TRÊS ANOS DEPOIS...

O tempo começou a passar tão depressa que quando dei por mim, já haviam se passado três anos. Parecia que tinha sido ontem o dia que eu cheguei a Londres. Naquela época eu não tinha a mínima ideia de quão louca minha vida se tornaria. Nunca pensei que iria fazer grandes amigos, viver aventuras e... Apaixonar-me por alguém. Não qualquer alguém, mas um cantor de extremo sucesso. Quando eu tive a sorte de me encontrar com ele e seus companheiros de banda, a fama da One Direction era mínima para o que lhes esperavam no futuro. Aliás, nem eu sabia o que me esperava no meu futuro.

Hoje, eu cursava medicina na Faculdade de Londres. Cada vez que eu estudava e me dedicava, eu lembrava do meu irmão falecido. Este era o seu sonho. Um dia eu vou ser médico, Nininha. Vou cuidar de você direitinho. Lembrei-me de suas palavras. Não vou dizer que eu não sentia a falta dele e que eu havia superado a sua perda, porque seria uma mentira. Eu só arranjei uma maneira de seguir em frente e seguir sorrindo. Devo agradecer aos meus amigos pelo apoio que me deram na época que eu mais precisava, sem dúvidas, sem eles eu não teria aguentado a morte do meu irmão mais velho.

Eu ainda via constantemente minhas primas e eu ficava feliz em perceber que elas estavam sendo felizes. Mel, a minha Sherlock, parecia estar cada vez mais apaixonada pelo seu namorado, Niall. O pequeno irlandês parecia que finalmente havia encontrado sua alma gêmea, ele ainda continuava com seu olhar carinhoso e super protetor com “a sua pequena” como ele gostava de chamá-la. Luce também vivia feliz com Josh, mesmo que ela estivesse estudando em Liverpool. Ah! Esqueci de mencionar que Luce decidiu cursar engenharia, mas para a tristeza da mãe ela só foi aceita na faculdade em Liverpool. Apesar da distancia, nada atrapalhava o namoro e as visitas constantes de Susana e Steve. Eu tinha noticias de todos, menos de alguém que eu machuquei no passado. Nunca mais eu tinha visto John, e nem escutado nada sobre ele. Eu esperava que ele estivesse feliz e que tivesse encontrado alguém que desse valor para ele.

Meus tios estavam felizes e curtindo a casa só para eles, já que cada uma das minhas primas e eu nos mudamos. Eu não tinha nada para reclamar desses últimos anos. Eu estava feliz e amava o meu namorado. Sim, eu e Harry ainda estávamos juntos, aliás, bem mais juntos. Por muita insistência dele, eu acabei me mudando para sua casa. O que quer dizer que estávamos morando juntos. Era muito raro ver nós dois brigando, estávamos muito mais ocupados e interessados em curtir o tempo que tínhamos do que desperdiçá-los. Com a agenda da One Direction quase sempre lotadas, morar com ele me fez vê-lo mais do que se estivéssemos morando em lugares diferentes. O que foi bom, porque não tinha como descrever o quão era bom acordar e ver o homem que amava ao seu lado.

– Baby, eu trouxe as pizzas! – Harry gritou assim que chegou em casa.

– Já era hora! Já pensou se Niall chegasse aqui e não visse a pizza? Aposto que ele surtava. – Comecei a rir.

– Não tive culpa o transito estava caótico. Onde eu coloco?

– Poe ali em cima da mesa. – Respondi enquanto ia até a cozinha pegar alguns copos.

– Ei... Vem cá, eu quero aproveitar o tempo com você antes do pessoal chegar...

Harry praticamente ronronou enquanto vinha até mim e me puxava delicadamente pela cintura. Eu tive que por os copos em cima da bancada para que eles não espatifassem no chão. Harry me deu alguns beijos em meu pescoço me fazendo arrepiar levemente, e com um sorriso bobo no rosto me virou para que eu pudesse lhe encarar. Antes de me beijar, ele murmurou um “eu te amo” em português – sim eu o havia ensinado a falar português, pelo menos algumas frases e palavras básicas – e aquela singela declaração me fez sorrir ainda mais. Nossos lábios se encostaram calmamente e de inicio, tudo não se passava de um demorado selinho, aos poucos nossas bocas se entreabriram possibilitando um beijo mais íntimo. Senti suas mãos prenderem a minha cintura contra o seu corpo, enquanto as minhas brincavam com seus cachos despreocupadamente.

Aquelas sensações que eu sentia logo quando eu namorava o Sr. Styles pareciam terem se intensificado ao longos desses anos. Cada beijo que nós dávamos causava um efeito diferente para mim. Claro que uma sensação boa, mas ainda sim, eram únicas. O mundo poderia estar se acabando naquele exato minuto, que eu estaria aproveitando o seu beijo. Notei que eu sorria feito boba a cada pausa que dávamos, Harry me olhava com tanto carinho que me fazia sentir a mulher mais sortuda de todo mundo. E de fato eu era. Eu tinha muita sorte de Harry gostar de mim e de estarmos juntos. Hoje, eu dependia dele e sei que ele também dependia de mim. Era como se... Se um não existisse, o outro também não existiria. Fomos feitos para ficar juntos, uma vez ele me falou. Nosso beijo foi terminando aos poucos, ficaríamos abraçados por um bom tempo se não escutássemos a campainha tocar.

– Eles chegaram, amor. – Falei depositando um último selinho em seus lábios.

– Deixa eles lá.

– Harry!

– Ah, não deixa eles lá... Quero ficar contigo hoje.

– Se você não for atender a porta, vai dormir no sofá! – Ameacei brincando.

– Opa, então eu já vou atender.

Eu ri boba com a atitude dele e logo eu o vi indo até a porta para abri-la ao pessoal. Logo eu escutava as vozes de Niall, Mel, Liam, Dani, Zayn, Perrie, Louis e El. Luce ainda estava em Liverpool e Josh havia dito que iria para lá a fim de passar o final de semana com ela. Nos finais de semana eram assim agora. Sempre marcávamos na casa de um para nos encontrarmos e bater papo. Da última vez havia sido na casa de Perrie e Zayn. Acabei pegando os copos e levei até a sala a onde o pessoal estava se acomodando, como cada um falava ao mesmo tempo estava um barulho só.

– Harold, seu idiota! Demorou de abrir a porta por quê? – Louis perguntou fingindo estar irritado.

– Eu estava fazendo algumas coisas... – Harry olhou para mim e piscou discretamente, eu corei.

– Isso quer dizer: eu não queria ver vocês. – Zayn falou.

– Qual é!

– Já lhe vamos cara, vai ter que aguentar todos nós até morrer. – Liam se aproximou do grupo de amigos.

– É só se encontrarem que se esquecem da gente. – El fez um biquinho.

– Já me acostumei, amiga. – Dani lamentou.

– Sempre nos excluem da conversa. Ei, Nina, quando a Luce vai vir? – Perrie me perguntou.

– Ah, acho que próxima semana. As provas dela estão terminando então...

– GALERA EU QUERO FALAR. CALEM A BOCA TODOS.

Niall gritou da onde estava, uma de suas mãos envolveu a barriga da namorada e com uma mão livre entrelaçou os seus dedos nos dela. Todos nós paramos de conversar e começamos a prestar atenção no jovem casal.

– O que foi, Niall? – Liam indagou.

– Quero fazer um comunicado. Para isso quero que todos fiquem quietos.

– Falando desse jeito até parece um homem. – Louis debochou.

– LOUIS! – El o advertiu.

– Tá bom. Não vou falar nada, desculpe.

– Ok. Bom... – Niall parecia um pouco sem jeito para contar isso. – É que... Eu e a Mel... Nós...

– Bora Nini, fala logo! – Harry pressionou.

– Bom nós vamos... – Parecia que Niall havia ficado com vergonha subitamente.

– Nós resolvemos morar juntos. – Mel falou finalmente acabando com o mistério.

– AWEEEE! HORAN! ALELUIA, HEIN? – Zayn bateu palmas e foi cumprimentar o amigo.

– GAROTOS! GAROTOS, AGORA FERROU, NÃO PODEMOS FAZER NOSSAS FESTINHAS SECRETAS NA CASA DO NIALL! – Louis gritou subitamente preocupado.

– O QUE?! – Todas as namoradas falaram ao mesmo tempo.

Os meninos começaram a rir das nossas reações e falaram que era uma brincadeira. O clima melhorou depois disso, e logo estávamos rindo, conversando e até cantando algumas músicas. Vez ou outra, Niall roubava beijos da Mel e a deixava um pouco envergonhada o que era fofo. Nosso grupo de amigos não estava completo, mas eu estava feliz em vê-los ali. Se tiver uma coisa que eu aprendi vindo para Londres era que tudo poderia acontecer. Você vai se deparar com muitas situações diferentes, algumas fáceis e outras difíceis. Muitas vezes você vai se sentir pressionada, sozinha e triste, mas se você fizer a escolha certa, vai perceber que tudo isso acontece porque a vida é assim. Imprevisível e estranhamente surpreendente.

Aprendi também que mesmo que o mundo lhe diga não, você deve seguir o seu coração. Porque no final das contas é a sua vida. Sua felicidade. Suas escolhas. Se tiver poucas pessoas lhe apoiando, não ligue para isso. Lute por elas. Lute por quem ama. Nós não nascemos para agradar a todos, e sim, agradar aquelas poucas pessoas que você pode chamar de verdadeiras. Serão elas que no final estarão com você, custe o que custar. Nada na vida é eterno. Uma roupa passa a ser velha, um colar pode quebrar, o sapato pode não dar mais. Temos que aproveitar enquanto somos jovens. Temos que manter para sempre as boas lembranças e os sentimentos mais sinceros, são estas coisas que sempre ficaram em nossos corações. Pode ter certeza que passaram anos, mas elas estarão guardadas junto a ti. Se você está pensando em vir para cá, eu só lhe digo uma coisa: Boa sorte para acompanhar o pique de Londres.

– Então... Esse é o nosso final feliz? – Harry sussurrou no meu ouvido, ignorando a faladeira dos nossos amigos.

– Nosso final feliz está apenas começando. – Eu sussurrei de volta sorrindo.