Capítulo 5

No corredor do térreo, havia uma garota de cabelos rosados e com a roupa molhada tentando ajudar outra garota loira a se equilibrar sob os seus pés. A situação era complicada e engraçada, porque ao mesmo tempo em que a garota de cabelos rosados tentava ajudar a outra a andar e a ficar quieta para não chamar a atenção de ninguém, a outra ria e falava tão alto como se quisesse que todo o país ouvisse. Essas garotas eram Sakura e Ino.

“‘Calma, foi só um drink! Não se preocupe eu não estou bêbada. ’ Era o que você disse pra mim Ino! Depois dessa, você vai ficar me devendo uma muito, mas muito grande!” Era o que Sakura pensava enquanto equilibrava o corpo da amiga em seu ombro. Era complicado, porque Ino não sabia como se equilibrar sobre os seus pés, mas não queria ficar apoiada em Sakura. Depois de tanto escarcéu a loira enfim conseguiu ficar por um tempo quieta e parou de falar alto – o que fez com que Sakura agradecesse mentalmente por isso – e começou a andar devagar e ficar mais pesada. – o que com que Sakura quase caísse no chão.

–-Sakura...

–-O que foi Ino?

–-Por que eu estou com tanto sono?

–-Por que você “não” está bêbada!

–-Eu já te falei? – disse a loira enquanto se soltava da amiga.

–-Falou o que? – Sakura respondeu enquanto trazia o peso da amiga de volta para o seu ombro.

–-Que você é a melhor amiga que pode existir no mundo?

–-Ino eu...

–-Shh! – disse ela fazendo o sinal de silencio com a mão – Fica quietinha porque eu to com tanto sono e...

–-I-Ino, por favor, não faz o que eu estou pensando! Ino...

–-Eu acho que eu não gosto do Kiba mais... Ele ta ficando chato... Só fica me perguntando sobre a Hinata...

–-Ino, quanto você bebeu hoje?

–-Nhá, não foi nada, foi só um drink...

–-Ino, não mente pra mim!

–-Ta bom mamãe, foram três doses.

–-Três doses? Ino, você sabe muito bem que você fica aérea na primeira dose!

–-Nháa, olha quem fala! A garota que ficou bêbada na segunda! – ela chegou perto do rosto de Sakura, a encarando e cutucando sua testa com o dedo indicador.

–-Ino, mas o que... – disse a rosada franzindo o cenho.

–-Puxa sua testa é grande mesmo!

–-Ino, não é hora pra isso! Por favor, me diz que você aguenta chegar ao nosso quarto?! – disse a ela se afastando do hálito terrível da amiga.

–-Não sei... Sakura... Acho que...

Ino nem ao menos terminou sua frase e logo caiu em cima da amiga que teve que a segurar nos braços. Sakura ficou desesperada, balançando a loira para ver se ela reagia,chegou até mesmo a dar alguns tapas em seu rosto e a buscar um pouco de água no bebedouro mais próximo e jogou um pouco no rosto da amiga, mas nada funcionou. Então ela a deitou no chão e sentou ao lado dela. Ela pensou em formas de levá-la para o quarto, mas não havia como a carregar nos braços, Sakura não tinha força o suficiente – não que Ino fosse gorda, longe disso, ela vivia se preocupando com o peso – e apesar de sua vontade enorme, não tinha como arrasta-la já que não conseguiria a puxar pelas escadas. Ela tentou pensar em alguma alternativa, mas por estar com a cabeça quente e raiva da amiga não conseguiu pensar em outra que não seja a ultima opção: chamar algum monitor.

Mesmo com raiva de Ino, Sakura não queria chamar os monitores porque iria acabar resultando em problemas para a amiga e para ela mesma também. A preocupação da rosada com a amiga era maior do que a vontade de estrangula-la, mas parecia que não havia outra escolha. Antes de Sakura se levantar ela começou a praguejar para Ino, que dormia como um bebê. Estava com as pernas encolhidas, deitada na lateral e usava os braços como travesseiros.

Enquanto Sakura praguejava, alguém entrava no corredor. Esse alguém estava bocejando e andando casualmente indo até o bebedouro, que ficava no corredor ao lado de onde as garotas estavam. Depois de beber sua água tranquilamente ele voltou pelo mesmo percurso que havia vindo, mas quando já estava no pé da escada ele escutou barulhos estranhos vindos do outro lado de onde estava. Então ele deu meia volta e decidiu que iria ver o que estava acontecendo. Enquanto caminhava ele passava a mão por trás da cabeça e continuava a bocejar. Quando virou o corredor, viu uma garota de cabelos rosa e de vestido molhado praguejando, ajoelhada ao lado de outra menina loira que estava deitada. Ele esfregou os olhos quando viu a cena. Achou aquilo muito estranho e resolveu ir até lá para ver o que estava acontecendo. Quanto mais se aproximava delas, mais as reconhecia e por estar ocupada de mais xingando, a rosada não escutou nenhum passo. Ele andou até chegar às garotas. Parou atrás de Sakura.

–-Sakura, o que você está fazendo aqui?

–AAAH! – ela se virou rápido quando ouviu a voz que vinha de trás dela.

–-Calma! Sou eu. –ele se assustou com o grito dela e se afastou.

–-Shi-Shikamaru?

–-É, sou eu.

–-Idiota, sabe o susto que me deu?! – disse Sakura se levantando como uma fera do chão e acertando uma pancada na cabeça do pobre Nara.

–-Ai! Desculpe, eu não quis te assustar. – ele passa a mão sobre o lugar onde havia sido acertado – Eu estava bebendo água no corredor de trás e ouvi uns barulhos e vim ver o que era. Eu não consegui te reconhecer de longe por que estava com muito sono e então eu me aproximei mais e achei muito estranho ter alguém deitado no corredor.

–-Desculpe, eu não quis te bater realmente, foi um impulso. A Ino não esta muito bem...

–-Parece problemático. O que ela aprontou dessa vez?

–-Ela bebeu um pouco mais do que consegue aguentar. Eu a encontrei na área de lazer hã... Bem... Ocupada, então eu estava a levando para o quarto quando ela desmaiou. Eu não sei mais como fazer para acorda-la, e já estava indo chamar os monitores.

–-Hã, bem, boa sorte pra você. – ele virou as costas e começou a fazer o percurso de volta.

–-Shikamaru!

–-Sim? – ele disse virando apenas a cabeça.

–-Eu estava pensando se você poderia me ajudar...?

–-O que? Ah não!

–-Ah, vamos Shikamaru, a família de vocês são amigas, e você não vai deixar a sua amiga na mão não é?!

–-Ah, tudo bem. Então, em que você precisa de mim?

–-Eu queria que... Hã... Bem... Que você carrega-se a Ino.

Shikamaru parou um pouco, passou a mão sobre a cabeça e disse:

–-Ah, cara, isso vai ser muito problemático!

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Shikamaru se aproximou de Ino, se abaixou e a pegou no colo, e para não ficar com os braços pendurados, ele pediu para que Sakura os colocasse em torno de seu pescoço. A cena era engraçada pela expressão de Shikamaru quando olhava para a loira – que estava com uma regata branca e saia jeans curta – e acabava dando de cara para o decote da moça. Sakura estava andando na frente, para ver se havia algum monitor. Enquanto percorriam o caminho para o dormitório das meninas Sakura e Shikamaru conversavam:

–-Shikamaru, por que você veio beber água aqui no térreo sendo que você tem um frigobar no quarto e um bebedouro no seu corredor?

–-O Choji – Akimichi Choji era o colega de quarto dele. Ele era cheinho e não parava de comer. As famílias Yamanaka, Nara e Akimichi eram muito amigas – acabou com toda a água que tínhamos no frigobar por ter comido curry de mais.

–-Ah...

–-Hey, Sakura, por que você esta com a roupa toda molhada?

–-Eu tive alguns probleminhas e acabei caindo na piscina... – ela corou levemente de lembrar que havia caído na piscina com o garoto loiro de olhos bem azuis.

–-Problemas...?

–-Eu só estava um pouco distraída e acabei me desequilibrando. Depois eu encontrei a Ino, tentei a levar para o quarto, mas ela acabou desmaiando. A Ino ta me devendo uma muito grande.

Eles continuaram em silencio até chegar à porta do quarto dela. Sakura abriu a porta e deixou Shikamaru passar primeiro. Ele entrou e logo a colocou em sua cama, e Sakura entrou no quarto depois disso. Hinata, que estava deitada estudando se assustou com a imagem de sua amiga desmaiada sendo carregada por um de seus colegas. Logo que Shikamaru a pôs em sua cama ele se despediu de Sakura e Hinata e foi embora.

–-S-Sakura-san, o que aconteceu?

–-Nada fora do normal, só mais uma bebedeira.

–-Bebedeira? De novo?

–-Sim Hinata, mais uma vez.

–-E Sakura-san, por que você esta com a roupa toda molhada?

–-É uma longa história, depois eu te conto. Primeiro vamos...

–-Sakura-san – disse Hinata percebendo alguns movimentos de Ino – Eu acho que ela esta acordando...

Era verdade, Ino estava se mexendo, quando Sakura percebeu ela foi logo para o lado da cama da amiga, junto com Hinata. Enquanto Ino abria os olhos devagar, ela via dois rostos a sua frente, um com cabelos rosa e outro com cabelos negros, ela perguntava o que estava acontecendo, mas não conseguiu terminar de falar quando sentiu algo subindo pela boca de seu estomago e chegando à garganta. Em questão de segundos ela se virou para o lado e vomitou em cima de seus sapatos. Sakura e Hinata se afastaram na hora que perceberam o que estava por vir. Depois de vomitar, Ino gemeu um pouco, limpou a boca com as costas da mão, cerrou os olhos e virou o rosto.

Sakura e Hinata já estavam acostumadas com isso, então como o de sempre, a rosada pegou o braço da loira e pôs entorno de seu pescoço, a ajudando a andar, e a levou até o banheiro. Enquanto isso, Hinata pegou um pano de limpar chão no banheiro, um balde pequeno com água, uma luva e um rodo. Ela arregaçou as mangas de seu pijama, colocou as luvas e começou a limpar o chão. Por sorte, Ino havia vomitado pouco. A morena pegou os sapatos vomitados e os enxaguou no banheiro. Depois disso ela tirou as luvas, calçou as pantufas e avisou para Sakura que iria à enfermaria buscar alguns remédios e saiu do quarto. Para quem tinha estômago fraco, aquela cena era nojenta, mas para Hinata que já estava acostumada e para Sakura que além de acostumada queria fazer medicina, aquilo não era nada.

No banheiro, Ino se ajoelhou no chão de frente com o vaso sanitário e começou todo o processo de novo. Sakura estava atrás dela, segurando seu cabelo. Ela pensava em quando que Ino iria colocar um pouco de juízo na cabeça e parar com toda essa bebedeira e esses encontros. Sakura sabia que isso em parte era devido a sua família.

Ino vem de uma família dona de uma grande distribuidora de flores, com as melhores floriculturas espalhadas pelo país. Eles são conhecidos por entenderem muito sobre botânica e por terem os melhores métodos de cultivo. Suas flores são fortes, resistentes, saudáveis. Nenhuma outra floricultura consegue produzir flores tão belas assim! Mas por trás de tanta beleza, a família que produz coisas tão belas e delicadas, na verdade não é nem um pouco parecida. A mãe de Ino é muito relapsa a filha, não se importando quanto deveria, amando de um jeito totalmente torto, o qual Ino não consegue entender. O pai é ótimo para negócios e administração, mas é péssimo nisso quando se trata de sua família. Mesmo tentando ser um bom pai, no ponto de vista de Ino, ele só a irrita e atrapalha, causando assim brigas entre eles. Ino só faz as suas rebeldias e inconsequências por querer chamar a atenção da mãe e provar para o pai que ela é capaz e que já esta crescida, que não é apenas aquela garotinha, o problema é que ela faz isso da pior maneira.

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Sakura tentou ajudar a amiga com o banho, mas o orgulho da loira impediu. Ino entrou no Box, ligou o chuveiro na água fria, deixou a água molhar seu cabelo e escorrer pelo corpo, franziu o cenho. Enquanto isso Sakura foi até o segundo andar e pegou um short vermelho e uma camiseta rosa com desenho de cereja, para dormir e levou para o outro banheiro que tem no quarto. Ela entrou e fechou a porta. Tirou o seu vestido molhado e o pendurou, deixou as roupas secas penduradas junto com a toalha um pouco afastado do vestido. Soltou um suspiro, se olhou no espelho. Ela tinha um pouco de olheiras, um nariz vermelho e cansaço refletido nos olhos. “Ficar tanto tempo assim com uma roupa molhada não me fez bem.” ela pensava. Deixou cair pelo corpo suas peças íntimas, entrou no Box e ligou a água quente, deixando-a escorrer por todo o corpo enquanto passava a mão sobre o cabelo. Aquele dia tinha sido difícil pra ela. Encontrar aquele garoto novo e ajudar Ino foi bom para ela, a ajudou a esquecer de o que havia acontecido na casa de Nomura.

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Enquanto Sakura tomava banho, Hinata entrou deixando algumas aspirinas e analgésicos sobre o criado mudo ao lado da cama de Ino, que estava saindo do banheiro, meio tonta. Hinata foi ajuda-la.

–-Não Hinata, eu estou bem. Ainda consigo andar.

–-Oh. Ok I-Ino-san. – disse a morena soltando a amiga – Está melhor um pouco?

–-Só com um gosto horrível na boca e uma dor de cabeça horrível.

–-Eu peguei algumas aspirinas e analgésicos. Está em cima do criado mudo ao lado da sua cama. Quer que eu busque um pouco de água?

–-Obrigada Hinata, você é muito gentil. Seria muito bom se você buscasse pra mim.

A loira foi caminhando devagar, segurando seu roupão na cintura, até a cama. Jogou as cobertas para o lado, deitou e as puxou para si. Hinata foi até o frigobar, pegou uma garrafinha de água e levou para a amiga, que molhou a boca primeiro e depois jogou três analgésicos na boca e bebeu água por cima.

–-I-Ino-san, três de uma vez não é muito?

–-Pra dor de cabeça que estou é pouco!

Ino se recostou e procurou uma posição confortável na cama. Hinata foi deitar em sua cama. Enquanto isso Sakura saiu do banheiro já vestida, passando uma toalha no cabelo e indo para a sua cama.

–-Sakura-san, você não parece bem. O que aconteceu?

–-Quando eu voltei da festa eu fui à lanchonete e acabei caindo na piscina.

–-Caindo na piscina? Como?

–-Eu acabei me assustando com uma pessoa que me chamou e cai. Eu passei tempo de mais com a roupa molhada, e isso não me fez nada bem.

–-Ah! Então era por isso que aquele garoto estava molhado! – disse Ino.

–-Hinata-san, você trouxe algumas aspirinas não foi? –disse arrumando a cama para dormir.

–-Sim, eu trouxe. Você quer?

–-Um pouco seria bom. Estou com uma dor de cabeça horrível!

Hinata levantou de sua cama, buscou um pouco de água e Ino deu as aspiras que estavam no criado mudo do lado de sua cama para ela, que levou para a rosada e tomou tudo em só um gole e agradeceu. Hinata aproveitando que estava em pé, apagou as luzes do quarto, arrumou o despertador, e foi deitar. O quarto permaneceu em silencio pelo resto da noite.

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Naquela noite, quando Naruto e Sasuke estavam chegando da área de lazer para o quarto, escutaram alguns barulhos vindos de dentro dele. Sasuke, que estava com a mão na maçaneta, logo olhou para o amigo loiro, que correspondeu com o mesmo olhar. Fazendo um sinal de concordância com a cabeça, Naruto se afastou da porta um pouco e Sasuke a abriu. O loiro entrou rapidamente para dentro – carregando na mão o celular que Sakura havia esquecido – com o corpo rente a parede de entrada, com o amigo logo atrás, olhou com cautela para o quarto e viram a cama bagunçada com um monte de livros e roupas em cima e os barulhos continuaram. Naruto olhou para Sasuke e levantou o cenho direito como alguém que não esta entendendo nada. O moreno por sua vez, saiu da posição de defesa e caminhou na direção de onde os sons estavam vindo, Naruto ficou onde estava.

Pé ante pé, Sasuke subiu as escadas para o segundo andar, e cada vez mais o som ficava mais forte. Quando faltavam apenas uns cinco degraus para chegar ao piso, o som parou. O loiro e o moreno acharam aquilo estranho. Sasuke, já um pouco preocupado, terminou de subir as escadas devagar, se pôs em posição de ataque e caminhou cautelosamente diante dos armários, que eram embutidos e eram portas enormes até o teto, por dentro era grande o suficiente para caber uma pessoa. No pequeno segundo em que passou as portas e foi olhar o banheiro, a ultima porta do armário – eram três portas – se abriu, e saiu um grande homem de cabelos compridos de lá e prendeu Sasuke pelo pescoço, que ia se defender com um chute forte no joelho do inimigo, que por alguma razão o estava soltando.

–-SASUKE! NÃO!

O moreno se distraiu com o grito de Naruto e com o seu inimigo o soltando e acabou errando a mira.

–-Sasuke, é o Ero-sennin!

O aviso veio tarde, e Sasuke já havia acertado seu alvo, mas ao contrario do joelho, ele acertou um pouquinho mais acima, nocauteando o seu alvo. Quando percebeu quem estava atrás de si, Sasuke se virou e olhou para chão. – que era onde o seu alvo estava, encolhido e com as mãos na virilha.

–-Jiraya-sama?!

–-S-Sas-Sasuke, – o velho tinha lagrimas escorrendo pelos olhos e mal conseguia falar – E-esse tipo d-de gol-golpe n-não se usa e-em ami-gos!

Naruto foi correndo até o segundo andar deixando o celular que carregava em cima da cama, e parou diante de seu treinador deitado no chão.

–-Ero-sennin, não acredito que você caiu por levar um chute no...

–-Cala a boca! – disse o velho.

Naruto nem ao menos terminou sua frase e levou um chute do velho no mesmo lugar, e caiu na mesma posição dele, também lacrimejando.

–-Er-ro-sen-nnin, p-porque você f-fez i-isso?!

Sasuke apenas ficou olhando aquela cena ridícula – em sua opinião.

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Alguns minutos depois da dor amenizada, lá estavam Naruto e Jiraya sentados na ponta da cama – Naruto olhava o velho com uma expressão emburrada e raivosa – com um saquinho de gelo na virilha de cada um e Sasuke em pé na frente deles.

–-Então, Jiraya-sama, porque você esta aqui no nosso quarto?

–-Como fui transferido de outro colégio pra cá, uma cidade onde eu não tenho residência, a escola dispõe quartos para os professores, mas o meu vai ser liberado em dois dias, então a Tsunade me colocou junto com vocês. Eu cheguei aqui e não tinha ninguém, então eu resolvi me ajeitar, e quando estava pondo algumas coisas no armário eu escutei vocês chegarem então eu me preparei para ataque, mas quando eu vi que era você, Sasuke, eu te soltei na hora, mas eu não esperava que você fosse me atacar com um golpe tão baixo assim!

–-Eu não pretendia chuta-lo aí! –ele estava corando um pouco – Eu iria acertar o joelho, mas eu me distrai. Sua sorte é que eu diminui a força.

–-Ero-sennin, o que os são essas folhas avulsas e o que os seus livros estão fazendo aqui? –disse o loiro se virando e olhando para a bagunça da cama.

–-Ah, eu estou fazendo a continuação do Itcha Itcha Tatics. Eu estou coletando informações por aí, e quem sabe esse colégio não seja um bom lugar?! – ele tinha um sorriso de lobo velho e safado estampado no rosto.

–-Seu velho tarado, o que você pensa está fazendo?

–-Agora que eu me aposentei da associação eu quero levar uma vida normal! Vocês também deveriam fazer isso.

–-Hey, Naruto, de quem é esse celular na cama? – disse o moreno olhando para o tal.

–-Que cel... Ah! – disse o loiro jogando o saquinho de gelo no chão e se virando para pegar o celular – É da Sakura-san, ela esqueceu na área de lazer e eu o peguei...

–-“Sakura-san”? Esse é o seu primeiro dia e você já esta com o celular de uma garota é?! Que orgulho de você! Aprendeu tudo comigo! Me diz, que tática você usou? – disse o velho.

–-N-Não é nada disso seu velho tarado. – disse Naruto corando – Além do mais, seus livros são horríveis e eu nunca usaria aquelas táticas!

–-Humpft! –fez o velho dando as costas e cruzando os braços – Você que não sabe apreciar a arte quando vê!

–-Sakura? É aquela garota de hoje de manhã? O que você estava fazendo com ela baka?! – disse o moreno.

–-Eu a encontrei na área de lazer e comecei a conversar com ela.

–-A propósito, porque você esta com a roupa toda molhada? Você ta molhando a cama toda! – disse o velho.

–-Eu... Hã... Acabei meio que... Caindo na piscina. –disse ele se levantando e passando a mão sobre o cabelo.

–-Como que você caiu na piscina baka?!

–-Eu meio que fui... Puxado... –ele realmente estava corando.

–-Puxado? Huuum! Quem que te puxou para a piscina?! – era o Jiraya falando.

–-Naruto, o que você estava fazendo lá?! Baka, o que foi que você fez?

–-Cala a boca Teme! Eu não fiz nada!

–-Então como você foi puxado? – disse o velho.

–-Eu assustei a Sakura-san sem querer e ela acabou caindo na piscina segurando em mim e eu fui junto. – ele murmurou.

–-Ah Garoto! Que orgulho de você! –disse o velho.

–-Naruto o que...

–-Sasuke, não aconteceu nada! E além do mais, a vida que tivemos no passado agora já esta lá, no passado, onde temos que deixar. Temos dezenove anos ainda. Temos uma vida toda pela frente!

–-Sasuke, você era um dos melhores do chefe. Você foi treinado para ser dissimulado e frio, mas agora não precisa mais. A intenção dessa “aposentadoria” é deixar o que aconteceu para trás. Ela é o nosso maior disfarce. Não da para esquecer o que aconteceu, mas siga a vida.

–-Tudo bem. Eu vou ir dormir. – disse o moreno indo em direção à cama de solteiro para prepara-la.

–-Ok. Ero-sennin, onde a gente pode conseguir um colchão pra você? Acho que não tem e...

–-Ei, que papo é esse? O meu colchão tá bem aqui, na cama. Temos que ver onde você vai dormir.

–-O que?! Ero-sennin, você acha que vai dormir aí?! Essa cama é minha! – disse o loiro subindo em cima da cama e ficando de pé sobre ela, cerrando o punho em posição de combate.

–-Eu sou mais velho, mereço a cama normal! –disse o velho derrubando o loiro da cama e o jogando no chão.

–-Hey, onde vou dormir?!

–-Divida a cama com o Sasuke.

–-O que? –disseram o loiro e o moreno simultaneamente.

–-Vou ficar aqui apenas dois dias, enquanto isso eu posso dormir na cama de solteiro e você e o Sasuke dividem a cama de casal.

–-Mas é claro que não! Eu não vou dividir a cama com ele! –disseram ambos simultaneamente, novamente.

–-Então algum de vocês vai ter que dormir no chão, já que não tem colchões de sobra aqui no colégio. – disse Jiraya pegando suas coisas e levando para cama onde Sasuke tinha acabado de sair.

Os dois se olharam e correram para a cama que tinha sido acabada de ser desocupada, mas ambos chegaram junto, o que levou a uma briga de empurrões.

–-S-Sai Sasuke! – disse Naruto empurrando o rosto do amigo.

–-Sai v-você Baka! –disse o moreno em resposta.

Essa briga continuou por mais uns cinco minutos até que Jiraya, cansado da barulheira, deu um basta e acertou um golpe forte na cabeça dos dois. Depois disso o silencio permaneceu no quarto, e quando Jiraya terminou seus rascunhos, apagou as luzes e deitou com um sorriso no rosto, enquanto na cama de casal, Naruto estava deitado de lado, encolhido na cama com um bico enorme, e Sasuke deitado virado para o lado contrário, com um bico igual. Ambos com um galo enorme na cabeça. O resto da noite permaneceu calma e tranquila, exceto as brigas de algumas horas da noite causada pela disputa pelo cobertor, mas foram apartadas pelo velho de cabelos brancos.

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