Estava preparada,fui até o encontro de Vick e Gasket.

– Olá- falei os assustando.

– Ah Clove! Como você está linda! Nossa! - exclamou Vick com um sotaque fortissímo da Capital,o que me fez rir.

– Valeu Vick - respondi,logo Cato chegou.

Ele vestia uma calça social preta,uma camisa azul e um blazer preto. Simples e perfeito. Era bem o jeito dele.

– Clove,uau,você tá...linda - ele falou me olhando.

Me segurei ao máximo para não ficar vermelha,mas parecia meio impossível.

– Valeu Cato...você também..é,não ta nada mal - respondi.

Porra,que clichê pensei depois.

As entrevistas começariam logo,primeiro os tributos femininos,e depois os masculinos. Fomos até nossos lugares.

Antes das entrevistas começarem,ouvi Glimmer,a loira perfeitinha do distrito 1 ,falar com Cato

"Se você quiser aparecer la no meu apartamento depois...eu ficaria feliz sabe" ela falou sussurrando na orelha dele.

Ele assentiu envergonhado e voltou para o seu lugar.

– Então você vai aparecer no apartamento daquela coisinha la?- perguntei

– Por que quer sabe? Ciúmes? - ele retrucou

– Não..é que nós deviamos nos concentrar nos Jogos - respondi disfarçando.

– Claro,mas eu vou estar me concentrando.- ele falou rindo

– Não vai não Cato - respondi ja irritada

– Ei,calma...se for tão importante assim pra você eu não vou - ele respondeu fazendo sinal de rendição.

Não disse mais nada.

Logo chegou a minha vez. Minhas pernas estavam meio bambas e eu meio nervosa,mas então me levantei e fui.

Caesar Flickerman me recebeu animado,fazendo a situação mais fácil.

– Então Clove,por quê essas tatuagens no seu rosto? - ele perguntou

– Bom,significam que eu consigo ser forte como um leopardo e coisas do tipo. Uma ótima ideia do meu estilista - respondi e sorri

– Com certeza,uma ótima ideia! E então,nos conte,você tem alguém especial la no seu distrito?

Ah,essa pergunta não.

– Não tenho,não. - respondi

– Ah,claro que deve ter! Uma garota linda igual você deve ter muitos admiradores! - ele insistiu

– Nah! Não tem ninguém - respondi encerrando o assunto.

– Bom Clove, e então,como se sentiu ao ver que viria aos Jogos?

– Muito bem na verdade,porque estava certa de que iria ganhar,e é uma ótima chance de honrar meu distrito

A audiência aplaudiu e gritou.

– Isso sim é uma pessoa decidida! - Caesar falou pegando minha mão.

Sorri ao público.

– Então Clove,ouvimos boatos de que você e seu companheiro Cato,estavam juntos...- Caesar começou a falar.

Ah não...Ah isso não. Merda.

– Não,nunca. Quem começou com isso? Não..não há e nem houve nada entre nós - respondi pensando nos efeitos que essas palavras causariam em Cato.

– Tudo bem! E nosso tempo acabou! - ele falou desapontado

– Ah que pena! - exclamei com falsa animação.

– Muito obrigada Clove! O tributo feminino do distrito 2! - ele falou e o público aplaudiu e gritou.

Eu agradeci,acenei um pouco e saiu do palco.

– Como fui? - perguntei a Vick

– Ótima ! - ela falou comemorando com pulinhos.

Fomos ver a entrevista de Cato.

– Boa noite Cato! Nosso tributo do distrito 2! - Caesar falou animado.

– Boa noite Caesar! - ele respondeu no mesmo tom.

– Então Cato ,nos conte,o que está achando da Capital?

– Nossa! Aqui é maravilhoso. A comida é muito boa - ele falou e Caesar riu,assim como o público.

– É,a comida é muito boa mesmo - ele falou e riu

– E aquela história sobre você e Clove hein? - ele perguntou novamente.

– Nunca houve nada,como ela mesma disse - ele respondeu sem tom de qualquer coisa em sua voz.

– Mas me diga,em seu distrito,deve ter alguém certo?

– Ah,algumas. - ele respondeu e riu.- Mas nesse momento os Jogos são mais importantes. - ele falou depois completando.

Caesar riu e a audiência - feminina - gritou coisas como " eu quero ser uma dessas algumas" e essas coisas.

– Claro,com certeza. Um galã do distrito 2 então - ele concluiu.

Eu me permiti a rir um pouco. Galã.

A entrevista dele acabou e ele saiu.

– E então? - ele perguntou

– Muito bem - Gasket falou dando palmadinhas em seu ombro.

Então nos deixaram a sós .

– Nunca tivemos nada? - ele perguntou. É,ele tinha ficado bravo,ou chateado,ou sei lá.

– Cato,olha ,não vamos complicar mais as coisas,por favor - pedi o olhando nos olhos

– Ja não acha que fugimos demais desse assunto? - ele perguntou.

– Pelo menos aqui não Cato,não vamos falar sobre isso aqui - retruquei.

Então ele me puxou para o elevador,e fomos de volta ao apartamento.

Me joguei no sofá e ele se sentou ao meu lado. Liguei a TV.

– Quero ver as entrevistas - falei quando ele me olhou.

Ja estavam no distrito 6.

– Clove,sobre o que aconteceu...

– Cato,por favor - pedi a ele como ja havia feito.

– Tudo bem...mas eu só queria que você soubesse,não vai ser tão fácil assim esquecer,e sei que não só pra mim - ele sussurrou me causando um arrepio e então saiu da sala.

– Merca Cato! Merda.- murmurei - Não vai.

Então me sentei e assisti as demais entrevistas,até que chegou no 12...e não conti a raiva de novo,o casal do 12 roubara a cena novamente,levando a multidão a loucura.

Peguei um vaso e o quebrei,novamente machucando a mãe.

– MERDA- gritei e Cato apareceu

– O que foi? - perguntou

– O casal do 12. Idiotas,vou acabar com eles Cato..me prometa que nós vamos acabar com eles! - falei segurando as lágrimas.

Ele me abraçou e então me levou até a enfermaria.

Percebi que não haviamos encontrado Vick e Gasket novamente..deviam estar em algum lugar com os outros mentores.

– Novamente? - perguntou a enfermeira

– É...- respondi envergonhada

Logo saimos e fomos andando pelo corredor.

– Ei,calma ai - disse quando chegamos ao apartamento.

Me lembrei que Gasket escondia bebidas na sala,no fundo falso de uma das gavetas,a um tempo o vi pegando uma garrafa de whisky e a levando para seu quarto.

Fui até a gaveta e a abri,peguei uma garrafa de algo chamado vodka.

– Aqui esta - disse e abri a garrafa.

Quando percebi ja estavamos bebados e dançavamos juntos pelo apartamento.

Lembro de ter me aproximado de Cato enquanto uma música alta e dançante tocava.

Me lembro de ter beijado ele. E depois não me lembro de mais nada.

No outro dia acordei e vi que não estava em meu quarto,estava com Cato,do lado certo de uma cama errada.

Mas não,nada havia acontecido.