Erick estava de volta e o treinamento já havia recomeçado, com um tributo a menos. Marco continuava insuportável, Lisa já conseguia fazer fogo e nós sozinha (Todo o crédito dos nós é de Finnick que me ensinou tudo) e eu estava mais confusa do que tudo. Gale tinha sido tão legal me levando pra ver Erick e Erick era tão incrível sendo... o Erick.

- Johanna – disse Marco colocando o braço em meus ombros – você está babando. Para!

- Deixa de ser babaca.

- Não estou brincando. – ele disse rindo – está mesmo.

Me soltei de Marco até parar a sua frente e mostrei a língua.

- Chato.

- Jo – ele respirou fundo e começou o discurso – eu queria pedir desculpas por ser um babaca. Ver alguém morrer me fez ver que eu não saberia lidar com isso.

- Olha só Marco. Até que você pensa.

Ele deu um riso irônico e foi treinar com as espadas. De um lado da sala de treinamento vi Gale, do outro Erick. Ótimo, agora como eu faço pra me dividir em duas? Acho que devia ir ver quem (pelo menos no momento) é quase meu namorado, certo? Errado. Fui em direção a Erick e fiz o máximo de esforço pra não fazer meu coração disparar e sair correndo pelo salão.

- Oi Erick – disse cantando – tudo bem?

- Jo – ele me abraçou antes que eu pudesse me afastar – bom dia.

- Acho que você está animado. Isso é um bom sinal.

- Sabia que você está nas capas dos jornais? – Erick saiu andando como se aquilo não fizesse a mínima diferença.

- O que? – sai andando atrás dele, chocada – Como assim? Me explica isso.

- Algo do tipo “O amor pode vencer a guerra” e uma foto sua com Gale.

Uma foto do que? O chão tremeu e eu quis sentar ali, abaixar a cabeça e nunca mais sair de lá.

- Algo assim Johanna, compre um jornal – o tom de Erick era seco – Eu não sabia que ele tinha ido com você me ver no hospital.

O peso dos meus ombros relaxou.

- No hospital?

- Sim, fotos de vocês chegando de mãos dadas. Acho que a palavra certa pra quem tira essas fotos é paparazzi. Isso existia no passado e parece que eles voltaram.

Gale não tinha mandado nossa foto para o jornal. Ele sequer tinha mostrado ela pro Erick. Quis correr para os braços de Gale, mas era uma péssima ideia.

- Quando nós vamos conseguir paz?

- Não sei Johanna.

- Para Erick – disse encostando meu ombro ao seu e mexendo no seu curativo. – Ainda dói?

- Não mais que meu coração.

- Nossa – disse em tom irônico e quase gritando.

- O que Johanna?

- Isso foi tããããããão gay – e comecei a rir – muito gay, sério.

- Para com isso – ele disse rindo – tentei ser romântico.

- Não funcionou – disse o beliscando – tenho que ir treinar meus tributos. Nos vemos no almoço.

Sai andando (o certo seria saltitando) e fiquei o resto da manhã treinando lançamento de faca com a ainda boa, porém distraída Lisa.

Gale surgiu um pouco antes da hora do almoço. Pálido, como se tivesse visto alguém morto. Péssimo exemplo, ele tinha visto. Mas era diferente. As mãos de Gale tremiam e suas pernas bambeavam. Ele suava frio e seus olhos estavam perdidos.

- Gale – corri em sua direção – Gale, o que está acontecendo?

- Jo – ele arfou como se nada mais fosse sair de sua boca – o suco.