Dream World - Fic Interativa escrita por Price of Reality


Capítulo 12
Learning


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Finalmente consegui terminar, acho que esse capítulo contém informações importantíssimas para o futuro.
Bem espero que gostem :D



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  Conrad estava maravilhado com a quantidade de informação daquela biblioteca, nem mesmo se lembrava de quantos exemplares já havia lido. Os olhos passavam rapidamente palavra por palavra em uma velocidade absurda. Precisava conseguir mais conhecimento se quisesse sobreviver ou até mesmo recuperar suas memórias roubadas, mas obviamente acreditava que era impossível tal ideia, a memória era algo abstrato você não podia simplesmente tirar de seu cérebro ou coisa parecida. Acreditava que elas continuavam ali em sua cabeça seguras.

  A mão rapidamente virou a página. No momento já havia aprendido que havia uma certa hierarquia de poder no Mundo dos Sonhos. No topo obviamente estava a Rainha, logo abaixo estavam seus dois servos leais e alguns moradores peculiares, depois moradores comuns e por último os que eram chamados de "tears". Quando leu sobre eles facilmente os reconheceu a principal característica eram as algemas presas apenas em um dos braços de acordo com a descrição. Esses antigos moradores quando perdem o controle se tornam o mais próximo das criaturas chamadas "nightmares", criaturas assassinas com alto poder destrutivo que arrasaram cidades no passado felizmente essas criaturas desapareceram mas nada a impedem de retornarem e causarem mais uma vez a destruição. Tears possuem essas algemas especificamente para manter sua sanidade. No presente vivem, ou tentam viver, como qualquer outro morador mas são mal vistos pela sociedade. Essa classe diferente de moradores se tornaram esse "monstro incompleto" por causa do julgamento de dívida. Nesse julgamento os moradores que tinham dívidas não apenas em relação ao dinheiro mas uma vida ou qualquer outro crime teriam que trocar sua liberdade por esse destino amaldiçoado.

  -"Há um modo de livrar-se da própria pena. Apenas se-" - parou de ler ao escutar passos.

  -Baixinhoooo...

  Elliot entrava irritado na biblioteca com passos pesados tirando a paz do lugar. Tori entrou logo depois no mesmo rítimo de Elliot mas obviamente não batia os pés no chão como o mais novo.

  -Silêncio. - Conrad disse.

  Ambos pararam de andar ao perceber a presença de Conrad que continuava lendo o livro em suas mãos passando outra página.

  -Ah, você é o... - Tori parou para pensar - Você é quem mesmo?

  -Não importa. - ele respondeu sem parar a leitura.

  -Vocês são tão chatos. - Tori disse segurando Elliot pelo cachecol.

  -Me solta! - gritou Elliot.

  -Por que?

  -Isso incomoda, sabia?

  -Por isso é divertido.

  -Por que não provoca outra pessoa?!

  -Acho que não tem a mesma graça e leva tempo até a pessoa chegar ao limite.

  -Para de puxar!

  -Er... não.

  Os dois falavam muito alto e aos poucos estavam chegando nos nervos de Conrad que ainda tinha esperança de conseguir de terminar de ler. Continuaram a discussão sem para nem um momento. Até que Conrad não conseguia mais ignorar aquele barulho todo na biblioteca.

  -Por que os dois não brigam lá fora? Não conseguem ver que estão atrapalhando? Além disso não sabem que em uma biblioteca deve-se ficar em silêncio? - falava em seu tom normal de voz mas soava como uma repreensão

  -Estou seguindo o baixinho. - Tori disse rapidamente para livrar-se da acusação.

  -E-ei, não venha colocar a culpa em mim!

  -Os dois estão atrapalhando, então os dois vão para fora.

  Tori ficou o observando por algum tempo.

  -Ele parece tanto com uma mãe. - Tori disse logo em seguida - Opa... essa era para ter ficado minha na cabeça...

  -Você tem problema... - Elliot disse ainda preso pelo cachecol.

  Conrad voltou a prestar atenção ao livro já que os outros dois já haviam se acalmado e agora ficavam em silêncio apenas andando pela biblioteca. Ao ouvir o barulho de um livro caindo se irritou um pouco. Tori parecia descuidado e não se preocupava com o estado dos livros apenas estava ali por pura falta do que fazer.

  -Não estrague os livros, eles possuem importantes informações.

  Tori se abaixou e pegou os livro que havia caído abriu em uma página qualquer. Elliot havia se sentado no chão próximo a uma das janelas onde pensara ter encontrado o lugar perfeito para descançar um pouco, encostou a cabeça na parede e ali ficou. Conrad continuou lendo livro após livro sem parar e nem mesmo se cansava com a quantidade de informação, na verdade pensava que era até um ótimo passatempo.

  Algumas horas se passaram, Romeu e Julieta dormiam profundamente próximos aos livros já lidos por Conrad. O jovem já havia lido 3 livros em algumas horas, livros consideravelmente grandes. Resolveu então parar, ainda não sabia se a Rainha queria que comparecessem novamente ao salão e no momento queria ver com os próprios olhos o que havia lido nos livros. Então se levantou e com o barulho de cadeira se arrastando acordou Elliot e Tori que dormia sobre o livro que havia pego antes.

  -Aonde vai?... - Tori perguntou sonolento.

  -Ao salão. - respondeu.

  -Mas já?...

  Conrad apenas guardou os livro. Não tinha a intenção de responder as perguntas que Tori fazia ou que qualquer outro fizesse, aqueles não eram algo significante e provavelmente iriam apenas atrapalhar o seu trabalho. Com o pouco tempo que passou com os dois jovens, já havia tirado suas próprias conclusões. Tori era apenas um despreocupado com a vida, não parecia se preocupar com as memórias perdidas e a única coisa que conseguia fazer era irritar. Elliot um irritado por natureza que prefiria ficar em um canto sozinho para descançar ou seja um vagal solitário e impaciente.

  -Baixinho, acha que devemos ir também? - Tori perguntou.

  -Está ficando tarde... - disse olhando a janela ao lado.

  -Então quer dizer que vamos?

  -Sim... - respondeu.

  Elliot se levantou e saiu logo depois de Conrad. Conrad sentia-se perseguido pelos dois o que o incomodava mas graças a Julieta que estava de olho nos dois não estava tão preocupado. Enquanto andava ouviu algo vindo de alguma das portas, enquanto continuava pode ouvir melhor, pareciam soluços. Alguém chorava silenciosamente ao passar por uma porta aberta viu pelo canto do olho que quem chorava era uma das convidadas mas simplesmente ignorou mas Tori o fez parar segurando-o pela gola do da camisa.

  -Ela está chorando. - Tori disse baixo.

  -Por isso mesmo temos que deixá-la. - respondeu.

  -Claro que não. Que tipo de cavalheiro você é?

  -Respeito o espaço das pessoas. Se não tenho algo haver com isso, não me importa o que acontece.

  -Temos que ajudar. Somos todos convidados, estamos no mesmo barco.

  -Eu vou para o salão, façam o que quiser. - Elliot disse.

  -Pelo menos deveríamos dizer que estamos voltando...

  -Você pode fazer isso.

  -O que? Não me diga que não pode esperar um pouco ou... será que é porque tem medo de garotas?

  Elliot e Conrad ficaram em silêncio, em partes Tori estava certo mas não era medo o que sentia apenas falta de experiência nada mais. Tori entendeu que aquele silêncio confirmava suas suspeitas então um sorriso surgiu na face.

  -Estou certo, não? As duas crianças tem medo de garotas.

  -Eu não vou discutir com você. - Conrad disse.

  -Não precisa apenas saber que estou certo me deixa satisfeito.

  Elliot saiu andando na frente tentando fugir do assunto mas Tori mais uma vez o segurou pelo cachecol. Agora tinha Conrad e Elliot nas mãos, ele arrastava os dois em direção à porta entreaberta.

  -Já disse que não vou incomodar ninguém. - Conrad disse.

  Julieta se aproximou da gola de Conrad e mordeu a mão de Tori fazendo-o soltar uma leve reclamação de dor balançando a mão rapidamente depois, tentando fazer a dor passar.

  -Ai, ai... por que me mordeu? - perguntou ainda balançando a mão.

  -Por ser ignorante e não respeitar a vontade das pessoas.

  Outra porta se abriu no corredor tomando a atenção dos três no corredor, revelando um jovem de cabelos castanhos e olhos verdes intensos escondidos pelos óculos de armação preta. O menino segurava uma caneca de café na mão. Tori rapidamente o reconheceu era o mesmo menino que havia conhecido no seu primeiro dia naquele mundo.

  -Você é o menino com ar de ancião! - disse ao reconhecê-lo.

  -E você é o convidado ignorante, não? - disse também se lembrando do convidado.

  -Você não me disse o seu nome.

  -Eu preciso?

  -Sim.

  Parecia pensar um pouco e por fim deixou um leve suspiro.

  -Tudo bem, acho que como nossos caminhos ainda vão se cruzar preciso dizer então... Me chamo Sean.

  -Você é um habitante deste mundo, não? - Conrad perguntou.

  -Sim, um morador.

  -Não possui um corrente então não é tão interessante assim.

  -Já vejo que andou pesquisando sobre os tears. Eles não possuem importância alguma, então não se preocupe.

  -Mas se são tão próximos a nightmares não deveriam ser destruídos?

  -Bem não é assim que as coisas funcionam aqui. Quando um morador morre, um tear morre ao mesmo tempo e vice-versa, se destruirmos um tear perderemos um morador inocente.

  -Não faz sentido.

  -E precisa?

  -Continua sem sentido, isso poderia não acontecer e acontecer, certo? - Elliot perguntou.

  -Vocês estão esquecendo do fato de que estamos no Mundo dos Sonhos.

  -Está ficando confuso... - Tori disse.

  -Posso fazer uma pergunta? - disse Conrad.

  -Sim.

  -Como é possível recuperar memórias?

  Sean começou a caminhar em direção ao salão ignorando a pergunta de Conrad que ficou esperando pela resposta mas parecia que o outro não estava disposto a responder.

  -Onde está indo? E a minha resposta?

  -Bem, você já tinha feito uma pergunta. E como eu já tinha respondido não preciso responder suas outras dúvidas.

  Conrad entendeu o que ele quis dizer mas aquilo não era desculpa para não responder suas perguntas. Resolveu então ir para o salão finalmente já que Tori parecia ter esquecido as garotas.

  -Por que estão me seguindo? - Sean perguntou.

  -Estamos indo para o salão. - Elliot respondeu.

  -Ainda não precisam, a Rainha decidirá a hora.

  -Então por que está indo?

  Ignorou e continuou andando. Os três caminhavam para o mesmo destino mas ficavam em silêncio o que irritava Tori um pouco então resolveu dizer algo.

  -O pequeno Sean é irritado como o baixinho sabiam? Quando eu estava na sala dele ele tinha mudado a cor dos olhos... e por que você faz isso mesmo? - perguntou para Sean.

  -Não interessa.

  -Claro que sim e se eu precisar no futuro saber isso?

  -Me fala. Por que todo mundo desse lugar fica fazendo esse mistério todo?

  -Eu apenas não quero responder pois é algo desnecessário, além do mais não receberei nada em troca.

  -Crianças... - Tori disse propositalmente.

  -Não sou uma criança. - Sean respondeu.

  -Não disse que ele era estressado?

  -Não, você que é irritante. - Elliot disse.

  -Só vocês dois que me dão ouvidos.

  -Cala a boca. - os dois disseram ao mesmo tempo.

  Tori não escutou por isso não disse mais nada. Na verdade algo já havia tomado sua atenção.

  -Ei olhem... - Tori disse percebendo que o chão estava se movendo - O chão...

  -Está se movendo? - completou Conrad.

  O chão se movia e as paredes passavam lentamente mas aumentavam o rítimo pouco a pouco chegando a uma velocidade inimaginável. Quando o chão parou os quatro foram jogados para dentro do salão.

  -A Rainha acabou de escolher o momento de reunir todos. - Sean disse.

  Logo todos os convidados voltavam sendo jogados para dentro do salão um por um, em poucos segundos todos estavam reunidos novamente.

  A Rainha como sempre estava sentada em seu trono com um sorriso nos lábios.

  -Agora que estão todos aqui, quero que conheçam alguns moradores. Estes são: Sean, Lewis, Carolina e Izuki. Eles irão ajudá-los como puderem e logo não precisarão ficar aqui.

  Izuki era o único rosto novo ali, um jovem de 19 anos atento ao que se passava a sua volta, os cabelos castanhos vinham até a nuca e os olhos castanhos avermelhados causavam uma impressão intimidadora, seu rosto transmitia segurança e ao mesmo tempo seriedade.

  -Bem, quero que cuidem bem de meus convidado... - disse aos moradores.

  Disse por fim. A história estava aos poucos andando e as palavras em seu livro surgiam com cada acontecimento que envolvia seus convidados. A Rainha tinha uma expressão de contentação no rosto parecia que tudo estava indo para o lugar certo e as peças se encaixavam em seu devido lugar.


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