Always At Your Side escrita por Ágatha Geum


Capítulo 11
Promessa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Amanha tem mais...
Obrigada pelos comentários...
E para os desesperados de plantão... A doença de Damon é Leucemia...
Garanto que os fans de Bonnie e Jeremy vão ficar muito felizes com o próximo capitulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/248552/chapter/11

Parecia que conversar no celular era a única solução para Damon e Elena. Ambos mantinham a mente longe do lugar onde estavam e pareciam mais preocupados em evitar esbarrar nas pessoas e esperar que os sinais, insistentes em se manterem verdes, ficassem vermelhos para continuarem a caminhada que não os levavam a lugar nenhum. Elena chegou a pensar se Damon estava contando com ela. Haviam passado por diversos pubs e restaurantes e a morena pensou cegamente de que ele estava esperando que ela escolhesse algum lugar em que pudessem comer alguma coisa. Seus olhos castanhos ergueram-se diversas vezes na direção do moreno que parecia bastante ocupado em girar as chaves nos dedos. Sinal de distração.


O fato de terem se encontrado no metrô parecia surreal demais. Elena havia tido um dia bastante difícil, e nada e nem ninguém saberia dizer as horas em que descarregou os pesos da alma em longas e demoradas lágrimas. Sua sorte, é que seus olhos não inchavam com facilidade e com a ajuda de maquiagem, ela não demorou a parecer inabalável como sempre. Os dias estavam escuros demais, na opinião da morena, e estar ao lado de Damon parecia melhorar tudo de alguma forma.

Desde a época que estudavam juntos, qualquer um que os vissem andando lado a lado na rua principal de NY acharia que era uma miragem. Damon e Elena não conseguiam manter-se no mesmo lugar por mais de dez minutos sem se ofenderem. Aquele silêncio era completamente novo e dentro dela uma enorme vontade de falar qualquer coisa estava se tornando crescente a cada instante em que caminhavam em direção ao nada.

Damon matutava o que estaria acontecendo. Desde que voltara para NY, parecia que todo seu percurso lhe levava em direção à Elena Gilbert. Ela poderia achar estranho, ainda mais quando passou os últimos meses de aula fugindo da garota que sempre tivera certeza que algum dia seria sua namorada. Agora, com seus 20 e poucos anos, ele indagava-se o que o destino lhe reservava com relação à garota que parecia completamente tensa ao seu lado. Damon não se sentia nervoso e não tinha a mínima vontade de bancar o babaca perto da garota que sempre o incitava a cometer as maiores gafes já conhecidas entre seus amigos. Nem Matt o desastrado e lesado da turma ganhava do número de micos que o moreno já havia pagado para tentar chamar a atenção da morena.

Estar ao lado dela, naquele momento, poderia ser a chance de mostrar a ela que realmente havia mudado e tomado juízo. Agora trabalhava, mesmo que fosse à custa de seu pai, e estava voltando à faculdade para prosseguir com seus estudos. A folga que teve longe da cidade que ele sempre amou, clareou suas ideias fazendo-o se tornar uma pessoa um tanto quanto mais responsável. Claro que alguns dos antigos defeitos permaneciam, mas Damon Salvatore sabia que se mantivesse os antigos hábitos, acabaria de mãos abanando e com o mesmo comportamento imbecil de sempre. Intimamente, agradecia por ser o que era atualmente.

Mas, o que parecia ser crucial agora, era tentar manter uma conversa sem brigas com Elena. Parecia impossível, mas ele estava disposto a correr o risco. Ele virou um pouco a cabeça atraindo a atenção da garota que parecia estar em qualquer outro lugar menos ali.

– Está tudo bem, Gilbert?

Elena erguera mais a cabeça e fitara Damon mantendo o silêncio. Seu olhar que sempre parecia vívido parecia tão obscuro quanto às nuvens que se juntavam anunciando que uma tempestade estaria por vir.

– Está tudo bem, Dam...Salvatore!

Damon dera um meio sorriso e coçara a nuca. Ninguém sabia, mas esse era o jeito que indicava que ele estava embaraçado.

– Pode me chamar de Damon. - disse ele, calmamente. - E não está nada bem. Eu posso não ter falado toda minha vida com você, mas aprendi a ver quando você está bem e quando você está mal.

A famosa maneira de estudar as pessoas, pensou Elena balançando a cabeça negativamente.

– Por que eu estaria mal, Damon? - perguntou ela, sentindo-se mais tranquila em chamá-lo pelo primeiro nome.

– A Elena Gilbert que eu conheço, jamais deixaria o trabalho antes da hora do almoço.

Elena inclinou a cabeça para o lado, enquanto tentava se desviar da atenção redobrada que havia ganhado do moreno que a observava aguardando a resposta. Ele poderia mentir para si mesmo, mas a maneira que ela inclinava a cabeça e enrugava a testa era algo que sempre havia admirado na morena. Achava a expressão um tanto quanto fofa.

– Eu tive alguns problemas que você não entenderia! - disse Elena, encolhendo os ombros e evitando-o encará-lo.

– Hmm... Eu poderia tentar entender se me contar. - Damon apoiou uma das mãos em uma porta de vidro e a empurrou com gentileza. - Aqui estamos nós!

Ela cruzou a porta e deixara sua visão se expandir por todo o ambiente. Era um pub discreto que tinha um cheiro forte de doce impregnado em todo o canto. As mesas eram dispostas em posições diferentes e as garçonetes vestiam trajes esverdeados com luvas e que pareciam muito roupas de aeromoça. E isso fizera Elena deixar escapar um sorriso de seus lábios. Era um lugar menos badalado, algo muito distante do que Damon gostava.

– Desde quando prefere lugares longe da sociedade? - perguntou Elena, com um ar zombeteiro.

– Estou ficando velho, Gilbert! - disse Damon, sorrindo.

– Pode me chamar de Elena. - pediu ela, puxando a cadeira e se sentando. Pensou intimamente que não deveria esperar algo gentil vindo de Damon, pois, com certeza o mundo desabaria segundos depois.

– Certo Elena... - Damon sentou-se de frente para ela, apoiando os braços na mesa. - O que você tem?

– Acho que estou faminta, Damon!

– Não mude de assunto! – ele disse - Eu vou entender se não quiser contar comigo, porque simplesmente nunca fui um amigo seu. Mas vamos pensar de maneira positiva. Se eu esbarrei com você duas vezes e ainda tivemos uma noite interessante em um parque de diversões, é por que alguma coisa está acontecendo aqui. Certo?

Elena enrugou a testa, encarando Damon por alguns segundos. O moreno apertara as mãos enquanto aguardava uma resposta.

– O que você acha que está acontecendo aqui? - perguntou à morena, ajeitando seu casaco.

– Eu não vou responder! Se eu te disser o que eu penso, você vai me chamar de gay.

A morena rira com o comentário e logo cobrira o rosto com o cardápio que lhe fora entregue.

– Por que te acharia gay?


– Pare de soltar indagações, Elena, isso não vai te levar a lugar algum. - brinco Damon folheando o cardápio.

– Mas eu gostaria de saber. Vai que sua opinião bate com a minha. - Elena abaixou o cardápio e esperava que ele a fitasse.

– Não vai mudar em nada... De verdade... - Damon não abaixara o cardápio. Ficou olhando para as linhas sem processar o que realmente queria comer.

– Você acredita em segunda chance, Damon?

Ele abaixara o cardápio e fitara aqueles olhos castanhos. Os olhos que sempre o confortavam de uma maneira inexplicável. Damon queria saber se, algum dia, Elena havia sentido o mesmo conforto que sentia toda vez que a fitava.

– Depende da situação! - respondeu ele, colocando o cardápio sobre a mesa.

– Você acha que nossa situação é um caso de segunda chance?

Damon sorriu.

– Nem tivemos a primeira, Elena.

Ela baixou os olhos e juntara as mãos sobre a mesa. Damon a observou em seu silêncio tentando decifrar o que ela estava pensando no momento. Julgou até que havia dito alguma besteira.

– Disse algo errado? - perguntou ele, minutos depois.

– Não... - ela erguera a cabeça mais uma vez, dando um longo suspiro. -... Nós tivemos nossa primeira chance, Damon, você ainda não percebeu isso, mas algum dia vai se lembrar.

Damon a fitou um tanto quanto confuso. Quando ia dizer algo, viu Elena pegar o cardápio mais uma vez. Sinal de que aquele tópico estava encerrado.

– Certo, mas isso não faz com que eu desista da minha pergunta! - Damon puxou o cardápio das mãos da morena, fazendo-a arregalar os olhos incrédulos.

– Será que poderíamos comer algo, Sr. Salvatore. Eu saí de casa sem tomar café e nem almocei.

– Saiu por que quis. Sua sorte é que você me encontrou no metrô e conseguiu de graça uma companhia agradável.

– Você nunca foi uma companhia agradável. - retrucou Elena, ficando séria.

– Sério? - Damon esgueirou-se na direção dela. - Então por que está dividindo essa mesa comigo?

– Matando o tempo! - respondeu Elena, esgueirando-se também. Sentira um calafrio na espinha ao ter Damon próximo de si. Uma proximidade que nunca existiu. Poderia até ver os contornos do seu rosto que nunca assumira em voz alta, mas sempre achou perfeito.

– Hmm... Ainda bem que é você que vai pagar a conta. - disse Damon, calmamente. Queria continuar na posição que estava.

– É mesmo! Tinha em mente não pagar sua parte para você lavar pratos.

Damon rira. O senso de humor negro de Elena Gilbert sempre lhe chamara a atenção. Lembrou-se de como sentira falta daquilo.

– Você é muito boba, sabia! - questionou Damon, passando o dedo indicador rapidamente pela ponta do nariz de Elena.

– Er... Eu? - ela gelou. Damon nunca a havia tocado. De nenhuma maneira. Suas bochechas esquentaram por alguns instantes e logo ela se endireitou na cadeira.

– Sim, você! - Damon abaixara a mão, meio perdido. Queria se dar uns tapas por ter sido um tremendo idiota em ter triscado nela.

– Eu não... Você que é um bobo.

– Vamos realmente começar a brigar? Posso ao menos estar de barriga cheia para isso?

Elena o fitou e sorrira.

– Vamos parar com essa ladainha e pedir algo logo.

Os pedidos foram feitos e eles voltaram a se entregar ao silêncio. Elena ficou com a visão nublada da rua.

– Vai me dizer o que você tem? - retomou Damon, quando os cheiros dos salgados que pedira tomaram conta de suas narinas.

– Eu não tenho nada, Damon! - negou ela, puxando o Cappuccino para si. Como adorava o aroma do café.

– Como você consegue tomar café? - perguntou Damon, fazendo uma leve careta.

– Café é ótimo, fique você sabendo! - retrucou Damon. - Não vejo graça em chocolate quente.

– Chocolate quente não faz mal a saúde. Café faz!

Elena inclinou a cabeça e empurrara a xícara na direção de Damon.

– Prove! Aposto que nunca provou um cappuccino.

– Se eu beber, você vai me contar o que você tem?

A garota pensou em puxar a xícara de volta, mas Damon fora mais rápido.

– Troca justa não?

– Eu não concordei!

– Mas vai concordar!

Damon lançou um olhar de desaprovação em direção à xícara e bebericou o líquido com certo desgosto. Odiava café e ninguém no mundo o faria gostar.

– Agora fale... E me pague uma bala de menta depois dessa.

Elena rira com gosto.

– Café é ótimo, ok?- Elena puxara a xícara de volta e pegara um guardanapo.

– Hunff! - Damon bebericou um pouco do chocolate quente e a fitou em silêncio.

– Que foi?

– Estou esperando você começar a me contar.

– Certo! - Elena endiretou-se na cadeira e o encarou. - Então me responda por que está tão pálido?

– Virei vampiro!

Elena lhe dera uma tapa no ombro.

– Estou falando sério!

– Outch! Não precisa fazer uso da violência. - Damon levara sua mão até o ombro agredido, sorrindo. - Sério... Virei vampiro.

– Jura? - exclamou a morena com desdém.

– Ah! Que menina bravinha! - Damon puxou o salgado para perto de si e dera uma mordida. - Estou cansado, Elena. Só isso! Fui fazer uns exames semana passada. Frescura!

– Frescura mesmo!

– Pare de enrugar a testa para mim! - Damon erguera o olhar e fitara a expressão de Elena. A vontade de apertar a garota era imensa toda vez que ela o olhava daquela maneira. - Total frescura!

Elena balançou a cabeça, aceitando a resposta. Damon sentiu-se aliviado por ela não ter indagado tanto, pois os resultados nem haviam saído ainda. Mas, como sempre se sentia seguro, não seria nada demais. Com certeza seria algo que seria resolvido à base de vitaminas.

– Agora me diga o que você tem? - Damon pegou um guardanapo, limpando a boca ligeiramente. - Você parece triste.

– Ando descrente, Damon. Você nunca se sentiu assim?

Damon afastou o prato e a encarou.

– Todos os dias!

Ela não esperava ouvir àquela resposta. Damon sempre fora cheio de si e decidido. Ouvi-lo dizer aquilo, não era algo totalmente normal.

– Por quê? - perguntou Elena, calmamente.

– Não sei explicar, Elena. É algo que me pega desprevenido e acaba com meu dia e, pelo visto, deve acontecer isso com você também.

– As coisas em casa andam complicadas e no trabalho também. Estou pensando em desistir.

– Desistir? - Damon espantou-se. - Elena Gilbert não desiste.

Ela sorrira. Um sorriso diferente. O sorriso que Damon sempre desejou que ela lançasse em sua direção.

– Às vezes ela desiste!

– Eu não vou a deixar desistir. - disse Damon, totalmente confiante e voltando a bebericar o chocolate quente. - Olhe, tudo que é novo é complicado. Lidar com pessoas é complicado, mas você tem que passar por cima disso. Veja eu, trabalho para meu pai. É um saco, mas, enquanto procuro outra coisa, é nessa vida que eu tenho que ficar. - ele dera um longo suspiro e voltara a encarar Elena. - Você não pode desistir, Elena.

– Eu sei que não... Mas...

– Promete que não vai desistir. - pediu Damon, incisivo.

– Por que deveria prometer isso a você? - perguntou Elena, meio desconfiada. As atitudes de Damon eram de se espantar, completamente.

– Porque se você não desistir, eu não irei desistir.

O coração dela dera um salto. Ela queria abraçar Damon por um tempo ininterrupto como uma maneira sensível de agradecer por ele estar tentando fazê-la sentir-se melhor, mas era algo que ela sempre achou impossível. Se um dia Damon e ela se tocassem, provavelmente iriam se repelir em menos de segundos.

– Por que você voltou Damon?

– Eu tinha um assunto em aberto aqui e não poderia deixar mal resolvido. - explicou Damon encolhendo os ombros.

– Hmm... - Elena balançou a cabeça pensativa. - É algo sério?

– Nada que seja impossível de se resolver. - disse Damon, dando um meio sorriso. - E não desvie da promessa. Vai cumprir?

– Quer que eu te dê meu mindinho para selar a promessa?

– Só quero ver você forte de novo, Gilbert.

– Me chamar de Gilbert, ajuda bastante.

– Então o farei daqui por diante.

Elena estendera a mão na direção de Damon com o dedo mindinho erguido. Ele rira quando vira ela parada. Esperando que ele fizesse o mesmo.

– Porque se você não desistir, eu não irei desistir. Está bom para você? - perguntou Elena, rindo.

– Está ótimo! - Damon sorrira e enlaçou seu dedo mindinho ao dela. - Eu não quero ver você desistir, por isso eu não vou desistir.

Eles se fitaram em silêncio. Uma onda de calor começou a tomar conta de ambos os corpos que pareciam ter a necessidade de estarem juntos naquele instante. O toque poderia ser mínimo, mas eles sabiam que aquele gesto havia mudado tudo. Conhecendo Elena, Damon estava ciente de que ela faria de tudo só para não vê-lo no chão. Era o que ela sempre fez pelos amigos mais próximos. O moreno só temia por ele. A situação estava difícil e ele não fazia ideia do quão forte seria.

Mas bastaria lembrar daquele momento em que Elena e ele se uniram em uma promessa que parecia completamente desimportante. Parecia patético na visão de Elena e demente na visão de Damon. O que importava, era que Elena havia adquirido uma nova visão para sua situação e, mesmo que não visse mais Damon ao ultrapassar a porta daquele pub, ela teria certeza que ele havia mudado alguma coisa. Damon renasceu algo novo dentro dela e, fora naquele momento, que ela se descobriu amorosa demais com relação a ele.

Sentiu-se estúpida, mas seria um pouco tarde para voltar atrás.

Continua....



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Xoxo