Rich Boy and The Geek escrita por O Livro de Eli


Capítulo 10
Let the game begin




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/252850/chapter/10

Jack havia sido bonzinho apesar de tudo. Tinha deixado ele e Rachel sem a mordaça, então poderiam gritar por ajuda. Mas, porém, todos estavam em aula nesse momento, então duvidava mesmo que alguém fosse ouvir.

O calor já estava insuportável dentro da sala, embora estivesse longe o bastante dos três. Mas duvidava também que fossem ficar vivos muito tempo por conta da fumaça que já os intoxicavam. Jonathan estava preocupado com as duas meninas amarradas atrás de si. Rachel parecia estar inconsciente, e Harleen se esperneava o tempo inteiro.

- Harleen, pare de se mexer, assim não vai ajudar em nada! – A loirinha murmurou algo, que foi abafado pela fita. – Rachel! Rachel acorda!

Rachel levantou a cabeça meio aturdida e olhou em volta, entrando em pânico. A ruiva gritava o tempo inteiro que não queria morrer, Jonathan tentou acalmá-la, mas não adiantou.

- Rachel! Presta atenção! Jack não amarrou suas mãos, tente desamarrar a corda que nos prende, agora, Rachel!

A ruiva estava em pânico, apenas gritava. Jonathan a cutucou com o braço, mas de nada adiantava.

- Rachel, pare de gritar!

- Me diz, como eu posso parar de gritar?! Eu vou morrer! – Ela já havia subido muitos décimos de sua voz, suspeitava que se ela continuasse a berrar daquele jeito fosse ficar sem voz antes que Jonathan precisasse da voz dela.

- Escute, Rachel – Ele falou com um tom baixo, tentando acalmá-la . Jonathan não estava muito preocupado se ia morrer ou não, mas precisava tirar as meninas dali – Eu vou tirar você e a Harleen daqui, entendeu? Vão vir tirar vocês daqui, está me ouvindo? – Ela fez que sim com a cabeça – Agora , com calma, tente desamarrar a corda das minhas mãos.

Jonathan sentiu as mãos dela tremelicando perto das suas, tentando achar o nó da corda.

- Eu não consigo!

- Você consegue! Vamos! Fique calma! – Ouve uma explosão na sala, o fogo tinha encontrado algum vidrinho com liquido inflamável. Se chegasse ao grosso daquelas coisas, tudo iria pelos ares!

Rachel tentou de novo, mas suas mãos ainda estava tremelicando. Ela tentava olhar por cima do ombro, mas ainda não conseguia. Desgraçado do Harvey, tinha amarrado a corda com muitos nós.

- Desculpe, Johnny, eu não consigo – Ela começou a chorar.

Jonathan pensou um pouco.

- Rachel, você se lembra de quando a nossa professora de artes nos ensinou a brincar de Cama de Gato e Harvey acabou ficando preso nas cordas? – Rachel riu sem humor. – Lembra que você conseguiu desamarrar os nós sem usar qualquer outra coisa, a não ser suas delicadas mãos? Faça isso agora. Finja que estamos nas aulas de artes, brincando de cama de gato!

Rachel respirou fundo e tentou novamente.

*

- Jack? – Harvey ficou observando o menino chegar perto dele. Na sua mão direita tinha um isqueiro, ele abria e fechava. Eles ficaram se encarando por um longo tempo, até que Jack sorriu e saiu caminhando. O loiro ficou observando a sala de química. Daqui a pouco tudo explodiria, e não ia mais ter Jonathan Crane para lhe infernizar. Não haveria mais Harley Quinzel para gritar irritantemente seu nome.

- Harvey! – Bruce gritou, ele vinha correndo junto de Selina e Bane. Assim que se aproximaram, o riquinho esnobe pulou em seu pescoço – Onde ele está?

- Quem? O menino Johnny? – Ele se fez de desentendido.

- Sim, o menino Johnny!

- Bom, digamos que ele e a Harleen vão fazer um banquete no inferno daqui a pouco. – Harvey molhou os lábios – Você poderia ir lá com eles!

- Desgraçado! – Bruce deferiu vários socos no loiro, que nem sequer tentou desviar.

Uma explosão foi ouvida vinda de dentro da sala de química, Selina segurou Bruce e eles ficaram encarando a sala sem saber o que fazer.

- Bane, faça alguma coisa! – Bane apenas observava. O fogo já estava alto e bem visível pelas janelas. Alguns gritos foram ouvidos lá de dentro – Quem mais está lá, Harvey?

- Ahn? – O loiro perguntou, também percebendo que aquele grito não era de Harleen ou de Jonathan. Mas não ficou muito tempo pra descobrir, saiu correndo.

*

- O que vamos fazer? – Selina perguntou. Alguns professores já haviam se reunido junto de alguns alunos no pátio e olhavam apavorados para a sala, onde de minuto em minuto alguma coisa explodia.

- Eu vou entrar lá. – Bruce falou, tirando o casaco que usava e o jogando no chão. Selina e Bane trocaram olhares preocupados.

- Bruce, não faça isso! Bruce!

Tarde demais, Bruce Wayne se jogou contra a porta, fazendo-a abrir. Os alunos e professores ficaram de queixo caído quando viram que lá dentro o fogo já havia devorado quase tudo.

*

- Jack, você pôs mais alguém lá? – Harvey perguntou, gesticulando com a cabeça para o tumulto. O menino de cabelos esverdeados brincava com uma navalha e olhava para o nada com um sorriso divertido.

- Tente adivinhar.

- Nós não combinamos nada de você colocar outro alguém lá dentro! – Ele rosnou.

- Nós também não combinamos nada de você amarrar minha loirinha ao Crane. – Ele retrucou.

- Mas você nem disse nada, parecia até que eu estava fazendo um favor a você!

- Harvey Dent – Jack começou – O que iria fazer se eu dissesse que coloquei junto de Jonathan Crane e Harleen, a sua preciosa... Rachel?

- Você não fez isso...

*

Bruce enxergou ao longe Rachel de pé, tentando desamarrar Harleen e Jonathan, os dois pareciam estar inconscientes.

Ele se aproximou dela que nem sequer percebeu-o ali.

- Oh, Bruce! – Ela gritou preocupada, ainda tentando desamarrar Jonathan – Me ajuda, Bruce!

De repente houve mais um baque na porta e Bane entrou, passando pelo fogo com tal facilidade que Bruce até pensou que ele fosse um anjo do exército da salvação.

Ótimo, a fumaça estava deixando ele louco.

Bane arrancou a fita que estava em volta da boca da menina loirinha e depois arrebentou as cordas. Oh, ele prestava pra alguma coisa!

Colocou a loirinha inconsciente em um dos ombros e saiu, com a mesma facilidade que entrou. Na porta, Bane lhe lançou um olhar.

- Rachel, vai logo. – Bruce ordenou, enquanto tentava ajeitar o braço de Jonathan sobre seu ombro.

- Tudo bem... – De repente tudo aconteceu muito rápido. Parece que o fogo alcançou aquilo que ele mais procurava dentro da sala, causando uma explosão. Bane apareceu do nada na frente de Bruce e de Jonathan – que continuava inconsciente – e os protegeu, como uma grande capa protetora.

Bruce não conseguiu ver Rachel no meio da explosão. Teria a ruiva, conseguido escapar? No rosto de Bane – embora coberto pela máscara – ele percebeu uma expressão de dor. Ele tinha sido corajoso. Havia se colocado entre o fogo para salvá-los. Lá fora, os gritos começaram a soar.

Então Bruce acabou desmaiando.

-

-

-

-

-

-

- NÃO! RACHEL! – Agora ele conseguia ver, Jack não era um menino normal, e sim um psicopata. Sempre suspeitara que o menino fosse estranho, mas nem tanto. E Harvey sabia muito bem, que, para os psicopatas, os meios justificavam os fins. Ou seria o contrário? Bom, aquilo não era hora para pensar na personalidade de Jack, e sim em sua menina, que o desgraçado havia amarrado junto a Harleen e Crane sem que ele soubesse.

Não podia deixar que nada acontecesse a sua ruivinha. Ele não sabia viver sem ela...

Era como se ela fosse a sua metade, a sua alma gêmea. Embora ela não tivesse percebido ainda.

Aquilo que ele havia tramado, o fez de modo errado. Não devia ter feito aquilo, se ninguém tirasse os três de lá, iriam morrer por uma causa fútil, e Harvey iria se culpar pelo resto da vida pelo acontecido. Então prometeu a si mesmo que não deixaria nada de ruim acontecer com ela.

Correu o mais rápido que pode, desviando-se da multidão. Mas quando finalmente chegou até a porta da sala, já era tarde demais.

Viu Bane colocar a loirinha no chão, perto de algum professor e tornar a entrar. Quando o fez, tudo foi pelos ares. Inclusive Harvey.

O fogo se espalhou além da porta, e o estouro fez com que o menino loiro caísse por cima dele. Sentiu seu rosto arder e a única coisa que pode fazer foi gritar. Pensou que ia morrer queimado, mas percebeu que o professor Jim já estava ajudando-o.

Embora ele soubesse que era tarde demais. Muito tarde.

Não fora somente a sua preciosa Rachel – e quem mais tivesse lá dentro - que morreu naquele incêndio que ele mesmo causou. Sua dignidade havia ido junto.

~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rich Boy and The Geek" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.