Squalo estava em seu quarto esperando à hora passar, ele estava ansioso para a noite chegar. Fazia dias que estava daquela maneira. Suspirou e se levantando foi para o banheiro. Tirou a roupa de vagar e entrou de baixo do chuveiro, deixando a água gelada cair sobre seu corpo, também frio e branco. Por mais que brigasse a pele dele sempre ficava sem marcas, nenhuma cicatriz podia ser vista em sua pele, nenhuma imperfeição. Coisa que Xanxus, particularmente, amava afinal ele era o único que podia marca aquela linda pele branca do seu amante e subordinado. Squalo sabia que depois daquela noite sua pele ia ficar cheia de marcas roxas, mas mesmo não gostando de admitir ele amava ser marcado pelo belo moreno de olhos vermelhos.

Fechou o registro e saiu de baixo do chuveiro e foi pegar a sua roupa. Como estava em seu quarto não se importou de sair pelado, mesmo podendo correr o risco de alguém entrar e o vê. Coisa que ia, certamente, dar muita confusão. Mas Squalo não se importava com isso, naquele dia nada ia trabalhar a sua felicidade. Colocou seu terno branco e começou a pentear seu cabelo prateado. O pente deslizava com delicadeza as mexas cor de prata, Squalo já estava com o cabelo na altura do ombro e o perfume que usava era suave e doce. Sabia que Xanxus amava aquele perfume, por isso sempre usava quando eles iam sair. Olhou para o relógio e sorrindo foi para o quarto do maior.

Na Varia todos estavam preocupados com os jogos da Copa Européia e ninguém ia notar o sumiço deles, não até o dia seguinte, mas até lá já estariam longe. Quando chegou lá encontrou Xanxus indo colocar o terno.

– O que foi? Já está querendo mais? - Xanxus reparou que o albino estava parado em sua porta - Feche a porta lixo! - ordenou com um sorriso no rosto.

Squalo obedeceu sem reclamar, já estava acostumando a receber esse tipo de ordem. Xanxus encarava o menor malícia, como ele queria que tudo aquilo acabasse para que ele tira-se toda aquela roupa do albino em sua frente.

Squalo se aproximou com passos largos do maior e começou a ajudá-lo a colocar o terno negro. Enquanto vestia o amante Squalo pensava em como ia se divertir despindo-o. Colocou a gravata e olhou para o maior. Os olhos de ambos se encontraram e eles sorriram, aproximando seus rostos um do outro se beijaram. No princípio foi um beijo contido, sem grandes vontades, mas logo se tornou um beijo caloroso e apaixonado demonstrando seus verdadeiros sentimentos.

Podiam ficar naquela maneira por muito tempo, mas infelizmente a porta foi aberta deixando entrar o subordinado mais chamativo de toda a Varia.

– Xanxus desculpa eu entrar sem avisar, mas é que... - a frase morreu na boca ao vê a cena.

Squalo gelou e teve receio de olhar para trás, mas Xanxus permaneceu imparcial com tudo. Luss ficou em primeiro momento assustado, mas logo um sorriso safado tomou seus lábios.

– Desculpe-me por isso não quero trabalhar os amantes - Luss ria com aquilo e saiu do escritório sem fazer escândalo.

– Você acha que ele vai guardar isso em segredo? - Squalo perguntou ao maior.

– Acho que não, ele é doido mesmo - riu da última parte e põem a mão na cabeça do menor e fez um leve carinho na cabeça dele.

– Eu vou ao banheiro - Squalo se afastou e entrou no banheiro que tinha no quarto de Xanxus.

Xanxus ficou sentado esperando Squalo voltar para poderem ir se encontrar com Dino. Enquanto esperava podia ouvir Bel correndo atrás de Mammom pelos corredores, ele se lembrava de quando achou aquele bebê. Mammom estava sujo e quase morrendo Squalo ficou com pena e levou o bebê para casa. Olhou o relógio mais uma vez e bufou, iam chegar atrasados.

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Dino esperava ansiosamente os dois amigos dentro do restaurante, ele estava tão feliz em poder ser um convidado naquela ocasião tão especial, apenas uma coisa o entristecia, era o fato de que apenas ele concordava com tal coisa, diferente do pai do moreno que achava tal relacionamento uma "imoralidade" que devia ser repreendida com métodos rudes. Dino nunca teve nada contra em relação ao nono Vongola, mas não suportava a idéia de alguém ser tão cruel com o seu próprio filho, tudo bem que Xanxus foi adotado e Squalo era um bastardo dado para pagar uma dívida de jogo, mas nenhum ser humano merecia tal tratamento. Bufou quando olhou novamente o relógio, mas logo um sorriso voltou a se formar em seu rosto, afinal ele queria passar uma expressão feliz para os jovens amantes.

– Senhor Cavallone - a garçonete parecia ter medo ao dizer aquele nome - Os senhores Xanxus e Squalo já chegaram.

– Obrigado por avisar - Dino sorriu para a mulher tentando fazê-la mais tranqüila - Poderia chamar eles?

– Sim senhor - ela vez uma referência e sai do local.

Não demorou muito para que Dino avistasse Xanxus e Squalo. O loiro achou que ambos estavam muito bem arrumados, mas aceitou o ato com naturalidade, afinal era uma ocasião muito especial.

– E então já estão prontos? - Dino não ia deixar de sorrir, ele realmente estava feliz pelos amigos.

– Vamos começar logo com isso por que eu não agüento mais - Xanxus disse impaciente, coisa nunca o acompanhou foi a sua paciência, mas os outros dois já estavam acostumados com aqueles atos.

O jantar foi tranqüilo sem muitas reclamações por parte do moreno, Dino não causou nenhum acidente muito grave - apenas se cortou com a faca causando no restaurante uma confusão - e Squalo não gritou nenhuma vez, o que foi um ato inédito para o trio.

Conversar vai conversar vêm e o trio se divertida na medida do possível, Xanxus sempre indiferente não se metia nas conversas do albino e do loiro, apenas quando lhe cabia ou achava necessário, mas isso era raramente.

– Fazer sexo com outro homem é diferente? - Dino disse aquilo com a sua inocência e sua curiosidade, afinal ele só havia feito com mulheres.

– Mas que merda de pergunta é essa Dino?! - Squalo ficou assustado, não achava que Dino fosse tão maluco para perguntar algo desse tipo.

– Não quando é você que fica por cima - Xanxus sorriu com o comentário e bebeu mais um copo de sua bebida.

– Xanxus! - Squalo ficou assustado com o comentário do maior, não achou que Xanxus fosse capaz de responder aquilo.

– Então se você ficar por baixo vai ter que agir como uma mulher ou apenas de uma maneira mais delicada? - Dino parecia que ia continuar com as perguntas sem noção.

– Vai depender de quem está por cima - Xanxus disse com a sua frieza inabalável, mas havia um sorriso safado e sarcástico no canto da boca.

Squalo estava tendo o que poderia ser descrito como uma crise de vergonha, ele sabia que Xanxus era um completo sem noção, mas não achava que podia ser tanto. Então teve uma idéia meio que absurda e resolveu segui - lá, pediu licença e foi ao banheiro.

Enquanto ia reparou na decoração, era um tipo restaurante italiano, as janelas davam uma vista ótima e um toque romântico e sofisticado. As mesas eram cobertas por toalhas bancas e as paredes eram pintadas de um castanho forte, puxando para a cor vermelha. Todos os clientes eram pessoas ricas, pois as roupas que trajavam demonstravam isso. Squalo não gostava daquele tipo de gente, mas infelizmente tinha que aturá-los pelo bem da Varia.

No caminho de volta um senhor esbarrou com ele, Squalo foi pedir desculpas por tal descuido, mas seu sangue gelou quando reconheceu o velho Vongola.

– Olá senhor Superbi - o senhor tinha um sorriso frio, quase como puro ódio em sua face.

– Você? - Squalo recuou, não esperava vê-lo lá.

– Pelo que vejo ainda estão brincando de casinha - nono era uma pessoa que gostava de gente, mas detestava ser desobedecido.

– Com todo respeito nono, mas acho que o senhor devia falar o motivo de está aqui - disse um bebê com um terno e um camaleão no chapéu.

– Tem razão Reborn - nono desviou o olhar e olhou para o bebê - Muito bem senhor Squalo - voltou a fitar o albino - Você deseja tomar um chá comigo e com o meu amigo?

– Eu to ocupado - Squalo voltou a sua forma habitual, frio e sem paciência, por isso começou a se distância do velho.

– Não vou aceitar um "não" como resposta Squalo! - Reborn disse frio, não gostava das pessoas que desobedeciam ao nono.

– O problema não é meu - Squalo disse andando sem olhar para eles.

– Entenda senhor Superbi, não foi um convite formal - na mesma hora que nono terminou de dizer essas palavras os seus guardiões aparecem e cercaram Squalo.

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Squalo não acreditava em sua sorte, aquilo era para ser uma noite para se festejar e não acabar ouvindo idiotices de um velho imbecil. O lado bom e que depois daquele encontro no corredor nono não havia dito mais nenhuma palavra. Então agora ele estava vendo o velho tomar chá calmamente junto de um bebê mais idiota ainda.

– Senhor Squalo eu acho que eu te passei uma visão negativa sobre a minha pessoa - nono tinha começado com a conversa - Mas agora quero lhe informar que estou disposto a uma reconciliação.

– Seja mais específico - Squalo ouvia tudo com cuidado, mas não media as suas palavras.

– Seja mais educado quando falar com o nono - Reborn continuava sentado olhando o albino, Squalo tinha a impressão que Reborn podia ler mentes, coisa que fez o bebê sorrir.

– Não se preocupe Reborn, acho que eu realmente mereço tal tratamento - nono suspirou - Sei que lhe causei muito desconforto senhor Superbi, mas estou disposto a te recomeçar.

Squalo estranhou o tom da conversa, mas não quis dizer nada, apenas observou os dois “cavalheiros” desconfiados.

–Por isso quero saber o quanto você quer para sumir para sempre - nono mantinha uma face tranqüila, mas no fundo ele estava nervoso.

Squalo se assustou naquele exato momento, sabia que o nono ia acabar falando merda, mas oferecer dinheiro para deixar Xanxus? Isso era como se comparece ele a uma prostituta, e Squalo era orgulhoso ser comparado a uma puta não ofendia apenas a sua honra, mas o seu nome também. Bateu na mesa com raiva fazendo as xícaras balançarem, quase caírem da mesa, de tamanha raiva que sentiu.

– Desculpe-me não ser o que o senhor quer, mas não quero o seu dinheiro e não me importo com o que você pensar - Squalo se levantou e deu as costas.

– Entenda eu amo meu filho e não o quero perto de você - nono tentava se parecer calmo, mas estava nervoso.

– Se o ama-se de verdade não ia perturbar a sua vida amorosa - Squalo saiu irritado de perto deles, passando pelos guardiões com brutalidade.

Quando o albino já estava longe Reborn se virou para nono e disse:

– Ele tem sangue forte, mas é fiel - bebeu mais um gole de seu chá.

– E pelo visto você estava certo, o que eles sentem é amor - nono olhou mais uma vez para a foto de Xanxus e Squalo que carregava e riu - Só espero que um dia meu filho possa me perdoar.

– Isso apenas o tempo é capaz de responder - Reborn olhou para a direção que o albino havia tomado - Foi um teste complicado, mas você duvidava da resposta?

– Não - nono olhou para o chá - Eu sempre soube que Squalo ia recusar, eu apenas queria vê a sua reação quando eu falasse a falsa proposta.

– Muito bem - Reborn bebeu mais uma vez o chá - Ele vai te perdoar, um dia quem sabe.

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Squalo retornou a sua mesa, mas não encontrou nem o Dino e nem Xanxus perguntou a garçonete por eles e ela lhe afirmou que ambos os senhores já tinham ido embora. Um aperto se deu no coração do albino, Xanxus havia deixado-o sozinho no restaurante, uma fúria se estalou após a dor e ele rumou para o estacionamento. Mesmo não tendo idéia do por que.

Quando lá chegou encontrou um moreno de olhos vermelhos esperando em costado num carro preto esperando por ele.

– Xanxus? - o coração do albino bateu mais rápido, como sempre fazia quando ambos se encontravam, mas não pode explicar a onde estava ou o que havia acontecido, pois seus lábios foram roubados pelo moreno de forma possessiva.

Xanxus segurava o cabelo do albino com uma das mãos fazendo ele se aproximar cada vez mais, a outra mão foi para a cintura do albino abraçando de forma firme e apertando aquela parte com tanta força que fez o tubarão gemer de leve entre o beijo, mas Squalo não podia nem respirar direito já que o moreno parecia querer devê-lo-á ali mesmo.

Quando se separaram Squalo estava ofegante e corado, não compreendia a ação estranha do maior, afinal Xanxus nunca foi de demonstrar carinho e agora havia demonstrado algo, além disso, ele havia demonstrado seu desejo.

– Vamos lixo ou vai ficar aí a noite inteira? - Xanxus disse ao abrir a porta do carro.

Aquelas palavras haviam feito Squalo voltar para a Terra e seguir o moreno com os olhos de rubi. Não disseram nenhuma palavra depois daquilo.

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Ao chegar ao hotel Squalo ficou encantado com a decoração, ele já estava acostumando a ser bem tratado nos lugares que ia, mas aquele hotel era o melhor e o mais caro. Squalo teve a impressão de vê Xanxus sorrindo com a sua cara de idiota e, por isso, ficou emburrado.

– Amo quando você faz esse bico, me ecita a sua força de não resistir a mim - sussurrou de forma sexy no ouvindo do menor fazendo ele se arrepiar.

– E quem disse que eu me rendo a você? - Squalo retrucou muito ofendido, por mais que tenha gostado.

Ambos andavam pelos corredores do hotel se dirigido ao seu quarto. Xanxus tinha bom gosto, isso Squalo não negava ao vê o quarto a onde iam ficar.

As paredes eram brancas e tinham detalhes dourados, a cama era enorme e no chão havia um tapete, aparentemente, super macio, daqueles que davam para dormir. Havia uma "sala" perto do quarto e na varanda dava para se vê uma mesa e duas cadeiras. À noite tava linda.

Squalo sentiu duas mãos lhe envolvendo a cintura, sentiu que o outro estava cheirando seu cabelo e depois leves selinhos na nuca, coisa que o deixava bravo, pois era difícil esconder as marcas roxas no dia seguinte. Mas não cortou o contato. Ele queria contar a Xanxus sobre o encontro com o pai dele, mas não ia estragar a noite dele e além do mais suspeitava que Xanxus já se soubesse sobre isso.