A Queda Da Noite escrita por martheushmr


Capítulo 1
Capítulo 1 - Adeus


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem deste capítulo que escrevi quando estava sem net T-T



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No segundo quarto de primeiro andar da casa, o jovem Matthew dormia calmamente. Seus pais, o Sr. Anthony e a Sra. Lucy Bervoux, estavam na sala do andar inferior, conversando aos sussurros para não acordar os vizinhos.

- Sim, eu sei que já é amanhã. – Disse preocupada, Lucy.

- Temos que sair da cidade o mais rápido possível. – O Sr. Bervoux estava segurando uma xícara com café, porém, de tanto tremer, o líquido estava derramado sobre suas roupas.

- Não creio que isto vá despistar eles, o cheiro do Matt está cada vez maior e quando ele completar treze anos amanhã é bem provável que venham caçá-lo.

- A quanto tempo de viagem está a estação de ligação mais próxima? – A Sra. Bervoux fechou os olhos e colocou o dedo médio sobre o centro da testa, fazendo pequenos movimentos circulares sobre esta.

- 4 horas a sul.

- O único jeito vai ser fazermos um sacrifício e protegê-lo até a hora final.

- Devemos começar logo, faltam 10 minutos para a meia noite e, com sorte, eles estarão longe daqui e teremos tempo pra finalizar a troca.

- Quantas são as chances de êxito deste ritual? – A Sra. Bervoux foi até a estante e puxou um livro com um buraco em formato de mão na contracapa onde a mulher colocou a mão ao mesmo tempo em que o livro se abria e revelava letras garranchosas escritas com sangue.

- Aqui diz que quão maior o número de almas maiores serão as chances de êxito.

- Neste caso teremos que morrer os dois, mas antes vou enviar uma mensagem ao Banadio e pedir pra ele preparar transporte pro Matt. – Anthony levantou-se do sofá e ergueu as mãos com as palmas voltadas para cima de onde surgiu um pequeno pássaro dourado que levantou vôo e saiu pela janela. – Devemos começar logo, o nosso tempo está acabando. – Juntos os dois saíram da sala e foram para a escada que dava ao andar superior, a Sra. Bervoux subiu até o primeiro andar enquanto que o Sr. Bervoux esgueirou-se por um pequeno vão entre a escada e a parede e chegou num andar secreto, ladeado por estátuas de pedra. Após descer todos os degraus de pedra, o homem chegara a um grande salão repleto de livros, capas, frascos e líquidos. Minutos após, Lucy chega ao porão com uma adaga de prata e um pote vermelho.

- Não tive tempo de preparar por completo a adaga, mas devemos começar agora mesmo. Já são meia-noite e dois e eles estão se movendo cada vez mais rápido. – O Sr. Bervoux tomou posse da adaga e talhou um corte profundo ao longo do braço esquerdo. O mesmo fez a Sra. Bervoux, que guardara o sangue do marido no pote vermelho e agora estava dando seu próprio sangue. – Já é o suficiente.

Dito isto, ambos, marido e mulher, melaram a ponta dos dedos no sangue e começaram a rabiscar o chão, escrevendo e desenhando símbolos. Em questão de segundos o chão do porão estava todo desenhado com sangue e a Sra. Bervoux deitara-se no centro da pintura, o único local vago, mas que era a fonte das outras gravuras.

- Pelo Matt. – Disseram juntos marido e mulher ao mesmo tempo em que Anthony colocava suas mãos sobre duas trigramas e todos os desenhos começaram a brilhar partindo do corpo da Lucy, que estava relaxado sobre o nada. Uma explosão no andar superior tirara a concentração do casal e os desenhos voltaram a ficar vermelho-sangue.

- São eles e nós nem fizemos 50% do ritual. – Anthony estendeu as mãos e um tigre doura surgira e fora ao andar superior, atravessando o teto do porão como se este fosse apenas uma ilusão. – Mandei o espírito ancião da velocidade trazer o Matt pra cá.

- Duvido muito que consigamos realizar esse ritual em tão pouco tempo e com tão pouca magia. – O tigre dourado voltara ao porão com um Matthew atordoado em suas costas.

- Pai? Mãe? O que está acontecendo? – Lucy tentara levantar-se para abraçar o filho, mas um campo de força impedia que ela se movesse.

- Filho, vai ficar tudo bem, eles não vão te pegar, eu e seu pai iremos te proteger. – A mulher deixara duas lágrimas rolarem pelo seu rosto contraído pela dor que estava a sentir.

- Matt, afaste-se e não se aproxime por nada neste mundo. – Anthony empurrou Matthew para a parede enquanto coisas eram quebradas no andar superior. Matthew viu, assustado, a vida de sua mãe ser sugada pelos desenhos e concentrada nas mãos de seu pai.

- Pai, o que você fez com a mamãe? Ela ta morta! – Os olhos mortos de Lucy fitaram Matt pela última vez quando mais uma explosão destruíra o teto do porão e lobos bípedes desceram ao porão e uma onda de calor jogou tudo para longe quando estes pisaram no chão.

- Quanto tempo desde que não nos vemos, Anthony. - Uma voz grave preenchera o pequeno compartimento e ecoara nas paredes.

- Muito tempo mesmo, irmão. – Matthew escondera-se atrás de escombros do teto lançados pela explosão. – Vejo que se tornou um lycan... Muito bem, conseguiu fazer jus ao nome da família.

- Fazendo piadas no seu leito de morte, ein? Eu não estaria tão confiante de mim mesmo se eu fosse você.

- E por que você não me mostra o motivo pelo qual eu deveria estar preocupado? – No mesmo momento três lycans cercaram Anthony por todos os lados.

- Irmão, não vim te matar, me entregue o garoto e você poderá viver. Por falar nisso, onde está meu pequeno sobrinho?  - Matt engoliu em seco ao ser citado na conversa.

- Hoje você não vai ter tanta sorte, Hugo. – O homem colara os braços ao corpo com as mãos abertas e as palmas voltadas para baixo. Das palmas estendidas saíram pequenas joaninhas que explodiram, enchendo o porão com fumaça. Anthony foi até Matthew enquanto os lycans estavam tentando desvencilhar-se da fumaça que começara a ficar densa e estava grudando no corpo dos mesmos. – Filho, fique aqui atrás até que a raposa-negra venha te buscar, não importa o que aconteça não saia daqui. O papai promete que vai ficar bem.

- Pai... O que é tudo isso? – Matthew aparentava espanto e tristeza.

- Não se preocupe, tudo será explicado no seu devido tempo. Agora fique aqui e ah, antes que eu me esqueça. – Anthony tocou as bochechas rosadas do filho e uma luz prateada transportara-se da mão do homem preenchendo todo o corpo do filho. – Nós, eu e sua mãe, sempre estaremos com você, agora fique aqui.

- Irmãozinho, está brincando de esconde-esconde? – A fumaça fora engolida por uma lycan de pequeno porte escondida atrás do bando. Anthony voltara à vista das feras.

- Bela desfazedora de magia vocês têm no seu grupo, mas acho que minha magia é melhor. – Anthony batera no chão com as palmas das mãos e dois hieróglifos egípcios surgiram no ar e, após brilharem por três ou quatro segundos, tornaram-se uma serpente e um falcão.

- Me espanta ver que você tem tanta magia pra uma invocação egípcia, tenho que admitir, você é um grande guerreiro, mas sua grandiosidade não é párea para meu poder. – Mais uma vez os lycans cercaram Anthony, mas desta vez todos os oito do bando tomaram posições estratégicas no quarto e linhas de energia roxa ligavam um lycan a outro, formando um octógono.  – Essa magia é conhecida como “A Alma Caída”. – Hugo entrou no octógono e duas garras espectrais saíram do seu peito e destroçaram a serpente e a águia.  – E o pequeno Anthony, o orgulho da família, cairá aos pés do irmão bastardo, seu fim chegou. – Hugo erguera as mãos e começara a sugar a energia dos cabos roxos e estava concentrando esta em suas mãos.

- Você vai quase sacrificar-se apenas para ver minha morte? – Anthony estava nervoso e a lycan atrás deste percebeu.

- Chefe, mata logo ele, ta tão nervosinho, ta com medinho da morte? – Disse a lycan com pêlo azul-noite.

- Cale-se, sua inútil. – Berrou Hugo e voltou a encarar Anthony, baixando as mãos e apontando a esfera de energia para o centro do peito do irmão. – A essência da Alma... Sem ela você não poderá viver, tudo acaba aqui. – E então a grande esfera roxa partira até Anthony e entrara em seu peito, alojando-se ali e destruindo o homem de dentro para fora. Matthew olhava assustado o pai sumir, até que, desobedecendo às ordens do Anthony, Matthew saiu de trás dos escombros e viu a última parte do seu pai sumir no ar. Os lycans notaram a presença do garoto ali e voltaram a agrupar-se da mesma forma que haviam chegado, mas Hugo não era o líder desta vez.

- Pequeno Matt, sua história acaba aqui. – O lycan de voz gutural apoiara-se nas quatro patas e lançara-se em direção a Matthew quando uma força jogou o lycan de volta e duma fumaça negra saíra uma raposa.

- Hoje não é o dia de vocês, meus caros.


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Notas finais do capítulo

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