Não tive como conter, segui o cheiro, ele parecia estar me fazendo ficar torpor, como uma droga. Parei o carro no estacionamento da Escola de Forks, aonde o cheiro se concentrava. Eu estava curioso para saber da onde vinha aquele cheiro tão bom. Não me importa que eu tenha me alimentado bem ontem, o desejo de poder beber daquele sangue estava me dando até nostalgia. Seria de algum animal novo que veio a Forks? Mas, o que ele estava fazendo em uma escola? Andei sorrateiro até a entrada, percebi a porta aberta, e entrei. E lá estava, uma garota? O cheiro, esse cheiro, vinha de uma garota? O que ela havia passado? Um perfume a base de sangue? Meu corpo se moveu para frente, sem que eu pudesse dizer não,a vontade de saber o porque desse cheiro, me fazia beirar a inconsciência, a cada passo que eu dava ficava cada vez mais atordoado, quase permitindo que meus instintos tomassem conta do meu corpo. Ao ir me aproximando, meus olhos pareciam hipnotizados, notando cada detalhe da garota à frente, ela tinha cabelos castanhos, uma pele clara, mas não tanto quando a minha, seus lábios pareciam que me chamavam. Desviei os olhos por um segundo, depois de muito lutar, meus sentidos estavam mais aguçados a cada passo que eu dava em direção aquela criatura que parecia frágil e mantinha um semblante sonhador. A vontade estava a ponto de me consumir, isso me irritou. Como uma simples humana pode cheirar tão bem, a ponto de fazer isso comigo. Ela havia fechado os olhos, parecia estar dormindo de pé, parei à sua frente, me segurando para não atacá-la ali mesmo, não sabia o quanto eu era controlado, mas sabia que se eu desse algum passo em falso, isso iria acabar mal, e não sei o porque, mas sair dali, estava fora de cogitação para mim, algo me prendeu.

- Você está bem...? O que você está fazendo aqui...? - a curiosidade me abateu, o que uma garota está fazendo em um lugar como esse? Ainda mais estando fechado por causa das férias, parecia que ela estava implorando para que eu a atacasse, e a situação era perfeita, embora o zelador estivesse atrás do colégio, eu sei que seria capaz de ser mais rápido que ele e tirar a prova do crime antes que ele pensasse que algo aconteceu. Veio a imagem dos Cullens, felizes, uma família, eu não podia fazer isso com eles, com a minha família.

- Sim, sou Maddy...- ela falou após suspirar parecendo estar apaixonada, ela ainda mantinha os olhos fechados.

-O que? Eu te perguntei o que está fazendo aqui! - ela se chama Maddy, e porque diabos eu vou querer saber seu nome?

A garota pulou para trás, isso me assustou, podia até sentir seu sangue pulsar por baixo de sua pele.

- Ah..eu...eu.... - ela parecia confusa, olhou para baixo, provavelmente estava tentando achar alguma desculpa por estar ali. - olha, não chama a polícia eu estava só... - ela levantou os olhos, percebi se arrepiar, depois suspirar, aquela garota não parecia muito bem, mas antes que eu pudesse falar algo, ela se adiantou. - Andrew...

- Andrew? Garota você está bem? - Andrew? Essa menina não fala nada com nada, e não tem reações normais.

- Estou Andrew...Sou eu a Maddy... - o que? Ela acha que eu sou o Andrew? Percebi ela se aproximar, me afastei o mais rápido que pude, antes que meus instintos falassem mais alto, aquilo me irritou, estar prestes a me descontrolar, isso me irritava muito.

- Hei, você é louca? - essa garota deve ser pirada, vir dessa maneira para perto de um vampiro, quase implorando para que eu beba seu sangue, se controle Larium!

- Hã?! Louca...? Andrew? - ela ainda insistia de me chamar de Andrew? - O que acha que está fazendo! Eu te inventei! - ela disse em um tom imperativo, querendo mandar, se eu já estava irritado, aquilo com certeza me deixou pior.

- Hã?! Com quem acha que está falando garota estranha? - essa garota, quem ela pensa que é para falar comigo dessa forma.

- Porque está fazendo isso comigo? - seus olhos se encheram d'água, não entendi, o que eu fiz? Essa menina é louca. Ela se agachou no chão chorando, não sabia como reagir, minha cabeça parecia que ia explodir, porque ela estava chorando, eu não fiz nada, ela que estava me chamando de Andrew, depois começou a dizer coisas como "eu te inventei". Essa garota é muito estranha. Uma necessidade de fazê-la parar de chorar me atingiu, foi mais forte que eu, me agachei para ficar ao nível dela.

- O que eu...olha, espera... - falei calmo, tentando fazê-la parar. - Quem é Andrew? Você está perdida?

- Hã?! - ela parou de chorar de repente, ela realmente é estranha. - Como assim...quem é Andrew, é você... Andrew Cullen...- o que? Ela realmente acha que sou esse tal de Andrew? E Cullen...? Como, existe outra família Cullen, ou..ela...

- Meu nome é Larium....como sabe meu sobrenome? - perguntei curioso, eu precisava saber, porque se ela conhecesse nossa família, os Volturis... não quero nem pensar em fazê-los passar por isso novamente.

- Como assim, Larium...? - seus olhos brilharam, dava pra ver a empolgação tomar conta da menina, e eu nem precisava ter o poder do Jasper para ver isso.- Ah! muito prazer Larium, eu conheço seu irmão gêmeo Andrew Cullen, e o resto da sua família também, a propósito, Nessie e Jacob não formam um lindo casal? - ela se virou para o corredor vazio. Ela era louca?Usuária de drogas, sei lá. Da onde ela tirou que tenho um irmão?

- Irmão gêmeo? Garota, você usa drogas?

- Claro que não! - ela bufou, e começou a abanar as mãos parecendo me enxotar dali. - Hã? Mas o que...? - arregalou os olhos, e diferente da primeira vez, ela se aproximou, me afastei rapidamente, mas ela conseguiu tocar as pontas dos dedos em meu casaco.

Podia ouvir o coração dela, descompassado, será que ela estava bem? Havia ficado quieta, sem reação alguma, comecei a balançar minha mão em frente à seus olhos para que ela voltasse, de onde quer que ela estivesse. Ela se afastou bruscamente. Sinceramente, não entendi nada.

- Olá? Você está bem?

- Na...na...não....- ela estava gaguejando, ela estava com medo? Medo de mim?Até agora ela não havia demonstrado isso. As reações dela não são normais.

- Garota...você está me ouvindo? Você está bem? Será que ela fugiu do hospício?

- Que?!?!?! - ela falou irritada. - Olha aqui! Seu vampiro idi...

Vampiro? Então ela realmente sabe? Fui rápido, mal deixei ela falar a palavra depois de vampiro, coloquei a mão na boca dela, para que se calasse, e a prensei contra o armário, aquilo me enlouqueceu, o que eu estava fazendo, conseguia até sentir o sangue dela passando por suas veias. Tentei me concentrar, mas estava muito difícil, eu podia mordê-la aqui mesmo, mas ela sabe sobre os Cullens, sobre nós, sobre vampiros, ela tem que me falar.

- Quem é você? Do que acha que está falando? Vampiros? Como sabe sobre isso? - ela parecia concentrada em algo, senti suas pernas fraquejarem, soltei sua boca e segurei-a pela cintura para que não caísse, ela podia bater a cabeça e isso faria talvez com que sangrasse e, não seria muito bom para mim nem para os Cullens isso, na verdade essa desculpa veio em pensamento depois que eu já tinha segurado, não sabia o porque eu estava agindo tão precipitadamente.

- Sou Maddy...você é vampiro, assim como os Cullens, tá tudo escrito em um livro. - ela explicou parecendo se recobrar do susto que eu dei.

- Em um livro..? Não sei nada sobre isso... Quem saberia sobre nós...? - pensei alto. - Temos que falar com o Carlisle...talvez Alice saiba sobre isso... - dessa vez falei para mim mesmo, tive certeza que ela não ouviu pois me olhou confusa. - Você vem comigo!

Puxei-a, apressado, estava andando em passos humanos normais, mas ela teve que correr para me acompanhar, ela era lerda. Isso a tornaria uma presa fácil, lerda, indefesa. Parei em frente ao meu diablo, tentando afastar os pensamentos sobre devorar seu sangue. Abri a porta e empurrei-a para dentro, coloquei o sinto e fechei a porta, para ter certeza que ela não fugiria, como se pudesse fugir de mim. Fui rápido, percebi a sua surpresa quando eu já estava dando a partida no carro. Eu ainda não conseguia entender, o porque ela cheirava tão bem, tão convidativa.

- Uau... - ela parecia impressionada com o carro, eu quis rir, comecei a dirigir.- Onde estamos indo...? - ela ainda não sabe?

- Se está tudo escrito em um livro, e você pelo jeito supostamente já leu esse livro, você sabe onde vamos... - deve ser isso, ela deve ter lido o livro para saber sobre os Cullens.

- Você quer dizer que...

- Chegamos. - a interrompi.