Justin

Acordei em sobressalto, com o irritante barulho do despertador invadindo meus sonhos. Por um minuto, não pude lembrar onde estava e nem mesmo quem era a mulher deitada ao meu lado. Suspirei assim que a mesma sorriu para mim e beijou meus lábios.

– Amber. – sorri fracamente.

– Bom dia, meu amor. – ela aproximou-se de mim novamente e tornou a me beijar. Em meio ao beijo, fomos interrompidos por um grito agudo e soluços de bebê.

– Acho que a Ang acordou. – sorrimos ao mesmo tempo, e ela revirou-se na cama.

– Justin, será que você poderia fazer um favor para mim? – Amber fez um biquinho e eu revirei os olhos.

Levantei-me lentamente e abri a porta do QUARTO. Conforme andava no enorme corredor que se encontrava à minha frente, os gritinhos iam ficando mais e mais altos. Assim que havia dado pouco mais de seis passos, parei em frente à uma enorme porta. Abri-a com cuidado e observei o que havia lá dentro.

Nossa filha, Angel, estava de pé no berço, chorando inconsolavelmente. Assim que me viu, Ang parou de chorar imediatamente e estendeu os braços para mim.

– Bom-dia, flor do dia. – ri internamente. Mal pude acreditar que tinha dito aquilo. Ang começou a chorar novamente, o que me fez franzir as sobrancelhas. O barulho agudo entrando em meus ouvidos me deixava com dor de cabeça. – Eu esperava uma resposta melhor, mas tudo bem. Vem cá.

Cruzei todo o corredor novamente, entrando em meu quarto novamente. Amber não estava mais na cama.

– Justin, estou no banheiro. Conseguiu acalmar Ang?

Assim que terminara de dizer essas palavras, Angel começou a dar gritinhos ainda mais agudos. Coloquei-a em cima de nossa cama, rodeando-a de travesseiros.

– É, parece que não. – Amber reapareceu já vestida e impecavelmente perfeita. Não havia como negar – a mulher com quem eu tivera minha primeira filha tinha a aparência de um anjo, e se comportava como um. E talvez fosse por isso que eu não a amasse tanto quanto antigamente. Conviver com alguém sempre tão... perfeito, fizera a mágica acabar.

– Agora é com você, Amb. Vou tomar meu banho. – selei nossos lábios rapidamente e fui para o banheiro. Fechei a porta e abri a torneira, lavando meu rosto. Encarei-me no espelho por alguns segundos, olhando para meus próprios olhos.

Havia muitas perguntas invadindo minha mente. A principal era: “quem é essa garota com quem eu sonho todas as noites?” Parece estranho de se dizer, porém de uns meses para cá, sempre tenho o mesmo sonho. Estou fazendo um show e, de repente, uma das fãs atira um balão no palco. Eu me abaixo para pegá-lo e, quando me viro novamente, minha “one less lonely girl” já está ao meu lado. Eu podia ver nitidamente seus lindos olhos cor-de-caramelo encontrando os meus, seus longos cabelos loiros encostando em sua cintura e movendo-se junto com sua cabeça conforme ela dançava. E ela é a garota mais linda que eu já havia visto. Na verdade, eu nunca havia realmente a visto. Apenas em meus sonhos. E eu nem sabia se ela era real. A única coisa que eu sabia é que ela fazia meu coração bater mais forte. Mesmo que eu nunca tenha falado com ela e nem mesmo saiba seu nome, cada vez que eu penso nela eu sinto meu coração palpitar.