As coisas ao redor estavam muito estranhas. Tudo brilhava de um jeito diferente e Harry logo reconheceu que estava nos jardins de Durmstrang.

O céu azul e o sol ficavam sobre si exibindo seus melhores tons e formas. A grama estava verde como se fosse verão. Harry andou um pouco e viu Alex.

– Alex! Onde você estava? - perguntou feliz enquanto a garota corria em sua direção.

Mas nuvens negras preencheram o lugar impedindo que a morena chegasse até Harry. Ela parecia desesperada. Gritava de dor e angústia.

– NÃO! - gritou Harry se levantando de susto e vendo que estava em seu quarto, nas carruagens de Beauxbatons.

Era de madrugada.

Abriu o cortinado que protegia sua cama e olhou a cama de Alex na esperança de vê-la ali. Entretanto, a cama estava vazia. Já se faziam dois dias desde que ela desaparecera.

Fechou o cortinado novamente e deitou. Não conseguiu dormir. Estava inquieto. Onde estava a garota? Sumiu de repente. Ninguém viu. Como isso poderia ter acontecido?

– Voldemort - murmurou Harry, se lembrando da ameaça que existia. Da nuvem negra que pairava sobre sua cabeça e perturbava a paz tanto de bruxos quanto de trouxas e fazia com que vários amigos de Harry sofressem perigo.

O garoto tentou dormir novamente, mas era difícil. Após um sonho tão real, mesmo que pudesse, não iria descansar enquanto não visse como Alex estava. Aquilo tudo estava deixando Harry maluco.

(...)

– CRUCCIO! - berrou um vulto encapuzado.

A garota no chão da grande casa estremeceu. Os vultos encapuzados riram com a situação.

– Já chega. Não podemos matá-la ainda - lembrou uma voz por baixo de uma máscara prateada.

– Levem ela para o porão - ordenou outra voz, feminina.

Um vulto forçou Alex a respirar o conteúdo que exalava do pano úmido.

Mais poção do sono.

Ela caiu no carpete da Mansão Malfoy, completamente adormecida.

(...)

– Ela vai aparecer, Harry - disse Hermione enquanto seguiam para a aula de recuperação na manhã daquela quinta-feira. Dois dias desde que Alex desaparecera - Umbridge não pode ter feito nada grave com ela. Aliás, ela não pode ter feito nada com ela.

– Tive um sonho estranho essa noite - comentou Harry e contou exatamente como o sonho tinha acontecido.

Justin e Max não tinham mais tanta animação quanto antes. Concordaram com alguma coisa que não precisava necessariamente de um aceno de cabeça. Eles tinham perdido a irmã. Harry não sabia exatamente como era aquela dor. Só sabia que Alex fazia falta.Tanta falta, que as aulas de recuperação se tornaram chatas sem as ironias da morena.

Harper se tornara muito infeliz. Normalmente Alex era sua melhor amiga, sua confidente. E agora já se faziam dois dias que a garota não aparecia e não dava notícias.

– Bom dia. Entrem - Jerry Russo tinha a expressão preocupada que o consumia nos últimos dois dias.

Mal conseguiu dar a aula. O sofá em que Alex costumava ficar estava vazio. Harry se lembrou como se fosse no dia anterior quando ocorrera a primeira aula de recuperação.

– Muito bem Justin. É assim que se executa o feitiço duplicador - disse Jerry, animado. - Aqui estão o coelho de verdade e... Não aqui é o falso... Enfim, agora temos dois coelhos - sorriu para os alunos.

– Qual é o problema? São coelhos. Espera cinco minutos que se duplicam sozinhos - disse Max, de modo inocente.

– A questão é que tem que se concentrar o máximo no feitiço senão, não haverá um resultado correto - alertou o professor.

Um dos coelhos na gaiola latiu. Harry conteve o riso.

– Que demais. Sempre quis um coelho para... Sabe assustar os carteiros - brincou Alex.

– Eu estava pensando em um cachorro quando fiz o feitiço - defendeu-se Justin.

A herdeira Russo sempre foi bastante animada e tudo o mais. Harry não gostava de pensar no modo como Alex agia, pois parecia que estava pensando nela como morta.

"Ela não está morta, com certeza não", pensou Harry mal prestando atenção na aula de recuperação.

– Justin e Harper ainda não mostraram a Sala Escondida – explicou Harry e Alex riu.

– O que foi? - perguntou Justin.

– Ah... Nada Justin. Só estou vendo como o queridinho da família não se lembrou de sua tarefa. Tsc, tsc, tsc. Que coisa feia – debochou e Justin corou bravamente, enquanto Max ria e Harper revirava os olhos.

– Hoje mostro a Sala Escondida a vocês – Justin se dirigiu a Harry e os outros.

– Era para você ter mostrado ontem cabeção - repreendeu Alex dando um tapa na nuca do irmão.

– Alex, já entendi ok?

– Ah... Que bom. Isso mostra que seu cérebro ainda está na sua cabeça. - ironizou Alex, criando outra erupção de risadas.

– Harry, preciso falar com você - avisou o sr.Russo enquanto os outros saíam em silêncio da sala.

– Claro professor - concordou Harry jogando seus livros na mochila.

O professor suspirou.

– A Ordem da Fênix já está atrás da Alex. Sim, a família Russo sabe sobre a ordem. Nós temos a sede na nossa casa por aqui - disse Jerry à expressão confusa de Harry.

– Ah ... Sim.

– Harry, peço que não se preocupe demais. Logo Alex vai estar em casa, apesar de que sei que ela faz muita falta, por favor preste mais atenção em suas aulas - pediu o sr.Russo, com um suspiro pesado em seguida.

Harry concordou sem ter muita certeza de que conseguiria prestar atenção em alguma coisa com Alex desaparecida.

Justin seguiu para sua aula de poções enquanto Max e Gina iam para as duas aulas de herbologia. Harry, Rony, Hermione e Harper foram para as aulas de Transfiguração onde Mc.Gonagall começou a ensinar-lhes sobre como transformar objetos pequenos em objetos de porte maior.

Harry não soube como, mas conseguiu de primeira. Hermione e ele foram liberados mais cedo por conta disso e foram para o Salão Comunal. Rony surgiu logo depois muito irritado e Harper vinha em seus calcanhares com uma expressão tristonha.

– Aquele feitiço idiota. Acabei dizendo ao contrário - Rony jogando a mochila na poltrona mais próxima.

– Com certeza deve ter tido um resultado muito ruim - comentou Hermione.

– Claro, Hermione. A caixa de fósforos virou uma pena - ironizou Rony.

– E qual o problema? - Hermione franziu o cenho.

– Era para se transformar em um estojo de penas e não em uma pena encardida - explicou Rony aparentemente irritado.

– Grande diferença. Vocês deviam pensar em coisas mais importantes do que em penas e estojos - Harper fechou a cara indignada.

– Desculpe, Harper. Sei o quanto você está triste por tudo isso, mas a Ordem da Fênix já está cuidando de tudo. Não é, Harry? - Hermione procurou apoio no amigo.

– É - concordou o moreno sem muita convicção. Não tinha certeza se a ordem encontraria Alex já que ela poderia estar em qualquer lugar.

– Vou descansar. O dia foi muito ... Cheio - Harper pegou sua bolsa e saiu do Salão Comunal, apressada.

– Eu também vou. Acho que vocês deveriam fazer o mesmo - comentou Hermione. - Apesar do que está acontecendo, acho que Alex não gostaria de saber que os amigos tem ido mal no colégio por conta dela.

Dizendo isso, ela saiu do Salão Comunal deixando Harry e Rony para trás.

– Eu também vou, cara. Estou quebrado - bocejou o ruivo depois de encarar as chamas da lareira por um bom tempo.

– Ok. Eu já vou. Boa noite - falou Harry encarando as chamas da lareira.

Rony desapareceu de vista, ao mesmo tempo que um rosto começava a surgir na lareira. O garoto se assustou com isso, mas viu que era Sirius e suspirou aliviado.

– Como vai, Harry? - perguntou, com um breve sorriso.

– Vou bem. Quero dizer ... Preocupado talvez - mentiu Harry. Ele não estava apenas preocupado. Estava prestes a sair dos limites de Durmstrang em busca da amiga.

– Entendo você, Harry. Tenho boas notícias. Vou ser o mais rápido possível. Alex foi rastreada - informou Sirius.

– Onde ela está? - perguntou Harry se levantando tão rapidamente que se assustou com sua tamanha empolgação.

– Calma Harry. Existe um grande problema, ela não está na França.

– O QUÊ?

– É Harry, ela está na Inglaterra, na Mansão Malfoy - avisou Sirius.

– Mas, vocês podem cuidar do caso, não é? Vocês estão aí e não aqui na França - falou Harry.

– Essa é uma vantagem. Talvez a única - disse Sirius. O garoto sentiu suas esperanças se esvaírem tão rapidamente quanto viera.

– O quê houve? - questionou Harry se sentando novamente.

– Voldemort está comandando tudo. Umbridge sempre soube de que ele estava de volta. Dumbledore poderá te explicar melhor, mas você já reparou que a Dolores Umbridge sempre utilizou roupas com manga comprida? - perguntou Sirius.

Harry raciocinou. Isso era verdade. Umbridge sempre usara roupas de manga comprida desde que ele tinha o desprazer de conhecê-la.

– Acha... Acha que ela é uma partidária?

– Uma grande suspeita. De acordo com as provas que Dumbledore apresentou, Alex esteve no escritório de Umbridge por conta de seu descontrole com os poderes. Logo depois, ela desapareceu. A ministra da magia Morgana, provavelmente é uma partidária também. Pode ter ajudado Umbridge a levar Alex diretamente aos Malfoy que com certeza utilizaram algum meio simples para chegarem até a França.

– E qual é o problema principal? - perguntou Harry.

– Você tem que salvá-la, Harry. Pode levar quantas pessoas quiser, mas é você quem tem de salvá-la. Como disse, Dumbledore vai explicar melhor que eu - falou Sirius.

Harry estava completamente confuso. Por que tinha de ser ele?

– Mas...

– Até Harry. Boa sorte - despediu-se Sirius e sumiu entre as chamas.

O garoto ficou encarando as chamas completamente perdido. Sirius dissera exatamente tudo o que comprovara junto com a ordem. Entretanto, não dissera o porque dele ser o escolhido para salvar a herdeira Russo.

– Como vai, Harry? - perguntou uma voz conhecida.

Harry se virou e viu Dumbledore parado à porta do Salão Comunal.

– Senhor, acabei de falar com Sirius. Ele me disse que...

– Sei exatamente o que ele lhe disse, Harry. Siga-me por favor. Vou explicar tudo - Dumbledore virou-se para sair.

O garoto se levantou e seguiu o diretor em silêncio.