Always At Your Side escrita por Ágatha Geum


Capítulo 23
Indagações


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Obrigada pelos comentários...
Boa leitura...



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Elena estacionou o carro no meio fio. A brisa batia cortante em sua face enquanto se desfazia do cinto de segurança. Damon mantinha-se afundado no banco do passageiro com o olhar distante, olhando para a rua que seguia e para os carros que passavam lentamente. Estava pálido e aquilo não passou despercebido pela garota que, com cuidado, removeu o cinto de segurança que protegia o namorado.

Foi o único momento em que ele erguera o olhar. Seus olhos ficaram fixos nos da morena que sentiu um calafrio percorrer sua espinha como sempre acontecia quando olhava diretamente para o moreno. As mãos do rapaz penderam sobre seu rosto por alguns instantes antes dele selar seus lábios nos dela suavemente. O silêncio ainda perdurou por mais alguns instantes quando Damon sentiu algo chacoalhar dentro do seu bolso.

– Deve ser seu celular. - disse a morena fazendo carinho no rosto de Damon enquanto ele esticava a mão preguiçosamente na direção do aparelho.

– Não vou atender. - o nome de sua mãe piscava furiosamente no visor e, sem demora, desligou o aparelho largando-o dentro do porta luva do carro.

– Quem era?

– Minha mãe.

Damon moveu-se desconfortavelmente no banco, cobrindo a cabeça com o capuz do casaco. Não sentia força suficiente nas pernas para sair do automóvel. Parecia que seu corpo estava dormente e que o único órgão que conseguia mover ainda com muito esforço era sua boca.

– Você deveria falar com ela, Dam - disse Elena, pegando uma mão de Damon e segurando com firmeza. Espantou-se ao senti-la absurdamente fria.

– Não, não deveria. - Damon dera uma tossida fraca. Começava a sentir frio e seus olhos pesarem. A única coisa que queria naquele momento era ficar largado na cama sem que ninguém o incomodasse.

– Dam, eu acho que eu a vi na saída do hospital.

Damon erguera o olhar na direção da jovem. Não sorrira, mas também não demonstrara qualquer outro tipo de emoção.

– Ótimo! Era tudo que eu mais precisava.

A porta do carro fora aberta com certa violência. Quando tentou firmar as duas pernas no chão, Damon esquecera do topo da calçada acabando por tropeçar e cair.

– Damon!

Ele se levantou com dificuldade espanando a poeira da calça. Elena caminhou em sua direção afoita, apoiando as mãos em seus ombros e ajudando-o a se erguer.

– Está tudo bem. Estou aqui.

O sentimento que se apossara dele foi muito maior do que um dragão enfurecido. Ele sentia-se fraco devido à bateria de exames e não conseguia ter força o suficiente para se manter alerta. Intimamente, começou a se arrepender por ter chamado Elena para sua casa. Não era justo com ela aguentar alguém naquele estado que ele se autointitulada deplorável.

– Se apoie aqui. Vou pegar a chave do carro.

Parecia a espera mais longa da sua vida. Elena travou as portas, mas antes dera uma verificada no porta-luvas para encontrar as chaves da porta de entrada da casa de Damon. Voltou a caminhar na direção do namorado, que agora respirava pesadamente aumentando a preocupação da jovem.

– Se apoie em mim.

Damon passou um braço pelo ombro de Elena e caminhou ao seu lado. Ultrapassaram o pequeno degrau e logo agradeceram por estarem seguros na casa que estava muito mais aquecida do que o lado de fora.

As luzes foram acessas e Elena não ficou nem um pouco surpresa ao ver a bagunça. Havia pratos na mesa de centro, pratos no chão e copos perto da televisão. O sofá estava coberto de casacos e cadernos e a poeira se emaranhava pelos poucos móveis que se alojavam no pequeno espaço. Respirando pesado, a morena colocou Damon sentado no espaço mais vazio e colocou-se diante dele apoiada nos joelhos.

Era horrível observá-lo daquela maneira. Parecia que a energia de Damon foi completamente sugada restando-lhe apenas o corpo sem espírito. Seus olhos estavam muito escuros mesmo eles sendo de um tom de azul claro e sua pele parecia macilenta de encontro à luminosidade do aposento. Suas mãos ainda permaneciam geladas e a tosse rasgante que saía de sua garganta era pior do que uma facada certeira no peito.

– Onde seu quarto fica? Você precisa deitar.

Ela esfregava suas mãos nas dele enquanto se encaravam. Damon queria que ela fosse embora, mas ao mesmo tempo queria que ficasse. Ele estava enfrentando um conflito interno muito grande fazendo-o sentir-se mais incapaz de tomar qualquer decisão mais adiante.

– Eu fico por aqui. - a voz de Damon soou rouca. Lentamente, esticou-se na direção de Elena e lhe dera um beijo na testa. - Desculpe ter pedido para você vir. Meus exames não foram fáceis e até agora não entendo o porque fui submetido a tudo isso.

– O que fizeram com você? - perguntou Elena cerrando os olhos ao sentir os lábios de Damon tocar-lhe a testa.

– Exames de prevenção. - Damon se afastou um pouco. Queria desabafar, mas tinha medo de assustá-la. - Eu estou com uma anemia muito forte. Quase profunda. Eu preciso me cuidar.

– Isso explica porque você está tão fraco, Dam. Você precisa descansar. - Elena removeu o capuz da cabeça de Damon e acariciou seus cabelos. - Eu estou aqui e não vou para lugar algum.

Era reconfortante ouvir aquilo. Ele sorriu de canto, pois foi o único gesto que fez seu coração se acalmar por alguns instantes. Amar Elena era um sentimento tão forte que chegava a doer só de imaginar perdê-la.

– Vou te roubar hoje então. - Damon acariciou sua face lentamente. - Você não vai para casa. Não vou deixar.

Elena sorriu e levantou-se. Estendeu as duas mãos na direção do namorado fazendo-o segurá-las e se colocar em pé.

– Minha tia vai me matar. - respondeu Elena apertando seu nariz. - E já basta Bonnie querendo me matar, não preciso da minha tia para entrar no time.

– E tem sua querida irmã também.

– É... Não se pode agradar todo mundo. - Elena sorriu dando-lhe um selinho. - Agora me diga, onde fica seu quarto.

– Eu posso entender isso como uma frase de segundas intenções?

Damon alteou a sobrancelha fazendo Elena sorrir.

– Deixa de ser bobico, Damon. Estou fazendo essa pergunta na maior inocência.

– Você quer aproveitar que não tem ninguém em casa e abusar do meu corpinho.

– Bom... - Elena fizera uma pausa reflexiva. -... Quando você estiver alimentado e descansado, quem sabe.

– Isso foi um sinal, Srta. Gilbert?

– Encare como quiser.

Damon sorriu e a trouxe para um beijo lento e carinhoso. Os lábios se moviam calmamente e com cuidado, como se algo dentro deles precisasse ser acalmado com urgência. Elena precisava sentir que Damon ainda estava ali com ela independente do que fosse acontecer quando fosse embora. E, Damon, só bastava saber que ela existia.

– Meu quarto é o segundo à direita. - respondeu ele, afastando os cabelos do ombro da namorada.

– Consegue subir?

– Consigo sim.

De mãos dadas, eles subiram as escadas empoeiradas. Por um momento, Damon imaginou que Elena sorria enquanto passavam pelo corredor estreito e tão bagunçado quanto à sala. As portas do quarto de Stefan e Tyler estavam fechadas e Damon não deixou de agradecer intimamente por isso, pois ambos conseguiam fazer mais bagunça do que ele.

Até mesmo Tyler.

De fato, Elena se espantaria com a bagunça no quarto do garoto que todos julgavam perfeccionista demais.

Com cautela, Elena abrira a porta do quarto e acendera a luz. Damon soltou a mão da jovem e caminhou até sua cama, jogando-se nela. Tirou os tênis com rapidez e deixou seu corpo afundar no colchão enquanto Elena o cobria.

– Acho melhor você dormir um pouco, Damon. - Elena sentou-se na beirada da cama. Sentiu um aperto súbito dentro do peito enquanto observava Damon completamente calado.

– Eu não quero dormir. - contestou Damon, movendo-se lentamente na cama.

– Durma. Eu vou comprar alguma coisa para podermos comer. Quando todo esse clima de hospital sair de você, sua fome vai ser imensa.

– Acredito que nem tanto assim. - Damon dera um sorriso de canto, segurando o cobertor com as pontas dos dedos. - Eu não tenho me alimentado direito.

– O médico passou alguma receita para você?

– As mesmas vitaminas de sempre.

– Onde está a receita?

Damon parou de chofre.

– Não precisa se incomodar com isso, Elena.

– Eu só quero a receita.

– Deixei no carro com a minha carteira.

– Certo!

Elena tentou se levantar, mas foi impedida por um braço de Damon.

– Você não vai mexer né?

– Vou sim. - afirmou Elena, lentamente. - Está todo mundo preocupado com você, Damon. Eu não vou poder ficar aqui para controlar seus remédios. Vou ter que pagar Tyler, Matt e Stefan para serem suas babás.

– Não precisa se incomodar com isso. É muito provável que eu acabe voltando para casa.

– Por que está dizendo isso? - retrucou Elena, enrugando a testa.

– Uma suposição.

– Você anda muito cheio das suposições, Damon Salvatore.

Ela se desviou do braço de Damon e permaneceu parada diante dele. Seus olhos perambulavam por seu rosto contraído de preocupação. Era nítido que ele não estava querendo ser ajudado e isso era muito desagradável.

Diante dela, estava o famoso Damon cheio de si e ela desejou estapear seu rosto para ver se seu cérebro voltava para o lugar.

– Estou pensando mais adiante.

– Você está delirando já. Acho bom você dormir. - Elena puxou a coberta, cobrindo praticamente o rosto de Damon. Ele não deixou de rir com a atitude da namorada.

– Quer me matar sufocado? - perguntou ele, tirando a coberta da face.

– Seria ótimo! - respondeu Elena, indignada. - Eu não consigo aceitar você dizendo essas baboseiras. Sua mãe está preocupada e você a ignora. Tyler marca exames e você não vai. Eu quero controlar suas vitaminas e não posso. Damon, por Deus, anemia profunda não é brincadeira.

– Você fala desse jeito sendo que o pior eu nem comentei ainda.

Os olhos de Elena se estreitaram. Perderam todo o brilho ao encarar o moreno.

– E o que tem de pior?

Damon suspirou.

– Eu vou deixar você controlar minhas vitaminas, não vou furar mais exames e não vou ignorar minha mãe. Tá bom assim?

– Você não respondeu minha pergunta.

– Elena, você é inteligente. Não me envergonhe.

Elena sentou na beirada da cama mais uma vez. Não disse nada, apenas continuou fitando o namorado à espera da resposta.

– Elena, se eu não me cuidar eu posso ter um câncer.

Ela não se moveu. Parecia que havia parado de respirar. Seus olhos pareciam duros e frios e Damon temeu que ela fosse desmaiar a qualquer momento. Com dificuldade, sentou-se na cama e emoldurou suas mãos no rosto dela que permanecia sem reação. Seus lábios não se moviam. Seus músculos pareciam terem travado.

– Eu não queria te dizer desse jeito.

Ela meneou a cabeça como se afastasse um pesadelo. Não conseguia focar seus olhos nos de Damon. Parecia que havia caído em um buraco escuro e fundo.

– Elena... Hey...

– Dam, você tem certeza disso?

Damon meneou a cabeça positivamente.

– Meu Deus!

– Elena, eu não queria dizer para não te assustar, mas olhe... Meu risco é mínimo se eu tomar os remédios.

– Damon, você não pode deixar de se cuidar, entende o que eu quero dizer?

– Entendo, mas...

– Mas nada!

Ela erguera uma das mãos encerrando o assunto. Seu corpo tremia como se estivesse submergido em uma banheira com água gelada. Seus dentes rangiam. A vontade de gritar era controlada apenas pelo fato dela quase arrancar sangue do lábio inferior.

– Eu vou pegar a receita e comprar os remédios pra você.

– Elena...

– Eu não quero que questione ok? - ela aumentou a voz, fazendo Damon amuar rapidamente.

– Ok!

Silenciaram. Elena permaneceu onde estava sentindo cada parte do seu corpo protestar devido à tamanha tensão que forçavam seus músculos a permanecerem travados. Sua respiração falhava e Damon parecia conseguir ouvir o ruído incômodo quando a enlaçou em seus braços.

– Vai ficar tudo bem, bobona.

Ela sorriu. Seu rosto afundou no peito de Damon como se tentasse amenizar uma dor repentina. Sentia vontade de chorar, mas julgou-se internamente por tamanha estupidez. A situação era apenas um risco e não uma realidade. Não valia a pena se agarrar a ideia e fazer tanto ela quanto Damon sofrerem por uma causa que nem era concreta.

– Eu sei que vai. - respondeu ela com a voz abafada. Não queria soltar Damon. Queria ficar ali, sentindo seu perfume enquanto ele tirava o tempo livre para colocar o sono em dia.

– Eu sou o mais macho e você fica duvidando de mim.

Elena erguera a cabeça e lhe dera um selinho carinhoso.

– Stefan é mais macho, desculpe.

– Como ousa dizer isso, mocinha?

– Stefan tem todo aquele porte de galã. Sai com várias garotas... Enfim...

– Isso não garante nada, Srta. Gilbert. Ele pode ser uma maricona que disfarça muito bem.

Elena riu.

– Maricona?

– Sim, uma completa maricona. - repetiu Damon, sorrindo.

– Então eu acho que você deve ser marido dele. Vocês nunca se desgrudaram. Só trouxeram o Tyler para cá para disfarçar o amor que existe entre os dois.

– Na verdade, eu sou bissexual. Mas ultimamente eu ando preferindo a minha namorada morena, linda e gostosa.

Damon a abraçou com força fazendo-a se encolher ainda mais em seus braços.

– Espero que não me troque pelo Stefan quando enjoar de mim.

– Enjoar de você? - Damon alteou uma sobrancelha. - Só se eu estiver bêbado.

Elena sorriu e lhe dera um beijo no queixo.

– Eu te amo, sabia? - disse Damon afagando seus cabelos com gentileza.

Ela pegou uma mão do rapaz e a segurou. Ele parecia mais aquecido e isso há deixou um pouco mais aliviada.

– Eu também amo você.

– Eu nunca imaginei que algum dia você diria isso para mim.

– Eu nunca imaginei que você fosse me deixar dizer isso a você.

– Era tão impossível ceder um pouco para mim nem que fosse por 24 horas?

– Na verdade, era difícil resistir, mas eu consegui ser forte até o fim.

– É uma vitória e tanto.

– Não se torne convencido por causa disso ou eu te largo.

– Pode ter certeza de que não darei motivos para ser abandonado.

Eles riram baixinho ainda emaranhados no cobertor. Esticando o braço, Elena consultou o relógio e imaginou o que aconteceria quando chegasse ao trabalho no dia seguinte. Seria muita sorte se não fosse mandada embora por chegar atrasada um dia e não dar sinal de vida no outro.

– Bom... Eu vou comprar suas vitaminas e comida. - Elena levantou-se, dando um beijo na bochecha de Damon. - Você vai ficar bem?

– Vou sim! - confirmou ele juntamente com um aceno de cabeça. - Pode usar meu carro, sem problemas. Nunca imaginei que você dirigisse.

– Há muitas coisas que você não imagina que eu faça.

– É mesmo é? - Damon sorriu surpreso. - E que outra coisa você faz que eu nunca imaginei? – disse sorrindo malicioso.

– Isso você só vai saber com o tempo. - Elena lhe dera um beijo na testa.

– Ah! É assim? - Damon revirou os olhos, divertido. - Também nem conto o que eu faço.

– Não vale me deixar curiosa.

– Vai lá então. Enquanto você não me conta eu também nem conto.

– Chantagista!

– Justo! É diferente.

Ela sorriu com os lábios colados nos do rapaz antes de lhe dar um beijo de despedida. Queria voltar logo para casa, pois algo lhe dizia que não seria muito bom deixar Damon sozinho.

– Eu prometo que não vou demorar.

Elena esperou até que Damon se ajeitasse na cama para apagar as luzes. Deixou a porta semiaberta e caminhou em direção as escadas.

Pegando as chaves, ela rumou em direção à porta e, ao abri-la, praguejou baixinho por não ter se agasalhado o bastante para enfrentar o frio nova-iorquino. Seus dentes começaram a ranger enquanto corria em direção ao carro quase tropeçando no mesmo lugar em que Damon caíra assim que chegaram. Quando dera a volta no carro, parou no mesmo instante, ao sentir que alguém estava atrás de si.

– Eu preciso falar com você.

Elena girou o corpo na direção da voz. Não ficou espantada ao ver a mãe de Damon dentro de uma limusine, praticamente abrindo a porta para que ela entrasse. Seu olhar parecia marejado, mas ela fez um grande esforço para não encará-los tão a fundo.

– Precisa ser agora? - perguntou Elena, sentindo suas mãos tremerem. Esperava que Elisabeth pensasse que fosse por causa do frio.

– Tem algum outro horário ou momento? - a voz de Elisabeth estava cortante com uma ponta de urgência. Parecia que ela queria amedrontar Elena.

– Eu ia comprar o... - ela travou sentindo sua garganta secar -... O almoço. Damon está com fome.

– E usaria o carro dele para isso?

Elena sentiu suas pernas enfraquecerem. Elisabeth parecia outra mulher naquele momento, muito longe daquela que ela conheceu no restaurante.

– Ele me permitiu usá-lo. - respondeu ela, quase sem ar. Estava tentando controlar sua mente para não falar nenhuma besteira.

– Ótimo! - Elisabeth abriu a porta do carro. - Entre!

– Mas eu...

– Por favor!

Não tinha para onde ela fugir. Não haveria como ela retrucar. Estava perdida e Elisabeth não daria o braço a torcer naquele momento. No fundo, ela sentia que estava encrencada e temia por Damon que estava sozinho na casa.

– Tudo bem!

Elena se deu por vencida e entrou no automóvel esperando que Elisabeth não fosse tão cruel como ela estava demonstrando que seria. Com um estampido, a porta se fechou fazendo o coração da jovem gelar por completo.

– Eu vi vocês dois saindo do hospital. - começou Elisabeth, ajeitando a postura no banco. - Como foram os exames?

– Ele fez todos, Sra. Salvatore. Ele só precisa se alimentar bem e descansar.

– Só isso?

Elisabeth mantinha-se em sua posição indagativa enquanto Elena tentava manter sua posição defensiva. Torcia internamente para que aquela conversa acabasse logo.

– Só... Só isso. - Elena dera uma olhada pela janela e ficou mais tranquila ao notar que o carro não se movia.

– Não foi o que o médico me disse.

– Sra. Salvatore, com todo respeito, se já estava ciente dos resultados, por que me pergunta?

– Eu preciso saber até que ponto vai seu relacionamento com meu filho, só isso. E se eu posso confiar em você. Ele está debilitado e não é qualquer garota que suportaria isso.

– A Sra. acha que estou aqui por mero interesse, é isso? A Sra. acha que estou tentando usar seu filho? Fazer-me de boazinha para utilizar os bens que ele possui? - Elena estava começando a ficar vermelha. Seu corpo tremia mais a fazendo sentir calafrios. - Sinto muito, mas esses não são meus objetivos. Se eu tivesse interesse nos bens de seu filho teria ficado com ele desde a primeira oportunidade. E apenas agora eu aceitei. Pois o amo.

Elisabeth a encarou por alguns segundos. Estudava a jovem com olhos ágeis, como se procurasse um ponto fraco.

– Você estuda, trabalha?

Elena suspirou.

– Eu só trabalho. Pretendo fazer faculdade no ano que vem. - Elena fitou a mulher a sua frente, com certo desgosto. O tempo passava deixando-a mais preocupada com Damon. - Olhe, eu adoraria responder suas perguntas, mas eu preciso realmente ir.

– Teremos o almoço no sábado às 13h30min. Damon será notificado para te levar.

– Não tem problema. Estarei lá.

A mão de Elena já havia deslizado em direção ao controle que abriria a porta quando Elisabeth pousou a mão em seu ombro.

– Desculpe pelas perguntas e por te constranger, mas estou prezando por meu filho.

Elena dera um riso abafado. Um riso desgostoso.

– A Sra. está me julgando antes de me conhecer. Eu pensei que seu caráter fosse muito diferente do que eu acabei de ver, mas vejo que me enganei. Não se preocupe com Damon, por enquanto, ele tem a mim e eu não vou deixar que nenhum mal lhe aconteça.

Ao sair do carro, a porta fora fechada com certa fúria. Elena permaneceu parada no meio fio, observando o carro de Elisabeth sair da vizinhança.

Discretamente, ela levou uma mão ao rosto, enxugando o filete de lágrima que escapou por seus olhos castanhos.



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Notas finais do capítulo

Aconselho a todos fazerem suas fics Delena... A partir de hoje somente faço fic Delena... Pois o Nyah tem certa implicâncias com minhas fics Nian... O nyah fez o favor de excluir 3 fics minha Nian... Inclusive uma que eu tinha acabado de postar...
Xoxoxo