No Céu, A Tempestade Vem Com A Chuva escrita por Alana Schneider


Capítulo 2
Digam que o que eu estou vendo é mentira!




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No dia seguinte, bem cedo, o despertador começa a apitar, fazendo com que Tsuna pulasse de cama em pânico.

–Mas por que essa droga despertou tão cedo? A-ah! Os livros do Gokudera! - lembrou o pequeno.

Nisso, vestiu-se rapidamente, arrancou uma torrada das mãos de sua mãe, agradecendo, e foi-se correndo até o apartamento do maior.

Chegou ofegante em frente ao apartamento, visava as escadas como um desafio. Mas, havia prometido a si mesmo que devolveria os livros antes da aula, então, avançou.

Chegando ao andar em que Gokudera morava, ouviu uma voz familiar, muito familiar mesmo. Era alguém de sua escola... não! De sua turma, ele tinha certeza disso. Curioso, espiou da escada até o corredor em que ficava o quarto de seu braço direito, para ver quem era.

Tsuna não queria acreditar no que via. Arregalou seus olhos para tentar entender o que estava acontecendo, estava espantado. Era Yamamoto Takeshi, e estava junto com Gokudera, não apenas juntos, mas abraçados, agarrados!

Seu colega, a quem sempre teve respeito, estava agora fazendo Gokudera corar e soltar gemidos altos, mordendo e chupando seu pescoço e orelha. Uma de suas mãos estava dentro de sua blusa, Tsuna não conseguia ver exatamente o que Yamamoto estava fazendo, mas tentava imaginar. Tanta perversidade, vinda de dois grandes amigos, de seus dois melhores amigos, parecia ser inaceitável. Tsuna continuava a olhar os dois, pasmo, quando notou que Yamamoto estava o encarando, com o canto dos olhos. Saiu correndo, estava confuso.

Chegou a escola, suando, depois de tanto correr. Sentou-se em um banco para descansar, e, com as mãos no rosto, queria tentar entender o que estava acontecendo. Podia Gokudera estar guardando um segredo desse tipo por tanto tempo? Ou então, ele estava apenas brincando com os sentimentos de Tsuna? O menor não queria nem pensar nessa possibilidade, pois tinha um grande afeto pelo seu braço direito. Tirou as mãos do rosto e, de longe, viu ambos, Gokudera e Yamamoto, vindo juntos para o portão da escola, conversando. Mesmo distantes, Tsuna conseguia ver que eles agiam normalmente, Yamamoto sorria enquanto Gokudera dava uma bronca, se ele não tivesse visto nada, seria apenas mais um dia normal para ele, mas... O pequeno mafioso não sabia o que falar com eles, não sabia nem sequer como cumprimentá-los, assim, escondeu o rosto com sua mochila e continuou sentado, imóvel.

–Juudaime! - gritou Gokudera de longe.

–Tsuna! - acompanhou o mais alto.

O pequeno ficou quieto por um instante, seus pensamentos estavam confusos, ainda não conseguia acreditar no que havia visto minutos atrás.

–Juudaime?- disse, preocupado, o jovem de cabelos prateados.

–A-aah! Olá, olá! Como estão? - respondeu Tsuna, engolindo o nervosismo e secando o pouco de suor que havia se formado em sua testa.

–Tsuna, você está bem? - perguntou Yamamoto, notando o nervosismo do colega.

–E-Eu? Eu estou ótimo! Não aconteceu nada, do que você está falando? - respondeu o Décimo, não conseguindo esconder que estava extremamente nervoso.

–Tem certeza? Pois parece que--

–Eu já disse que estou ótimo! Haha. Quer dizer, eu esqueci uma coisa ali, fiquem aqui, vou lá buscar e já volto. - Disse Tsuna, falsamente, interrompendo o seu braço direito e se direcionando ao estádio.Tsuna saiu com passos acelerados e, logo, começou a correr. Estava desesperado por não conseguir nem ao menos falar com seus amigos.

Chegou ao estádio, sentou-se no chão, abaixou a cabeça e tentou acreditar estar enganado sobre o que viu, mas não conseguia, afinal, ele não conseguia pensar em outro motivo dos dois estarem agarrados em um momento como aquele. Nisso, vê que Yamamoto está entrando no estádio, mas sozinho.

–Ya-Yamamoto? O que está fazendo aqui? - perguntou o pequeno, levantando-se.

–Tsuna, precisamos conversar. - disse o de cabelos negros, caminhando em direção ao menor.

–É-É que na verdade, eu só vim aqui buscar uma coisa e--

–Eu sei que você não veio buscar nada aqui, Tsuna, e também sei o motivo de estar tão nervoso. - disse Yamamoto, que interrompeu o discurso de Tsuna.

–Mo-mo-motivo? Do que você está falando? Eu já disse, só vim buscar um--

–Tsuna. Chega de teatro, volte-se a sentar. - disse Yamamoto, levantando a voz, depois de interromper o menor novamente.

O pequeno nunca tinha visto o maior agir dessa maneira, Yamamoto sempre foi calmo e levava tudo na brincadeira, jamais imaginaria ele levantando a voz. Mesmo assim, o menor voltou a sentar-se e, nisso, o maior o acompanhou, sentando em seu lado.

–Tsuna. Pode me responder uma coisa? - perguntou o mais alto.

–T-tudo bem. - respondeu o menor.

–O que foi que você viu... hoje cedo, em frente ao apartamento do Gokudera? - perguntou Yamamoto.

–Eu, eu... eu não vi nada! Sério, nada mesmo! - respondeu o pequeno, assustado.

–Tsuna, eu vi que você estava nos espiando, pode falar a verdade. - disse o grande.

–B-bem, eu vi o que vocês estavam fazendo! Afinal, a quanto tempo vocês fazem isso? E afinal, porque eu nunca soube de nada?! - disse o pequeno, agora um pouco bravo por notar que, mesmo estando sempre junto dos dois amigos, nunca havia notado nenhum tipo de interação estranha entre eles.

–Ahm?! E afinal, o que você estava fazendo lá aquela hora da manhã? - perguntou o maior.

–Eu fui apenas entregar os livros de matemática que ele esqueceu ontem lá em casa... Pois ele teve que sair urgentemente para... - Tsuna parou para pensar durante um momento. Agora, havia se lembrado que no dia anterior, Gokudera havia saído com urgência da casa do menor, dando uma desculpa esfarrapada. Afinal, ninguém iria sair em um horário em ponto especialmente para limpar a casa em um dia qualquer. - Yamamoto, me responda uma coisa... Que hora VOCÊ foi na casa do Gokudera? - perguntou o pequeno.

–Eu? Hmm... Lá pelas 17:30... - respondeu Yamamoto.

Tsuna ficou pasmo com a resposta, agora sabia que Gokudera havia saído tão depressa de sua casa às 16:00 para se encontrar com Yamamoto, agora, só tinha uma dúvida.

–V-vocês... Dormiram juntos? - perguntou, envergonhado, o pequeno.

–AH?! TSUNA?! O QUE VOC--

–N-NÃO! NÃO É O QUE EU QUIS DIZER! Só quis saber se você passou a noite lá... - disse Tsuna, apavorado, interrompendo o susto do amigo.

–Bom, sim, por isso eu estava lá tão cedo. Entendeu? - explicou o grande. - Agora, vamos para a sala de aula que o sinal para a aula começar já vai bater, depois conversamos, certo? - encerrou Yamamoto.

Tsuna moveu a cabeça em sinal de sim. E assim, voltaram juntos para a sala de aula.


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