Twilight escrita por Nara


Capítulo 2
Primeiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, como estão.
Fico muito feliz por ver que algumas pessoas já se tornaram leitoras e outras adicionaram a fic como favorita. Muito obrigada. E MAIS OBRIGADA À BELLAMELOCULLEN, menina, que bom q vc acompanha as minhas fics, eu fico tão feliz. Imagina... Diva é vc rsrs'
Espero que gostem desse capítulo, aqui começam as mudanças.
Até lá embaixo.



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Primeiro Capítulo


A música estava alta e as luzes faziam com que as pessoas se sentissem livres. Era uma das prediletas dela, não era atual, mas a fazia se sentir feliz.

Era uma boa forma de se despedir da cidade, vindo a um de seus lugares preferidos. Uma danceteria. Sua mãe estava presente, e mesmo sofrendo por ter que ficar longe de sua filha dentro de pouquíssimo tempo, ela estava gostando de estar ali se divertindo.

René sabia que um dia isso aconteceria. Ela havia saído de Forks ha pouco mais de 16 anos atrás levando sua única filha nos braços, deixando para trás o homem que um dia ela tinha se apaixonado. Bella havia crescido sem saber o que era ter um pai e agora que já estava crescida e que René tinha Phil para lhe fazer companhia, nada mais justo do que ela dar uma oportunidade a si mesma e ao chefe Swan de um convívio entre pai e filha.

A vida de Charlie estava em Forks, lá ele tinha uma casa, um emprego, amigos, aquele era o único universo que ele conhecia. Não era justo exigir mais nada de seu velho pai. Então um dia ela acordou com essa idéia.

Ela já não era nenhuma criança, entendia tudo que havia acontecido e não culpava seu pai ou sua mãe. Ela tinha apenas decidido que queria passar uns tempos com seu velho e desconhecido pai, usando a desculpa de que sua mãe teria mesmo que se mudar para a Califórnia, já que Phil iria jogar no time de lá. Desconhecido porque ela não contava que passar duas semanas das férias na Califórnia fizesse com que duas pessoas tivessem algum vinculo afetivo.

Ela detestava Forks mais do que tudo, mas sabia que aquilo seria por pouco tempo. Bella queria poder começar uma vida em breve, fazendo uma boa faculdade, iniciando uma carreira e quem sabe formar uma família – uma diferente daquela que ela tinha. Ela queria algo que fosse para sempre, mas sem ter a responsabilidade de ter filhos. Ela queria fazer feliz a si mesma e àquele que ela iria encontrar.

Bella se esbaldava na pista de dança, e sua mãe não ficava atrás. As duas dançavam felizes.

As horas foram passando e quando ambas se deram conta já era de madrugada.

- Mãe, é melhor irmos para casa. Amanhã eu tomo a estrada logo cedo – disse Bella, sempre responsável. No dia seguinte ela iria para Washington de carro. Ela jamais se separaria de seu Chevrolet.

- Sabe muito bem que isso não precisa acontecer. Phil está preparando a nossa casa na Califórnia, você vai amá-la, seu quarto vai ter uma decoração especial. Já estamos providenciando aquelas luzes coloridas que você quer colocar nas paredes... – René falou enquanto se preparava para deixar o local, mas Bella cortou-a.

- Eu quero fazer isso mãe, eu posso ter luzes coloridas lá na casa de Charlie também. Não será a mesma coisa, mas é exatamente assim que tem que ser. Não temos que ter essa discussão de novo.

René suspirou, mas deu de ombros. Seu coração estava partido, mas aliviado por sua filha não guardar magoas.

Ambas foram para casa, Isabella se despediu do local onde ela tinha passado bons momentos de sua vida, dançando e se divertindo, sem saber quando voltaria. Entraram no carro de René e partiram para casa.

Após tomar banho, Bella caiu na cama pensando em tantas coisas e ao mesmo tempo não pensando em nada. Passou a mão pelos longos cabelos cor de mogno e suspirou. Que volta.

Ela não se deu conta de quando caiu no sono, acordou no dia seguinte com os primeiros raios de sol entrando por sua janela. Meu Deus é hoje. Foi a única coisa que passou por sua cabeça. Ela cogitou voltar a dormir e não acordar tão cedo, mas sabia que não era hora de se acovardar, afinal de contas, não seria tão mal morar com seu próprio pai. O seria? Vamos Sininho, você já tem 17 anos, serão somente dois anos comigo. A voz de seu pai veio à sua cabeça, mas ela não tinha muita certeza, fazia tempo que ela não falava com o velho Charlie.

Com muito custo ela se levantou da cama. Rumou para o banheiro e fez a sua higiene, mas decidiu que seria legal tomar um banho, de despedida. Tirou esses pensamentos melancólicos da cabeça e entrou debaixo dos jatos mornos de água. Agora ela estava cheirosa e tratou de si como se estivesse indo para uma festa. Passou seus hidratantes, penteou bem seus cabeços e fez sua maquiagem. Pensou em colocar o seu melhor short, mas sabia que provavelmente estaria frio quando chegasse à Washington. Adeus calor! Despediu-se mentalmente. Separou então outras roupas e não se esqueceu de pegar uma jaqueta.

Guardou tudo o que estava no quarto em mais uma mala e deixou em um canto. Forrou sua cama e tentou pensar positivo, Ei ela ainda vai estar aqui, posso voltar para cá quando quiser. Olhou tudo ao seu redor e desceu.

- Já está arrumada Bella, ainda é cedo – Philip falou quando deu de cara com ela na sala. Ele era um cara legal, aceitou René mesmo ela tendo uma filha à tira colo, por amor, e confiava nela como ninguém, mesmo com a maioria das pessoas dizendo que René queria se dar bem, casando-se com um jogador de baseball.

- Eu vou ter que dirigir bastante, a estrada é longa – Respondeu ela sorrindo. – Phil, você me faz um favor? Ajuda-me com as malas? Elas estão no meu quarto.

Ele revirou os olhos sabendo que teria que carregar as malas sozinho.

Passaram-se os minutos e ela estava pronta para pegar a estrada. Mais uma vez sua mãe tentou argumentar, dizendo que o melhor para as duas era que ficassem juntas, mas Bella recusou. Ela já havia dito isso tantas vezes que agora até ela mesma já estava convencida de que isso era o melhor a se fazer, e talvez fosse.

Sua mãe levou-a até a garagem deixando uma lágrima escapar. Ela tinha que se conformar, mas não era fácil. Bella tentou confortá-la, mas ela também estava triste. Por mais que seja difícil falar sobre uma possível separação, nada se compara ao momento em que ela acontece.

Tomando coragem, Bella entrou em seu Cruze e partiu em direção à casa de seu pai.

Fazia 24° em Phoenix, as janelas do carro estavam abaixadas e o vento fazia com que seus cabelos voassem. Ela dirigiu durante hora e horas, fez algumas paradas e finalmente ela estava se aproximando da cidadezinha onde seu pai morava.

Forks ficava ao noroeste do estado de Washington e estava sobre quase que constantemente coberta por nuvens carregadas. Nessa cidade desimportante chovia mais do que em qualquer outro lugar do país, era tudo meio depressivo.

Eu estava em como meu pai reagiria quando me visse novamente, já fazia mais de um ano que isso não acontecia. Eu não costumava chamá-lo de pai, mas teria que me habituar. Era difícil chamá-lo assim quando nos falávamos, mas eu via a felicidade em seus olhos quando eu o fazia. Sabia que ele estava muito contente por eu estar me mudando, ele estava tentando ser legal. Já havia sido matriculada na escola de Forks, mas não podia tapar o sol com a peneira: seria estranho morar com Charlie. Pelo que eu me lembrava ele não era a pessoa mais falante que eu conhecia, e eu não fazia questão de ter longos diálogos com ele, mas isso poderia ser constrangedor. Todos sabiam que eu não gostava de Forks e ele tinha ficado um tanto confuso com a minha decisão.

Quando eu cheguei à Port Angeles estava chovendo. Mas que novidade, pensou. Ela acelerou pela estrada praticamente vazia. Como filha de um chefe de polícia, devia entender bem sobre as leis de transito, mas aquela estrada não estava em suas melhores condições. As placas já estavam velhas e não se via patrulha alguma por perto. Poderia fazer um racha aqui se quisesse e ninguém notaria.

Passou por uma placa, depois de algum tempo na estrada que dizia “Bem vindos à Forks”. Obrigada, pensou.

Tudo parecia se localizar perto da estrada principal. Avistou vários estabelecimentos e ela sentia estar sendo observada, mesmo com os vidros escurecidos das janelas de seu carro. Ela se perguntou se por acaso as pessoas dessa cidade conheciam os carros umas das outras. Será que ninguém tinha um carro igual a esse nessa cidade? Ou os cidadãos de Forks tinham decoradas as placas dos moradores?

Ela não se lembrava bem daquele lugar, para falar a verdade ela não se lembrava nada. Procurou o endereço e os pontos de referencia que haviam sido dados, rumando para uma rua na qual haviam casas parecidas, todas brancas de madeira.

Tudo ao redor era verde, e isso podia até ser belo, mas ela sabia que dentro de alguns dias ela estaria cansada de olhar para tantas árvores.

Desacelerou o carro quando se aproximou de uma casa que ela julgava ser a de Charlie, levando em consideração que tinha um carro de polícia parado na frente. Ela respirou fundo, e parou ali em frente. Vestiu sua jaqueta e saiu do calor de seu carro para a chuva fraca que caia sobre sua cabeça.

Andou pelo cimento molhado até a porta da frente, que foi aberta sem que ela precisasse bater. Um homem com a pele tão clara quanto a sua e cabelos escuros a recebeu, ele sorria fazendo com que algumas marcas de expressão aparecessem abaixo de seus olhos. Com certeza era o mesmo homem que ela via todos os verões e que ela não via há mais de um ano, Charlie Swan.

- Olá filha! – ele saudou feliz, dando um abraço na garota e puxando-a para dentro de casa. O local era pequeno, mas aconchegante. Sua nova casa.

- Há quanto tempo eu não o vejo... – Ela falou acanhada enquanto procurava na feição do senhor de meia idade por algo, algo que ela sabia que estava diferente. Ela quase ouviu o estalo em sua cabeça quando se deu conta do que havia de diferente: o bigode. Onde estaria aquela coisa que ele tinha acima dos lábios? Finalmente ele havia decidido tirar, que felicidade. Preferiu não falar nada, ou ele poderia ficar constrangido. Bella tinha medo daquele bigode quando pequena. – O senhor está diferente.

- Você também minha filha, está tão crescida. Mas não vamos falar disso agora, eu estou muito feliz que você tenha decidido vir para cá. – sorriu – E sua mãe, como está?

Bella não sabia se Charlie já havia superado o amor por sua mãe, mas ela esperava que sim, afinal de contas, já havia se passado tanto tempo e ninguém merecia sofrer por um amor não correspondido por tanto tempo assim.

- Ela está bem. Sabe, animada em voltar para a Califórnia, ela adora aquela cidade. – E eu também. Completou mentalmente.

- Hm... – Foi tudo o que ele disse, parecia estar pensando em alguma coisa, que Isabella decidiu ignorar. Como previsto, Charlie não era muito falante. – Eu vou pegar as suas malas no carro e depois vou te mostrar o seu quarto – ela só teve tempo de acenar e dar as chaves do carro para Charlie e ele já estava saindo.

Deu uma olhada ao redor, a casa até que não estava mal para um solteirão sozinho. As paredes pareciam te sido pintadas há não muito tempo e os moveis estavam bem cuidados. Tudo estava limpo, impressionante.

Logo ele chegou, interrompendo os pensamentos da filha. Eram várias malas, Bella ajudou-o a carregar para cima, apesar de ele dizer que poderia fazer isso sozinho. O quarto não era familiar para ela, tinha a janela voltada para o pátio da frente. O era teto curvado, as paredes azuis, o chão de madeira e as cortinas de renda, pequeno, mas ela nunca ligou para espaço, desde que ela tivesse algum. Ela já tinha sorte de ter ganhado um pequenino banheiro, anexado ao seu quarto. Havia uma passagem arredondada com uma porta de vidro um pouco distante do closet, parecia ter sido feita há não muito tempo. Supôs que sua mãe devia ter exigido, para dar um pouco de privacidade e conforto à tão amada filha. Ela agradeceu por isso, se tivesse sido o caso, já que não seria tão agradável dividir banheiro com Charlie.

Ele deixou-a sozinha para desfazer suas malas e se ajeitar. Ela pensou nas mudanças que poderia fazer naquele espaço, para que ele parecesse mais amplo. Tentou pensar em tudo para não ter tempo de pensar que tudo aquilo que ela estava fazendo era uma grande besteira. Quem sabe ela não tivesse nascido para ter um pai. Mas ela sabia que estava errada.

A Escola de Forks tinha o aterrorizante total de apenas trezentos e cinqüenta e sete - agora cinqüenta e oito - alunos. Em Phoenix, havia mais de setecentos alunos. Todo mundo aqui tinham crescido juntos - seus avôs tinham sido bebês juntos.


Ela não se importava em ser a garota nova, já tinha passado por isso uma vez. Sua mãe havia ido para a Califórnia quando saiu de Forks, foi lá que ela cresceu e depois quando René casou-se com Phil, ela tinha 15 anos, eles tiveram de se mudar para o Arizona. Mas ela esperava não ser tratada como uma curiosidade, uma aberração. Sinceramente ela sempre escolhia ficar reclusa, lendo um bom livro ou escutando musica, quando tinha algum momento livre na escola. Na sala de aula dava graças a Deus que os acentos eram individuais. Ela se dava bem com as pessoas, gostava de conversar, mas não era sempre que encontrava alguém que ela tivesse afinidade para ter conversas. Se havia uma coisa que Isabella não suportava era falsidade, ela não conseguia fingir estar feliz com nada se ela realmente não estivesse e não agüentava conversas idiotas, acabava cortando a pessoa logo de cara. O fato é que não era legal passar por grosseira e arrogante.


Depois que terminou de colocar suas roupas no roupeiro, dirigiu-se até o banheiro para arrumar seus produtos de beleza e higiene. Com certeza o banheiro era algo novo na casa, já que a decoração não combinava com a decoração do resto da casa. Ela elegante, com todas as suas peças em tons de preto, um espelho grande com uma lâmpada e um box fumê. Depois disso, ela se lavou e tratou de se deitar após dizer boa noite para seu pai.

Caiu na cama e se entregou a inconsciência, devido ao cansaço que sentia. Nem se deu conta do barulho da chuva batendo no telhado de casa, já Charlie não conseguia dormir e o barulho era apenas uma desculpa, já que ele estava acostumado. Ele estava preocupado com a filha. Não queria que ela fosse infeliz e não entendia porque ela havia decidido se mudar para uma cidade que ela odiava. Ele estava contente em finalmente poder apresentar a filha para as pessoas, mas não queria errar.

Decidiu então não dizer nada, ele apenas compreenderia se ela dissesse que queria partir, ele não sentia que tinha muitos direitos sobre ela. Esperava que sua única filha fosse feliz, pois a menina merecia.

O dia já havia amanhecido. Todos tinham passado a noite em claro, como sempre, e isso já não os afetava mais. Era mais um daqueles dias em que todos os casais estavam felizes após terem se divertido a noite inteira. Infelizmente, a diversão de Edward tinha sido tocar piano. Mas ele não se importava com isso, não mais.

A única coisa que podia estragar a sua paz naquele momento era a escola. Não entendia por que tinha que freqüentar a Forks High. Ele podia simplesmente se passar por mais velho e trabalhar com seu pai no hospital. Poderia ainda fazer como outrora, ter uma casa só para ele e ao invés de se passar por filho, se passar por amigo da família. O único empecilho era o coração de sua pobre mãe. Esme morreria se ficasse longe de seu filho novamente, ainda que ele estivesse em uma casa ao lado da sua. Resultado: ele era o garoto de 17 anos, adotado pelo casal Cullen, que tinha dois irmãos e dois primos.

Tentando manter a calma e respirando a felicidade que emanava, caminhou para seu quarto para se arrumar para a escola. Vestiu-se e penteou-se como ele sempre fazia e rapidamente estava descendo as escadas com seus livros na mão.

- Eu acho tão bonito ver vocês todos indo para a escola. Sinto falta de quando vocês eram obrigados a usar uniforme, há alguns anos atrás. Era tão lindinho – Esme disse com os olhinhos brilhando.

Não vou responder, não vou responder. É melhor gritar logo para que esses pombinhos venham, ou eu desisto de ir para aquele inferno. Edward pensou com toda a tranqüilidade. – Rápido! Parecem até lesmas. Eu não vou ficar aqui parado como dois de paus esperando vocês! – Esbravejou.

- “Dois de paus”? Calma mano, nós já vamos. Mas só se você prometer que não vai mais usar esse linguajar velho – seu irmão musculoso brincou com ele. Edward sorriu não conseguindo ficar com raiva de seu irmão irreverente, afinal de contas, eles não mereciam aturar um Edward rabugento.

Sem conseguirem se descolar, os dois casais acompanharam Edward até seu volvo prateado, após se despedirem de sua mãe. O trajeto até a escola foi rápido no carro veloz de Edward, logo eles se encontravam no estacionamento da escola. O lugar ainda não estava completamente cheio e os poucos alunos que ali se encontravam pareciam um pouco agitados, como em um dia de passeio.

- Vai ter festa? – Rosalie perguntou debochada. Alice revirou os olhos.

- Não, é só que todos estão esperando curiosos para ver a aluna nova. A filha do chefe de polícia. – respondeu, um pouco à frente do seu tempo.

- Em uma cidade que nada nunca acontece, uma garota nova é motivo mais que suficiente para todo esse alvoroço. Quando ela chegar tudo melhora, vocês verão que ela não vai ser diferente de todos aqui de forma alguma. Logo ela vai perder a graça. – Edward também previu o que aconteceria.

Todos saíram do carro e depois de um segundo um carro vermelho entrou no campo de visão de todos ali. A porta do motorista foi aberta e de lá saiu uma garota de pele branca, sobrancelha marcada, bochechas e lábios rosados, cabelos cumpridos cor de mogno e olhos de um azul tão claro quanto os dos cinco vampiros ali presentes.

O queixo de Edward caiu. Que mulher linda, ele pensou. Não conseguia tirar os olhos daquela menina mulher que agora andava em direção ao prédio da secretaria. Aliás, nem ele e nem os outros humanos.

- Que avião – Emmett falou após assobiar. Recebeu um tapa de Rosalie.

- Já pode parar de babar Edward – Jasper caçoou dele, sentindo o que ele sentia. Foi difícil para Edward tirar os olhos daquela direção até que ela entrou na secretaria e ele a perdeu de vista. Limpou a garganta, constrangido.

- É melhor nós irmos para dentro – Conseguiu se pronunciar, morrendo de vergonha, mas ainda de cabeça erguida, como um líder.

Lá dentro estava bem iluminado e bem mais quente do que Bella imaginava. A secretaria era pequena, com uma pequena sala de espera com cadeiras dobráveis, carpete laranja, avisos e prêmios abarrotados pelas paredes e um grande e ruidoso relógio. A sala era partida ao meio por um grande balcão, cheia de cestas de arame repletas de papéis e anúncios coloridos colados na parte da frente. Havia três mesas atrás do balcão, uma delas ocupada por uma mulher ruiva e grande, usando óculos. Ela vestia uma camiseta roxa, que imediatamente a fez sentir com roupas demais.

A ruiva olhou - Posso ajudá-la?

- Sou Isabella Swan – Ela disse, e os olhos da mulher demonstraram reconhecimento imediato. Ela era esperada. A filha da ex-mulher do chefe de polícia finalmente retornava a casa.

- Claro - ela disse. Ela percorreu uma pilha precária de documentos em sua mesa até achar os que procurava. - Seu horário está aqui, e um mapa da escola. - Trouxe várias folhas até o balcão. Ditou todas as aulas, mostrando no mapa a melhor maneira de chegar até elas, e lhe deu um papel para que todos os professores assinassem, que deveria trazer de volta no fim do dia.

Ela sorriu e desejou que Bella gostasse de Forks. Sorriu de volta.


Caminhou por entre os alunos, procurando onde seria sua primeira aula. Ela sentia os olhares grudados em suas costas, mas não deu trela.

A sala de aula era pequena. As pessoas à sua frente pararam assim que entraram na sala para pendurar seus casacos numa longa fileira de ganchos. Fez o mesmo. Havia duas garotas. Uma loira com pele de porcelana, outra, também com a pele clara, tinha cabelos castanho claro.


Levou o papel para seu assinado por um homem alto e calvo que se chamava Sr. Mason. Ele ficou olhando-a assim que ela lhe entregou o papel, encarando. Ela encarou de volta, de cabeça erguida. O professor não fez com que ela se apresentasse para a sala, mas mandou-a sentar bem na frente, onde todos podiam vê-la. Isso não era o pior, apesar de ela sentir que ele fez de propósito. Ao menos ela estava sentada sozinha, já que todas as mesas eram ocupadas por duplas. Ela estava feliz de não ter uma dupla.

A lista de leitura já era conhecida, ela já havia lido todos os títulos, o que fez com que ela se sentisse entediada.

Quando bateu o sinal, um garoto meio desajeitado, alto, com problemas de pele e cabelo preto como carvão se encostou ao batente da porta.

- Você é Isabella Swan, não é? - ele parecia do tipo muito prestativo, parte do clube de xadrez.

- Sou sim - todo mundo em volta se virou para olhá-la.

- Onde é sua próxima aula? - indagou.

- Hm, Governo, com o professor Jefferson, no prédio seis.

Não havia para onde olhar sem encontrar olhos curiosos.

- Estou indo para o prédio quatro, posso te mostrar o caminho... - definitivamente muito prestativo.

- Sou Eric. - Ele adicionou.

Sorriu discretamente. - Obrigada.

Pegaram seus casacos e saíram para a chuva, que tinha ficado mais forte. Poderia jurar que muitas das pessoas andando atrás estavam pertos o bastante para ficar ouvindo a conversa.

- Então, aqui é bem diferente de Phoenix, hein? - ele perguntou.

- Muito.

- Não chove muito lá, não é?

- Três ou quatro vezes por ano.

- Uau, como será que é isso? - ele ficou imaginando.

- Ensolarado. - Respondeu com um sorriso.

Ele ficou com o olhar perdido por uns segundos.

- Você não parece bronzeada.

Ela pensou no que responder. Não queria ser grosseira, mas não julgava que fosse da conta dele ela ser bronzeada ou não. Agradeceu quando eles chegaram a seu prédio.

- Obrigada por ter me trazido até aqui Eric, nós nos vemos depois.

- Ok. Você pode se sentar conosco no intervalo. – propôs.

- Eu costumo me sentar sozinha, mas nós podemos nos esbarrar. – falou sem queres saber o que ele pensaria por ela se sentar sozinha. Quem sabe ele achasse que ela não podia se misturar com os suburbanos, que importa? – Até mais. – entrou em sua sala rapidamente.

O resto da manhã se passou da mesma maneira. O professor de trigonometria, Sr. Varner, foi o único que a fez ficar na frente da turma e se apresentar.

Depois de duas aulas, começou a reconhecer muitos dos rostos em cada uma delas.

Sempre havia aqueles que eram mais corajosos e vinham se apresentar e perguntar se estava gostando de Forks. Tentou ser diplomática.

Uma garota sentou ao seu lado em ambas, Trigonometria e Espanhol, e foi com ela até o refeitório na hora do almoço. Ela era bem baixinha, com vários centímetros do que os seus 1,65m, mas o cabelo escuro e encaracolado ajudava a balancear a diferença de altura. Não conseguia lembrar o nome dela, então apenas sorria e balançava a cabeça enquanto ela discorria sobre os professores e sobre as aulas.


Como ela já tinha dito para a garota a mesma coisa que ela tinha dito para Eric, aproveitou para procurar uma mesa vazia para ela, certificando-se de que nenhum outro aluno iria se sentar ali. Sentiu-se aliviada quando não ouviu mais nenhuma palavra sendo dirigida a ela.

Colocou os fones de ouvido e se perdeu no som, agora, mesmo que alguém quisesse se aproximar dela, ela não ouviria.


Quando levantou o olhar os viu pela primeira vez. Estavam sentados no canto oposto do refeitório. Eram cinco. Não conversavam e não comiam, apesar de cada um deles ter uma bandeja intocada na sua frente. Eles não estavam encarando como a maioria dos alunos, eles pareciam perdidos em pensamentos.

Não se pareciam em nada – um era moreno e extremamente musculoso, ele estava acompanhado de uma garota loira, linda; havia mais um casal, um rapaz também loiro agarrado a uma garota com feições pequenas e cabelo curto negro; o último era lindo. Parecia ser mais alto do que os outros, e musculoso também, tinha os cabelos de um loiro cobre o queixo quadrado, o nariz reto. Ele estava sozinho. Mas apesar das obvias diferenças físicas, todos eram muito parecidos. Ambos tinham a pele extremamente clara, quase translucida e havia mais uma coisa da qual ela podia notar de longe. O brilho dos olhos de todos era exatamente igual.

Não era uma cor normal, era um azul tão claro, mas tão claro. Ainda mais claro do que os seus próprios, que eram praticamente azul bebê.

E ela não conseguia desviar o olhar, pois eles eram estranhamente, anormalmente e inumanamente lindos.

Eu gostaria de saber quem eram eles, quem sabe se tivesse me sentado com o grupo pudesse descobrir um pouco sobre os cinco. Pensou. Decidiu então se conformar e esperar até que tivesse alguma aula com algum deles – e ela estava torcendo para isso.

Depois de algum tempo, todos os cinco se levantaram e deixaram a mesa, eles eram tão graciosos, até mesmo o grandalhão com os cabelos escuros. Era até meio desconcertante olhar.

Ela ficou mais um tempo – talvez tempo de mais, já que o refeitório já estava quase vazio. Dessa vez não foi tão difícil de encontrar a sala de aula. Reconheceu uma menina que fazia parte daquele grupo de amigos, se lembrava dela, se chamava Ângela. Mas Ângela, depois de ter entrado na sala, foi se sentar no fundo da sala com outra garota. Foi logo mostrar o maldito papel ao professor, mas algo fez com que seu coração batesse um pouco mais rápido. Ela olhou ao redor da sala, mas não viu nenhum acento vago, a não ser um: ao lado daquele belo rapaz, o de cabelos cor de cobre.

O professor assinou o papel e pediu que ela procurasse um lugar para se sentar. Ela caminhou em direção ao acento, um pouco nervosa por ter que se sentar ao lado de alguém tão surreal, mas o fez. Ela podia sentir o cheiro que emanava dele, era um cheiro bom, natural.

- Olá – Disse uma voz calma e musical. Ela encarou o companheiro sem saber ao certo o que dizer.

- Oi – respondeu simplesmente.

Ele sorriu um pouco. – Eu me chamo Edward Cullen, você deve ser a garota nova, filha do chefe Swan, não?

- Hm... uhum. – tentou pensar melhor. – Isabella Swan. – ele estendeu uma mão para ela, que retribuiu, mas diferente do que ela pensou, ele implantou um beijo nas costas de sua mão. Ela estremeceu um pouco.

O toque de Edward era diferente, gelado. Quem sabe todas as pessoas de Forks são assim, pensou.

Edward já sabia de cor a experiência que eles fariam hoje, nada que pudesse impressionar uma pessoa com duas licenciaturas em medicina, os slides da caixa estavam fora de ordem e tinham que separar os slides em tipos de raízes das espécies e células das fases da mitose que eles representavam e etiquetá-las adequadamente.

- Comecem! – o Sr. Banner ordenou.

- Primeiro as damas – ele sorria um sorriso tão lindo, que era de tirar o fôlego. Ela pegou o material e ajustou o microscópio sem nada dizer.

- Prófase. – indicou rapidamente. Ele sorriu um pouco e anotou no papel. – Não quer checar? – indagou um pouco surpresa.

- Você parece ser uma garota muito inteligente, eu acredito no que você diz, deve estar certo – Edward falou olhando diretamente nos olhos de Isabella. Isso saiu meio que sem querer, parecia que ele estava cantando ela, mas ele não conseguiu se arrepender. Era tão difícil quando olhava naqueles olhos claros.

Mais uma vez, ela só passou o microscópio para ele, sem dizer nada. Edward só conseguiu desviar os olhos dos seus para poder olhar no aparelho e dizer a próxima resposta. – Anáfase.

Os dois terminaram antes de qualquer outro na sala. O senhor Banner veio checar por que eles não estavam trabalhando.

- Então, Edward, você não achou que Isabella podia ter uma chance com o microscópio? – perguntou.

- Na verdade identificou três dos cinco. – ele defendeu. O professor olhou para Bella com um olhar cético.

- Você já deve ter feito essa experiência antes, não?

- Não com raiz de cebola.

- Com blástula de peixe branco – ela concordou – Então acho que é bom que vocês dois estejam juntos – para que o resto da turma tenha uma oportunidade. Completou murmurado. Bella não pode compreender direito, mas Edward ouviu perfeitamente com sua super audição.

Edward deu de ombros – Deixe para lá – disse baixinho. – Está gostando de Forks?

Bella esperou alguns segundos até que pudesse responder. – Bem, parece ser uma cidade... Legal. Pacata. – ele riu um pouco.

- Acredite, nem tão pacata assim – Bella não entendeu, pareceu ser uma piada interna para ela e realmente era.

- Então, você é do sul?

- Sudoeste. Eu venho do Arizona, mas eu cresci na Califórnia. – Falou com ele como se fossem conhecidos há mais tempo.

- Você parece gostar bastante de lá.

- Muito - respondeu um pouco distante.

- E... Que mal lhe pergunte, por que decidiu sair do Arizona?

- Bem... A minha mãe se casou de novo... Não pense que eu não gosto disso, mas é que como agora ela tem quem lhe faça companhia, eu finalmente estou tendo uma oportunidade de... Passar uns tempos com meu pai - disse entre pausas, mas abertamente.

- Isso é ótimo, que eu saiba o chefe Swan ficou muito feliz por você estar aqui Isabella.

- Bella - Corrigiu. Ela só permitia que os seus amigos lhe chamassem assim, foi um pouco estranho até para ela, mas era ainda mais esquisito ouvir Edward chamá-la de Isabella.

- Faz jus - murmurou ele.

- O que? - Perguntou um tanto confusa, ele apenas deu de ombros. Então uma dúvida tomou conta. - Como você sabe que meu pai ficou feliz, tem algum contato com ele?

Edward havia cometido um deslize. - Hm... Não exatamente, mas parece que todos sabem sobre todos aqui nessa cidade, não é mesmo? - riu um pouco sem graça. Ele devia ter notado a felicidade em Charlie em alguma vez na qual eles tenham se cruzado.

O sinal logo tocou, para o espanto dos dois.

- Bem, então eu acho que nós nos vemos depois. - Bella falou se levantando.

- Ah, claro. Até mais. - Edward ficou na dúvida de seria uma boa ideia beijar a bochecha de Bella, mas resolveu se controlar. Com um gesto pediu a mão dela e implantou um beijo como da outra vez. Ela corou um pouco, pegou seus livros e saiu.

Bella andou apressada pelos corredores, como uma estranha felicidade sem causa. Conseguiu achar o ginásio, ela ainda tinha uma aula de educação física. Naquele dia ela jogou alegre e logo depois, quando saiu, dirigiu contente para casa.

Respondeu afirmativamente quando seu pai lhe perguntou naquela noite se ela havia gostado da escola e se tinha conhecido alguém legal.

- Será que a gente pode saber o motivo de tanta felicidade? - Perguntou Emmett pela milésima vez, verbalmente e mentalmente. Edward bufou e já tinha perdido as contas de quantas vezes tinha feito isso.

- Eu não estou mais feliz do que de costume, não sei o que faz com que vocês pensem assim - tratou logo de incluir os outros membros da família, sabendo que eles ouviam a conversa.

- Admita, todos nós notamos que você está um pouco mais feliz do que o usual. Aconteceu algo de novo na escola? Você sempre reclama que é tudo tão parado. -Perguntou sua mãe.

- Com certeza teve algo de novo. Deve ter sido a novata, desde que você teve a aula de biologia com ele está com essa cara de bocó - Rosalie murmurou.

- Bocó é o seu marido

- Ei! - Emmett reclamou.

- Garota nova? A menina Swan, filha do chefe de polícia? - Carlisle se intrometeu assim que colocou os pés para dentro de casa. Colocou sua maleta no sofá e cumprimentou sua mulher com um beijo.

- Vocês estão exagerando. A Bella é legal.

- Hm... Bella - todos falaram e caíram na gargalhada. Edward revirou os olhos.

- Quanta intimidade, já são amigos? Para ela ter conseguido essa proeza deve ter pensamentos realmente muito bons, e uma alma melhor ainda.

Então Edward se deu conta de uma coisa. Ele estava tão focado nos olhos da menina que sequer notou...

- Algum problema filho? Ficou serio de repente

- Tudo bem Esme, é só que... Eu não li a mente dela...


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Notas finais do capítulo

Musica: http://www.youtube.com/watch?v=2RyCsRSs5aY&feature=fvst
Carro: http://www.sempreantenados.com/wp-content/gallery/chevrolet-cruze/chevrolet-cruze-6.jpg
Roupa: http://3.bp.blogspot.com/-YmLnqPaIOXk/Tk_0GMp1umI/AAAAAAAAATE/rfSGHGWYtLY/s1600/mileygetthelook16_03.jpg
Roupa 2: http://capricho.abril.com.br/imagem/580x362/look-miley-cyrus28427.jpg?v=120518205844
E então, o que acharam?
Continuem comentando e eu vou tentar postar o mais rápido possivel, se é que eu vou dar conta rsrsrs'
Beijão, até mais.
PS: Desculpem pela falta indicador de falas no texto, o site formatou automaticamente. Tentei arrumar, espero que eles não quebrem o texto de novo ;)