Always At Your Side escrita por Ágatha Geum


Capítulo 27
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Capitulo que vem vai ser... Hiper tenso... Hahaha...



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Era Domingo muito cedo quando Tyler chegou ao hospital, pois não havia conseguido dormir direito pelo simples fato de não ter ido visitar o amigo no dia anterior. Embora se sentisse um pouco culpado, ele sabia que evitou uma possível briga entre ele e seu melhor amigo. Quando Damon e Tyler brigavam, não era uma discussão amena como acontecia entre Damon e Stefan. Tyler costumava perder a cabeça, gritar e dizer coisas que deveriam não ser ditas.

Os corredores estavam mais agitados do que na noite passada. Alguns médicos faziam plantão enquanto, o que ele reconheceu serem atendentes, preenchiam as fichas dos novos pacientes que davam entrada no hospital. No fundo, queria que Damon tivesse recebido alta logo pela manhã, pois pouparia o trabalho de iniciar qualquer escândalo no ambiente que ele passava boa parte do seu tempo.

Sem nem mesmo se dar ao trabalho de se identificar, caminhou pelo primeiro andar em direção a pequena sala onde se encontravam os armários dos funcionários mais baixos do hospital. Ali, em horário final do expediente, ficava apinhado de gente que dividiam os mais estranhos casos e acidentes que haviam presenciado. Não tinha como não sentir inveja ao ouvir todas aquelas histórias fazendo-o quase sempre abrir o sorriso mais falso que conseguia para fingir que estava extasiado com o que ouvia.

Abrindo a porta da sala, Tyler ficou aliviado ao ver que não tinha ninguém. Sentou-se em uma das pequenas poltronas e fizera uma pausa.

O que Stefan lhe dissera na noite passada ainda martelava em seu cérebro como se alguém estivesse colocando pregos sobre ele. Não seria possível que Damon estivesse enlouquecendo a ponto de não dizer as pessoas mais próximas o que estava acontecendo com ele na realidade. Mesmo que fosse assistente do médico que o atendia, Tyler não se achava íntimo o bastante para tentar se envolver no estado de saúde do melhor amigo.

Ele estava em choque ainda como se suas mãos tivessem sido amarradas a uma caixa de força, torturando-o toda vez que tentasse hesitar ou aliviar a dor. Quanto mais pensava, mais seu coração se inchava de agonia, fazendo por alguns segundos sua respiração falhar, desnorteando seus sentidos.

Ele imaginou como Elena reagiria quando soubesse. Pensar nos pais de Damon não era tão importante, pois eles poderiam muito bem estar a par do que estava acontecendo com o filho graças aos médicos e enfermeiras que com certeza entravam e saiam do quarto do rapaz. Agora, o fato de sua melhor amiga saber por último do que estava acontecendo com ele, era o mesmo que deixá-la cega em semana de provas.

Ela surtaria. Essa era a única verdade que Tyler tinha certeza.

Tyler esperava honestamente que Damon abrisse logo o jogo com ela, pois não conseguiria encará-la sem entregar a verdade com apenas um olhar. Ele não conseguia mentir e Elena parecia ser a única a ler seus pensamentos quando ele tentava esconder as coisas, ainda mais quando os sentimentos pareciam aflorar em sua pele.

Pensar demais o fazia se sentir cansado. O único momento que conseguiu esquecer o problema foi quando adormeceu. Mesmo com sua namorada e Elena na mesma casa que ele, nada parecia certo naquele drama. Ele nem havia visto Stefan chegar em casa e supôs que ele deveria ter encontrado alguma cama - com um garota em cima, claro - para curar sua bebedeira antes de voltar para casa. O clima naquela noite ficou até mais ameno, pois com certeza Stefan teria dando com a língua entre os dentes já que bêbado ele perdia totalmente a noção da realidade.

Erguendo a cabeça em direção ao teto, sentiu seus olhos arderem. Sentia dores no corpo desde que saíra da cama. Sentia-se exausto, como se tivesse trabalhado e estudado a noite inteira. Preguiçosamente, ele caminhou até seu armário abrindo-o segundos depois. Pegou seu jaleco e o vestiu. Ainda lutava internamente se deveria ou não visitar o melhor amigo. Até poderia se sentir calmo naquele momento, mas sabia que assim que estivesse diante de Damon, surtaria e teria vontade de asfixiá-lo com o travesseiro por tamanha crueldade em tapear Elena fingindo que estava tudo bem.

Saindo da sala, Tyler partiu até o elevador. Chegou até o quinto andar, olhando de um lado para o outro, procurando algum indício do Sr. e da Sra. Salvatore. Sentiu-se mais feliz ao ver que a descontrolada Elisabeth não estava presente, pois ainda não havia engolido a maneira como ela tratara Elena. Era fato que ela tinha agido como uma megera e que, algum dia, ela perceberia o quanto estava sendo imbecil por não oferecer uma oportunidade de confiança a morena.

Quando avançou pelo largo corredor, Tyler notou que não fazia ideia de qual quarto Damon estaria. Ficou pelo menos cinco minutos na ponta dos pés até encontrar o local certo. Quando localizou Damon, deitado, lendo o que parecia ser o jornal, entrou sorrateiramente para espanto do moreno que ergueu o olhar para o amigo totalmente desacreditado.

– Pensei que não iria me visitar, traidor.

Tyler dera um sorriso de canto, aproximando-se da cama do amigo. Puxou a mesma cadeira que Elena ocupara no dia anterior e se acomodou. Era incrível como se sentia desconfortável.

– Eu não estava muito empolgado em te ver, admito. - Tyler juntou as mãos, observando o amigo. Ele estava muito melhor que os últimos dias e um pouco mais empolgado.

– Por quê? - Damon perguntou, largando o jornal nas pernas. Havia acabado de acordar e sentia-se bastante lento devido aos medicamentos.

– Damon, precisamos conversar.

Damon não gostava daquele tom mandão do amigo. Sempre quando Tyler usava aquele timbre coisa boa não viria em seguida.

– Sobre?

– Você.

– Sobre mim? Interessante. - Damon usou um tom desgostoso como se, ao fazer aquilo, espantasse Tyler de alguma conversa desagradável. Não estava no humor para debates.

– Coloque interessante nisso. - Tyler o encarou. Seus olhos cor de âmbar ganharam vida, brilhando ofuscantes na direção do amigo. - Stefan me contou o seu estado de saúde.

Damon mudou totalmente a expressão. Estava horrorizado, ou melhor, estava se sentindo realmente traído. Contara o segredo para Stefan, pois sabia que ele respeitaria sua vontade, mas quando se tratava de Tyler, era claro que ninguém conseguia guardar nenhum segredo perto dele.

– E? - foi à única colocação que Damon conseguiu dizer.

– Damon, isso é muito sério. - Tyler meneou a cabeça positivamente com a testa ligeiramente enrugada. - Você deveria contar a Elena.

Damon deixou escapar uma risada abafada por seus lábios ressecados.

– Você só pode estar de brincadeira comigo, certo? Eu jamais contaria a Elena, não agora.

– Damon, quanto mais você guardar segredo mais você vai ficar de mãos atadas. Você acha mesmo que Elena não irá descobrir?

– Não enquanto eu me mantiver agindo dessa maneira e, claro, se você e Stefan mantiverem a porcaria da boca de vocês fechadas.

Tyler suspirou pesadamente, sentindo uma imensa vontade de socar o amigo.

– Isso não é uma boa ideia. Elena não vai gostar de saber que foi enganada esse tempo todo e poderá te odiar muito mais que antigamente. É isso mesmo o que você quer?

Damon fizera uma pausa, pensando. Não era agradável imaginar Elena voltando a odiá-lo, pois demorou muito para que ele conseguisse ter uma boa relação com a jovem que agora era sua namorada. Nesse ponto, ele concordava que Tyler estava certo, mas não se sentia seguro em jogar limpo com a morena, ainda preferindo deixá-la às cegas.

– Tyler, eu vou te deixar claro algumas coisas. - Damon se moveu na cama. Não era possível que nenhum dos seus melhores amigos conseguia entender sua posição com relação ao seu estado de saúde. - Eu não posso contar a verdade para a Elena e não é porque eu não quero. Eu não posso. Simplesmente não posso. Ontem ela veio aqui arrasada e, juro, não é a expressão que eu quero ver enquanto eu compareço a esse inferno duas vezes por semana para fazer Quimioterapia. Eu não posso suportar nem eu mesmo, Tyler, e não posso suportar ver a minha namorada se sentindo da mesma maneira.

– Isso é egoísta, Damon. Você sabe que Elena não se importaria em ficar aqui com você.

– Mas eu me importo Tyler. Eu me importo. - Damon respirou fundo, tentando não se irritar. - Você não tem noção do quanto me machuca olhar para ela todos os dias e dizer que está tudo bem. É complicado ter que vir ao hospital praticamente nas sombras, pois não posso me dar ao luxo de Elena descobrir. Tyler, se ela descobre o meu estado, ela vai parar a vida dela por minha causa e eu não vou tolerar isso.

Tyler calou-se. Damon parecia desesperado e angustiado. Ele até conseguia entender os motivos do amigo já que, de alguma forma, ele estava apenas tentando proteger Elena de algo pior. Mas, mesmo assim, não achava certo esconder o que possivelmente seria descoberto mais para frente.

– Elena é forte e vai conseguir se mantiver dessa maneira por vocês dois. - retomou Tyler.

– Não. Elena aparenta ser forte, mas ela não é. - explicou Damon, fitando-o. - Stefan me contou o estado dela quando estava me debatendo no chão. Acha mesmo que estou interessado em vê-la destruída porque o namorado dela tem um câncer. Poupe-me, Tyler.

– Isso é ridículo e patético. Você está agindo feito uma criança.

– Ótimo. Já que eu sou uma criança, pare de se meter onde não é chamado. Eu sei bem o que estou fazendo e não preciso da sua ajuda divina para saber o que está errado.

– Ótimo, então. - Tyler colocou-se de pé, irritado. - Você pode achar que não precisa da minha ajuda, mas isso não me impede de sair daqui e ir contar tudo para a Elena.

– Se você contar, Tyler, eu nunca mais olho na sua cara, beleza?

– Você acabou de dizer que não se importa com a minha ajuda. Estou cuidando da Elena nesse ponto e não de você.

– Deixa de ser idiota. Se você quiser ser o idiota fofoqueiro, vá em frente, mas ao fazer isso, me apague da sua vida.

– Damon, pelo amor de Deus... - Tyler estava alterado e sua voz ecoou um pouco mais alta. -... Seus pais já devem saber o que está acontecendo com você. Ontem eu falei com seu médico e ele disse que vai aumentar suas sessões de químio. A sua doença não é tão grave agora, porque foi descoberta no início, mas do jeito que você age, é como se infectasse a todos nós.

Damon o encarou e viu como seu rosto começava a ficar vermelho.

– Aumentar minhas sessões de químio... - Damon repetiu, mais para si mesmo do que para Tyler.

– Seus pais vão querer te levar para casa e isso vai ser por recomendações médicas e não porque ele está pedindo. - Tyler continuou, esperando que Damon entendesse onde ele queria chegar. - Se você quer voltar para casa, tudo bem, eu não vou bater nessa mesma tecla, mas se você contar a Elena, há uma grande chance de ela cuidar de você e não seus pais.

A expressão de baque tomou conta de Damon que apertou as pontas do lençol com força.

– Eu não vou contar nada para Elena, entendeu?

– PUTA QUE PARIU, DAMON. - Tyler gritou, passando as mãos rapidamente nos cabelos, deixando-os bagunçados. - Deixa de ser uma merda de uma criança mimada e enxergue sua situação. Você está perdido. Se eu não falar, o médico vai e nem pagando milhões você vai conseguir me manter ou manter o médico de bico calado. Ontem foi o ápice e as indagações virão logo a seguir. Eu vou estar a par da sua situação, pois eu sou assistente do seu médico e...

– Eu posso pedir para te tirarem do caso, sem problemas.

Tyler chocou-se. Boquiabriu-se tentando dizer alguma coisa, mas não emitiu nenhum som.

– Por que você está agindo desse jeito, Damon? Diz-me. Por quê?

Damon não respondeu. Virou o rosto na direção da janela, ignorando a presença do amigo.

– Eu vou te dar uma semana para contar para Elena o que está acontecendo com você.

– Já disse, só irei contar alguma coisa para ela quando eu estiver curado.

– E se você não se curar?

O moreno virou bruscamente o rosto, sentindo uma fina dor no pescoço.

– Se eu não me curar, você será a última pessoa que eu vou querer perto de mim. - respondeu Damon, secamente. Ele não estava nem um pouco amoroso. Aquela nova versão de Damon era muito mais ameaçadora. - Não vou querer você perto de mim justamente por ter dito isso. Eu preciso de pessoas que me ajudem e acreditem na minha melhora.

– E Elena não é digna disso, certo?

– Você distorce tudo que eu falo. - Damon balançou a cabeça, indignado. - Elena vai saber, mas não agora. E, da mesma forma que eu pedi para Stefan, vou pedir para você: não abra sua boca.

– Matt, Caroline e Rebekah também sabem.

Damon arregalou os olhos, confuso.

– Quem mais sabe?

– Mais ninguém.

– Bom saber que vocês conseguem guardar segredo. Se bobear, até Jeremy sabe.

– Damon, eu sinto muito, mas eu não posso passar a mão na sua cabeça. Ou você conta ou eu conto. Eu não vou conseguir esconder isso da Elena.

– Não a veja.

– Ela está na nossa casa, dormindo na sua cama.

Damon congelou ao ouvir aquilo.

– E você deixou?

– Ela é sua namorada, pô.

– Dane-se. É meu quarto.

– Você é mais egoísta do que eu imaginava, Damon Salvatore. Sabe, você é igual a sua mãe. Deve ser por isso que vocês não se dão bem. São duas criaturas indomáveis que gostam de fazer as pessoas de palhaço.

– Adorei sua análise, agora saia daqui, Tyler.

– Claro. - Tyler o encarou com mais firmeza que outrora. - Uma semana, Damon. A partir de hoje ou eu vou abrir minha boca e não vou me arrepender por isso.

Tyler dera as costas ao amigo, batendo a porta com estrondo. Damon sabia que estava perdido e a única maneira de desfazer aquele nó era contando a verdade para Elena antes que Tyler fizesse isso por ele.

Elena acordou com o barulho vindo do quarto ao lado. Seus olhos ainda estavam pesados, pois não tinha dormido o suficiente pensando se Damon ficaria bem preso dentro do hospital. Conhecia o namorado para saber perfeitamente que ele não gostava de ficar preso dentro de um mesmo lugar, ainda mais silencioso e praticamente mortal a sua sobrevivência humana. Era bem provável que, aquela altura, Damon tivesse surtado esperando receber alta o mais rápido possível.

Lentamente, ela moveu-se na cama, afundando o rosto no travesseiro. Podia sentir, muito fracamente, o perfume do namorado. Ao aspirar o cheiro, voltou a se sentir segura da mesma maneira quando estava nos braços dele no dia anterior. Sentiu necessidade daquele abraço mais uma vez, pois se sentia em pedaços e implacavelmente sem chão.

Queria muito ver o namorado, mas temia com as proibições de Elisabeth. Com toda certeza do universo, seu nome já pertencia à lista de visitantes não autorizados para visitar Damon Salvatore e, só de pensar na ideia, sentiu sua ira ser despertada como se um monstro dentro de si acordasse, movendo seu estômago, agitando sua corrente sanguínea, agitando o cérebro a uma irritação indescritível.

Sentando na cama, Elena tentou aliviar a ira repentina. O barulho no outro quarto ela logo deduziu ser de um aspirador e tentou imaginar quem seria o louco a começar uma faxina antes mesmo de o Sol nascer direito e em pleno domingo. Não que não gostasse de uma boa faxina, mas achava mais propício fazer isso em um sábado já que domingo foi feito para as pernas ficarem para o ar.

Colocando-se de pé, a morena pegou sua bolsa à procura do celular. Não se espantou nem um pouco ao ver uma chamada perdida de Josh e uma mensagem de texto. Desde a primeira e a última vez que se viram, seu ex-namorado mostrava-se um carente obsessivo por sua atenção. Era nauseante e Elena sabia que teria que informar Damon da sua existência antes que eles se cruzassem acidentalmente em alguma rua londrina.

Largou tudo em cima da cama do namorado, indo até o banheiro. Lavou o rosto, escovou seus dentes com o dedo indicador e penteou os cabelos. Ao se fitar no espelho, sentiu-se estranha com o que via. As olheiras pareciam ter virado melhores amigas dos seus olhos castanhos e a cor de seus cabelos pareciam opacos demais. Lembrou-se, naquele momento, do dia em que uma das funcionárias de onde trabalhava perguntou se seu cabelo era tingido o que a fizera sorrir nem que fosse por cinco segundos.

Elena abandonou o quarto, caminhando em direção ao barulho. Surpreendeu-se ao ver uma Caroline totalmente afobada, lutando para limpar embaixo da cama que com certeza seria a de Tyler.

– Amiga o que você está fazendo aí embaixo? - perguntou Elena, fazendo Caroline dar um pulo de susto e bater a testa. - Ai meu Deus, desculpe.

Caroline desligou o aspirador com a visão turva.

– Tudo bem. - ela respondeu, sentando-se no chão. - Tudo bem.

– Desculpe. - disse Elena, com sinceridade. - O que deu em você para fazer limpeza?

– Eu te acordei?

– Não, não. - mentiu ela, dando um sorriso de canto.

– Tyler deixa isso aqui parecendo uma fazenda. Achei até cueca embaixo da cama dele. Odeio sujeira, sabe? Acho que sofro de algum distúrbio. TOC talvez.

Elena riu com o comentário da loira que parecia ter recuperado os sentidos.

– Normal. Eu até pensei no mesmo que você quando entrei no quarto de Damon. Deve ter até barata dentro do guarda roupa.

Caroline riu.

– Isso por que eu achei que Tyler fosse mais organizado.

– Ah! Caroline! Tyler só anda ocupado demais. Nem deve ter tempo para ele mesmo.

– É verdade.

As duas silenciaram, olhando para o quarto.

– Você conseguiu descansar? - perguntou Caroline, quebrando o silêncio. - Tyler estava preocupado com você.

– Consegui dormir o suficiente. - respondeu Elena, veemente. Era estranho dormir fora de casa ainda mais quando se tratava da casa do seu namorado. O único lugar que costumava frequentar para festas do pijama era a casa de Bonnie. - Senti muita dor de cabeça, mas estou melhor.

– Isso é muito bom. - Caroline levantou-se, colocando o aspirador de lado. - Vai visitar Damon hoje?

– Eu não sei. - Elena dera de ombros. - Por mais que eu queira desafiar a mãe dele eu não tenho caráter para fazer isso. Eu nunca fui à maligna da turma.

– Às vezes é preciso ser a maligna da turma. - disse Caroline, enrugando a testa.

– É eu sei disso.

– Mas, devo confessar que as mulheres da família Salvatore realmente são malignas.

– Por quê?

– Sarah Salvatore. Minha querida priminha. – disse Caroline irônica.

Elena riu

– Um pesadelo?

– Totalmente. - Caroline deu um suspiro. - Ela teve a cara de pau de dar em cima de Tyler na minha frente.

– Sério?

– Sério.

– Deus. - Elena riu, imaginando a cena. - Acho que essa Sarah tem a quem puxar. Ela deve representar a figura de Elisabeth quando era mais nova.

– Concordo totalmente. Os cabelos delas são até iguais, sabe? Longos, loiros e sem corte.

- E isso é por que você é da família. Imagine se não fosse.

Elena riu um pouco mais alto fazendo Caroline acompanhar sua risada. Pararam por alguns instantes ao terem a impressão de ouvir passos, mas logo voltaram ao foco da conversa.

– Elena, não tenha medo da minha tia. - Caroline parou de rir, encarando a morena séria. - Ela quer-te amedrontar. Elisabeth não deve te odiar, só deve ter medo de perder o filho para você.

– Bela maneira de mostrar que tem medo. Pensei que ela fosse me esfaquear ontem.

– Acredite, eu tive essa mesma sensação.

– O que eu devo fazer? - Elena perguntou perdida. Queria aparecer no hospital, dar uma de louca e trazer Damon para casa. O problema era que tudo parecia fora de seu alcance.

 Você deveria ir ao hospital ver seu namorado. Isso é um direito seu mesmo com a sua sogra querendo atrapalhar. Damon não te proibiu de vê-lo. Se esse fosse o problema, seria mais fácil entender porque Elisabeth deu uma surtada. - Caroline alisou a franja por alguns segundos, sentindo seu corpo amolecer. Havia acordado cedo e se revoltado com o quarto de Tyler que parecia um moquifo. - Não tenha medo de fazer o que tem vontade.

Elena a encarou em silêncio sentindo-se um pouco mais confiante. Parecia que alguém havia jogado um balde de água fria em sua cabeça fazendo-a acordar para a realidade.

– Você tem razão. - concordou ela. - Eu sinto falta de Damon e acho que ele deve estar odiando e muito estar naquele hospital.

– Então, vá vê-lo. Aproveite e veja se Tyler está perdido por lá e o traga de volta.

– Pode deixar. - ela sorriu. - Obrigada, Caroline.

– Imagina. - respondeu ela de volta. -  Pode contar comigo.

– Obrigada. Sério mesmo.

Caroline sorriu fazendo Elena retribuir o gesto. Ambas pareciam mais tranquilas e à vontade uma com a outra a que com certeza causaria certo ciúmes de Bonnie.

– Vou pegar minhas coisas.

– Sim. E eu vou terminar com essa bagunça. Nem me atrevo a entrar no quarto de Stefan. Com certeza se eu abrir aquela porta, várias coisas irão cair sobre a minha cabeça.

Elena gargalhou desviando-se das coisas que estavam no chão.

– Uma mulher nua com certeza deve ter lá dentro. - brincou Elena, cruzando a porta. - Um cadáver talvez.

– Quanta maldade nesse seu coraçãozinho.

Ela continuou a rir sozinha até se dirigir ao quarto de Damon. Estava decidida. Iria passar em casa, tomar um banho, aguentar seus pais loucos questionando onde estava e visitaria o rapaz.

Parou no mesmo instante tudo o que ia fazer ao se ver surpreendida diante de uma figura de longos cabelos negros, parada diante do guarda-roupa de Damon, tirando tudo o que havia lá sem aviso. Não demorou a reconhecer. Era a empregada dos Salvatore. Marie.

– Marie? O que você está fazendo aqui?

Marie virou-se no mesmo instante ao ouvir a voz de Elena. Ela sorriu parecendo muito tranquila.

– A porta estava aberta então entrei. Ordens de dona Elisabeth.

Elena sentiu seu estômago dar uma reviravolta.

– E entrei enquanto você e a menina Caroline o quanto dona Elisabeth malignas. - completou, pegando algumas camisas e jogando dentro de uma mochila nova em folha de qualquer jeito.

– Marie, eu...

– Não precisa se desculpar. - interrompeu-a Marie, com um aceno de mão. – Eu concordo plenamente. Ninguém suporta aquela megera. Só suporto por causa do meu salário.

Elas riram. - Só me pergunto o que faz aqui.

– Vim pegar algumas coisas do Damon. Elisabeth e Stevan vão tirá-lo do hospital e deixá-lo em casa.

– Mas a casa dele é aqui.

– Pois é... Diga isso aos pais deles. - disse Marie - Ele vai receber alta a noite se continuar no quadro de melhora. Elisabeth vai controlar seus medicamentos e suas idas ao hospital.

– Isso é um exagero, Marie, Damon está bem.

Marie parou o que estava fazendo, confusa. Elisabeth havia dito a ela logo cedo contando sobre o estado de Damon completamente apavorada. Como a namorada de Damon não sabia o que estava acontecendo?

– Até que parte da história você sabe? - perguntou Marie.

– Como assim? - perguntou Elena, confusa.

– Até que parte do estado de Damon você sabe.

– Ele está com anemia e precisa ir até o hospital duas vezes por semana para verificar como está seu estado.

Os olhos de Marie pareciam ter escurecido naquele momento. Ficaram absolutamente sombrios e foi naquele instante que Elena notou que havia algo mais naquela história toda e, para variar, ela estava de fora.

– Não é só anemia, certo?

Marie voltou a colocar as coisas de Damon dentro da mochila, sem dizer nada. Não queria ser a pessoa a dar notícias ruins.

– Elena, eu...

– Só me responde sim ou não.

Marie dera um longo suspiro.

– Não. Não é.

Elena sentiu sua visão escurecer, retomando-a alguns segundos depois. Saber que Damon estava omitindo a verdade para ela era pior do que descobrir que uma verdade era apenas uma mentira mal contada.

- O que é então? – disse Elena nervosa.

- Elena eu...

- DIGA O QUE É? – gritou Elena

- Leucemia, Elena.

Elena sentiu uma dor insuportável. Parecia que seu mundo havia desabado. Elena começou a chorar. Elena em parte estava muito triste por Damon. Mas também estava magoada e furiosa por Damon não ter confiado nela.

– Elena, eu sinto muito.

– Não sinta Marie, okey? - Elena ergueu o dedo indicador. - Você sem querer realizou o sonho de dona Elisabeth.

– Que sonho?

– O sonho de saber que eu fui feita de idiota, mas não importa. - Elena pegou sua bolsa e a colocou sobre os ombros.

– Ninguém está te fazendo de idiota. Se Damon não te contou, ele tem os motivos dele.

– Continue pegando as coisas dele, Marie. Ele realmente vai precisar da família dele agora, não é? Para que eu sirvo afinal?

Elena deixou Marie para trás descendo as escadas apressada.

– Elena, espera...

Ela ignorou o chamado de Marie, saindo da casa e fechando a porta atrás de si. Começou a caminhar sem rumo enquanto procurava o celular na bolsa.

Cegamente, apertou o botão da chamada automática e nem se dera conta para quem havia ligado até ouvir a voz de Josh do outro lado da linha.

– Pensei que não fosse ligar.

– Eu liguei por engano. - disse Elena, confusa. Queria falar com Bonnie e não com Josh.

– Mas, já que ligou, vou encarar isso como algo positivo. - Josh sorriu do outro lado da linha, fazendo Elena revirar os olhos.

– Eu preciso desligar. Preciso falar com Bonnie e não com você.

– Pelo visto você errou a ordem alfabética das pessoas.

– Josh chega!!! - Ela disse incisiva, fazendo-o emudecer.

– Aconteceu alguma coisa?

– Nada. Não aconteceu nada.

Ela desligou o telefone na cara de Josh, procurando o telefone de Bonnie logo em seguida. Não se espantou em nada quando seu celular avisou que havia uma chamada em espera.

– Bonnie, diga que você está desocupada.

– Sim, eu estou. - respondeu Bonnie, percebendo que a voz da amiga estava alterada. - Aconteceu alguma coisa?

– Posso ir até sua casa? Diz que sim vai.

– Claro. Minha mãe está fazendo torta de morango. Venha para se esbaldar.

– Ótimo. - Elena suspirou aliviada. Queria se esconder. Esquecer que Damon existia por alguns segundos.

– Estarei te esperando.

Elena desligou o aparelho e caminhou por alguns minutos até conseguir pegar um táxi. Sua cabeça havia voltado a doer e a única coisa que restava, talvez, era arrastar Bonnie para algum bar e ficar alterada para esquecer tudo o que havia lhe acontecido nas últimas vinte e quatro horas.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Antes que me matem... Elena e Damon não vão terminar não apenas vão ter uma briga que não chega a ser uma... Apenas demorará um capitulo mesmo... Casamento de Bonnie chegando... E surpresinhas também... Boas pessoal...