Harry acordou e percebeu que estava sozinho no dormitório dos garotos. Agora ele se sentia completamente descansado, porém, ainda sentia fome e pensou nos elfos domésticos lá em baixo, na cozinha de Hogwarts.
Ele levantou e vestiu roupas limpas e quentes que estavam ao lado de sua cama. Colocou o óculos e tocou a cicatriz em forma de raio em sua testa. Será que um dia ela vai voltar a arder? pensou Harry. Não. Afinal, Voldemort está morto. Esse pensamento inundou Harry. Tudo terminara. Será que ainda ia demorar muito pra ficha cair? Será que todo ano ele ia esperar que alguém tentasse o matar? E mesmo que ele esperasse, esse alguém não viria. Pelo menos Voldemort não viria…
Harry saiu do dormitório e viu Gina sentada contemplando o fogo da lareira. 
- Gina? - chamou Harry.
A menina deu um pulo e se virou para ver quem era, embora já soubesse. Gina reconheceria aquela voz em qualquer lugar.
- Desculpe, não quis te assustar - Harry apressou-se em dizer.
- Não, tudo bem. Eu só estava… Pensando nos últimos… acontecimentos… - murmurou Gina.
- E não foram poucos… - complementou Harry.
- É, não foram poucos. - repetiu Gina - Mas agora é hora de voltar pra casa…
- E eu nem sei onde vou morar… Que dizer, não sei se morar com os Dursley é uma boa idéia - disse Harry dando um sorrizinho sem graça.
- Lá em casa é apertado, Harry, você sabe, mas sempre cabe mais um. Principalmente você que já salvou nossa família muitas vezes. - Agora Gina tinha se virado completamente parar poder olhar Harry melhor.
- Obrigado Gina, mas ainda não sei o que vou fazer. Se vou fazer o sétimo ano, ou já escolher uma profissão. - disse Harry.
- Bom, você que sabe. Nós sempre vamos te acolher.
Os dois se encaram por algum tempo. Harry se perguntou como seria daqui pra frente, e pelo jeito que Gina o olhava, ela parecia estar fazendo o mesmo.
- Como está sua mãe? Seu pai? Seus irmãos…? Você? - perguntou Harry com cuidado.
- Todos nós estamos muito abalados ainda. É difícil. E o que mais dói é ver como Jorge está. E não só Fred, - Gina deu uma pequena parada ao falar o nome de Fred - mas Lupin, Tonks… Tonks, minha grande amiga… - Uma lágrima surgiu no canto do olho esquerdo de Gina. Harry nunca tinha visto a menina chorar. Gina era forte, ela sempre foi forte. Harry se sentiu impotente e foi na direção de Gina, para abraça-lá. Porém, antes que Harry chegasse até ela Gina hesitou.
- Está tudo bem. É que as vezes é inevitável, não é? - Ela deu um sorriso sem mostrar os dentes para Harry.
- Gina… - Harry não encontrou palavras. Ele sabia o quanto doía perder alguém que você ama… Então ele abraçou Gina com toda sua força, e pode sentir ela fazer o mesmo. Foi aí que Harry percebeu que tudo havia terminado. A ficha não demorou tanto pra cair, afinal. Mas isso não importava, ele estava com Gina. De repente, era como se ninguém existisse. Era como se os dois tivessem o mundo só pra eles. 
Gina sentia o mesmo. Eles podiam passar horas, ou até dias, nenhum dos dois se importaria.
- Harry? - sussurrou Gina quando ela deitou sua cabeça no ombro de Harry. 
- Sim?
- Me promete que nunca mais vai… hummm… vai me dar um susto desse?
- Susto? - Harry franziu a testa, confuso.
- É - disse Gina cautelosamente. - Esse negócio de morrer e tudo mais…
Harry deu uma risada, aliviado.
- Eu precisava “morrer”. Se não, Voldemort nunca poderia ser derrotado.
- Você morreu então? - Gina ergueu as sobrancelhas esperando.
Harry contou resumidamente tudo o que havia acontecido desde o casamento de Gui e Fleur até seu confronto final com Voldemort. Ele contou sobre tudo o que havia visto na penseneira quando Dumbledore ainda era vivo, tudo sobre Snape, tudo sobre Horcruxes, enfim, tudo. 
- … e foi isso. Voldemort me carregou até o castelo e a partir daí você já sabe. - Harry deu um sorriso para Gina.
- Nossa. - foi só o que Gina conseguiu dizer.
- Ah, sabe quando eu estava na floresta? Quando Voldemort me lançou a maldição?
- Sei, o que tem? - perguntou Gina.
- Antes de tudo ficar claro e eu ir pra King’s Cross, eu pensei em uma pessoa. Inexplicávelmente, eu pensei em você. 
Gina não encontrou palavras pra isso. Ela ficou olhando dentro dos olhos verdes de Harry. Gina apenas sorriu e Harry acompanhou. Eles ficaram sorrindo um para o outro por um bom tempo, até que a barriga de Harry roncou alto, interrompendo os pensamentos dos dois.
- Que romântico. - murmurou Gina e Harry deu uma gargalha.
- Vamos na cozinha de Hogwarts comigo? - perguntou Harry.
- Você sabe onde fica? - disse Gina.
Ele sorriu ao pensar nos gêmeos.
- Sim. - Então os dois saíram do Salão Comunal da Grifinória e vagam por Hogwarts.