Avatar, O Herói É O Inimigo escrita por Lianina9


Capítulo 1
Capítulo 1- O Ataque.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Minha primeira fic sobre Avatar. Desculpe se esta meio grandinho.



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Fogo,Ar, Água, Terra... 60 anos se passaram desde a morte da Avatar Korra. O mundo mudou com as novas máquinas. As ameaças eram poucas e tudo estava em paz... até que Ele surgiu. O que aconteceria se o herói, o restaurador da paz, o dobrador de todos os elementos fosse a próxima ameaça do mundo? Muitos ririam disso, pois é totalmente impossível algo do tipo acontecer. O avatar é a reencarnação de muitos outros heróis então por que ele iria querer destruir um mundo que ele tanto lutou para salvar? Bem, por que não investigamos um pouco mais de perto? Essa história começa em Omashu...

_Mei, cadê você?!- gritava um rapaz enquanto andava pelo mercado da cidade.

Omashu virou um grande centro comercial desde as primeiras máquinas apareceram por lá. O sistema de correio melhorou e cada vez menos dominadores de terra foram precisos ali. Alguns desses desempregados começaram a viajar pelo mundo e outros se mudaram para Republic City ou foram enviados para Ba Sing Se. E assim novos viajantes iam e vinham para a cidade procurando vender seus produtos que conseguiram nas viagens. Enquanto olhava ao seu redor o rapaz podia ver muitas tendas de produtos, a maioria de alimentos, que chamavam a atenção dos compradores locais e viajantes e outras de bugigangas que chamavam a atenção das crianças e daqueles mais ingênuos, pois muitas daquelas coisas precisavam-se do poder da dobra para funcionar, mas poucos comerciantes avisavam sobre isso. A alguns passos do rapaz se encontrava um homem sentado no chão próximo a dois vasos marrons que eram da tenda ao lado com três copos virados de cabeça para baixo a sua frente, ele gritava para cada pessoa que passava por lá: “Venham, venham jogar. Onde está a bola amarela? Quem quer testar a sorte?” e por mais que sua voz parecesse convincente ninguém se aproximava dele e seus copos. O homem ao ver o rapaz sorriu e gritou:

_Ah, parece que temos alguém interessado. Aproxime-se, meu jovem. Você sabe onde está a bola amarela?

_Não, nem quero saber. Estou apenas procurando uma amiga. Eu a perdi de vista. –disse o rapaz mantendo sua distância do homem.

_Hum... acho que me lembro de ter visto uma garota correndo para este lado da cidade, senhor dobrador. –disse o homem coçando a barba parecendo pensativo.

Repentinamente, o rapaz se aproxima dele e pergunta com uma expressão querendo parecer sério, mas ao invés disso intimidando o homem.

_Por onde?

 Mesmo com um calafrio percorrendo seu corpo por causa daquele olhar o negociante ainda mantém sua postura e sorri malvadamente.

_Mas, sabe, minha memória pode estar pregando uma peça em mim? Talvez alguma coisa brilhante refresque-a.

O rapaz tira de seu bolso algumas moedas de cobre e entrega para o negociante que as morde uma por uma para conferir se são verdadeiras e só depois de alguns segundos aponta para da esquerda e diz sorrindo:

_Ela seguiu reto até a ponte e depois virou.

_Ok, obrigado, senhor.

Disse o rapaz correndo seguindo a orientação do homem. Longe dali, o homem via o rapaz e só depois dele virar a esquina é que ele soltou uma gargalhada e se virou para um dos vasos dizendo:

_Ele já foi. Pode sair daí agora, menina.

Com um tanto de esforço uma menina com um longo cabelo castanho com uma mistura de vermelho parecendo ter uns catorze anos sai do vaso e pousa no chão com elegância. Ela olha para o homem e sorri.

_Obriga               da por me esconder e desculpe pelo incomodo.

_Estou as suas ordens sempre que precisar, desde que eu ganhe um trocado por isso. –disse analisando novamente as moedas ganhas naquela falsa orientação.

_Bem, então eu já vou indo. –diz a menina começando a andar para o lado aposto do rapaz.

_Ei, espere! –a menina para e olha para o homem, curiosa. –Sei que talvez não seja da minha conta, mas por que está se escondendo do seu amigo dobrador? Ele te fez algo de ruim?

_Ah! –diz ela se surpreendendo e começando a balançar os braços negando aquela afirmação. -Não, não é nada disso. Eu e Shen somos grandes amigos, ele nunca me fez nenhum mal.

_Então por que está fugindo dele?

A menina sorri e diz:

_Vamos dizer que estamos brincando de Esconde- Esconde e só eu sei. Bem, eu já vou indo. Obrigada novamente por me cobrir.

A garota começa a andar pelo mercado olhando para cada tenda e uma ou duas vezes parando para ver seus produtos diferentes, algo que Shen se incomodaria em fazer, pois achava um desperdiço de tempo ficar olhando aquelas coisinhas insignificantes e preferia mil vezes ficar treinando a dobra da terra do que sair para passear. Depois de algum tempo a menina finalmente chega em uma casa com dois andares e cobertos por um telhado azul esverdeado. A garota entra e é recebida por uma linda mulher que, assim como ela, estava vestida com roupas verdes do reino da Terra, mas estas lhe caiam muito bem, ao contrário da menina, que nunca se sentira bonita nelas. A mulher ao vê-la se surpreende por um instante:

_Bem vinda, Mei. Onde está o Shen?

_Ah, ele deve estar indo pedir informações para algumas pessoas para me encontrar.

A mulher suspira e diz:

_Mei, não me diga que você fez aquilo de novo.

_Bem, desta vez eu não fui procurar abrigo no palácio, mas... Ah, quando o tio volta?

_Eu já te disse, Mei. Meu marido está em Ba Sing Se. No mínimo vai demorar uns cinco dias para chegar. Mas não tente mudar de assunto, Mei. Você sabe como Shen vai reagir quando te encontrar aqui?
_Bem...

_Ah, eu acabei de encontrar você, senhorita Meiying. –ouviu-se uma voz assombrosa vinda da porta da frente.

Mei sente um calafrio e aos poucos vai virando para trás, onde encontra Shen suado e respirando com dificuldade. Ele a olha com uma expressão brava e Mei dá um sorriso forçado para esconder o medo que aquele olhar estava lhe dando.

_Ah, o-oi, Shen. P-Por onde você andou? Sua mãe e eu estávamos perguntando sobre você. –disse Mei querendo se fazer de santa.

_ Desculpe pelo atraso, mas eu estava procurando uma certa menininha –disse ele com sarcástico. - e acabei esbarrando com um homem que disse que a tinha visto. –disse enfatizando o visto.

_Shen, acalme-se, a Mei só estava brincando com você. Isso não é crime. –disse a mãe dele.

O rapaz a olha por um segundo, depois o olhar volta para Mei e Shen grita:

_NÃO É CRIME, MAS É CONSPIRAÇÃO. SABE QUANTO DINHEIRO EU GASTEI COM AQUELE HOMEM?! METADE MINHA MESADA SÓ PARA TE ENCONTRAR, MEI!

_Eu não sei do que você está falando, Shen. –diz a menina com um olhar de inocente.

_Ah é? Então vai me dizer que aquele homem por acaso adivinhou que eu sou um dobrador quando ele me disse: “senhor dobrador”? Também vai me dizer que quando eu ia voltar pra perguntar para aquele homem para que lado você tinha virado e o vi rindo com um dos vasos, foi apenas um surto que ele teve? E vai afirmar que quando eu te vi “brotando” daquele vaso e indo para casa foi só uma alucinação minha?

_Bem, você tem umas alucinações quando está bêbedo e... –disse ela tentando achar alguma explicação.

_EU NÃO ESTOU BÊBADO! –gritou Shen.

Mei já estava esperando um peteleco ou qualquer coisa que doeria vinda de Shen, porém isso não aconteceu. De repente, Shen pega a gola da camisa da menina por trás e a arrasta para fora de casa, se despedindo da mãe antes de bater a porta da casa. O rapaz arrasta Mei, que mesmo tentando se debater não consegue escapar, até uma praça onde algumas crianças brincavam de pega-pega sendo supervisionadas por duas moças, uma que carregava um bebê no colo e outra que se vestia com um pouco mais de atrevimento. Ao lado delas, havia um casal de idosos que trocavam carinhos e do outro lado havia um dos guardas do castelo olhando para o céu, pensativo. Shen largou Mei em um banco e se afastou por alguns minutos voltando logo em seguida com dois espetinhos de peixes assados entregando um para ela e ficando com o outro para si e sentou-se do lado da amiga. Shen olhava para o céu enquanto comia seu peixe relaxado, como se já houvesse perdoado a amiga por aquela brincadeira sem graça, já Mei olhava-o segurando seu riso, pois era muito divertido suas expressões que fazia quando estava pensando. O rapaz logo notou que Mei olhava-o curiosa e este rapidamente virou a cara para o outro lado, pois, por alguma razão, sentia suas bochechas esquentarem e estava levemente envergonhado.

_O-O que? Tem alguma coisa no meu rosto? –disse juntando coragem e olhando-a seriamente.

Mei riu e disse:

_Tirando sua cara não é nada de mais.

_Haha, que engraçado. –disse sarcástico.

Shen logo percebe que a garota ainda não havia dado nenhuma mordida em seu peixe, o que era estranho, pois ela adorava comer.

_Está com cheiro ruim? –disse apontando para o alimento.

Mei olha para a direção de seu peixe e sorri meio forçadamente.

_Ah, bem... eu só não estou com vontade de comer peixe hoje. Se quiser pode comer pra mim.

_Sem vontade de comer? Isso não é muito normal para você. O que aconteceu? Você teve aqueles sonhos de novo, não é? –disse Shen sério.

Mei começa a olhar para o chão tristemente e os dois ficam ali em silêncio por um longo tempo até a garota olhar para o céu e sorrir.

_Parece que foi ontem, né? Que eu fui trazida para cá.

Shen também olha para o céu e se lembra da primeira vez que viu a amiga. Os dois eram pequenos quando se conheceram. Shen estava treinando a dobra da terra quando viu seu pai se aproximar da casa com uma menininha coberta de sangue seco e sujeira em seu colo. Seu rosto quase não se podia ver e seu nariz estava sumido no meio daquela sujeira. A única coisa que ainda brilhava eram seus olhos prateados que apesar de lindos mostravam uma expressão de desesperança e terror. Shen lembrava-se da primeira semana que Mei passara em sua casa, apesar de agora limpa e com roupas confortáveis, ela não dizia uma única palavra e só olhava para o chão. Um dia quando ele ia jogar bola com os amigos acabou se perdendo na cidade e estava prestes a chorar quando sentiu uma pequena mão agarrar sua blusa. Ao se virar viu Mei com os olhos cheios de lágrimas. Ela havia o seguido e agora os dois estavam perdidos. Shen sabia que tinha que ser forte para proteger a menina e mesmo com medo daquela cidade a noite, o menino não chorou até ouvir a voz de seu pai a alguns metros e correr junto com Mei para seus braços. Desde então ele e a menina viraram melhores amigos, mesmo que, quando pequena, a garota tinha uns pesadelos em certas noites e acordava gritando e chorando, Shen ainda não se afastou dela. E ele não suportava vê-la deprimida como estava no momento.

_Mei, você sabe que pode me contar tudo, não é? Por que não me conta sobre esses pesadelos?

_Shen, eu... –disse ela parecendo querer chorar, mas segurando suas lágrimas. –É difícil explicar como eles são.

_Por que não tenta? Sou um ótimo ouvinte.

Mei olha para ele e sorri com gotas brilhando no canto de seus olhos. Ela coloca a mão na nuca do amigo e faz um cafuné.

_Acho... que não é o momento certo agora. Vamos para casa, estou cansada. –disse se levantando e se dirigindo para casa.

De repente, uma explosão acontece e faz a cidade chacoalhar. Algumas casas racham e outras caem quase atingindo alguns moradores. Mei quase cai, mas Shen a pega em um segundo e a ajuda a ficar em pé no outro.

_O que foi isso? –pergunta Mei para Shen esperando alguma resposta.

_Eu não sei. Parece que foi uma bomba.

Diz ele olhando para todos os lados e indo ajudar os velhinhos dali próximos a se levantarem. Mei olha para o céu e arregala os olhos. Ela se aproxima desesperada do amigo gritando.

_Shen! Olhe!... –diz Mei apontando para o céu que formava um pequeno cogumelo de fumaça. –A fumaça está vindo de onde fica a nossa casa!

O garoto se assusta e logo em seguida começa a correr até onde sua mãe está. O rapaz atravessa a poeira que havia se formado por ali e pula alguns objetos que haviam sido destruídos pelo acidente até finalmente chegar em sua casa que para sua surpresa não havia restado nenhuma parede para contar a história. Um imenso buraco havia tomado o lugar onde sua tão amada casa se encontrava.

_Shen! Shen! –podia-se ouvir a voz de Mei apavorada gritando.

Assim que a menina o encontrou, viu a situação que se encontravam e logo as primeiras lágrimas de seu rosto reapareceram, mas desta vez a menina não se conteve assim se pondo a chorar. Ela gritou o nome da mãe adotiva várias vezes, sem resposta, e caiu no chão de joelhos sem forças. Ela não conseguia acreditar nisso. A dor que sentia fazia um tempo que havia desaparecido. Mas agora ela voltara. Depois de derramar demasiadas lágrimas, Mei lembrou-se de Shen que até então havia permanecido imóvel e em silêncio na frente do buraco. A garota com um pouco de esforço se levantou e aproximou-se do amigo que olhava para baixo escondendo seus olhos com seu cabelo loiro.

_Shen, você está...

_Maldito! –disse ele trincando os dentes e olhando para o buraco sério.

_Shen... –disse Mei tentando acalmá-lo, mas sem sucesso.

_MALDITO!!! –berrou ele pro ar com os olhos cheios de ódio. – CADÊ VOCÊ, SEU COVARDE? SEJA QUEM VOCÊ FOR, EU VOU TE PERSEGUIR NEM QUE SEJA ATÉ O INFERNO, SEU DESGRA...

De repente, algo cai com força no chão próximo deles. Novamente o chão se estremece e uma nuvem de poeira aparece. Shen se mete na frente de Mei, protegendo-a. A coisa que caiu, depois de um tempo, dava-se para perceber que era uma pessoa. Esta se levantou e se aproximou calmamente de Shen.

_Eu estou aqui. –diz abrindo um sorriso que vinha de orelha a orelha.

_Quem é você? –pergunta Shen não conseguindo ver a cara da pessoa bem a sua frente graças a poeira que ali se formava, mas tendo certeza que pela voz era de um homem.

_Quem sou eu? –riu a figura. -Bem... já tive tantos nomes que é confuso até para mim escolher qual desses seria melhor você me chamar. Talvez você conheça algum desses: Kyoshi, Roku, Aang ou Korra... –disse ele falando pensativamente.

 Mei arregala os olhos, mas aqueles nomes eram...

_Ah! Já sei! Por que você não me chama de Avatar? –diz finalizando a frase.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Não deixem de comentar.



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