Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 4
Procura-se um emprego - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Bom gente desculpa a demora viu...
Espero que gostem... E está perto do Dam descobrir que vai ser pai... Mas vai demorar uns capítulos no máximo 3.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258231/chapter/4

– Damon, você tem certeza disso?

Elena e Damon estavam presos no trânsito e não havia para onde fugir. Bastava olhar ao redor e notar como era nítida a frustração dos motoristas. Era uma sexta-feira, horário de almoço, e todos estavam ansiosos. As festas de final de ano não pareciam colaborar muito com o ânimo dos londrinos, pois normalmente não tinha aquele número de carros no meio da pista.

A realidade é que todos estavam agitados com a chegada do Natal. Os trabalhadores pareciam não se importar tanto em não permanecerem sentados na cadeira de seus empregos, pois queriam aproveitar a chance de observar os lindos enfeites natalinos espalhados pela cidade e sentir a neve que caia em tempos regulares sobre a pele. Com toda aquela movimentação, a morena só imaginava o problema que seria deixar Damon no hospital para seguir com seu tratamento diário, depois do que haviam combinado para fazer naquela tarde cinzenta.

Ela estava ao volante enquanto Damon vasculhava o porta luvas à procura de alguma coisa. A jovem tamborilava os dedos enquanto observava o namorado de canto de olho. Depois de tantos momentos de drama, o casal vivia um período de quietude e os planos principais estavam centrados no bem estar de Damon. Eles não queriam pensar mais em problemas externos que pudessem atrapalhar a relação deles e esse fator ambos sabiam que se chamava April. Embora Elena não tivesse brigado pela insolência da garota que considerou uma de suas melhores amigas por muito tempo, ela sentia que poderia explodir a qualquer momento só com a memória dela. Mas não queria causar conflitos, pois sua razão avisava que não valia a pena. Sendo assim, preferiu esquecer o assunto, pois era óbvio que a ruiva queria causar atrito entre os dois. A intenção pensou Elena, era fazer com que Damon e ela colocassem à prova o relacionamento que tinham e mostrassem se aguentariam passar por cima de uma doença seria. Era isso que a jovem imaginava, pelo menos.

Antes de tomarem qualquer decisão, que no ponto de vista de seus amigos com certeza seria considerada precipitada, Damon e Elena tiveram uma conversa adulta sobre morarem juntos. Concordar com a ideia seria assumir de uma vez a seriedade do relacionamento. Elena pensou sobre o assunto durante noites seguidas e queria muito ter recebido uma segunda opinião. E essa opinião viria de Bonnie, mas elas não se falavam desde o incidente na igreja. Sozinha, chegou à conclusão de que aceitar a proposta seria a opção certa. Ela poderia estar perto de Damon quando quisesse e sempre saberia se ele estaria bem e a salvo. Poderia acompanhá-lo em seu tratamento e cuidar do seu bem-estar. Elena começou a sentir que realmente era importante na vida do namorado, principalmente depois de passarem os dias que se seguiram em busca de uma casa para alugarem e por também compartilharem suas ambições em perfeita harmonia.

Por outro lado, Damon achava que tê-la por perto a todo instante lhe daria uma força extra para sobreviver o que lhe aguardava futuramente. Estava previsto para antes do Natal os exames que decidiriam se ele precisaria continuar com a radioterapia e a quimioterapia. Só Deus sabia como ele pedia todas as noites para que o câncer entrasse em remissão. Era seu maior desejo para aquela virada de ano. Seu médico também parecia ansioso, pois presenciou o quanto ele lutava para controlar a doença que queria a todo custo dominá-lo. Após a última conversa esclarecedora com Elena, ele estava disposto a levantar guarda de uma vez para vencer aquela batalha. Queria viver e essa vida só poderia existir com Elena ao seu lado.

Juntos, eles estavam temerosos e ao mesmo tempo com muitas esperanças. Se os exames dessem positivos, Damon precisaria de um transplante de medula. Depois disso, teria que aguardar pelos resultados. Se funcionasse, poderia ter uma vida normal, sem se preocupar mais com a tortura diária, preso a sua casa e ao hospital. Damon já não aguentava mais aquele processo, mas ficava contente em terminar cada sessão sem sentir os efeitos colaterais com a mesma intensidade do que antes. Embora fosse incômodo, ele ficava satisfeito quando, no final do dia, não pedia um balde para a enfermeira para que pudesse vomitar. Não sentir quase nada era o mesmo que afirmar que seu organismo estava reagindo, e isso dava a sensação de que àquela luta estava valendo a pena.

Enquanto esse dia não chegava, Damon e Elena tentavam viver suas vidas. A morena ainda mantinha-se no emprego chato e havia enviado sua confirmação para estudar na faculdade de Oxford. Enquanto a namorada passava o tempo fora, Damon continuou a pesquisar por casas e apartamentos, mas sem sucesso. Ele não tinha um emprego fixo e isso complicava muito as coisas. Desde que largou a faculdade pela metade, trabalhou para o pai e estava feliz por atuar em sua área de interesse. Agora que se encontrava debilitado, seria difícil conseguir algo que pudesse ajudá-lo a pagar metade de um aluguel e conseguir parte do dinheiro para reembolsar Josh pelo que ele havia feito por seu tratamento.

Perdido, ele contou a Stefan seu impasse. O melhor amigo logo lhe dera uma solução. Damon relutou, mas resolveu arriscar todas as fichas que tinha, pois o máximo que poderia receber era uma não como resposta.

– Tenho certeza absoluta! - respondeu Damon, fechando o porta luva e fitando a namorada. - Você não está pensando em desistir, está?

Elena mordeu o lábio inferior, pensativa. Não havia mudado de ideia, mas sentia-se mal por fazer aquilo sem que Damon soubesse que ela estava grávida. Mas existiam muitas outras preocupações entre eles e, toda vez que estava prestes a contar, recuava. Eles estavam bem e ela precisava preparar o território para não assustá-lo. Por isso, se adiantou em ligar para o hospital do qual atendia seu convênio médico e agendou alguns exames. Precisava saber se o bebê estava bem ainda mais agora que seu romance estava prestes a atingir um patamar mais sério. Pelas contas, ela sabia que estava prestes a completar dois meses e uma semana de gravidez e não poderia esconder por mais tempo, pois a saliência na barriga logo ficaria evidente. Parecia muita informação para uma pessoa carregar sozinha, mas a morena se admirou por estar equilibrada o bastante para dar prioridade a uma coisa de cada vez. Pretendia contar a verdade a Damon no Natal, mas não sabia se conseguiria guardar o segredo por mais tempo.

– Não, não estou pensando em desistir, Dam - respondeu Elena, freando o carro pela milésima vez. Virou o rosto na direção dele e sorriu. - A ideia parece bastante absurda, mas acredito que dará certo. Você tem noção de que ficaremos mais endividamos do que um casal recém-casado?

– Sim, eu sei. Mas não estou preocupado com isso. A única coisa que desejo para ontem é quitar a dívida com Josh. Só assim poderei dormir melhor.

– Você está com pressa só porque quer se ver livre dele - comentou Elena, esboçando um sorriso.

Damon deu uma gargalhada. A ideia era óbvia, mas não era o que realmente pensava.

– Por mais que eu queira que Josh fique longe de você, acredite, o dinheiro é mais importante agora. Se ele te ajudou de bom grado irei pagá-lo da mesma maneira. Pronto! - defendeu-se Damon, convincente. - Não precisamos mais brigar por você. Já saímos da escola e todos sabem que você sempre foi minha.

Foi à vez de Elena gargalhar. Presunção era um das centenas de nomes do meio que Damon possuía.

– E a humildade onde fica, Dam? - perguntou Elena, engatando a marcha. Odiava trânsito, como qualquer cidadão normal.

– Está sempre aqui comigo - disse ele com um largo sorriso nos lábios. - Mas só estou dizendo a mais pura verdade, Lena. Desde que coloquei meus olhos em você sabia que ficaríamos juntos.

– Sabia nada, Dam. Até porque Josh sempre foi meu favorito.

– Não gostei nem um pouco de ouvir isso, Srta. Gilbert.

Elena virou o rosto e não se surpreendeu ao ver a expressão emburrada do namorado. Com gentileza, acariciou o rosto dele, divertindo-se com a situação.

– Eu sei que não, mas vamos agradecer a cena da qual você me perseguiu e escorregou e caiu na lata de lixo. A casca de banana foi o que nos uniu.

Damon não se lembrava da cena e recordá-la foi extremamente embaraçoso. Sentiu as bochechas esquentarem e desviou o olhar para as centenas de carros que estavam à sua frente.

– Abençoada seja essa casca de banana - disse Damon, meneando a cabeça negativamente. - Incrível como o tempo passou e continuei a agir feito um imbecil na sua frente.

– Você nasceu para tentar me conquistar, Dam. Sinta-se satisfeito por ter cumprido essa missão.

Damon se esticou e beijou o rosto da namorada.

– Eu tenho a melhor namorada do mundo.

– E eu tenho o melhor namorado do mundo. - Ela deu um leve aperto no nariz de Damon e voltou a se concentrar no trânsito. Engatou a marcha mais uma vez e moveu-se no banco de maneira desconfortável. Suas costas a matavam.

– Você está bem? - perguntou Damon, com uma sobrancelha alteada.

– Estou sim. Ultimamente sinto umas dores nas costas. Deve ser porque passo muito tempo sentada - respondeu ela, puxando o cinto de segurança. - Esse negócio está me apertando também.

– Você está impaciente porque está no trânsito. Se fosse comigo, já estaria buzinando feito um maluco.

Elena sabia que o cinto de segurança não a estava incomodando à toa. Respirou fundo e se recompôs, como se as dores nas costas fossem algo muito banal.

– Você não precisa buzinar para ser julgado como um maluco - ela retomou a conversa com a testa enrugada.

– Engraçadinha!

Finalmente, Damon podia dizer com todas as palavras como era incrível estar de bem com a mulher que amava. Sentia-se renovado, como se ele e ela jamais tivessem se afastado em momento algum por motivos supérfluos.

– Acho que estamos chegando. - Elena esticou um pouco o corpo para frente a fim de reconhecer em qual rua estavam. - Só precisarei virar a esquina.

– Ótimo! Não aguento mais ficar dentro desse carro - resmungou Damon. - E quero que essa reunião acabe logo ou terei uma crise de nervos.

Damon e Elena pensaram em todas as possibilidades possíveis para ganharem dinheiro, pagar Josh e alugar um canto para morar. Qualquer um que soubesse o que eles estavam tramando os chamaria de loucos. Se sua tia soubesse de imediato no que a filha estava se metendo, não pensaria duas vezes em perguntar se ela estava grávida. Era uma realidade, qualquer um pensaria que eles morariam juntos por esperarem a chegada de um bebê. Mas até então, ninguém sabia, e isso a deixava contente em pensar que estavam à procura de algo como casal e não como futuros pais.

Outra coisa que deixariam seus pais em pânico era o fato de que Damon não trabalhava desde que brigara com Elisabeth e Stevan e Elena não recebia uma fortuna todo mês. Metade do que ganhava ia direto para a conta bancária de Josh, mesmo que seu ex-namorado tivesse exigido para que ela não se apertasse financeiramente por conta do seu novo status de mãe. O bebê era prioridade e Elena sabia que Josh falava sério. Ele nunca havia sido um crápula na vida dela, nem mesmo quando terminaram.

A única pessoa que poderiam ajudá-los naquele momento complicado era o tio de Stefan, Davis. Foi à solução que o melhor amigo deu a Damon. Davis era bem apessoado e muito conhecido em NY. Claro que não era só ele, pois a família Wesley inteira tinha um poder aquisitivo muito forte espalhado por grandes cidades, inclusive em Londres. O que diferenciava Davis de seus parentes era sua bondade e isso sempre se refletia em Stefan. Outro ponto que impulsionou Elena e Damon a arriscarem uma reunião com o homem foi ao saberem que ele não recusava ajuda a quem realmente precisava. Se ele olhasse bem para a condição de ambos, não hesitaria em dar apoio. Ainda mais por Damon ter ajudado Stefan por muito tempo, desde que ele partira da casa de sua mãe.

Quando o carro virou a esquina, Damon viu os grandes prédios comerciais no coração de NY. Ali era o lugar ideal para quem quisesse abrir uma empresa e era lá que todos os endinheirados da cidade mantinham seus negócios. Ele sabia disso porque seus pais tinham escritórios espalhados por toda parte, especialmente no prédio que deveriam entrar em poucos instantes. Sentiu um calafrio só de imaginar a possibilidade de encontrá-los. Seria desconfortável, pensou ele. Damon não saberia como cumprimentar o pai e a mãe, que abriram mão dele por ter escolhido a garota que estava ao seu lado.

– Olhar para esse prédio me dá ânsia de vômito – disse Elena fazendo uma careta. Abaixou a cabeça e dera uma olhada para o conjunto social que vestia e disse: - Me sinto mal vestida.

– Não seja boba! - Damon riu. - Você está ótima.

– Você só está falando isso porque sou sua namorada.

– De fato é, afinal, namorados servem para isso.

Elena estacionou o carro, desligou o motor e tirou o cinto de segurança antes de dar uma resposta a ele. Esperou o silêncio perdurar por alguns segundos e se virou para Damon falsamente aborrecida.

– Prefiro namorados honestos.

– Você vai querer mesmo brigar só porque eu estava brincando? - indagou Damon, confuso.

A jovem se esgueirou pelo banco para ficar de frente e mais próxima de Damon. Colocou uma mão sobre a nuca dele e lhe dera um beijo suave nos lábios.

– Você acha que me aborreço por qualquer coisa, Sr. Salvatore - disse Elena, sorrindo ao término do beijo. - Você sabe que sei lidar com suas brincadeiras, mas sua expressão de horror me garantiu uma vingança pelo que você acabou de dizer.

Damon respirou aliviado.

– Nunca mais faça isso.

Elena gargalhou baixo e voltou a se endireitar no banco.

– Vou deixar o carro aqui. É o único lugar que temos - disse Elena, abaixando o vidro. Para todos os lugares que olhava via carros amontoados. - Não seria nada justo ganhar uma multa. Tem um carro bem ali estacionado errado.

– Se pagarmos multa dou a conta para Josh pagar, já que ele é nosso padrinho - disse Damon em um tom brincalhão.

– Josh não é nosso padrinho e não seja tão irônico ao falar dele. Ele só quer nos ajudar, acredite.

Damon revirou os olhos e também soltou o cinto de segurança. Deu um riso abafado e logo se recompôs ao fitar o prédio cinza do outro lado da rua. Lembrou-se do tempo que despendeu naquele lugar, trabalhando feito um louco sem horário para voltar para casa.

– Tudo bem, não irei falar mais nada sobre Josh. Só queria descontrair o momento.

– Vou fingir que acredito. - Elena meneou a cabeça positivamente e seguiu o olhar do namorado. Ao fitar o mesmo prédio, sentiu um leve tremor nas pernas. - Tem certeza que quer fazer isso, Dam? Confesso que estou nervosa. Por mais que Stefan tenha dito que Davis é seu tio preferido e que ele é bonzinho, ele sempre me assustou com aquela expressão extremamente séria.

– Acredite em mim! Davis só tem a aparência de malvado. Se você for generalizar os Wesley, pergunto qual dos componentes dessa família possui uma expressão simpática?

– Dominique?

Ambos caíram na gargalhada ao mencionar a prima desagradável de Stefan. Ninguém, em sua sanidade, afirmaria que Dominique era a mulher mais simpática do mundo.

– Agora você pegou pesado.

– Eu sei essa era a intenção.

Elena se aproximou de Damon mais uma vez e tocou seus lábios nos dele. Era fato que não conseguia mais ficar muito tempo sem beijá-lo. Todos os seus medos desapareciam quando sentia o quanto o seu amor era recíproco com apenas aquele toque.

– Por que motivo você me beijou em praça pública? Saiba que sou muito tímido.

– É mesmo? - Elena sorriu ainda com os lábios próximos dos dele. - Hum... Acho que temos um impasse.

– É eu tenho que concordar plenamente - afirmou Damon, com uma expressão pensativa. - E acho que mereço mais um beijo só para dar boa sorte a nós dois.

– Eu não poderia concordar mais.

Ela apoiou as mãos nos ombros do namorado e aproveitou a oportunidade para provocá-lo com uma mordiscada em seu lábio inferior. Em seguida, o envolveu em um beijo apaixonado. Era como se sentisse falta dele todos os dias, mesmo que ficassem juntos boa parte do tempo. Elena não queria pensar que cada beijo poderia ser o último. Ela agarrou-se a ideia de que qualquer beijo dado no homem que amava tinha que ter uma magnífica sensação como se fosse o primeiro.

– Uau! - exclamou Damon fazendo carinho no rosto de Elena. - Assim esquecerei de que iremos falar com Davis. Acho que devemos fazer isso com mais frequência.

– Se você se comportar bem, não irei negar. - Elena alinhou a gola do casaco de Damon e ajeitou seu cachecol para ter certeza de que ele ficaria aquecido. - Está o frio da ursa lá fora.

– Esse é meu melhor casaco. Vou ficar bem! - afirmou Damon. Deslizando os dedos sobre a cabeça. Percebeu que não tinha mais tantos fios negros que gostava de bagunçar para chamar atenção das garotas. Especialmente de Elena. Sentiu uma ponta de tristeza lhe assomar, mas tentou disfarçar.

– Logo vai crescer - disse Elena ao perceber o quanto Damon havia ficado chateado por ter feito seu gesto popular, sem sucesso. - E você poderá bagunçar aquele cabelo irritante quantas vezes quiser.

Damon dera um beijo carinhoso na testa de Elena e sorriu.

– Só você mesmo para fazer meu dia valer a pena.

– Admita: você não vive sem mim.

– Não vivo! - Damon confirmou. - E eu te amo por isso.

– Eu também amo você. - Elena segurou uma mão dele para lhe dar segurança. Ambos precisavam ser muito fortes assim que saíssem daquele carro. - Então, vamos testar nossa sorte?

– Vamos!

Ambos saíram do carro e Elena foi ao encontro de Damon para que pudessem atravessar a rua juntos. O trânsito continuava impossível até mesmo para os pedestres. Automaticamente, a morena consultou o relógio e viu que eles estavam atrasados à 10 minutos. Aflita, pegou a mão de Damon e sentiu um arrepio com o toque da pele fria dele de encontro a sua.

– Você não trouxe luva?

– Esqueci no carro.

– Vou pegá-las.

– Elena, não precisa. Eu estou bem.

Elena meneou a cabeça positivamente ao encarar os olhos firmes do namorado. Colocou-se na ponta dos pés e beijou o rosto do rapaz. Queria que ele ficasse bem, mesmo que fosse taxada debabá do Damon. Ela não se importava. Gostava de cuidar dele, pois a fazia se sentir útil diante da doença que tentava roubá-lo a todo custo.

Observando os dois lados da via, na primeira oportunidade, o casal atravessou a rua às pressas e entraram no prédio em que Davis trabalhava.

Ela nunca havia estado em um ambiente como aquele. Quando perambulava de ônibus pela cidade, às vezes passava por ele e só admirava a estrutura. Admitia intimamente que sentia vontade de ser importante e trabalhar ali, nem que fosse ao tabloide nova-iorquino. Ao caminharem pelo corredor, ela notou que o espaço lhe era familiar, pois já havia entrado no prédio para participar de algumas entrevistas. Lembrou-se da sensação sufocante de estar sentada, esperando ser atendida, rodeada de pessoas que a mediam de cima a baixo. Parecia que estava vivendo umdéjà vu, pois tudo estava acontecendo novamente.

– Damon Salvatore e Elena Gilbert. Temos horário marcado com Davis Wesley.

Elena voltou à realidade ao ouvir a voz de Damon e observou a recepcionista confirmar a visita dos dois ao tio de Stefan. Sentiu-se vigiada a todo momento por aqueles que passavam atraídos pelo estado de Damon. Qualquer um que o olhasse saberia que ele estava doente.

– Décimo segundo andar - avisou a mulher, entregando de crachás de visitantes para os dois.

– Obrigado!

Damon puxou Elena pela mão e logo partiram em direção aos elevadores. Ele agradeceu internamente pelo prédio não estar tão agitado naquele horário. Foi uma sacada de mestre marcar uma reunião próximo ao almoço. O casal deixou que o elevador os guiassem, sem ao menos olharem um para o outro. O rapaz sabia que a morena estava preocupada e preferiu não perguntar nada para não deixá-la ainda mais estressada. Elena era extremamente perfeccionista e, com certeza, estaria pensando em alguma frase de efeito para que eles conseguissem o que tinham planejado.

As portas do elevador se abriram e Damon levou um susto ao ver Davis logo de cara com os braços abertos. O homem não hesitou em abraçar o rapaz que viu crescer e que estava bastante debilitado. Damon sentiu que poderia chorar com aquele gesto, mas engoliu seco, sentindo a garganta doer.

– Damon Salvatore. É um prazer revê-lo depois de tanto tempo - disse Davis com o tom de voz simpático.

– Digo o mesmo, tio. E sinto muito por não ser em um momento de descontração.

Elena observou Damon chamá-lo de tio e não escondeu a expressão confusa.

– Ele me chama assim desde que me conheceu por meio de Stefan. Isso que dá ser o tio favorito da turma - esclareceu Davis, ao perceber que a morena estava com a testa enrugada.

– Imaginei! - respondeu Elena sem jeito, apertando a mão de Damon contra a sua.

– Então essa deve ser a garota dos seus sonhos... Elena Gilbert. - Davis girou nos calcanhares e dirigiu-se a morena que agora estava com as bochechas vermelhas.

– Sim, sou eu, mas não sei afirmar se sou a garota dos sonhos do Damon - disse Elena dando um sorriso nervoso.

– Sempre foi - afirmou Damon, revirando os olhos. - Ela está agindo assim porque sempre teve medo do senhor.

– Damon! - exclamou Elena lançando-lhe um olhar desaprovador.

– Medo de mim? - perguntou Davis curioso.

– Não é que...

– Agora ela irá mentir - disse Damon interrompendo a namorada.

Elena apertou a mão de Damon mais uma vez e dera um sorriso amarelado. Suas bochechas esquentaram ainda mais de vergonha.

– Não precisa ter medo de mim - tranquilizou Davis. - Você deveria ter medo da minha sobrinha, Dominique, isso sim.

Damon e Elena se entreolharam e compartilharam risos abafados.

– Falamos sobre ela no caminho. Não existe ninguém mais amedrontador do que a querida Dominique - contou Damon com um largo sorriso nos lábios.

– Isso eu tenho que concordar - disse Davis divertindo-se. - Venham para minha sala. Nada mais certo do que desempacar o elevador.

Elena e Damon o seguiram. Ainda permaneciam de mãos dadas e um parecia transmitir a tensão do outro a cada aperto. Damon mal sentia os nós dos dedos de tanto que apalpava a mão da namorada que fazia o mesmo conforme avançavam o longo corredor sobnovos olhares curiosos de quem trabalhava naquele andar.

Ao entrarem na sala de Davis sentiram o calor envolvê-los. A tensão se dissipava aos poucos, mas Elena sentia que suas pernas cederiam em direção ao chão a qualquer instante. Damon permaneceu parado ao lado da namorada observando o local. Era arrojado e muito organizado. Davis tinha direito até uma lareira. O mesmo choque parecia pertencer a Elena, pois a admiração pela sala do tio de Stefan estava estampada em seu rosto.

– Vocês ficarão mesmo em pé? - perguntou Davis, ocupando sua grande poltrona preta e de couro.

O casal ocupou as duas poltronas que estavam de frente para a mesa de Davis e nada disseram. Elena sentia-se desconfortável, como se estivesse fazendo um exame raios-X.

– Querem tomar alguma coisa? - perguntou Davis, educadamente.

– Não, estamos bem - respondeu Elena, automaticamente. - Desculpe você quer alguma coisa Dam?

– Água. Preciso de água.

Davis pegou o telefone e solicitou para a sua secretária particular o pedido de Damon. Ele observou Elena por alguns segundos e se perguntou em pensamento qual dos dois estaria mais esgotado com toda aquela situação.

– Sua água está a caminho. - Davis juntou as mãos e as colocou sobre a mesa. Mirou um rosto que estava à sua frente de cada vez e não pode disfarçar o quanto a preocupação por parte dele começava a dominá-lo. - Bom... Agora podemos falar sobre o motivo dessa visita.

– Sr. Wesley... - começou Elena.

– Davis - interrompeu-o Elena, fazendo-a corar.

– Desculpe!

– Lena, deixa comigo.

Damon se posicionou melhor na cadeira e umedeceu os lábios com a língua. Respirou fundo e se concentrou em manter a mente calma, para que aquela visita não se tornasse um completo desastre.

– Tio, precisamos da sua ajuda. Na verdade, eu preciso.

Davis se moveu na poltrona e deixou a coluna ereta. Poderia não aparentar logo de cara, mas ele realmente considerava Damon como um sobrinho e tinha grande respeito por ele, principalmente pela família Salvatore por terem acolhido Stefan quando ele mais precisou.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou ver se consigo postar mais um hoje okey?