Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 13
Leitura noturna


Notas iniciais do capítulo

Pra falar a verdade eu imaginei que só postaria agora em dezembro. Ontem foi aquele tipico dia que parece que tem muito mais de vinte quatro horas, parece conter tempo passado, presente e futuro num único segundo e vc não consegue dar conta. Mas estou aqui, graças a Deus acho que foi tudo exagero da minha parte. Obrigada pelos reviews, desculpem a demora, Camila obrigada pela recomendação, não preciso dizer que amei, né? Pois é perfeita flor, bjs. Espero que vcs gostem do cap, fiz com muito carinho! Bjos!



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–Sam, se deixar o barco tão pesado, ele não flutuará!

–Mas é difícil. Ele não vai sustentar o peso da vela se for mais leve!

–Você não sabe fazer nada direito, deixe que eu faço isso!

Ele tomou o material com que a ensinava a confeccionar um pequeno barco e habilmente, uniu os gravetos prendendo-os com barbante e depois amarrou a pequena vela. Ela olhava atenta tentado esconder sua frustração. Quando ele terminou a encarou orgulho e satisfeito, mas seu sorriso sumiu assim que prestou atenção na fisionomia da garota.

–O que há? –Perguntou deixando o barco de lado.

–Você esta certo. Eu não sirvo pra nada.

–Eu sei disso, há tempos venho tentando lhe convencer desta verdade incontestável.

Ela sorriu triste e mirou o rio. O silencio era quebrado pelo barulho da correnteza e pelo ruído dos ventos nas folhas.Os dois estavam sentados descalços sobre uma pedra. Era uma tarde de verão na qual os dois pretendiam se distrair com barquinhos simples.

Freddie aprendera sozinho a confeccionar alguns brinquedos com pouquíssimo material e Sam era a única pessoa que ele conhecia que se interessava por isso. Carly até olhava, apenas para agrada-lo, mas preferia vestidos e sapatos. Seus amigos não ligavam para aquelas coisas quando podiam comprar brinquedos dos mais luxuosos.

Sam adorava vê-lo montar qualquer coisa, mas naquele momento parecia distante. Freddie percebeu que havia mais alguma coisa preocupado-a mais não quis perguntar. Em vez disso, murmurou observando-a atentamente:

–Vamos fazer outro. Ficamos aqui até anoitecer se preciso.

–Não poderei vir aqui durante algum tem tempo. Meu pai adoeceu e preciso ajudar a minha mãe.

–O que o seu pai tem?

–Não sei. Ele esta com febre.

–Quer ir pra casa?

–Não.

–O que há Sam? Sabe que pode confiar em mim...

–Como pode alguém trabalhar tanto e quando se encontra debilitado não poder pagar nem um médico? –Perguntou com a voz chorosa. –Espero nunca ter de servir a nobreza.

–Sam. Seu pai vai ficar bom.

Ela o olhou demoradamente e depois voltou a fitar o rio. Sentiu uma pressão no ombro e depois seu corpo foi caindo para o lado. Não protestou quando sua cabeça caiu sobre o ombro de Freddie, mas sua surpresa foi grande. Não tinha dúvidas que faria o mesmo no lugar dele, mas definitivamente não esperava aquela atitude da parte dele. Ainda mais depois de ter ofendido a nobreza. Ficaram alguns minutos naquela posição até ela decidir ir embora.


Flash back off.


Ela estava sentada na cama se perguntando se o médico que aparecera em sua casa teria tido alguma relação com aquela conversa com Freddie. Qualquer um não teria duvidas ao ver a cena do rio, mas ela, que duas semana depois fora se encontrar com Freddie, animada com a melhora do pai tinha suas duvidas. Ele se mostrou frio diante da felicidade dela, dizendo nada ter a ver com aquilo, pois jamais interferiria na vida dos plebeus em sua sorte miserável. Ela encarou o garoto de doze anos em sua frente se perguntou por que gostava tanto daquela criatura tão arrogante. Em vez de sair furiosa, deu de ombros e o acompanhou ao rio onde finalmente conseguiu montar um barquinho a vela. Mas aquele garoto não existia mais. Aquele que mentia dizendo que iria se aventurar pelos bosques, ou pelas colinas, apenas para se encontrar com uma garota pobre, não existia mais. Em seu lugar havia um rapaz arrogante e frio que tudo o que queria de alguém como ela era distancia.

A noite parecia anormalmente fria. O vento batia no pequeno basculante, que estando quebrado produzia um ruído quem impedia a garota de dormir. Furiosa com o som compassado produzido pela pequena janela, que de tão alta ela não podia nem tentar concertar, ela se levantou. Vestiu o seu uniforme, deixando os cabelos presos numa trança frouxa e saiu do quarto portando um candelabro.

Passear a noite sempre pareceu divertido pra ela, já que sempre tinha dificuldades de pegar no sono naquele quarto. Mas quando o cansaço lhe batia durante o dia, ela se arrependia por não ter lutado mais pelo sono durante a noite.

A cozinha estava completamente escura, e na maior parte do tempo a jovem tinha que tatear para não se bater nos moveis e nas paredes. Caminhou até a biblioteca, que para a sua surpresa tinha a porta aberta. Aquele era o maior cômodo, e embora ela já o tivesse revirado muitas vezes, descobrira ali um novo mundo. Haviam histórias das mais variadas sobre civilizações que ela se quer imaginou que existissem. Fascinava-a muito os relatos sobre a America, e já sonhava em um dia conhecer o novo mundo.

Como de costume, pegou um exemplar e sentou encostada numa estante. Abriu o livro e se pôs a ler, fascinada os relatos sobre os indígenas. Parecia absurdo o que era dito ali. Os trajes, os hábitos costumes, os ritos pagãs e outra diversidade de hábitos peculiares daquelas pessoas.

A maioria dos relatos que eram encontrados estavam em espanhol ou latim, e como ela conhecia a segunda língua, não tinha dificuldades em entender. Estudara latim aos doze anos, quando ainda nem sabia estar sendo preparada para aquilo tudo. Pra completar, Freddie a ajudara bastante, já que ele era fluente em italiano. Era uma ajuda estranha, já que a ofendia mais do que outra coisa.

O sono começava a chegar enquanto ela lia. Estava tão distraída que não ouviu o ruído da porta sendo aberta e depois fechada novamente. É verdade que também se encontrava a uma distancia considerável da porta, em meio aquelas estantes abarrotadas de livros, mas para uma espiã, uma distração daquelas não era algo perdoável.

–O que esta fazendo aqui?

Sam se levantou ao ver que havia chegado alguém. Estranhou, pois ninguém ia ali tão tarde da noite, muito menos aquela estante tão afastada. Deduziu que a luz de sua vela a denunciou. Freddie estava com uma roupa de dormir afogada, os cabelos despenteados e um candelabro nas mãos. Tinha o semblante um pouco irritado. E ainda assim permanecia incrivelmente bonito.

–Estava... Ah eu só queria ler um pouco, me desculpe.

–Não tem permissão para isso.

–Eu sei. Peço que me perdoe não vai acontecer novamente.

–Não foi mesmo embora... Por que insiste em ficar?

–Esta aqui outro motivo. Gosto de ler a noite. As vezes.

–Mas não pode. O que esta lendo?

–Nada. –Disse devolvendo o livro a estante. –Eu já vou me recolher.

–Quando eu faço perguntas, espero respostas.

–Estava lendo um livro sobre a America. Posso ir agora?

–Não. Vai quando eu disser que pode.

Sam revirou os olhos num gesto de impaciência. Na semana passada tentou expulsá-la dali, e agora exigia que ela permanecesse em sua frente. Ele fazia qualquer coisa para demonstrar que tinha poder.

–Sabe, Sam... Eu lembro de você ter me dito umas três vezes, que jamais serviria a minha família. Não é irônico?

–O que? Você não ter me prendido?

–Não me venha com gracinhas, já disse que não vou mais aturar o que tolerava quando éramos crianças!

–O que muito me surpreende já que você só parece ter crescido fisicamente.

–Como ousa? –Perguntou visivelmente indignado. –Com quem acha que esta falando?

–Me desculpe. –Disse após um longo suspiro. –O que uma criança pode saber da vida, alteza? Eu preciso trabalhar. Por mim viveria viajando livremente por ai.

–Não me interessam seus delírios. Preste atenção. Se quiser ler aqui a noite, evite os domingos pois sempre me dão insônia. Não quero ser obrigado a cruzar com você.

–Hoje é quinta-feira...

–Esta me contestando? Eu estava efetuando uma leitura nos meus aposentos e a conclui. Desci para pegar outro exemplar e o que encontro? Uma criada folgada bisbilhotando o que não deve.

–Perdoe-me alteza, mas se não esta disposto a aturar atitudes infantis, eu muito menos, já poderia ter resolvido a questão se me deixasse sair...

–É, mas tem que aprender que as coisas aqui funcionam de acordo com minha vontade!

–Se fosse assim eu já teria saído daqui, não? –Perguntou erguendo a sobrancelha.

–Você não me engana, Samantha. Nunca me enganou.

–Do que esta falando?

–Tem planos ambiciosos. Desde que me ajudou, tencionava se aproveitar da minha ingenuidade, não é?

–Você se acha mesmo o centro do mundo não é? Não quero seu dinheiro nem me aproveitar de algo que você não é. Não quero nada de você, alias nisso somos parecido, pois a única coisa que queremos um do outro é distancia!

–Não ouse levantar a voz pra mim! Saia daqui imediatamente, e retiro o que disse não tem mais permissão para ler ou fazer nada aqui além de trabalhar.

Sam o encarou furiosa pensando se respondia ou não. Não se conformava com tamanho desprezo. Quanto mais encarava os olhos castanhos dele mais o ódio crescia dentro de si. Não conseguia ver o que havia por trás daquele olhar e isso a enraivecia mais ainda. Se perguntava se não seria melhor ir embora de uma vez, já que Freddie acreditava que ela pretendia tirar proveito dele. Provavelmente ficaria mais atento.

Deu alguns passos dirigindo-se ao fim ao corredor de estantes quando um esbarrão em Freddie a fez agir da maneira mais louca que podia. Não suportava a ideia de sair dali daquele jeito, de ser tratada de forma tão desprezível por alguém que representava tanto pra ela. Ao se aproximar o suficiente de Freddie, disse olhando-o friamente:

–Preciso te devolver uma coisa que não quero, nunca quis.

Freddie recebeu o beijo com surpresa e incredulidade. Ela o puxou pela nuca pondo-se na ponta dos pés, e pressionou os lábios contra os dele. Alguns segundos depois, afastou-se e saiu andando apressadamente. Agora podia ir embora daquele lugar.

Abriu a porta da biblioteca, mas uma mão a fechou imediatamente assustando-a. Virou-se dando de cara com o rapaz que novamente tinha um semblante indecifrável. Ou ele a esganaria ou a mandaria para as masmorras, mas com certeza não pretendia deixar aquilo barato. E não deixou.

–Quando dou algo a alguém. –Disse num tom indecifrável, ofegando um pouco pela caminhada. –Não aceito devolução.

–Agora é tarde.

–Nunca é tarde pra se concertar um erro.

Imprensando a garota contra aporta, ele a beijou. Sam não teve palavras para descrever a surpresa. Mesmo por que não conseguia mais pensar. Ele conservava o mesmo aroma suave e o mesmo sabor doce. Queria empurra-lo, talvez mesmo lhe desferir um sopapo na face, já que mais uma vez ele atentava contra a sua honra, mas a verdade é que pouco estava se importando pra sua honra naquele momento. Ele abriu um pouco mais os lábios, e ela sem pensar duas vezes correspondeu as investidas da língua dele, unindo-a a sua. Suas mãos deslizaram dos braços fortes aos ombros ao pescoço, ao rosto aos cabelos dele enquanto ele a abraçava com força deixando seus corpos unidos.

Quando o ar faltou, afastaram os rostos permanecendo abraçados. Havia espanto no rosto dos dois, estava claro que nenhum deles esperava por aquilo. Após conseguir controlar a respiração, Sam desvencilhou-se e novamente abriu a porta sem desviar os olhos dos de Freddie.

–Sam me desculpe, eu...

–Eu fico calada se você ficar. –Disse rapidamente. –Boa noite alteza.

Ela o ouviu chamar umas duas vezes, mas não retornou. Se retornasse estava certa de que cairia nos braços dele novamente. Sua mente dava voltas, já não sabia mais o que pensar sobre Freddie. Se ele queria confundi-la estava conseguindo. Nunca permitira que Robie chegasse nem perto daquilo, mesmo quase tendo ficado noivos. Agora mais do que nunca estava certa de que precisava sair dali, pouco importava a missão.




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Notas finais do capítulo

Os outros personagens pareceram sumir, mas não sumiram etão ai firme e forte mas achei que eles precisavam de destaque nesse momento. Gente se vcs não gostarem fiquem a vontade para me dizer. É isso gente eu vou indo volto assim que der pra postar Conexão Seattle! Bjos e deixem um review pfv, sim? ♥