Colecionadores De Segredos. escrita por Lioness


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Minna, quero pedir desculpas mais uma vez, aconteceu uma coisa que não gosto: passar do tempo que eu mesma me estipulei. Deveria ter postado até terça, mas não consegui, meu desanimo, meu bloqueio criativo e a falta de inspiração contribuíram muito para isso, então, talvez por isso, esse capítulo esteja um tanto quanto fraco. Sinceramente, me desculpem.
Bom, me digam o que acharam deste capítulo nos comentários, um feedback seria muito bom, quero saber em que posso melhorar, não tenham medo, sejam francos.
Bom,tenham uma boa leitura (:



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Capítulo 10

Os pássaros estavam alvoroçados, estava na hora de voltar para o ninho. O vento bailava por entre as árvores fazendo com que o som do farfalhar de suas folhas criasse um clima aconchegante. O sol estava se pondo quando o sinal soou. Os alunos, a contraste da hora do intervalo, saiam devagar, estavam cansados da semana, o dia havia sido longo e cansativo.

Três garotas chegavam ao seu quarto. Andavam com os pés arrastados, estavam realmente cansadas. Assim que destrancaram a porta, uma delas correu para sua cama e se atirou, atirando os sapatos para longe e fazendo com que seus longos cabelos loiros se esparramassem pelo seu corpo e por entre as cobertas jogadas. Fechou os olhos e roçou carinhosamente seu rosto no travesseiro branco, começando a fazer juras de amor para ele, dizendo que não queria, porém teve que abandona-lo, mas que não queria o deixar nunca mais. Uma delas caminhou calmamente até sua cama, – diferente das outras duas camas daquele quarto, aquela estava perfeitamente arrumada – tirou seus sapatos de uma forma delicada, pegou seu headphone azul claro e os ajeitou sobre sua cabeleira violeta e deu play no aparelho, pegou seu livro de matemática no criado mudo, se aconchegou na cama e começou a estudar. Enquanto isso, a garota que sobrou ao ver que suas duas amigas estavam ocupadas, e ao sentir suas pálpebras pesarem, resolveu tomar um banho quente para ir dormir.

–------------- xx --------------

Uma rua pacata havia alguns prédios e terrenos baldios. Era um bairro perigoso. O alaranjado do sol poente se transparecia pelos vidros das janelas dos prédios, o tempo era ameno, o escuro já começa a surgir, a noite estava vindo.

Podia-se ouvir passos acelerados naquela rua, alguém parecia estar com pressa. O homem suspirava e cantarolava algumas músicas, parecia estar feliz e apreensivo ao mesmo tempo. Caminhava depressa, chutando algumas latas que via pela frente, mexia com as poucas garotas que passavam pela rua onde estava. Afagou seus cabelos castanhos, tirou um cigarro do bolso e um isqueiro, o acendeu e deu uma profunda tragada. Em seguida soltou uma longa fumaça, queria aliviar sua ansiedade. Seu prédio já estava perto, porém ele continuava a mexer com as mãos, não estava totalmente seguro, mas estava feliz, estava livre.

A rua por onde andava tinha vários becos, negros. A cada vez que passava por um, um flash negro fazia contraste no alaranjado. Amanhã colocaria seu plano em ação, poderia extrair muito dinheiro. Pensava na mordomia que teria, no dinheiro e nas mulheres. Isso compensaria tudo.

Já estava tirando as chaves do bolso do jeans quando sentiu seu corpo ser brutalmente puxado para as sombras de um beco escuro, sem esperança, sem ajuda. Braços muito fortes cobertos por um pano negro o envolviam pelo pescoço.

–-Mas o que... – ele deixou seu cigarro cair.

–-Pobre garoto... Você sabe de mais... Você é uma ameaça para o chefe. – ele sussurrou no ouvido do garoto.

O homem coberto de negro acertou um golpe forte em uma região do pescoço daquele que segurava que por sua vez no mesmo instante caiu no chão, morto.

–-Nunca foi bom, nunca foi forte, nunca foi inteligente. Sempre ambicioso. – o homem de negro olhava com desdém para o corpo no chão – Mesmo assim, o chefe até que gostava de você.

O homem de negro pegou um grande saco de igual cor e começou a embala-lo. Pegou o cigarro no chão e o olhou. Então tirou um isqueiro do bolso e o queimou. Continuou ali nas sombras, embalando o corpo.

–------------- xx --------------

Dois garotos caminhavam lentamente na direção da lanchonete. Apreciavam o por do sol, deixando apenas com que os barulhos de seus passos e os pássaros fossem responsáveis de não deixarem o silencio reinar, porém, um deles resolveu colaborar.

–-Oy, Naruto, onde você esteve o intervalo todo? – a voz dele continuava indiferente.

–-Por aí...

–-Com quem?

–-Alguém...

–-Era a tal da Sakura?

–-Talvez...

–-Quer parar com respostas monossilábicas baka?! Está me irritando!

–-Ah, cala a boca teme... – ele sorriu debochado.

–-Não precisa dizer, sei que foi com a tal da Sakura, você tinha ido falar com ela e ia entregar um celular e, aliás, como foi a tal entrega?

–-Não aconteceu nada de mais, se é isso que você quer saber.

–-Hn... Jiraya vai ficar decepcionado com você.

–-Desculpe se eu não sou como você que se aproveita das garotas enquanto tem necessidade e depois as deixam.

–-Talvez por isso que elas sejam garotas de programa ou vagabundas de um bar qualquer. – ele mostrou um sorriso debochado igualmente ao do amigo, minutos atrás.

Caminharam em silêncio até chegarem à porta da área de lazer. Sasuke puxou o amigo pelo braço, o mantendo bastante próximo de si, nas sombras.

–-O que foi? – Naruto perguntou sério.

–-Ele saiu.

–Ele te falou alguma coisa?

–-Não, mas provavelmente vamos ficar sabendo de algo logo. Talvez teremos que agir mais cedo, ou bem mais tarde. É melhor ficar preparado.

–-Ok.

Saíram das sombras como se nada tivesse acontecido. Como de costume, explanaram todo o espaço onde estavam, não por ser arriscado ter alguém, mas foram treinados a observarem o lugar onde estavam em fração de segundos. Havia algumas garotas de biquine na beira da piscina pegando o resto de sol que havia. Algumas gostavam de aproveitar o horário em que o sol estava poente porque era mais fraco.
Também havia alguns poucos alunos sentados nas cadeiras espalhadas pela área, tomando sucos, refrigerantes, comendo algo leve. Gostavam de descansar assim depois da aula, comer algo e dormir.

Naruto sentiu seu estômago roncar e logo foi correndo até a lanchonete. A atendente – que estava distraída juntando copos e pratos – assim que o viu tomou um susto e se afastou. Era ele aquele rapaz que invadira lanchonete um dia atrás e que causou o maior alvoroço. Naruto tentou a acalmar, mas sua ansiedade por comida acabou atrapalhando um pouco. Ao contrario das pessoas ali presente, – que comiam algo leve – ele pediu uma grande tigela de um bom miso ramén. Não havia comido muito no intervalo, apenas algumas frutas que Sakura tinha. Estava praticamente morto de fome. Salivava enquanto via o ramén sendo preparado, deixando Sasuke – que observava tudo de longe, em uma mesa – com uma enorme vergonha. Na cabeça dele estava mais do que confirmado que Naruto era um completo idiota. Assim que o pedido ficou pronto, Naruto catou a tigela e os hashis e foi andando e comendo até a mesa onde Sasuke estava.

Não conversaram muito, já que Naruto, além do ramén, estava hipnotizado olhando para as garotas tomando sol. Eles não eram da mesma idade de seus colegas. Eles eram mais velhos três anos, mas a escola era um disfarce perfeito, então atrasar alguns anos não faria mal. Gostavam de garotas mais novas, e aquelas garotas eram lindas. Sasuke tentou manter sua indiferença, mas acabou se contaminando com Naruto, e passou a apreciar as garotas, de uma maneira discreta, mas Naruto conseguiu ver que seu amigo olhava atentamente para elas.

–-Oy, tigrão, cuidado se não começa a babar hein?!

–-O q-que? Ah, cala a boca baka – ele atirou o porta guardanapos na cara do amigo, que levou em cheio a pancada no meio do rosto e quase deixou a tigela de ramén cair – Como se não estivesse fazendo o mesmo. Além do mais, eu estou estudando a engenharia do local. – ele corou sutilmente.

–-Engenharia é...?! Parece mais a anatomia do corpo humano feminino. – ele sorriu maliciosamente – Sasuke, essa é a desculpa mais velha que eu já ouvi.

–-Cala essa boca e come o seu ramén. – ele procurou olhar para algum lugar onde não tivesse nenhuma garota.

Naruto e Sasuke nunca tiveram uma relação amorosa com alguma garota. Não podiam. Em suas poucas noites livres eles saiam para uma boate ou um bar qualquer e conheciam algumas garotas. Passavam a noite com elas e depois nunca mais as viam. Naruto ainda era um pouco mais atencioso, deixava alguns recados e as tratava bem, enquanto Sasuke continuava do jeito que ele sempre foi: frio e indiferente. Seu chefe sempre os mantinha ocupados com o trabalho e com o treino, porém ele sabia das necessidades que garotos tem, e foi o primeiro a incentivar e apoiar a nova experiência que os garotos queriam. Nada diretamente, apenas algumas noites de folga e o resto era por conta deles.

Nunca amaram, nunca namoraram apenas se divertiram. Não conheceram o que é o sentido da palavra amor. Mas um deles sabe que quando sente algo diferente dentro de si está relacionado a isso.

–------------- xx --------------

–-Ele está morto então? – uma voz máscula sussurrava no escuro.

–-Dormindo com os peixes. – alguém dizia envolto de uma capa tão negra quanto a sombra da meia noite.

–-Mandaram o aviso siciliano?

–-Não. Ninguém conhecia o rapaz, apenas algumas prostitutas com quem ele dormiu no pouco tempo em que estava livre.

–-Vizinhos?

–-Nada, apesar de ser um idiota ele era discreto quando o assunto era vizinhança.

–-Obrigado.

–-Jiraya, tome cuidado, o chefe não está tendo compaixão com ninguém, até mesmo com aqueles que gosta.

–-Eu digo o mesmo pra você. Aonde vai?

–-Sumir do mapa.

–-Boa sorte. Adeus. – ele estendeu sua mão até a mão coberta de negro do outro homem e deu um forte aperto, sorrindo.

–-Adeus Jiraya.

Um vulto negro sumiu do meio das sombras, Jiraya saiu dali, como se nada tivesse acontecido.

–-Droga... – suspirou – Está ficando mais difícil.

–------------- xx --------------

Sakura saiu do banho já vestida e com uma toalha na mão esfregando em seu cabelo, pequenas gotinhas de água respingavam no chão. Ela riu ao ver Ino dormindo encolhida e agarrada ao travesseiro, deixando uma tênue linha de baba escorrer pelo seu rosto molhando a fronha branca, roncando baixinho.
Caminhou até o frigobar e notou que não havia nada além de água. Pegou uma garrafa e abriu. Notou que Hinata estava deixado seus headphones de lado junto com os cadernos e estava indo em sua direção.

–-Quer uma? – a rosada ofereceu água.

–-Não, obrigada Sakura-san. L-Lembra-se do que estávamos conversando mais cedo quando a Ino-san nos interrompeu? – ela falou baixinho.

–-Mais cedo... – franziu o cenho – Ah! Claro. Quer continuar a conversa?

–-E-Eu gostaria...

–-Pode falar. – a rosada sorriu gentilmente.

–-Sakura-san, eu acho que estou começando a gostar de um garoto, como eu te disse mais cedo.

–-E como ele é? – Sakura queria confirmar se era quem ela pensava.

–-Bom, e-ele é loiro, tem olhos a-azuis, é lindo e é um garoto in-incrível! Eu não conversei muito com ele, mas ele me t-tratou tão b-bem. E-Eu sen-senti uma enorme confiança p-perto dele.

–-Ah, Hinata, isso é ótimo. – “Droga!” pensou, aquela era a confirmação – Ter um garoto que te faz sentir bem assim vai ser bom pra você. – a rosada colocou sua mão no ombro da amiga e deu um sorriso falso. Ela sentia as mesmas coisas que a amiga, mas não queria magoa-la. Ter alguém perto dela provavelmente a ajudaria a perder a timidez. Seria melhor assim.

–-O-Obrigada Sakura-san, e... Bem... Eu qu-queria sua ajuda... – ela estava corando.

–-Em que posso ajudar?

–-E-Eu vi que você e ele são um pouco mais próximo, ainda mais devido aquele incidente e... – ela falava olhando para o chão.

–-H-Hinata, eu não quero me lembrar disso... – Sakura começava a corar.

–-Tudo bem, enfim, eu g-gostaria que você m-me aj-ajudasse a me... a-aproximar... dele... – ao terminar de dizer ela levantou a cabeça e olhou para Sakura. Seus olhos perolados imploravam por esta ajuda.

–-Ah, Hinata... Eu não... – a amiga retornou a olhar pra baixo – Ah, tudo bem... – suspirou – Vou te ajudar. – ela sorriu.

Ao ouvir as palavras positivas de Sakura, Hinata logo levantou a cabeça com um sorriso feliz e lhe deu um abraço. Sakura retribuiu, a princípio um pouco seca, mas ao considerar o tanto que Naruto ajudaria Hinata com a timidez aguda dela, ela a abraçou mais calorosamente. “Por que não estou me sentindo bem?” Pensou “Eu não tenho nada com o Naruto, faz pouco tempo que nos conhecemos, não tem porque eu criar ilusões amorosas, eu não preciso de alguém agora, ele é um completo baka que... Faz-me sentir bem...” solto um longo suspiro.

A garota afastou esses pensamentos quando ouviu seu estômago roncar alto, o que assustou ambas as garotas abraçadas. Ela ficou um tanto quanto constrangida ao perceber que o barulho vinha de seu estomago. Hinata riu e se ofereceu para ir a lanchonete buscar algo para comer, ela também estava com fome. Pegou um pouco de dinheiro em seu criado mudo e saiu.
Sakura foi até a cama de Ino e a cobriu com o lençol, o tempo estava ficando fresco e ela dormia como um bebê – faltava chupar o dedo – e depois se ajeitou confortavelmente em sua cama. Ergueu sua calça de pijama e deu uma olhada em seu ferimento. Estava sarando rápido, mas ainda doía um pouco. Pegou algum de seus livros, se aconchegou confortavelmente em sua cama e começou a lê-lo. Não conseguiu se concentrar plenamente na leitura, estava pensando no que Hinata havia dito e no tempo que passara com Naruto hoje. Ele era aconchegante, um garoto amável, – apesar de baka – não sabia por que, mas seu coração batia mais acelerado quando estava perto dele, não se sentia em sua mais completa sanidade mental, pode constatar nas poucas vezes em que ficaram juntos. Quando ficou observando as nuvens com ele, ela sentiu que parecia que se conheciam há muito tempo, e esse tempo parecia passar tão de pressa... Nem mesmo Neji a fez se sentir daquela maneira quando se conheceram. Aquele loiro idiota tinha algo especial. Nunca acreditou em amor a primeira vista, e insistia para si mesma que esse não era o caso, mas não conseguia dizer para si que não estava começando a sentir algo por ele, e não podia se enganar dizendo que não havia uma mínima chance dele sentir o mesmo por ela, porque quando estavam perto, ela podia escutar as batidas aceleradas dele. Como conseguiria cumprir sua promessa a Hinata?

–------------- xx --------------

Ela caminhava olhando para o chão como uma pequena criança. Cantarolava algumas músicas que gostava e quando percebeu que estava sozinha no corredor, começou a pular algumas riscas do chão. Estava feliz, sua amiga iria a ajudar em algo especial para ela. Aquele garoto... Ela riu timidamente ao lembrar o jeito que ficava quando estavam perto. Não tinha namorado muitos rapazes apesar de receber vários pedidos. Nunca havia sido como Ino, que trocava de namorado como se troca de roupa, nunca havia passado pelos problemas mais comuns de adolescentes apaixonados, mas parece que enfim havia chegado a sua vez. Hinata sabia que ele não gostava dela, mas queria ao menos estar perto dele. Sentia-se um tanto quanto boba ao se pegar imaginando como seria se as coisas entre eles dessem certo.

Estava tão distraída que não percebeu alguém vindo. Alguém estava tão distraído que não reparou na garota indo na direção oposta. Hinata só se apercebeu que havia alguém a sua frente quando sentiu seu delicado rosto chocar contra o algodão quente da camisa de alguém. Sentia uma pontinha de dor em sua cabeça devido ao impacto e seu rosto estava vermelho, envolto de alguns fios de cabelos rebeldes quando ela abriu os olhos e levantou suavemente a cabeça para olhar no rosto do dono da camisa. Seus olhinhos perolados conseguiram constatar que era um garoto dono de um cabelo castanho e rebelde, de braços fortes que a envolviam e de uma marca vermelha em cada bochecha. Ele ainda estava com os olhos fechados devido ao impacto dos corpos, mas quando os abriu, Hinata pode confirmar plenamente quem era.

–-K-Kiba-kun? – ela gaguejou corando ainda mais.

–-Hinata? – ele perguntou confuso

–-De-des-descul-desculpe. – ela disse se soltando dele. Estava realmente corada devido à proximidade que estavam.

–-Não tem problema. – ele sorriu sapeca pra ela e afagou seus cabelos – Mas, o que está fazendo por aqui?

–-E-Eu estava indo a lanchonete e... Te encontrei. – ela o olhava tímida.

–-Ah... – ele tinha um semblante triste – Bom, vou indo... Tome cuidado, hein?! – brincou desanimado.

–-Kiba-kun, o que foi? – ela o segurou pelo braço.

–-N-Nada Hinata. – ele deu um sorriso falso – O que poderia estar acontecendo?

–-Kiba-kun, – ela agora o segurava pelos dois braços e penetrava seriamente aqueles olhos castanhos – eu sou sua melhor amiga, te conheço desde sempre, sei quando está mentindo. Sua boca sorri, mas seus olhos não.

–-Hinata... Tudo bem. – ela a puxou para o banco mais próximo – Eu não estou me sentindo bem...

–-O que foi? E-Está passando m-mal? – ela começava a ficar aflita e levou sua mão a testa do moreno, na intenção de medir sua temperatura.

–-Não, nada disso. – ele respondeu rindo e acalmando a amiga – Eu só... Não sei... não estou me sentindo bem desde que comecei a sair com Ino.

–-Você ainda gosta dela?

–-Não, eu nunca gostei dela. Só tínhamos uma atração física. No começo eu gostava de... – ele notou Hinata corar – sair com ela, mas com o tempo foi tornando rotina ter que aguentar ela quando começava com aqueles papos chatos de meninas.

–-Eu sei o que é isso... – Hinata riu.

–-E eu comecei a sentir algo diferente...

–-O que seria?

–-Eu... – suspirou – Não sei ao certo, mas eu sinto isso toda vez que estou perto de certo alguém... – o moreno confessou.

–-Kiba-kun, então tem uma garota que você gosta? – a garota estava entusiasmada.

–-N-Não! C-Claro q-que n-não. – o moreno estava realmente nervoso e corado.

–-Kiba-kun, eu já te disse que sei quando está mentindo.

–-Talvez...

–-Eu sabia! – ela riu – Então, quem é?

–-Hinata, você não se importaria que eu não contasse não é? Quero ter certeza antes de dizer a alguém.

–-Não tem problema, eu respeito a sua vontade. – ela virou sua cabeça para Kiba e sorriu timidamente. Ele retribuiu o sorriso e a trouxe para mais perto, a aconchegando em seu ombro, e ela, por sua vez, deitou sua cabeça no ombro do amigo.

Permaneceram abraçados por um tempo. Hinata matinha seus olhos levemente fechados e um singelo sorriso nos lábios.

–-Kiba-kun, eu também tenho a-alguém assim, que me faz sentir diferente.

–-Alguém que te faz sentir assim... Espera, – ele a soltou e começou a fita-la, sério – então tem algum garoto aí que você gosta?

–-N-Não é b-bem assim... – lá vamos nós, Hinata estava corando novamente.

–-Quem é ele, como se chama, de qual classe e qual é o dormitório desse idiota?!

–-K-Kiba-kun...

–-Preciso saber disso caso ele te magoe, aí ele vai levar umas boas porradas minhas.

–-Você não vai machucar o Na...

–-Hn? Diz o nome dele.

–-Caham – ela se recompôs – você não vai machucar ele. Além do mais, ele não gosta de mim, – ela voltou a recostar sua cabeça no ombro do amigo – mas eu quero me aproximar dele, então quem sabe ele possa começar a me ver por outros olhos...

–-Sabe, a pessoa por quem eu sinto algo também não gosta de mim.

–-Isso é chato não é Kiba-kun? Bom, agora eu tenho que ir, p-prometi a Sakura-san que ia comprar algo e... A-Ai meu Deus! – ela se levantou rapidamente.

–-O que foi?! – Kiba repetiu a ação da amiga.

–A S-Sakura-san fi-fica com u-um humor p-péssimo qua-quando está com m-muita fome. E-eu tenho que i-ir. – ela saiu correndo na direção da lanchonete, mas parou e se virou para Kiba – Kiba-kun, espero conhecer essa garota. Boa sorte. – e saiu apressada novamente.

–-Você a conhece tão bem quanto eu, ou até mais... – ele disse em um baixo suspiro. Continuou ali, sentado, olhando a imagem da garota de olhos perolados sumir.

–------------- xx --------------

A lua já havia aparecido, as garotas já haviam ido embora, estava ali apenas alguns casais de namorados e dois garotos. Um deles terminava sua terceira tigela de ramén enquanto o outro observava a cena, espantado.

–-Naruto, você sabe que já vamos dormir e que isso não vai te fazer bem não é?

–-Ah, mamãe, me deixa vai. – ele respondeu debochado, levando a tigela até sua boca para tomar o caldo.

–-Baka, quando começar a passar mal à noite nem pense em me chamar.

–-Como se eu fosse te chamar. – ele disse colocando a tigela na mesa. – Cara, eu estou cheio agora.

–-Já acabou? Então vamos, eu estou cansado.

–-De que? De secar aquelas garotas que estavam na piscina?

–-Cala a boca, idiota. – ele disse enquanto se levantavam, corando sutilmente.

–-Ah Sasuke, você está precisando de alguma garota. Sabe, garotas de 16, 17 anos, inocentes e perfeitas. Esse é o lugar certo pra isso! Vamos, eu te ajudo a conquistar alguma.

–-Eu não preciso de nenhuma garota mimada, irritante desse colégio. – respondeu áspero enquanto caminhavam.

–-Devia trata-las melhor, elas são loucas por você.

–-São todas garotas mimadas que ganham tudo do papai, que vivem reclamando de seus pais e só querem desfilar por aí com alguém de cobiça entre elas. Não preciso de nenhuma garota fútil. – continuava áspero.

–-Tudo bem, você quem sabe.

Continuaram caminhando lentamente em volta da piscina.

–-Você não fez nada de mais com aquela tal de Sakura não é?

–-Por que você se importa?

–-Não quero que traga problemas. Tem algo mais sério pra se concentrar.

–-Sasuke, cala essa boca.

–-Eu notei que você quer algo com ela. Isso pode não ser uma boa ideia no momento Naruto, dá pra você pelo menos colocar esse seu cérebro pra pensar?

–-Sasuke, eu sei o que eu estou fazendo. Ninguém vai se tornar mais importante do que meu objetivo, não se preocupe. Além do mais, eu já te disse pra calar essa sua boca teme.

Ao terminar de dizer essas palavras, Naruto simplesmente colocou sua mão no rosto do moreno e o empurrou para a piscina. Ele caiu desajeitadamente, atraindo algumas risadinhas das pessoas ali presentes. Assim que ele ergueu sua cabeça na água gritou o nome de Naruto bem alto, prometendo que aquilo ia ter volta. O loiro por sua vez sorriu sapeca e saiu correndo dali, deixando o moreno vermelho de raiva e todo ensopado, rodeado de algumas garotas que deixaram seus namorados para socorrer o garoto. Ele dispensou ajuda e foi atrás do loiro. Queria o matar. Iria fazer isso hoje, não queria saber de mais nada, Naruto ia morrer hoje.

–------------- xx --------------

Um garoto loiro corria rapidamente por entre os corredores. Ele tinha um sorriso maroto em seu rosto que mesclava com sua pele bronzeada. Estava fugindo de alguém, sabia que esse alguém estava extremamente nervoso e se o encontrasse, seria capaz de mata-lo com tudo o que sabe. Ele sorria de saber que ele era o motivo de tanta raiva.
Enquanto corria, o garoto loiro lembrava qual era o assunto que começou isso tudo. Não era um assunto qualquer, era o assunto. “Sakura-san...” Ele deixava que a imagem da garota de cabelo rosado plainasse por sua mente. Sorriu bobamente ao se lembrar daquela garota de cabelo esquisito, testa enorme, brava, dona de uma enorme beleza e de uma personalidade incrível. Aquela atração... No inicio pensou que fosse só algo físico, mas quando passou um tempo junto com ela pode constatar que era algo além disso. Aquela garota não era como as outras daquele colégio, ela não era fútil como elas. Ela é inteligente, gentil, – apesar de não muito – sua personalidade era encantadora, ela era provocante, seu sorriso... Para o loiro, aquele era o sorriso, desde a primeira vez que o viu. Nunca havia experimentado o sabor do que é o amor, não acreditava em amor a primeira vista, mas achava que aquilo era o que diziam sobre “gostar”. A atração inexplicável que sentia quando estava perto dela, a vontade de vê-la, de tê-la para si... Inexplicável. Apenas essa palavra resumiria tudo o que sentia por aquela garota estranha. Não queria explanar esse assunto agora, apenas queria ver aqueles olhos verdes novamente, e era isso que iria fazer. Mudou sua direção para o jardim, para ser mais exata, a parte do jardim que rodeava a ala feminina.

–------------- xx --------------

Ela estava deitada em sua cama com a perna zangada em cima do travesseiro, servindo de apoio para seu livro. Ino dormia como uma pedra, na cama ao seu lado. Estava inquieta, Hinata estava demorando de mais... Será que havia acontecido alguma coisa? Estava decidido, se a garota de olhos perolados não voltasse em dez minutos, ela iria atrás dela. Resolveu relaxar um pouco e voltar ao seu livro, não podia ter acontecido nada, esse colégio era muito bem vigiado. Aconchegou-se melhor na cama e voltou sua atenção ao livro. A história estava envolvente, estava perto de seu clímax. Sakura procurava uma boa posição em sua cama, mas sem tirar os olhos do livro, estava bastante concentrada. “Tuc” Ouviu um barulho, mas o ignorou. “Tuc” novamente, mas como antes, ignorou-o. “Tuc”, não era um barulho muito alto, mas incomodava. Desta vez conseguiu tirar a concentração da rosada. “Tuc” Ela já estava começando a se irritar. “Tuc”.

–-Mas que droga! – ela gritou fechando o livro com força – Será que não se pode mais ler em paz?!

Levantou-se com um pouco de dificuldade, andou manquitolando até o meio do quarto e fez silêncio para escutar de onde o barulho vinha. “Tuc” novamente, quase estremeceu de raiva desse maldito barulho. Notou que vinha da janela perto do banheiro e foi direto pra lá. Era uma persiana branca com cortinas romana palha. Sakura as puxou e pode notar claramente que o barulho irritante vinha do impacto de uma pedrinha com o vidro. Franziu o cenho e rolou a janela no exato momento em que mais uma pedrinha era atirada. Atingida, e em cheio! A pedrinha pegou no braço e foi lançada com força, fez a garota soltar um “ai!” baixinho, para não acordar Ino. Afagando a parte dolorida, ela se debruçou na janela e olhou para o jardim. Notou uma cabeleira loira e conseguiu enxergar dois olhos azuis brilhando no escuro, como olhos de gato. “Ah, não! Não pode ser ele!” Disse mentalmente, mas confirmou sua dúvida quando viu três marquinhas de cada lado da bochecha do garoto e um sorriso maroto que iluminava a noite.

–-N-Naruto?! Seu idiota, o que você tá fazendo aqui?! – ela disse em um tom nem tão alto e nem tão baixo. O andar dos dormitórios não ficava muito longe do chão.

–-Você ainda não terminou de me mostrar o colégio! – ele sorriu maliciosamente pra ela.

–-Baka, já está de noite, não posso sair agora. Além do mais, eu não iria de qualquer forma. – ela cruzou os braços e se fez de indiferente.

–-Mas você me prometeu. Sakura-san, assim eu vou pensar que é uma mentirosa. – ele fez beicinho.

–-N-Não sou mentirosa! Não posso sair agora. Naruto, você tem que ir pro seu quarto, se te pegarem vai ser um problema!

–-Mas Sakura-san...

–-Agora!

–-Sakura, eu tenho algo pra você. – ele disse tirando algo do bolso.

–-O que é? Diz logo, não posso ficar pendurada na janela. – enquanto ela falava, ele jogou um objeto ao ar. Ela se esforçou pra pegar e quase caiu por isso.

–-Parece que você gosta de ler. Tente ler estas imagens. Vou pegar de volta quando for cumprir sua promessa. Boa noite. – ele sorriu para ela e saiu caminhando dali.

Ela o viu sumir no escuro, e olhou para o livro em sua mão. Não era grande e estava amarrado por uma fita vermelha. A capa era dura e mostrava ser velha. “O que será que tem nesse livro?” Sakura se perguntou com as sobrancelhas arqueadas quando escutou a porta se abrir. Era Hinata.

–-Hinata, por que demorou? Fiquei preocupada.

–-Desculpe Sakura-san, encontrei o Kiba e acabei perdendo a noção do tempo. Mas trouxe um lanchinho! – ela sorriu gentilmente e deixou a sacola em cima de sua cama – O-Oque é isso? – ela perguntou se referindo ao livro nas mãos de Sakura.

–-N-Não é nada, apenas um livro que me recomendaram.

–-Ah... B-Bom, é melhor comermos, se não a comida vai esfriar.

–-Cara, estou faminta! Não trouxe nada apimentado não é?

–-Não, sei que não gosta.

–-Obrigada Hinata, você é muito gentil.

–-Sakura-san, e-eu que tenho que a-agradecer, tem sido uma grande amiga.

Sakura esboçou um pequeno sorriso de retribuição. Não podia se aproximar de Naruto, não agora que já havia prometido a Hinata que a ajudaria com ele. Também tinha seus motivos para deixar que isso acontecesse, mas no fundo, esperava que as coisas entre os dois não dessem certo. “Droga! Isso está errado Sakura” repetia em sua mente, mas essas palavras sumiram de sua consciência agora a pouco, quando esteve com Naruto. Não se aproximar dele, era isso que Sakura iria fazer.

Passaram um tempo juntas conversando e comendo. Falavam sobre tudo, até mesmo sobre alguém. Hinata foi se deitar feliz, enquanto Sakura estava confusa. Não conseguia dormir porque pensava nele. O que diabos ele foi fazer na janela de seu quarto hoje? O que ele pretendia? Aquele sorriso maroto que ele tinha... Sakura relembrava o rosto bronzeado dele que combinava perfeitamente com aquele sorriso cheio de dentes. Aquele livro... O que seria? Desviou os pensamentos e olhou para Ino. Deu uma leve risada, ela continuava dormindo como uma pedra. Pelo jeito estava realmente cansada.

–------------- xx --------------



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Notas finais do capítulo

Então, como ficou? Gostaram? Não tenham medo de dizer, desde que não seja ofensivo estou aberta a qualquer tipo de crítica.
Ah, a fic se encontra no início de seu meio, então algumas coisinhas estão por vir... Mhaumhuamhuamhua! xD
Ah²! Bom, tive uma pequena falha no capítulo, desculpem. Quando o Jiraya fala com o tal desconhecido ele está no colégio e o homem foi falar com ele no Konoha High School. No próximo capítulo será explicado. Até lá meus queridos leitores! :D