente distorcido e
deformado. Aquilo não podia ser verdade. Não pode ser.
- Não! Não! Pelo
amor de Deus, não! NÃO!
-
Bella, acalme-se. Shhh!
Braços me envolveram e eu entrei em pânico. Eu
queria Edward. Eu queria o meu Edward de volta.
- Solte-me! Solte-me!
Deixe-me ficar com Edward, por favor! Eu preciso vê-lo uma última vez! Edward
não me deixe! Não!
Lágrimas escorriam ferozmente por meu rosto enquanto
eu sentia uma dor absurda corroer todo o meu corpo. Aquilo era pior do que a
sensação de quando fui mordida, de quando senti meu sangue sair de meu próprio
corpo. Aquela dor por não ter Edward comigo era pior. Eu não conseguia respirar
direito e o desespero que eu sentia era enlouquecedor.
- Filha, se
acalme. Está tudo bem. Foi só um sonho ruim.
Ouvi minha mãe dizer, ao
conseguir deitar-me na cama e segurar meus braços e pernas para que eu parasse
de me debater.
- Mãe? É você? Mãe?
Aquilo estava me
enlouquecendo. A morte de Edward começava a me afetar seriamente.
- Sim,
meu amor, sou eu. Agora se acalme, por favor. – uma luz se ascendeu e eu percebi
que estava no meu quarto, com minha mãe sentada ao meu lado na cama.
- Mãe?
Mãe! – a abracei, deixando mais lágrimas escaparem – Mãe o que aconteceu? Como
eu vim parar aqui. Isso e impossível! Eu preciso voltar para a ilha! Preciso ver
o Edward. Ele não pode ter me deixado! Eu o amo! Mãe, por favor, me leve de
volta!
-
Bella, se aquiete, por favor! Fique calma para que eu consiga lhe explicar o
que aconteceu.
Eu tentei respirar o mais profundamente que consegui,
porém o ar em meus pulmões era escasso. Era impossível pensar em outra coisa a
não ser em Edward.
- Como eu vim parar aqui? – repeti, dessa vez com um
pouco mais de calma na voz.
- Eu sonhei com você, minha filha. Quando seu
pai e eu estávamos voltando para casa, dentro do avião, tive um sonho onde você
estava na ilha e em perigo. Eu sabia que aquilo era verdade. Que aquele sonho
estava me avisando o que iria acontecer, então corri o mais rápido que pude para
chegar àquela ilha e salvar você. E foi o que fiz. Estou agradecida por possuir
um sangue Alcaiate. Isso nunca me ajudou tanto quanto agora.
Minha mãe
me abraçou e por um momento esqueci-me de tudo e me deixei usufruir daquele
momento. Sentindo o cheiro de lavanda que minha mãe tinha.
- Eu senti
tanto a sua falta, minha filha. Pensei que nunca mais veria esses olhos abertos.
– eu sorri ao ouvir a típica preocupação de mãe.
- Eu também senti sua
falta. Mas, por favor, preciso voltar à ilha. Eu preciso ver Edward.
- Eu
estou aqui.
Ao ouvir aquela voz, olhei surpresa para minha mãe, com medo
de que ela achasse que eu estava louca ao ouvir vozes do além. Ela segurou minha
mão e beijou minha testa, levantando-se da cama e indo em direção a porta para
abri-la. Olhei para ela confusa. O que ela estava fazendo?
Até que detrás
daquela porta, ele apareceu. Vi minha mãe abraçá-lo e ele sorrir em resposta.
Aquilo era possível? Minha mãe nos deixou sozinhos e Edward se aproximou,
sorrindo para mim.
- EDWARD!
Pulei em seu colo, enchendo-o de
beijos e apertando-o o mais forte que eu podia. Eu chorava tanto que ficou
impossível falar algo. Ele apenas me deixou beijá-lo, mantendo suas mãos firmes
e frias ao redor de minha cintura. Depositei meu rosto na curva de seu pescoço,
sentindo seu cheiro inebriando-me lentamente. Eu não podia acreditar que ele
estava ali.
Levantei meu rosto para olhá-lo e me aproximei de seus lábios,
beijando-o desesperadamente. Eu necessitava dele depois de ter pensado que o
havia perdido. Suas mãos alisaram meu corpo e me deitaram cuidadosamente na
cama, onde nos amamos por um tempo que para mim pareceu infinito.
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- E
foi assim, Edward, meu filho, que seu pai e eu nos conhecemos. – afaguei o
cabelo dele que estava deitado em sua cama, ouvindo pela primeira vez o que se
passou comigo e Edward naquela ilha.
Depois que engravidei de Edward,
esperei por 9 anos para contar ao nosso filho, a verdadeira história sobre a
minha vida que poucos conheciam.
- Porém, você tem que nos prometer que
não vai contar essa história para ninguém ok? – pediu Edward.
- Eu prometo
papai. Esse é o nosso segredo. O segredo da ilha.
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Xau Amo vcs!!!