The Rose Of Darkness escrita por Pye


Capítulo 17
Capitulo 8 – Uma nova alma. Lynda Stewart - P3


Notas iniciais do capítulo

Olá meus pequenos botões de açúcar. Peço desculpas pela demora, mas como estou de férias irei postar com mais frequência, sim?

Esse capítulo é todinho delas; Anne-chan, Chydori-chan, Yuuka-chan, Rapha M.

Essa é a última parte do capítulo oito, então espero que gostem e comentem, como sempre, para me deixar feliz.

*NÃO SE ESQUEÇAM DE VEREM AS IMAGENS ESPECIAIS DO CAPÍTULO E AS MÚSICAS DE ABERTURA E ENCERRAMENTO*



Obrigada a todas, beijos. /~aperta todas.



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Capitulo Oito

Uma nova alma. Lynda Stewart.

Parte final

Música de abertura

O céu estava finalmente limpo e de uma coloração agradavelmente azul, depois de um longo e persistente período de chuva.

As cortinas estavam arrastadas, facilitando assim a visão para o outro lado daquela varanda. E, naquele momento, seus olhos verdes se abriram, fixando-se bem além daquelas cortinas ou varanda recheada por flores. Ela sorriu com admiração, vendo que seu desejo havia sido acatado. Havia sol, oque a fez feliz. O brilho do sol tomava conta e ao mesmo tempo se expandia por todo o quarto, fazendo aquelas paredes negras parecerem nada menos que apenas mais uma pintura comum, dando vida á elas.

A garota apertou os olhos e se levantou, esticando os braços, espreguiçando-se.

A noite não havia sido fácil. Mas, ela sabia afinal, que nunca teria noites de sono normais, como pessoas normais. Ela não era uma pessoa normal. Era isso que todos costumavam dizer em sua antiga cidade? Talvez sim, mas a cada palavra que diziam a respeito, seu coração se perdia em um batimento. Ela se considerava forte, agia como uma garota resistente. Mas na verdade não passava de uma farsa. Ela sabia que iria desabar a qualquer momento, perto de todos aqueles que a julgavam.

Mas os tempos haviam mudado, e principalmente, sua vida havia tomado um rumo diferente. Era isso que ela acreditava.

Mas de certa forma, seu destino estava traçado. Ninguém poderia mudá-lo. Mas, poderia haver algum tipo de exceção para ela?

Ela era a presa,


— Bom dia, pequena. — Kaien disse ao mesmo tempo em que encaixava seu rosto no vão da porta entreaberta. — Vamos descer. Sua amiga está tomando café, disse que quer te ver antes que possa ir para escola.



Ela assentiu com um sorriso tímido enquanto se levantava em um pulo da cama, indo em direção ao Guarda-roupa. Levou seus olhos novamente para a porta entreaberta. Kaien não estava mais lá, certamente não esperava a hora de tomar mais uma de suas xícaras de chá. Ela sorriu e abriu finalmente a porta do Guarda-roupa, e de lá sentiu um pequeno medalhão cair sobre seus ombros e seguintemente se chocar contra o chão.


Seu corpo se arrepiou e seu coração apertou-se. O medalhão que havia ganhado de sua mãe, há nada menos que dez anos atrás.


**











Lunna colocou o prato repleto de biscoitos ao centro da mesa, servindo em seguida as duas com chocolate quente.





— Você não vai voltar para a escola? — Mellanie perguntou ao terminar uma mordida do biscoito, olhando a garota de cabelos azuis ao seu lado.


Hikkaru sorriu, tranqüila.

— Decidi voltar ano que vem, até porque já estamos quase no final do ano, então porque se preocupar com isso, não é mesmo?

Mellanie a fitou por mais um minuto, desconfiada.

— Sabe que terá que repetir o Segundo Grau ano que vem, então quer mesmo fazer isso?

Hikkaru olhou a amiga ao seu lado com um grande sorriso, como de costume enquanto encaixava a xícara de chocolate quente nos dedos.

— Não se preocupe com isso, Mell. Eu posso repetir ano que vem sem problemas, não estou preocupada com isso. — ela respondeu.

Mellanie abaixou os olhos na direção de sua xícara, conformando-se com a idéia. E, rapidamente levou seu olhar para a esquerda, fitando o homem alto frente à Lunna, enquanto ela ajudava-o a dar o nó na gravata. Era estranho. Há menos de algumas semanas ela estava lá, dentro de um minúsculo apartamento, sozinha com sua tia, mais ninguém. E veja só hoje, ela convivia com mais de quatro pessoas sobre o mesmo teto. Isso era loucura. Com certeza, loucura.

— Bem, estou indo agora. — Kaien disse com a mão sobre a maçaneta da porta, olhando diretamente para a mesa onde as duas encontravam-se sentadas — Se você encontrar aquele cabeça dura, fale que preciso conversar seriamente com ele á noite, Mellanie.

E então ele abriu a porta, saindo pela mesma em seguida.

Mellanie apertou os olhos, confusa. Ele estava falando de Zero. Ela tinha certeza disso.


Lunna suspirou, levitando a cabeça e andando apressadamente até a mesa, pegando as xícaras e colocando em cima de alguns pratos que estavam em suas mãos.





— Você vai se atrasar se não ir andando. — a mulher alertou a garota, seguintemente indo para a cozinha.







Mellanie olhou Hikkaru e sorriu pequenamente, acenando e também saindo.





Estava atrasada. Sempre atrasada. Mais uma vez.



~~











Algumas horas antes.






O vento estava forte naquela madrugada. Seus cabelos loiros sacudiam sobre seu pescoço, sentindo aquele ar gélido percorrer todo o seu corpo enquanto saltava com agilidade árvore por árvore. Seus pensamentos estavam confusos, não sabia precisamente oque fazer. Oque diria para seu mestre? Se dissesse a mentira, muitos iriam morrer e presenciar um banho de sangue naquela pequena cidade. Mas, se contasse a verdade, bom, se contasse a verdade como desejasse a pessoa qual conviveu e cresceu estaria morta no mesmo momento em que ele soubesse. Não poderia impedir, mas também não poderia ficar plantado sem reagir. Precisava dizer, mas ao mesmo tempo precisava se calar.






Akatsuki finalmente saltou do último tronco de árvore, indo parar no chão firmemente. Estava no jardim da mansão, tal rodeado por rosas vermelhas por toda a parte. Naquela temporada elas estavam mais vermelhas e belas do que nunca.








— Estava a sua espera. — Kaname disse ao se virar sem pressa para trás, olhando o loiro com cautela.








Akatsuki fez uma leve reverência e ofegou, exausto, enquanto se aproximava.





— Desculpe a demora, mestre. — ele disse.


Kaname o fitou por pequenos segundos e afastou o olhar para o canteiro repleto de rosas, novamente. Seu olhar distante, mas na verdade, sua atenção bem alerta.

— Diga-me, oque tem para me contar? — ele perguntou tranquilamente.

Kain abaixou os olhos com expressão nervosa no rosto. Não poderia contar oque estava acontecendo. Qual seria a reação dele se descobrisse a verdadeira face assassina de sua “pequena” Meredy? Seria um rio de sangue, literalmente.

Ao arquear finalmente a cabeça, Akatsuki fitou o rosto pálido do Kuran. Ele estava à espera de uma resposta.

— Você tem que tirá-la daquela cidade, mestre. — o loiro começou, com voz firme — Meredy está em grande perigo.

Kaname levou seu olhar diretamente para o rapaz parado logo atrás de si. Akatsuki estava nervoso.

— Conte-me. — insistiu o Kuran, apertando os olhos em cima de Kain.

Akatsuki puxou ar para dentro dos pulmões.

— Temo que ela esteja sendo influenciada por um Vampiro Nível E.

Kaname apertou os punhos com ferocidade, temendo que um de seus medos se tornasse realidade.

— Traga-me meu casaco, Kain. — Kaname ordenou.

O loiro assentiu e correu apressado para dentro da casa.

E então ele suspirou, virando-se novamente em direção daquelas rosas preenchidas pela escuridão.

O pesadelo havia se iniciado.


~~











A sala de aula estava agitada, afinal, já estavam na segunda aula, a tão esperada aula de Literatura, qual teria a professora novata. Todos estavam animados com a idéia, mas não eles. Os quatro encontravam-se no lugar de sempre, nas últimas carteiras afastados dos demais. Nada muito especial, afinal, todos os temiam, de certa forma. Eles eram conhecidos por todo o colégio como; Os quatro demônios 2-B. Poderia ser um pouco insano ou fora do normal, mas era assim como todos enxergavam os quatro alunos da turma 2-B. Não era algo muito comum e chamava muito a atenção de todos, mas poderia ser realmente verdade, afinal, eles eram um tanto surreais.





Uma anã autoritária. Um vitoriano cortês. Uma loira detetive, e finalmente, um ruivo perverso.


Estava literalmente tudo de cabeça para baixo.


— Que tipo de professora se atrasa em seu primeiro dia? — Mary criticou com um revirar de olhos.





Mellanie sorriu, dando um pequeno tapa em seu braço.







— Talvez ela tenha seus motivos pessoais, assim como Sebastian tem os dele, de vez em quando. — Mellanie respondeu.





A garota loira arqueou rapidamente os olhos em sua direção.


— Sebastian? — ela questionou com implicância — Então é assim que chama ele agora?

Mellanie revirou os olhos.

— Esse é seu nome, qual o problema de chamá-lo assim? — ela retrucou.

E, naquele mesmo momento foi-se ouvido uma pequena risada irônica ao fundo.

— Deveria chamá-lo de Matador de criancinhas. — o ruivo disse sarcástico.

A morena baixinha apertou os olhos como ameaça para Castiel, que não se rendeu.

— E você deveria calar a boca, imbecil. — ela respondeu com hostilidade, virando-se novamente para a loira a sua frente.

O ruivo rolou os olhos e afogou a cabeça no montilhado de livros sobre a mesa.

Lysandre bufou, soltando ar pela boca com impaciência. Ele estava distante esta manhã.


E subitamente a porta da sala de aula foi-se aberta, bem devagar, como se tudo aquilo fosse uma bendita câmera lenta de um filme qualquer. Todos fitavam aquela entrada com ansiedade. Os passos foram iniciados, e sem mais um segundo perdido a mais nova professora adentrou a sala, seguindo direto para sua mesa frente ao quadro negro. Era realmente ela. A mulher que Mellanie havia visto na diretoria no dia anterior junto ao ruivo. Era ela, ela tinha certeza. Seus lábios estavam novamente bem marcados por batom vermelho, junto a seus cabelos médios e negros que desciam quase até a altura da cintura. Trajava uma calça de couro preta e uma blusa formal. Se ela não se enganasse, poderia estar ali na frente de todos um Sebastian versão feminina, literalmente. Mas seus olhos não eram tão gentis quanto sua aparência. Eles demonstravam algo incomum, algo que ninguém pudesse desvendar. Perigo.





E, finalmente ela se virou para a turma, sorrindo sutilmente para todos.







— Eu sou a nova professora de vocês, ah, e claro, a nova orientadora também. Nos horários livres estarei em minha sala, esperando por vocês a qualquer momento para ouvir qualquer problema que tenham para me contar. — ela começou com olhar firme sobre cada um sentado naquela sala, em suas carteiras.





Mellanie olhava-a quase em hipnose. Uma áurea de mistério rodeava aquele corpo esbelto.



Alguns minutos depois muitos alunos já haviam feito muitas perguntas para ela, empolgados. Lysandre parecia cada vez mais irritado, ou talvez entediado com a situação. Ele era o tipo de cara que sempre estaria fazendo alguma coisa, ou escrevendo em seu misterioso bloco de notas ou simplesmente em uma conversa inteligente. Não gostava de permanecer parado, ouvindo gente ignorante falando sobre algo ignorante.






Depois de longos minutos sentada em sua mesa frente ao quadro negro, Meredy pensava, calculava e observava cautelosamente aquela pequena garotinha de longos cabelos castanhos. E, a cada olhar fixado nela, algo extremamente ardente subia por todo seu corpo, queimando completamente tudo pelo caminho. Era uma sensação obscura de raiva, e a cada momento sua vontade de destruí-la se aumentava. Precisava matá-la, antes que ela mesma se matasse, pouco a pouco.











E, quando a aula finalmente se acabou e as batidas do sinal ecoaram com toda a escola, Meredy se levantou de sua cadeira e olhou todos com um sorriso doce bem encenado.











— Espero ter dado uma boa impressão para todos vocês hoje. — ela disse — Oh, e não esqueçam, irei trazer uma atividade surpresa para a próxima aula.






Ela então se virou, dando as costas para todos, e finalmente atravessou a porta. Seus passos se ecoavam pelo corredor, e rapidamente sentiu do outro lado daquele mesmo corredor outros passos soavam. Uma figura negra estava lá, e olhava-a ao canto dos olhos com hostilidade. Ela então sorriu ao canto dos lábios vermelhos com deboche e audácia. Aquilo seria realmente algo interessante.


Sebastian desprendeu seus olhos daquela criatura e continuou a andar em direção a terceira aula, para a sala 2-B.

Divertido. Isso vai ser algo realmente divertido. — Meredy soltou dentre pequenas risadinhas.


~~











As batidas na porta foram se expandindo por toda a casa enquanto a garota descia as escadas do segundo andar com pressa. Hikka passou seus dedos pela maçaneta e abriu aquela porta com rapidez, e quando ela pôde finalmente ser aberta, seus olhos alcançaram-no. Sim, ele. O loiro mais estranho que agora fazia parte de sua vida e talvez, parte de suas preocupações.





— Lawliet?! — ela perguntou confusa, olhando-o do lado de fora com as mãos enfiadas dentro do bolso da calça.


Ele suspirou.

— Não vai me convidar para entrar? — soltou com sua típica calmaria.

Ela se atrapalhou um pouco e abriu passagem para que o loiro pudesse passar.

Uau, isso é realmente algo inesperado, então, oque faz aqui? — ela quis saber.

Ele retirou as mãos dos bolsos, levando o polegar até os lábios e pressionando-o.

— Senti falta. — ele simplesmente disse.

Ela arregalou os olhos por alguns instantes, sentindo seu rosto queimar naquele momento. Oque ele estava dizendo?

— S-Sentiu falta de mim? — ela perguntou desajeitadamente.

Ele retirou o dedo dos lábios e fitou-a com curiosidade.

— Das suas tortinhas de morango...

Hikkaru sentiu como se uma enorme bigorna tivesse caído sobre sua cabeça, e nela estampada uma faixa com a seguinte palavra; “IDIOTA”.

Ela soltou ar pela boca, retomando sua postura enquanto ele se sentava tipicamente empoleirado no sofá menor da sala.

— Acho que ainda sobraram alguns morangos, então não saia daqui. — ela falou com um sorriso amável nos lábios.

Afinal, ela estava cuidando realmente de uma criança?


Quando Hikkaru atravessou a sala indo em direção á cozinha, seus petrificados olhos azuis se fixaram nela. Logo desceu seu punho no sofá e o pressionou. Oque estava acontecendo ali? Realmente, ela estava certa. Ele não havia sentido falta das tortas, mas sim dela. Aquilo tudo estava saindo do controle.






As pessoas ferem umas as outras a todo o momento, pequeno Lawliet. Então, fique longe delas, e principalmente, fique longe dos sentimentos que nelas residem.”












Tais palavras havia ouvido há mais de quinze anos atrás. Tais palavras que lhe ajudaram a crescer forte. Tais palavras que temia, agora, ser uma grande mentira. Mas, e se fossem realmente verdadeiras?
















~~



























O sol estava escaldante, e o relógio de pulso de Lysandre anunciava quase meio dia. Ele suspirou e apoiou a cabeça na parede. Maryana encontrava-se sentada bem próximo a ele, enquanto brincava com seus dedos, entediada.






Mellanie não estava tão próxima. Estava sentada no chão do pátio principal com as pernas dobradas, encostando as costas na parede quadriculada. E lá estava o demônio ruivo, bem ao seu lado, com dois fones no ouvido e olhos tranquilamente fechados. Estava tão neutro, inofensivo e despreocupado naquele momento que ela poderia estranhar aquele cara ao lado.



Suspirou.






Queria poder saber mais sobre você. Sobre seu passado. A garota pensou enquanto fitava-o.











E, ao rolar os olhos para baixo, percebeu que uma pequena caderneta estava caindo para fora da mochila do ruivo. Mellanie apertou os olhos nela e antes de tocá-la, olhou mais uma vez para o rosto dele, para talvez se certificar de que ele estaria ocupado demais e que não estivesse vendo-a.











Ela rapidamente a pegou, e curvando-se um pouco para o lado, a abriu com cuidado. Começou a folhear.






Letras, poemas. Então era isso que ele fazia quando estava longe de todos? Poemas depressivos e letras de música?


Por quê?

Começou a ler.

"Um dia eu vou esquecer seu nome,

E em um doce dia,

Você vai se afogar na minha dor perdida

O medo está apenas em nossas mentes..."


Seus olhos brilharam. Aquela era uma ótima letra, mas algo estava errado.





Folheou mais uma página,








"Sou como o vento que sopra leve. Sou como o furacão que tudo destrói. Sou igual meus sonhos perdidos. Ou será que sou apenas uma ferida que ainda dói?"










E, dentre aquelas curtas palavras gravadas no papel, ela sorriu docemente, lançando um curto olhar para o ruivo ao seu lado, que parecia estar dominado por um sono pesado.






















“Você sabe dos meus sentimentos.






Mas, eu sinto como se grandes mãos estivessem sufocando-me a alma.


Algo negro e obscuro, amedrontador.

Você se importa, realmente?

Traga-me para a realidade, para a vida, por mais uma vez.

Estou morto, enterrado a sete palmos.

Você realmente não compreende?

Eu necessito de você para continuar a viver. Venha, corra.

Olhos silenciosos.

Presos a escuridão do vento.

Presos a apenas alguns centímetros,

Longe da alma.

Presos á água da chuva exigente.

Presos a você.”

Seus grandes olhos verdes se estreitaram, e assim, ganharam um pouco mais de vida naquele momento. Olhou-o com os lábios apertados. Ele tinha sentimentos, como qualquer pessoa. Mas ele não era qualquer pessoa, ele era simplesmente ele. O ruivo revoltado e irritado com tudo, o ser maligno meio à todos, aprisionado em sentimentos que nunca demonstraria á ninguém. Mas ela sabia, agora. Sabia que ele era especial, e que também sofria, como qualquer um. Sofria como ela.

A garota estava prestes a folhear mais uma vez, mas sentiu os ombros envoltos pela jaqueta de couro roçar em seu braço. Ele estava acordando. Mellanie fechou o pequeno caderno e o enfiou novamente para dentro da mochila.

E assim, seus olhos se abriram calmamente, sem pressa. Aqueles olhos ameaçadores e acinzentados. Olhos que faziam seu coração se apertar.

Aquilo estava errado.

Ela virou a cabeça brutalmente para o outro lado, enquanto ele se espreguiçava e se levantava, saindo do lado da garota.


De repente um vulto passa correndo em uma velocidade surreal por aquele pátio, parando bem ao centro e se dando forma. Nathaniel apoiou as mãos nos joelhos, ofegante. Ele estava atento, olhava para todos os lados. Mas, quando a garota atravessou igualmente aquele pátio, Mellanie pôde ver um sorriso se formar na face do loiro.





Nathaniel ameaçou um passo para trás, mas recuou, fitando Miha que acabara de parar bem na sua frente.







Lysandre abriu os olhos e observou a cena junto a Maryana, enquanto Castiel permanecia em sua postura com braços cruzados abaixo do peito, revirando os olhos, talvez não dando a mínima para os dois abestalhados.





— Calminha aí, fique calma, tá bem? — Nathaniel disse com as mãos arqueadas na direção da garota, talvez na tentativa de tranqüilizá-la.


Miha abaixou a cabeça por meros segundos, levantando-a novamente com um perigoso sorriso sustentado nos lábios. Algo estava errado, mas não de todo errado, afinal, eles sempre brigavam, não é? Isso poderia ser algo normal.

— Cala a boca seu idiota. Você não faz idéia do que pretendo fazer com seu pescoço. — ela gritou apertando os olhos e tombando a cabeça, perigosamente.

E com rapidez a garota levou uma das mãos ao bolso do short, tirando com agilidade de lá uma Kunai.

Está bem, isso não era algo nada normal.

Lysandre e Mary arregalaram os olhos.

— Ei, de onde você tirou isso?! — Mary se referia a Kunai em suas mãos.

Miha sorria maleficamente.

— Isso não é nada, eu tenho um estoque cheio de facas, Kunais e Shurikens no meu quarto. Me previno trazendo dois ou três pra escola. — Miha respondeu.

Lysandre levou os olhos calmamente para a pequena garota furiosa.

— Miha. Oque ouve com o seu cabelo? — o vitoriano perguntou.

Mellanie fitou imediatamente os cabelos da garota, que estranhamente não estavam rosados como de costume, mas sim verdes. Sim, verdes.

Oh, querido Lysandre. É exatamente por isso que estou aqui. — Miha sorriu.

Todos olharam para Nathaniel.

— Vocês não estão vendo?! Já não basta ela querer me drogar com seus bolinhos demoníacos, ela ainda quer me enfiar uma faca no estomago. Vão ficar mesmo parados vendo ela me assassinar?

Castiel colocou a mão direita sobre a boca, talvez para abafar as risadas que persistiam em sair.

— Calado idiota. Eu sei muito bem porque você pintou meu cabelo enquanto eu dormia. — ela disse ao mesmo tempo em que se aproximava, apontando a espécie de faca bem para o pescoço do loiro — Você fez isso porque queria se vingar por causa dos bolinhos.

Mellanie suspirou, levantando-se, na intenção de ir para o centro do pátio. Mas mãos a impediram naquele momento.

O ruivo a segurou levemente pelo braço.

— Cuidado, anã. Ela pode querer enfiar aquele negócio em você também. — ele zombou.

Mellanie revirou os olhos e puxou o braço de volta, indo na direção daqueles dois desprovidos de capacidade mental.

— Ei, Miha. — ela chamou enquanto a garota estressada virava o rosto em sua direção — Não se preocupe com isso. Vamos, depois da última aula eu posso dar um jeito no seu cabelo. Juro que vou fazer ele voltar a ser como era antes, tudo bem?

Miha apertou os dedos na Kunai, variando os olhares de Nathaniel para a garota, de certa forma com indecisão.

Subitamente, ela abaixou a Kunai.

— Você teve sorte. — ela ameaçou o loiro com o olhar, enquanto ele se afastava um passo para trás — Por enquanto, então não faça novamente, ou eu vou enfiar isso onde você menos esperar e deixarei o sangue escorrer.

Todos olharam na direção da “esverdeada” com horror.

Mellanie sorriu e voltou para onde estava sentada, ao lado do ruivo. Mas, de alguma forma, ele não estava mais lá. Havia sumido. Às vezes ela se perguntava como ele conseguia fazer esses truques, de simplesmente desaparecer sem ser visto por ninguém. Um mistério.

Miha sorriu e enfiou a Kunai para dentro do cano longo de seu All Star, então, de repente, todos se separaram. Maryana retomou seu caminho para a biblioteca abandonada dos fundos da escola acompanhada de Lysandre. Talvez eles estivessem investigando ainda mais incessantemente do que todos os outros. Eles eram gênios, e era essa a qualidade que Mellanie admirava naqueles dois.

Miha simplesmente subiu as escadas para o terraço, enquanto Nathaniel ia para a secretaria principal descansar o corpo. De certa forma, sua mascara estava segura longe de todos. Mas mesmo assim, era algo inevitável. Todos descobririam seu segredo, sua verdadeira personalidade, algum dia.


Ela estava sozinha mais uma vez. Aquilo era perturbador para sua mente. Mas, de certa forma, era algo único, manter-se sozinha para descansar e pensar. E naquele momento, sentada solitária ao canto daquele pátio, aquelas palavras do caderno não saiam de sua cabeça. As palavras de Castiel eram tão amargas e tristes, mas de uma forma muito estranha que cativava a garota. Afinal, quem melhor para entender a solidão se não uma pequena solitária?






Seus olhos se fixaram para o lado e atravessaram aquelas grades. O céu estava limpo, mas podia ver claramente uma única camada de escuridão se aproximando.











Ela não iria suportar.











Seu corpo estava fraco, e ela precisava agir. Precisava encontrá-lo com todas as suas forças,






O assassino.



~~











A noite estava se iniciando, por mais uma vez naquela longa semana.





O céu encontrava-se em uma coloração azul quase negra, qual as estrelas o preenchiam. Ela pensava. Não conseguia parar. E, naquela sacada rodeada por flores, Mellanie apoiava os cotovelos no parapeito, olhando para o horizonte e para as montanhas bem ao longe. Como eram distantes aquelas colinas, tão distantes que pareciam se estender e pregar-se junto ao céu.


Suspirou, mas se auto interrompeu ao sentir braços quentes em volta de seus ombros.

Zero.

— Você quer saber de uma coisa, Mell? — ele disse de repente, fitando também bem ao longe.

— Diga.

Ele apertou os dedos ainda mais nos ombros finulos da garota, afinal, queria afastá-la do frio.

— Está vendo aquelas montanhas bem lá, ao fundo daquela paisagem? Bem. Então apenas imagine que aquelas distantes montanhas sejam os sonhos de cada pessoa nesse mundo. Você poderá de alguma forma alcançar aquelas montanhas algum dia, não é mesmo? Então imagine que, seus sonhos também poderão, mesmo sendo uma possibilidade impossível, eles sempre serão alcançados, de alguma forma... — ele disse fixando os olhos nas colinas mais distantes da paisagem daquela noite.

E, em uma pequena rajada de vento, os cabelos esbranquiçados balançaram com harmonia.


A garota rolou os olhos na direção do rosto do rapaz e simplesmente sorriu.





Ele estava certo. Completamente certo. Afinal, as montanhas poderiam parecer distantes aos olhos, mas na verdade estão mais perto do que imaginamos.








Seus olhos fixaram-se para baixo, para seu corpo. E, por um breve momento pôde sentir seu coração se apertar. Havia sangue em seus braços, nos braços de Zero.









Ela sabia, afinal, ele era um assassino. Era seu anjo negro.









Mas, relembrando o ponto de vista dele,









Ela não sabia ao certo de seus sonhos. Sua mente era conturbada e confusa. Mas não havia nada que ela mais queria do que se vingar. A vingança poderia ser algo cruel, mas para ela não. Ela queria encontrá-lo, e por fim acabar com sua vida.








Não queria proteção. Não queria piedade ou pena. Queria apenas, vingança.






“Mamãe. Você está no céu agora? (...)”












~~






As águas daquele pequeno rio se movimentavam com calmaria no centro afastado da cidade. Estava uma noite tranqüila. A rua completamente vazia alertava quase sinal de abandono.

Ele encontrava-se sentado no gramado, olhando atentamente para as águas calmas.

Vazio. Era isso que sentia dentro de seu próprio peito? Oque estava fazendo ali, realmente? Acatando ordens de uma psicopata desajuizada.

Era loucura. O labirinto estava cada vez mais impossível e apertado.

Quando acharia uma saída?


— Você está imundo. — uma voz calma foi-se ouvida logo atrás de suas costas.





Dylan não se virou, apenas moveu calmamente os olhos em sua direção, acompanhando a figura esbelta se locomover para o seu lado.







— Pensei que não te veria novamente tão cedo.





Ela sorriu com certa vitória nos lábios.


— O meu dia foi ótimo, e sabe do que mais, querido? Eles todos me adoraram, simplesmente caíram como bobos. Minha imagem é a melhor naquele purgatório. — ela disse — E, eu a vi.

Dylan virou o rosto em sua direção, atento.

— Você a viu? — perguntou.

Meredy assentiu, divertida.

— Me pergunto como ele pôde se deixar ser atraído por aquela criatura. Ela me pareceu tão ingênua, sabe? Eu tenho dó do que ela irá sofrer em minhas mãos futuramente.

Dylan suspirou.

— Você sabe que isso é loucura.

Meredy selou o sorriso, olhando-o bem a fundo, com atenção.

— Oque você andou fazendo hoje, Dylan? Está com uma aparência horrível. Por onde andou? — ela questionou-o com os olhos verdes acinzentados bem fixados em seu rosto.

— Pulei algumas árvores pra me distrair um pouco. — ele calmamente disse.

Ela apertou os olhos nele e percebeu. Algo estava distante.

Oh, querido Dylan. Você sabe do nosso contrato, certo? — a mulher disse com sorriso perverso, agarrando em seu queixo com a ponta dos dedos, pressionando-o com força — Se você se aproximar daquilo que lhe proibi, você estará morto. Entendeu?

Ele afastou sua cabeça com raiva das mãos daquela mulher amarga, sentindo que seu coração palpitava em ritmo mais rápido.

E, de repente, um pequeno sorriso se formou ao canto dos lábios dele.

— Não se preocupe com bobagens, Meredy, afinal, nossas almas estão entrelaçadas. Meu coração está selado, para sempre, junto ao seu. — ele disse, levantando-se do gramado e andando para perto das árvores, quais folhas teimavam em cair.

Afinal, era Outono.

— Nosso contrato está selado, querido. Selado em seu peito. — ela retrucou como resposta — Então, não me traia. Nunca.

O vento rodeou em volta daquele local, e os cabelos de ambos se sacudiram com ferocidade.

Sua pele se arrepiou.

Ele sabia que estava condenado. E, era um erro.

Um pecado.


Os olhos dela se moveram para o horizonte, e de certa forma, ela podia sentir seu coração se equilibrar junto ao ritmo das pequenas ondas daquele rio. Seus batimentos se perdiam com a pequena possibilidade de se aproximar daquela que ela sempre quis destruir. Ela era o motivo de seu ódio mais oculto, qual se conteve por todos esses anos, aprisionado no fundo de seu peito. Mas ela sabia que tudo daria certo, e que, ao final de toda aquela batalha sangrenta, ele seria dela. Seu mestre estaria lá, somente para ela, e mais nenhuma outra estaria em seus pensamentos ou sonhos.







E, por fim, bem no alto daquela árvore, o gato preto mantinha-se com as garras bem firmes naquele tronco. Seus enormes olhos alaranjados anunciavam alerta em cima daquela criatura esbelta e perigosa.










Mas, naquela noite, seu pelo não era a única coisa negra diante a escuridão.





Ele sabia,

Ele sentia,

O cheiro do sangue.


**





Eu estou aqui,







Você pode realmente me ouvir?





Estou gritando seu nome meio à escuridão da noite,


Você sente minha falta, querido?

Sinto meu sangue quente e o coração pulsando por vingança.

Estou bem perto agora,

Então, você pode me enxergar?

Meus olhos estão tomados pelo sangue,

Pelo vermelho da dor,

Presa em meu peito.

Pare com isso.

Pare de me torturar desta forma.

Eu dei minha vida,

Minha liberdade.

São olhos realistas que nunca mudam,

Oh. Esqueça-me.

Meu corpo treme, sinto meus pés no chão novamente,

Corra em minha direção.

Novo sangue.

Novo cheiro.

E, finalmente,

Uma nova alma.


~ ♣ ~











Música de Encerramento. Horizontes - Dylan theme -






[Imagem Extra do Capitulo ~ Mellanie]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Kaname]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Hikkaru]

[Imagem Extra do Capitulo ~ KUNAI MIHA]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Miha]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Dylan]

[Imagem Extra do Capito ~ Nathaniel]

[IMAGEM EXTRA DO CAPITULO ~ ESPECIAL ~ GATO]

Fim do Capitulo 8.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso pessoal, até a próxima.

Pra quem gostou, por favor comentem, complementem, elogiem e conversem comigo. Enfim, me abracem e até o próximo, que estará ainda melhor. Desculpem-me se esse ficou realmente ruim, sim?

*abraça todos*