(Sobre)viver escrita por Luiza Holdford 2


Capítulo 2
Capítulo 2 - Renascer


Notas iniciais do capítulo

Dedicadíssimo a todas que comentaram no último capítulo, em especial a aquelas que leram isso quase por obrigação (eu sei que foi por consideração a mim).
Esse capítulo só foi meio lido por você, Larissa! kkkkk'
POV Elena, para não ficarem se perguntando quem é que narra.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/257491/chapter/2

Eu não deveria ter vindo a essa porcaria de festa. Eu não deveria ter ouvido Bonnie ou Caroline sobre o quão legal ela seria, o que eu estaria perdendo. Tudo o que eu estou perdendo agora é meu tempo.


Eu tinha brigado mais uma vez com Matt. Ele era um cara legal que não me merecia. Ele tinha planos para o futuro, e eu era apenas uma menina sem a mínima ideia do que fazer. Virar escritora era um sonho, não um plano.


Isso era errado com ele e comigo. Talvez devêssemos terminar, ou pelo menos dar um tempo para esfriar a cabeça.


Eu queria ir para casa, voltar para a chata, porém segura, reunião familiar. Me sentia mal por meus pais virem me buscar, era injusto com eles. Eu realmente deveria ter voltado a pé.


Eu comecei a tentar caminhar para casa, aliviar um pouco o percurso dos meus amados pais. Houve um momento que eu parei, tudo ficou muito confuso, e de repente eles estavam atrás de mim.


Eu não fazia a mínima ideia do que tinha acontecido ali, tudo havia se apagado da minha mente.


Meus pais eram tão doces e compreensivos. Eu basicamente fugi de casa e eles vieram me buscar. E minha mãe ainda me apoiava quanto a Matt. Eu os amava demais, e não saberia o que fazer sem eles.


Eu teria que aprender.


Estávamos no meio da Ponte Wickery quando tudo desandou. Eu não sei o que ouve, mas papai perdeu a direção e o carro girou na pista, caindo direto na água.


Até a água preencher totalmente o carro, eu tive poucos minutos conscientes. Aquilo era tudo culpa minha.


***

Estava tudo preto, com apenas um ponto de luz no centro de tudo. O ponto cresceu e cresceu, até me engolir e me cegar. Eu estava viva novamente.


Viva... Mas eu não sabia onde eu estava. A cama era macia, mas não era a minha, e as paredes verde menta definitivamente não eram as do meu quarto. As luzes eram artificiais demais para virem da minha janela, e tudo cheirava a álcool e remédio. Um hospital,


Tudo voltou a minha a mente. O acidente, claro, eu estava no hospital. Mas onde estavam meus pais?


Uma enfermeira que passava pela porta logo me viu acordada e entrou no cômodo.


– Bom dia! – ela sorriu o mais animado possível - Como estamos hoje?


– Me sinto meio estranha, mas acho que estou bem... – minha voz saiu meio arrastada. Quanto tempo fiquei desacordada?


– Hum, não está com febre – sua mão estava gelada na minha testa – Quantos dedos aqui?


– Quatro – ela me mostrava quatro dedos – Ou cinco na mão?


– Muito bem. A maioria dos pacientes cai nesse truque- ela riu – Logo poderá ir para casa!


– Espere! – parei a mocinha na porta – E meus pais?


– Hm... Sua tia está aí. Deixarei ela te explicar a situação – a enfermeira parecia nervosa com algo. Oh meu Deus, o que será que aconteceu?


– Elena! Que bom que acordou! – tia Jenna adentrou o quarto sorrindo amplamente, mas o sorriso não alcançava seus olhos. Eles estavam tristes.


– Pule as amabilidades, o que houve com meus pais? – fui logo ao assunto, eu estava preocupada demais para ter esse tipo de conversa.


– Er... Eles... – ela gaguejou, e seus olhos encheram de lágrimas que ela logo tratou de tentar esconder. Oh não, eu já sabia o que tinha acontecido.


– Eles não... Morreram, né? – o pânico me invadiu, e eu já chorava copiosamente – Por favor, tia Jenna, diga que não! Diga que eles estão bem!


Ela não falou nada, apenas me abraçou, chorando comigo. Estava tudo acabado. Greyson e Miranda Gilbert estavam mortos, e a culpa era da filha deles.


– Vai ficar tudo bem, querida, vai ficar tudo bem... – tia Jenna repetia isso como um mantra, mas para ela do que para mim.


– Jeremy... Ele já sabe? – perguntei preocupada. Eu tinha que ser forte por ele, era o mínimo pelo o que eu fiz, era tudo que uma irmã poderia fazer naquele momento.


– Ainda não. Ele foi dormir logo após que eles saíram para te buscar. – a festa foi ontem à noite? Parecia que foi há tanto tempo...


– Ele vai ficar tão abalado! O que faremos? – eu não podia me preocupar comigo


– Eu vou ficar com vocês – ela me soltou, sentando-se ao meu lado na cama hospitalar – Vai ficar tudo bem, eu juro. Vamos superar isso, vamos ser felizes.


Felicidade? Eu duvido que eu possa sentir isso de novo. Pelo menos, por um longo tempo. Mas eu tinha que parecer forte e feliz, por Jeremy. Eu não poderia abandoná-lo em um momento desses.


Em algumas poucas horas eu tive alta. Foram as horas mais torturantes da minha vida. Tia Jenna teve que ir arrumar as coisas para o velório, e toda companhia que eu tinha era a minha mente acusatória.


Eu repetia para mim mesma que eu não poderia me culpar, acidentes acontecem, mas eu não conseguia acreditar em mim.


Eu tentei dormir, para acordar e descobrir que era tudo um pesadelo. Minha mãe ainda estaria ali, meu pai ainda estaria ali e nós ainda seriamos uma família feliz.


Nada adiantou, eu ainda era uma estúpida culpada. Por que eu não morri no lugar deles? Por que não eu? E todos estávamos presos no carro, como eu sobrevivi e meus pais não?


Eu não conseguia me lembrar do que aconteceu depois que o carro caiu, do que me salvou. Eu só me lembrava de um par de braços fortes de carregando. Será que alguém pulou e me tirou do carro? E meus pais? E quem seria tal pessoa?


Em um breve momento que dormi, eu sonhei com um rosto. Era bonito, e tinha lindos olhos verdes. Parecia um anjo, um... Salvador. Alguém me tirou da água, era a única explicação deu estar viva. Eu tinha um salvador.


Agora eu só precisava saber quem era o meu anjo, e também porque só eu sobrevivi. Isso seria difícil, mas eu estava disposta a procurar. Para começar, eu deveria falar com a autoridade da cidade. Xerife Forbes. E ela teria que ter uma resposta a minha pergunta, ou eu estaria em um beco sem saída.


Oh, meu salvador, me salve dessa dúvida também!



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que ficou mó chatão, mas comentem por favor. Nem que seja para me xingar.
Próximo quando ele ficar pronto, não gosto de cobrança. Incentivo é oooook! kkkkk'
Aceito capas bonitas, mas não me sinto obrigada a por, certo? Só se eu gostar!
(me sinto tão chata aqui, mas eu amo vocês leitores, não se deixem levar pelas aparências! kkkk')