Always At Your Side escrita por Ágatha Geum


Capítulo 30
Eternos apaixonados...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Não me matem pelo começo... Vocês irão gostar do final do capitulo...
Obrigada pelos comentários...
A Tendência agora é melhorar...
Elena e Damon não vão mais brigar por coisas tolas...
Boa leitura...



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Jeremy partiu muito cedo em direção à casa de Damon. Ele e os dois melhores amigos haviam combinado de se encontrarem antes de irem juntos até a igreja onde seria o ensaio do casamento dele com Bonnie. Aquilo parecia muito estranho, já que Stefan fora o responsável pela ideia, mas ele preferiu não discutir já imaginando que o mesmo estivesse acontecendo com Bonnie que acabou sendo responsável em encontrar Elena e Lexi.

A verdade era que Jeremy meio que sabia o que estava acontecendo. Damon e Elena se falavam muito pouco mesmo não tendo declarado que haviam terminado. Ambos afirmavam que ainda estavam juntos, mas devido à rotina deles, ficava meio difícil tentar restabelecer o relacionamento que passou a caminhar de maneira terrível depois da discussão e das descobertas que o fizeram ficar mais tempo separados do que juntos.

Quando chegara à casa dos amigos, não se surpreendeu nem um pouco ao ver a casa bagunçada e um Matt completamente desarrumado, seguindo caminho de volta ao seu quarto depois que abrira a porta para que Jeremy entrasse.

– Temos mesmo que ir? - perguntou Stefan, no andar de cima. - Sabe como é Damon não está muito bem.

– Como assim ele não está bem?

– Ele acabou de chegar do hospital. - explicou Stefan.

Depois do ocorrido com Elena, Damon não escondeu a verdade de mais ninguém. Até mesmo Bonnie sabia o que estava acontecendo e, mesmo que soasse dramático demais, a morena passou a respeitar melhor o rapaz mesmo sabendo do que ele fizera com a melhor amiga.

– Entendi. Ele está muito fraco? - perguntou Jeremy, subindo as escadas.

– Ele está tomando uma ducha. Eu honestamente não queria que ele fosse, mas ele insiste já que Elena vai estar lá.

– Eles continuam conversando pouco não é?

– Na verdade, parece que Elena não consegue olhar para a cara dele depois da última briga que tiveram. Também, não era para menos. Dam escondeu uma verdade bem grave e até eu ficaria irritado. Entendo perfeitamente a atitude da Srta. Gilbert. - explicou Stefan, indo até seu quarto à procura das chaves de sua moto. - Você se importa em levar Damon no seu carro? Ele não vai conseguir se segurar em mim.

Jeremy nunca convivera diretamente com os dois rapazes, mas sempre se sentiu satisfeito por fazer parte da "turma" de alguma maneira. Nunca foi do tipo de garoto que era popular onde quer que passe e, o início de sua amizade com Stefan, Matt e Damon foi basicamente acidental.

O fato de gostar de Bonnie não ficou muito tempo nas sombras, já que a melhor amiga de Elena não conseguia ser muito discreta. Stefan, o mais rápido em entender como as garotas agiam quando estavam a fim de garotos, logo se envolveu na situação comprometendo-se a ajudá-lo, já que era bastante óbvio que os dois compartilhavam o mesmo sentimento.

Seu início de namoro foi graças a um acidente de Damon. O moreno fizera questão de derrubar suco na roupa impecável de Bonnie, que surtou no mesmo momento ainda mais por saber que o responsável pela travessura não havia sido Jeremy e sim um de seus piores inimigos estudantis.

Depois do acidente, eles começaram a ficar juntos. Tiveram que aguentar ainda mais as brincadeiras sem graça dos dois que pareciam não ter mudado nem um pouco conforme os anos iam se passando. O único defeito que agora poderia ser considerado um defeito, era Damon estar doente e não muito disposto a fazer as mesmas brincadeiras de antigamente.

Jeremy resolveu esperar do lado de fora e dera um sobressalto ao ver Damon saindo do seu quarto completamente pálido. Se não fosse pela insistência de Bonnie, teria adiado aquele ensaio já que Damon era um dos padrinhos e nada poderia ser feito se ele não se sentia bem. Tudo poderia dar errado, para loucura de sua noiva, mas ela insistiu que todos viessem mesmo que fosse para não fazer nada no final das contas.

Mas, conhecendo Bonnie como bem conhecia Jeremy já imaginava que a garota não desistiria de ter seu ensaio perfeito mesmo que Damon tropeçasse-nos próprios pés dezenas de vezes.

– Como se sente? - perguntou Jeremy, se apoiando no corrimão da escada. Estava preocupado com Damon há dias e vê-lo todo mudado não ajudava nem um pouco a amenizar o que sentia.

– Estou cansado. - respondeu Damon, quase sem fôlego. Não havia brilho em seus olhos e era nítido que iria até o ensaio de Bonnie contra sua vontade. - Um pouco enjoado também.

– Hmm... Tem certeza de que quer ir, Damon? Bonnie vai entender sua ausência.

Damon caminhou até as escadas, sentando no degrau. Não conseguia ficar muito tempo em pé, pois suas pernas já cediam facilmente pedindo descanso.

– Eu vou. - Damon respondeu sem erguer a cabeça. Estava muito bem olhando para os próprios pés. Parecia até que estava tentando se distrair com alguma coisa. - Eu vou ficar bem. Se eu me sentir mal eu dou uma parada. Não vamos a uma academia Jeremy.

Jeremy dera um sorriso torto, crispando os lábios. Era evidente que não sentia vontade de sorrir ao ver um de seus amigos daquela maneira tão desgastada.

Sentou-se ao lado dele, dizendo:

– Tudo isso é por causa da Elena?

Damon suspirou. Um suspiro dolorido que parecia ter custado aos seus pulmões um tremendo esforço.

– Também. - a voz rouca de Damon ecoou baixa, mostrando que nem a fim de conversar ele estava. - Eu gosto muito de você, Jeremy. Mesmo você não frequentando essa casa, você é importante. Eu não quero ser um péssimo padrinho. Em alguma coisa eu tenho que ser bom já que fui demitido da categoria de bom filho e bom namorado.

– Não diga uma coisa dessas, Damon. Sério mesmo. - repreendeu Jeremy com o cenho enrugado. Estava se sentindo desconfortável com a frieza de Damon que realmente não parecia empolgado em fazer nada.

– Eu não tenho o que dizer. - ele dera de ombros, pouco interessado. - Meus pais cortaram relações comigo e Elena mal olha na minha cara. Você quer que eu diga o quê? - seu olhar se ergueu na direção de Jeremy, desgostoso. - Eu posso tentar ser um bom amigo e comparecer ao ensaio do seu casamento. Não há nada que possa me impedir de pelo menos tentar.

Jeremy queria dar um tapa em si mesmo, pois estava começando a sentir o sentimento que sempre dissera para Bonnie que não era digno de qualquer ser humano: pena. Não queria ter pena de Damon, pois sabia que ele era muito forte e daria a volta por cima com relação a sua doença. Não seria justo sentir um pouco de misericórdia, pois tinha certeza que ele não ia ficar nem um pouco feliz ainda mais se fosse tratado com prioridade desnecessária.

– Okey! Não vamos falar sobre isso. Minha mãe vai estar lá e com certeza ela vai adorar te mimar. - Jeremy sorriu, fazendo Damon tentar imitar o gesto só que com um pouco mais de relutância.

– Miranda vai estar lá? - Damon balançou a cabeça negativamente. - Bonnie está satisfeita com isso?

– É impossível deixar minha mãe de fora de alguma coisa, ainda mais quando se trata do meu casamento. Não é todo dia que eu me caso, entende?

Damon dera um riso abafado evitando que seus ossos reclamassem de dor. Ao ouvir passos atrás de si, deduziu que Stefan estava pronto.

– Quem é o noivo aqui? Você ou o Jeremy?

Stefan sorriu, parando entre Jeremy e Damon.

– Isso é uma pergunta um tanto quanto idiota, já que não fui feito para casar. Quando isso acontecer, se preparem, pois é indício do fim do mundo.

– Stefan, se bobear você se casa primeiro do que Jeremy de tanto que amaldiçoa essa ideia de viver para sempre com a mesma mulher ao seu lado. - retrucou Damon, com firmeza.

– Você anda muito romântico, Damon. - Stefan lhe dera um empurrão gentil no ombro, fazendo-o ir um pouco mais para frente. - E acho melhor nós irmos antes que meu amigo aqui perca essa paixão pela namorada morena dele.

– Eu vou na moto com você. Quero sentir o vento a mil por hora na minha cara.

Damon se levantou enquanto Jeremy e Stefan se entreolharam.

– O que foi?

– Dam, não acho uma boa ideia você ir de moto comigo.

– E por que não?

Jeremy coçou a nuca esperando que Stefan tivesse uma resposta na ponta da língua. Decepcionou-se ao perceber que ele havia deixado à palavra final em sua responsabilidade.

– Porque você está fraco, Damon. - começou Jeremy, esperando levar uma bronca pelo atrevimento. - Pode acontecer algum acidente.

Damon olhou de um para o outro, desacreditado. Não era porque estava doente que estava agindo feito uma múmia impossibilitada de se segurar até chegar a uma bendita igreja que não era nem uma hora de distância da casa dele. Isso só ajudou a aumentar a raiva guardada dentro de si, que se acumulava todos os dias, toda vez que se sentia impotente de fazer alguma coisa a seu favor.

– Eu não me importo com acidentes. Pode preparando meu capacete.

Ele desceu as escadas sem olhar para trás. Stefan desejou intimamente que Tyler estivesse ali, pois ele era a única presença que ainda mantinha a mente do melhor amigo sensata. Mas, as coisas estavam bastante complicadas para o lado dos dois e, de certo, qualquer coisa que Tyler dissesse a Damon, seria com muito esforço e muita chantagem.

– Você tem certeza que vai deixá-lo ir com você? - Jeremy estava preocupado. Muito mais do que quando havia chegado na casa.

– Ele não vai aceitar não como resposta. Damon anda meio depressivo, qualquer coisa que seja dita contra sua vontade, ele se rebela.

– Isso é ruim?

Stefan começou a descer as escadas acompanhado de Jeremy. Trancou a porta atrás de si e se deparou com Damon à espera dos dois, já parado diante da moto do amigo.

– É péssimo. Você não sabe se está agindo pelo bem dele ou porque está poupando-o de alguma coisa. Você não sabe o limite de querer cuidar por se preocupar ou cuidar para evitar que ele desça a escada rolando. A situação anda meio crítica e, depois do que houve com a Gilbert, ele anda meio revoltado com a vida.

– Entendi.

Ambos caminharam até os respectivos veículos. Jeremy ainda aguardou na esperança de Damon desistir de ir de moto com Stefan, mas ele manteve-se relutante, partindo na garupa do amigo.

Damon sentiu o capacete espremer sua cabeça. Mesmo que sentisse seu corpo inteiro fraco, ainda conseguia segurar a garupa com o pouco de força que ainda lhe restava. O vento gélido que ia de encontro com seu rosto o fazia se sentir como há muito tempo não se sentia. Era como se, a cada investida de velocidade que Stefan  dava, um dos seus inúmeros problemas eram deixados para trás, fazendo-o se sentir mais leve. Era como se soltasse de uma prisão, pois seus pulmões permitiam que ele respirasse sem sentir nenhuma dor.

Demorou muito tempo, mas em uma das curvas, Damon sentiu que suas mãos enfraqueciam. Pensou em avisar Stefan para reduzir a velocidade, mas preferiu se mantiver firme. Queria mostrar ao amigo que não dependia de ninguém para se virar e que, aquela doença, só funcionava como desculpa diante dos outros que só o ajudavam em demasia só por saber do seu verdadeiro estado de saúde.

Tyler e Stefan mudaram totalmente seu comportamento quando suas visitas ao hospital se tornaram diárias. Revezavam-se na hora de lhe dar os medicamentos e nas idas e vindas do seu tratamento. Aquilo era uma situação chata e ele não gostava, pois parecia que eles faziam tudo àquilo contra a vontade deles.

Subitamente, ao pararem em um sinal vermelho, Damon cutucou Stefan com um pouco de força. Quando ele desceu da moto, tentou tirar o capacete com certa rapidez, mas acabou vomitando na tentativa de se ver livre do objeto. Seu corpo amoleceu de maneira abrupta e seus olhos escureceram, fazendo-o ter uma curta vertigem.

– Eu disse para você que subir na moto não seria uma boa ideia, Damon.

Damon vomitou mais uma vez, fazendo com que os outros motoristas o observassem com certo nojo. Do outro lado, Jeremy parou o carro, saindo do mesmo e indo na direção dos dois.

– Acho melhor você ir no carro, Damon. - disse Jeremy, já se preparando para uma patada.

O que não aconteceu, já que Damon estava se sentindo fraco demais para dizer qualquer coisa. Simplesmente aceitou ser guiado por Jeremy enquanto Stefan os observava com uma expressão irritada e ao mesmo tempo preocupada.

Antes de chegarem ao local combinado, Jeremy e Stefan fizeram uma pausa em uma das lanchonetes do bairro próximo. Esperaram Damon usar o banheiro e aproveitaram para comerem um lanche. Na mente dos dois, se agissem da mesma maneira que o amigo, ele se sentiria menos desconfortável.

– Sente-se melhor? - perguntou Stefan, quando Damon voltou a se juntar a eles.

– Estou melhor. Acho que preciso comer alguma coisa.

Jeremy se habilitou e pediu um lanche para o rapaz. Ficaram o que parecia uma eternidade dentro da lanchonete até voltarem para a rua e pegarem a estrada.

Não demoraram a retomar o percurso, chegando praticamente em cima da hora. Jeremy não se surpreendeu nem um pouco ao encarar sua noiva bastante apreensiva na porta do salão da igreja. Suas bochechas estavam vermelhas e seu pé batia freneticamente no chão. O comportamento só mudou um pouco, quando ela viu Damon avançando a entrada trocando os pés, mas com um pouco mais de vida em seu rosto.

– Ele está bem? - perguntou ao namorado, dando uma olhada rápida para trás, como se Elena estivesse perto de sua sombra.

– Mais ou menos. - Jeremy respondeu, lhe dando um beijo no rosto. - Ele passou mal no caminho, mas agora ele está melhor. O levamos para comer por isso nos atrasamos um pouco.

– Tem certeza que é uma boa ideia ele ensaiar, Jeremy? - Bonnie estendeu o olhar na direção de Damon. Stefan o guiava até um dos bancos totalmente tenso. - Ele parece exausto.

– Ele quer ensaiar. - Jeremy respirou fundo, com o cenho enrugado. - E ele não perderia uma boa chance de ficar próximo de Elena. - ele dera uma olhada ao redor e, a única figura que ele conseguiu ver, foi a de Lexi.

– Eu sinto que isso não vai ser uma boa, Jeremy. - Bonnie manteve seu olhar em Damon, sentindo o peito apertar. Não queria sentir pena do rapaz, pois sua mãe sempre lhe dizia que ninguém era digno desse sentimento, mas mesmo assim era inevitável não sentir aquilo ao encará-lo.

– Vamos devagar e ver o que acontece, okey? - tranquilizou-a Jeremy, lhe dando um beijo no cocuruto na cabeça. - Se ele passar mal, eu o levarei para o hospital ou para casa.

Bonnie meneou a cabeça positivamente aceitando a resposta do noivo.

– Vamos nos preparar então.

Ela e Jeremy passaram por Lexi a fim de iniciarem as marcações dos convidados, dos padrinhos e das damas de honra. Elena surgiu afoita dos fundos do salão, parando na metade do caminho ao ver que Damon havia chegado.

– Você deveria falar com ele. - disse Lexi, encarando a amiga. - Ele não me parece bem.

Elena segurou um sorriso desgostoso. Não queria ser chata e nem muito menos dar motivos para estragar o dia de sua melhor amiga. Antes de sair de casa, convenceu a si mesma a controlar os ânimos e não deixar a raiva reprimida subir fazendo-a cometer uma besteira. Simplesmente, respirou fundo e lançou um sorriso que crispou seus lábios de uma maneira esquisita.

– Eu ia fazer exatamente isso, Lexi. Ele é meu namorado, esqueceu?

Lexi a olhou, confusa. A resposta da morena parecia mais uma alfinetada do que uma resposta com gentileza. Ficou sem dizer nada, vendo-a se afastar, caminhando até onde Damon e Stefan estavam.

Seus passos eram firmes, mas ela não estava tão decidida quanto parecia. Ainda remoia a mentira de Damon como se tivesse acontecido naquele momento. O problema é que aquela sensação se repetia todos os dias que olhava para o namorado que parecia piorar. Ainda sentia vontade de esbofeteá-lo mais uma vez, mas intimamente sabia que era a única pessoa que poderia acalmá-lo.

Os pais de Damon estavam incomunicáveis. Não atendiam ao telefone, não respondiam os recados e ignoravam qualquer coisa que envolvesse a saúde do moreno. Elena não se conformava com aquele tratamento frio e preferiu ignorar mantendo-se firme ao lado do rapaz, mesmo que fosse de maneira quase fria.

Quando ele sentiu sua aproximação, murmurou algo para Stefan que logo o fez se afastar de onde ele estava. Ambos ficaram sozinhos, sob o olhar curioso do melhor amigo e de Lexi.

– Como se sente?

Era uma pergunta estúpida, ela sabia, mas foi a primeira que esvaiu de seus lábios.

– Estou meio enjoado. - Damon respondeu, erguendo o olhar na direção dela. Ela aparentava cansaço e ele sabia que metade daquelas olheiras em volta de seus olhos era por sua culpa.

– Quer água? - perguntou ela, sentando-se ao seu lado, mantendo certa distância. - Tem alguns petiscos que a mãe de Jeremy fez se estiver sentindo fome.

– Eu estou bem. Sério mesmo.

Silenciaram. Os dois ficaram observando Jeremy e Bonnie rirem ao longe com o que parecia ser o designer que ela havia contratado. Ela segurava algumas pastas, indicando algo que de certo tinha a ver com a decoração do salão e da igreja.

– Você acha que algum dia nós iremos rir daquele jeito novamente?

Elena virou o pescoço bruscamente, sentindo a nuca dar um estalo.

– Não indague isso, Damon. - pediu ela - Nós estamos bem, apenas com a cabeça no mundo da Lua, mas bem.

Ele virou o rosto, tentando encará-la, mas a morena desviou o olhar. Era difícil encará-lo. Seu coração doía toda vez que fazia isso.

– Não estamos bem, Elena. - disse ele, esticando sua mão até a dela, segurando-a rapidamente antes que ela recuasse. - E você sabe disso.

Ela continuou encarando Bonnie e Jeremy. Não era fácil lembrar em qual momento de sua vida rira daquele jeito ao lado de Damon.

– Mas vamos ficar bem. - ela o encarou, com firmeza. - Só precisamos ir aos poucos, Damon.

– Mais do que já estamos? - o indagou, dando um sorriso infeliz. - Elena, eu não quero que as coisas fiquem desse jeito entre nós dois. Eu não consigo ficar perto de você em silêncio.

A mão que pendia sobre a de Damon se moveu lentamente, mudando de posição. Elena apertou a mão protegida pela luva com um pouco de força.

– Nós vamos mudar isso, está bem? - ela suspirou, sentindo o ar quente do ambiente invadir seus pulmões.

– Eu só tenho você agora, Elena. Quantas vezes eu vou ter que repetir que eu sinto muito pelo que houve? Eu não quero que você me martirize mais. Será que eu estou pagando muito pouco por isso?

A risada histérica de Bonnie se fundiu junto com a de Lexi de maneira perturbadora. O quarteto realmente estava por fora do drama que ela vivia ao lado de Damon. Isso só a fazia se sentir menor perante as pessoas que conviveram ao seu lado praticamente sua vida toda.

Lentamente, ela se aproximou do namorado e selou seus lábios com ternura. Parecia que, finalmente, seu corpo inteiro se aquecera do frio tremendo que sentia.

– Me perdoe por ser tão cruel com você nesses últimos dias, mas foi meu único mecanismo de defesa, Damon. Você me machucou e muito. Eu nunca me deparei com um problema desses na minha vida e eu não sabia como lidar.

– Agora você sabe? - o indagou, sem emoção. - Se quiser, não precisa mais fazer o que você faz.

– Damon, não comece com chantagem emocional.

– Não é chantagem, Elena. É a verdade. Eu não pedi para você ficar comigo nesse estado.

– Seus pais não querem saber de você, Damon, e até agora eu não sei os motivos disso. - Elena diminuiu o tom da voz como se temesse agredir os tímpanos do namorado ao citar seus pais. - Eu jamais te deixaria sozinho, ainda mais em uma situação dessas.

– E por que não deixaria?

– Porque você não me deixaria sozinha se eu estivesse nessa situação.

Ele calou-se, sentindo um pouco de dificuldade para respirar.

– Damon, eu amo você. Jamais duvide disso. Eu só não te quero ver sofrendo, ainda mais sozinho.

– Eu não estou tão sozinho assim.

– Se você acha que Stefan é uma ótima companhia eu retiro tudo o que eu disse. - Elena dera de ombros. - Stefan não sabe nem lavar as cuecas quanto mais cuidar de você.

Damon dera um riso abafado com o comentário da namorada. Stefan era um completo desorganizado e, se não fosse por Tyler, suas medicações noturnas dadas na ausência de Elena seriam totalmente atrasadas ou esquecidas.

– Eu amo você. - sussurrou ele, apoiando a mão livre no rosto da jovem. - Amo muito. Eu não aceitaria perder você por causa dessa doença idiota.

– Você não vai me perder por causa disso, Damon. - Elena sorriu de canto, sentindo a garganta ficar seca. - Você teria que fazer muito mais para que eu desse as costas para você.

– Tipo o quê? - perguntou ele, curioso.

– Traição, talvez.

Damon sorriu, puxando-a para si, abraçando-a.

– No dia que eu te trair você pode cortar o Damon Júnior fora, okey?

Ela soltou um riso abafado, pois seu rosto estava coberto no peito de Damon.

– Pode deixar que eu farei isso. - ela ergueu a cabeça, lhe dando um beijo no queixo.

– Posso dizer uma coisa com toda a sinceridade?

– Claro.

– Eu quero ir embora.

Elena imaginou que, se fosse embora, Bonnie teria um surto nervoso. Não podia mentir, mas não estava a fim de ensaiar. Queria ficar em casa, embaixo das cobertas, assistindo a um bom filme comendo pipoca.

– Bonnie nos mataria se fôssemos embora.

– É só dizer que eu não me sinto bem. Ela não pode me obrigar a ficar.

– Você realmente não se sente bem.

Ele sorriu.

– Eu estou melhor, mas posso fingir que não estou.

Elena lhe dera um beliscão em resposta ao seu sorriso sacana.

– Isso não seria legal, Damon.

– Não seria legal eu não ir para minha casa e dormir. Isso sim não seria legal.

A morena colocou-se de pé, dando um rápido beijo no rapaz.

– Eu vou falar com ela.

– Beleza.

Elena caminhou até a amiga e a chamou de canto. Tentou colocar uma expressão chocada e preocupada no rosto para convencê-la de que Damon não estava bem. Quando Bonnie encarou o namorado da amiga, não ficou nem um pouco espantada ao ter a ligeira impressão de que estava encarando um fantasma.

Sem demora, disse:

– Bem... Se não tem outro jeito, vá Elena. - o tom de voz de Bonnie soou o mais compreensível possível. - Não me agradaria em nada se Damon passasse mal aqui, ainda mais com a mãe de Jeremy presente. Vá cuidar dele.

Elena sorriu agradecida e abraçou a amiga. Ao longe, Lexi observava a cena curiosa sem dar muita atenção ao que Stefan dizia.

– Desculpe mesmo, Bonnie. Eu queria participar do ensaio.

– Não tem problema. No próximo você vem. Meu casamento ainda tá um pouco longe.

– Daqui a algumas semanas. - lembrou Elena, fazendo-a dar um tapa na testa.

– É, isso mesmo.

– Amanhã eu te ligo, sem falta.

– Tudo bem. - Bonnie a soltou. - Cuide bem do Sr. Salvatore.

– Pode deixar que eu cuidarei.

Ao se despedir dos presentes dentro do salão, Elena partiu até onde Damon estava já em pé, pronto para ir embora. Quando deram as costas, riram baixo até chegarem ao carro que o moreno logo reconheceu ser o do tio da jovem.

– Seu tio realmente anda confiando em você, hein?

Elena sorriu, procurando a chaves na bolsa, destravando as portas do carro.

– Digamos que ele confia muito. Isso enlouquece Meredith.

Damon entrou no carro e fechou a porta rapidamente, agradecendo por finalmente estar aquecido.

– Meredith deve te odiar mortalmente.

Elena dera de ombros, já se preparando para começar a dirigir.

– Odiar é uma palavra muito forte, Damon.

– Mas é o que eu sinto, oras. - ele dera de ombros, lembrando-se de colocar o cinto de segurança assim que a morena dera partida.

– Não vamos conversar sobre isso. Capaz que a gente atraia a presença dela.

Damon dera um riso abafado se encolhendo no banco de maneira confortável. Ficou olhando de canto para Elena enquanto a observava dirigir. Dera-se conta de que aquele momento era o primeiro em que ficavam a sós, sem brigar por qualquer coisa.

– Você quer ir para casa? - perguntou ela, quebrando o silêncio.

– Sim. E você vai ficar lá comigo.

O sinal vermelho fez Elena frear o carro, dando tempo de fitar o namorado por breves segundos.

– Eu tenho que trabalhar amanhã, Damon. - respondeu ela, com firmeza.

– E quem disse que você não vai poder trabalhar amanhã? - Damon explicou, simplesmente. - Apenas pegue umas roupas limpas na sua casa e durma na minha.

– Você sabe que minha tia não aprova essa ideia.

– Se quiser, eu peço.

Ela riu só de imaginar a cena.

– Façamos o seguinte. Como ainda não são oito horas da noite, eu fico um pouco na sua casa e depois vou embora. O que acha?

Damon enrugou a testa falsamente pensativo. Colocou em seu rosto uma expressão emburrada desaprovando a ideia.

– Dam...

Ele se esticou muito rapidamente, sem se importar com o cinto de segurança machucando seu pescoço. Apoiou sua mão no rosto da jovem, puxando-a para um beijo longo de tirar completamente o fôlego. Só conseguiram se separar quando ouviram buzinas, indicando que o sinal estava verde.

– Espero que reconsidere a ideia. - disse ele, por fim, vendo-a sorrir pelo canto dos lábios.

Não demoraram a chegar na casa de Damon. As luzes estavam completamente apagadas o que denunciou a ausência de Matt e Tyler na casa. Sem pressa, ambos se manterão dentro do carro, temendo o frio que estava lá fora.

– Só irei ficar algumas horas. - a voz de Elena ecoou rouca dentro do automóvel. Por motivos inexplicáveis, ela sentia-se tensa. Tão tensa que seus ombros doíam.

– O que interessa é que você vai ficar. Se fosse por quinze minutos eu não me importaria.

Ela sorriu, fazendo um rápido carinho no rosto de Damon.

– Cadê o valentão que queria que eu dormisse na sua casa?

– Esse valentão pode usar sua valentia para outras coisas.

Os lábios se tocaram mais uma vez com extrema gentileza, fazendo Elena suspirar ao sentir o toque do namorado em lugares certeiros do seu corpo.

– Você é um pervertido. - sussurrou ela, rindo.

– Não. Pervertido é o Stefan. Eu apenas finjo que sou santo.

Ela gargalhou fazendo-o acompanhar a risada. Sem pensar muito, ela retomou o beijo, selando seus lábios aos dele de maneira mais forte e mais urgente.

– Agora a pervertida é você. - sussurrou ele, lhe dando um beijo singelo no canto do pescoço.

– Essa perversão pode dar multa de trânsito, Damon.

Ele riu, acariciando seus cabelos, sentindo o perfume que tanto adorava. Sentiu as mãos da morena acariciar suas costas, fazendo seu corpo entrar em frenesi.

– Acho melhor entrarmos, então.

Elena concordou, pegando sua bolsa no banco de trás, saindo do carro. Travou as portas e esperou Damon encontrar as chaves em algum dos bolsos do grosso casaco que vestia. O vento estava muito mais frio e cortante do que antes, fazendo-a bater os dentes.

Ao entrarem, subiram as escadas sem acender as luzes. Quando chegaram ao quarto e Elena fizera menção de dar claridade ao ambiente, foi impedida pela mão de Damon.

Ele não disse nada. Apenas foi de encontro aos lábios de Elena, beijando-a com intensidade enquanto aproximava seu corpo do dela. Suas mãos percorreram toda a extensão de sua cintura, enquanto ela cedia ao beijo da mesma maneira, abraçando-o pela nuca.

As respirações foram se tornando ofegantes. Elena não sentia a mínima vontade de parar de beijá-lo e, quanto mais os lábios iam ao encontro um do outro, eles ardiam como se recebessem choques que os empolgavam ainda mais a interagirem de maneira urgente.

As mãos de Damon não demoraram até encontrar o feixo da jaqueta da namorada. Gentilmente, livrou-se dela, sentindo o corpo quente da morena ir de encontro ao seu, fazendo-o tremer ao sentir os lábios quentes e úmidos irem de encontro ao seu pescoço. As mãos ágeis da jovem desfilavam por seus ombros, fazendo-o ficar livre de seu casaco também.

Tentando reconhecer o lugar que pisava, Damon passou a guiar Elena em direção a sua cama, parando no mesmo instante ao sentir as mãos dela penderem sobre seu ombro.

– Desculpe. - ele disse automaticamente.

– Não... É que...

Ela não conseguia encontrar as palavras certas sobre aquele momento. O que seus lábios custavam a dizer, suas mãos demonstravam muito mais quando ela se ocupou em abrir os botões da camisa do rapaz.

– É que?

A camisa pendeu no chão, caindo, tocando levemente o soalho. Seus olhos procuravam os de Damon na escuridão, mas a única coisa que pode ver era o brilho ardente que habitava ali.

– Você já deve estar cansado de ouvir isso, mas...

Suas mãos percorreram seus braços enquanto seus lábios beijavam seus ombros carinhosamente. Damon levou uma de suas mãos até os cabelos dela, afagando-os enquanto retribuía os beijos por seu pescoço e pelo lóbulo de sua orelha. Ele sentiu o corpo dela se contorcer pelo toque e a puxou para mais perto, guiando suas mãos até sua blusa, tocando sua pele com exatidão enquanto sua respiração tornava-se mais pesada.

– Mas?

Ela ofegou quando as mãos de Damon encontraram o feixe de sua peça íntima. Ao ouvir o pequeno estalido, indicando que ele havia aberto, ela ergueu a cabeça, colando seus lábios nos dele, puxando-o ainda mais para perto, fazendo ambos se encostarem-se à beirada da cama.

– Eu não vou cansar de dizer que eu amo você, Damon.

A blusa que ela vestia fora dispensada da mesma maneira que sua camisa. A respiração de Damon saia com dificuldade de seus pulmões e ele chegou a pensar se não desmaiaria só de estar presente diante de Elena daquela forma. Sempre imaginará tendo Elena em seus braços. E agora estava prestes a realizar um de seus desejos. Por mais que tivesse passado mal aquela tarde, agora ele se sentia forte, melhor e feliz por estar ao lado da garota por quem ele sempre fora apaixonado.

Suas mãos foram de encontro a alça de seu sutiã, deslizando-o com calma, aproveitando cada oportunidade de sentir a pele quente de Elena. Ela suspirava, enquanto suas unhas cravavam o peito do namorado que mordera o lábio inferior antes mesmo de devorá-la em mais um beijo intenso.

– Eu amo você, Elena Gilbert. Não importa o que aconteça, eu sempre vou amar você. - sussurrou ele, antes de tomá-la por inteiro.

Com ferocidade, Damon a beijou, ajeitando-a sobre seus lençóis. Soltou seu peso sobre o corpo dela de maneira delicada, tomando cuidado para não machucá-la. As mãos se tornaram mais rápidas. Elena tirou com ajuda de Damon a calça jeans de seu namorado. A única barreira era a calcinha de renda vermelha de Elena e a Box azul marinho de Damon. Não demorou muito que ambos estivessem despidos e cheios de excitação.

- Damon... – Elena gemeu e Damon logo entendeu o recado. Ele encaixou-se entre as pernas de Elena. E entrelaçou suas mãos a de Elena. Logo em seguida a penetrando. Quando os corpos se fundiram em um só, os lábios se selaram apaixonadamente em silêncio, entregues aquele momento que ambos ansiavam desde o primeiro dia em que se tocaram e disseram que se amavam.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Xoxo Até amanha...