Apaixonada Pelo Meu Vizinho escrita por Ágatha Geum


Capítulo 2
A carta


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Tentei fazer com um pouco de humor...vamos ver se vai dar certo não é mesmo?
Obrigado pelos comentários viu!
Ameiii todos!



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– Elena –

Dias atuais...

Acho que seu único defeito é ser lindo e maravilhoso demais.

O quanto ele era lindo? É difícil até para mim, que o vejo todos os dias e estou vendo-o, nesse exato momento, explicar. Ele com seus olhos belos e absurdamente olhos azuis como o mar, seus cabelos negros como as asas de um corvo, lisos e um pouco grandes, sorriso branco e perfeito, o qual te faz ver estrelas, corpo definido – que mesmo com a roupa, era possível notar. Um homem perfeito, que era impossível de não ser avaliado.

Esse era o meu gatissímo e devo ressaltar deslumbrante vizinho: Damon Salvatore. Omg..

Às vezes pegava-me olhando-o sem acreditar como era possível existir tal perfeição. Cada gesto feito por ele era de enorme magnitude, pois te prendia como a um imã. Ele atraía sempre todos os olhares e suspiros. Principalmente os meus.

Já eu, Elena Gilbert, tinha olhos castanhos, escondidos pelos grandes óculos de grau que uso e meus cabelos castanhos chocolate que amarro para que não me incomode o dia inteiro, durante o trabalho.

Eu era apenas à acanhada vizinha, insignificante, que não era digna nem de ser notada por ele, nem por ninguém.

No momento, encontrava-me em um cubículo denominado elevador com o cara mais gostoso da face da terra, sem dúvida o mais bonito que já vi, a meu ver, não que eu já tenha visto todos os homens do mundo, mas ele sempre será o mais gato, gostoso, maravilhoso, lindo e... muito mais.

Toda vez que o via, tentava não ser dominada pela paixão, era difícil, mas eu conseguia controlar-me.

Lembro-me como se fosse ontem, quando me mudei para esse prédio, há dois anos, e o encontrei. Tão lindo, como agora, nesse mesmo elevador.

A primeira coisa que pensei foi que estava sonhando, que não era possível existir tal perfeição. Damon vestia uma blusa azul marinha colada ao corpo e uma calça preta que se ajustava perfeitamente a ele, e seu jaleco branco. Sua voz sexy...Ai ai. Nesse momento ele estava com uma camisa gola polo da cor vinho. Uma calça preta. Botas pretas. Óculos escuros, Ray ban, que escondiam seus belos orbes azuis – o que com certeza, era um pecado sendo que aqueles olhos tão expressivos e intensos eram o que mais me encantava – e suas madeixas longas estavam levemente bagunçados de forma bem sexy. O seu jaleco estava dentro de sua pequena mala. Eu sabia por que havia deixado um pedaço do pano para fora. Ele estava maravilhosamente cheiroso. O seu perfeito perfume másculo me deixava completamente atiçada. Tinha vontade de voar em seu pescoço, o encher de beijos calientes e sugar todo aquele perfume dos deuses. O que mais me impressionou e me deixou extasiada, foi o fato de sermos vizinhos, não podia ser mais perfeito?

Podia, se ele me desse “bola”, se ele ao menos notasse-me. Sempre fui um fantasma em sua vida, sempre, nunca vista nem ouvida por ele. Ah, sua voz, não sei se eram seus olhos ou sua voz que me encantava tanto. Ela era rouca e aveludada, o que a tornava perfeita.

Nossos encontros nunca duraram muito. Como sempre, nossas conversas eram curtas, meras formalidades, era apenas o tempo em que ficávamos no elevador, e isso fazia com que eu adorasse esse cubículo, era o único lugar em que eu podia falar com meu deus-grego.

Quando o elevador abria-se em nossos respectivos andares, seja o de nosso apartamento ou o térreo, sempre tomávamos rumos diferentes.

Damon sempre saia apressado, geralmente para seu consultório – não sabia dizer em que área médica ele atuava. – e eu corria para meu escritório no centro de New York, onde morávamos.

Eu era advogada sem graça, razoável a meu ver. Pessoas diziam que eu era muito boa, mas como às vezes o pessimismo era algo que me dominava de uma maneira tão intensa, eu acabava por não levar tanta fé em suas palavras.

Certamente eu era uma pessoa que ousava de minha timidez, nem sei como me tornei advogada, julgando que fora dos tribunais era uma fraca, era fato que me transformava quando estava em um tribunal, fórum e afins ligados a minha profissão, era disso que gostava, de defender causas.

Era certo que nem sempre essas causas eram as mais corretas, em que eu me orgulhasse em defendê-las, às vezes queria apenas defender aqueles que mereciam, mas eu não podia ficar dispensando clientes, por mais que às vezes suas causas não fossem as mais honestas.

Sempre trajando ternos simples e comportados, seguia para meu trabalho, enfiar-me até o teto de casos e mais casos.

Tentando assim, ocupar minha cabeça com coisas que não fossem Damon e seu belo corpo, seus belos olhos, seu magnífico rosto, seus sedosos cabelos... Gente, as pacientes dele devem pirar com um médico daqueles.

Às vezes, chegava a pensar que Damon era tímido, não sei, ele sempre desviava o olhar quando notava que eu o olhava.

Mas quando ele sustentava meu olhar, eu sempre era a primeira a desviar o olhar, extremamente corada.

Um dia acabaria morta, mas feliz, por ter tido um AVC devido a intensidade de seu olhar. Eu amo esse cara.

– Até mais, Elena. - disse ele após a porta do elevador abrir.

– Até, Damon. - correspondi com a voz fraca e acenei de leve. Antes de sair, ele apenas me lançou um sorriso torto e encantador, que fez arrepiar-me toda. Fiquei tão aturdida que quase deixei a porta do elevador fechar novamente.

Por mais que eu fosse até uma pessoa de corpo bonito, devido às horas que passo na academia, isso não era notado quando se usa um terno que esconde tudo. Diferente de minhas amigas, a belíssima Bonnie Bennett que vestia ternos moldados para seu corpo jovem e Caroline Forbes e suas roupas sempre perfeitas, a meu ver, de muito bom gosto.

Bonn, como eu gostava de chamá-la, era uma morena belíssima de grandes olhos verdes e expressivos. Minha melhor amiga. Caroline era loira de olhos azuis. Azuis. Damon. Ai tudo que é azul me lembra dele. Bom, Car como gostava de chama-la sempre me dizia para me ajeitar melhor, para ver se desencalhava. Pois já to encalhada na areia há muito tempo. Segundo ela daqui a pouco crio até teias em lugares mais baixos. Que culpa eu tenho se não encontrei ainda o homem certo? Na verdade, encontrei, porém o que fazer quando esse, por sua vez, não te da bola? Nem olha pra você direito? Isso me deprime. Então como chocolate para acabar com a dor e depois, mato-me na academia pra queimar as calorias do chocolate. Minha psicanalista não deve nem aguentar-me mais falar tanto de Damon, como ela só me escuta, eu falo, falo, falo e falo mais um pouco.

Colocando tudo para fora, não no sentido literal, mas sim desabafo com ele todas as minhas frustrações, acho que a única razão de dormir é as doses de calmantes e antidepressivos que tomo antes.

Aposto que não precisaria de nada disso se Damon me desse pelo menos uma olhadela, com certeza seria até mais feliz.

(...)

Fui para o escritório até que razoavelmente feliz, só por ele ter sorrido pra mim, só de lembrar-me disso, eu já me arrepiava todinha.

– Aquele homem ainda me mata do coração. - disse alegre, jogando-me na cadeira giratória de meu escritório

– Que homem? _ perguntou Bonnie. - Ah... - exclamou, quando notou meu olhar sugestivo. Ela sabia a resposta.

– O vizinho super gato e gostoso que você é afim a dois longos anos? - perguntou-me Caroline - Aquele com quem você queria sair da seca? _ perguntou-me maliciosa, dessa vez.

– Sim, e eu não estou na seca. _ disse, fazendo bico.

– Sei, e eu tenho noites lindas de amor com o Brad Pitt, conte-me outra, Elena. Você quer sim sair da seca com ele. - disse Bonnie cética. - E se ele é isso tudo que você fala, vai sair muito bem. - a malícia tomou conta de suas palavras. - Sabe, estou super louca para vê-lo. Quero te dizer se ele é bom partido, se eu aprovar te digo na hora: “Se joga de cabeça, filha!”. - disse rindo. _ Eu quero ter certeza de que ele é tudo isso que você diz. - sorriu alegre.

_ Ele é tudo e um pouco mais. – disse sonhadora.

_ Parece um sonho. _ disse Caroline, risonha.

– O problema é que ele, nem ao menos, me nota. - disse cabisbaixa, muito frustrada.

_ Você queria o quê? _ falou Bonnie cética. _ A gente já te disse que do jeito que se veste, como quer que um homem te olhe? _ indagou na lata. Que espécie de amiga é ela que ao invés de me por pra cima, destrói-me mais?!

_ Poxa, Bon, você é uma ótima amiga. _ comentei sarcástica.

_ Eu sei disso _ disse, sentindo-se A melhor!

_ Mas é sério, Lena... _ articulou Caroline em tom sério.

_ Me visto tão mal assim? _ perguntei na dúvida.

_ E você ainda tem dúvida? _ perguntou-me Car descrente.

_ Sabe meninas, mesmo que me vestisse super bem, ou sexy, como preferir, eu acho que ele nunca me notaria. _ disse tristonha.

_ Você é tão negativa, amiga. _ declarou Car _ Você é linda, se usasse roupas da sua idade, não duvido nada que esse tal de Damon ficasse caidinho por você. _ disse ,confiante.

Não disse nada, apenas ajeitei-me na cadeira enquanto Caroline continuava a falar.

_ Não se menospreze querida. _ disse ela tristonha. Eu apenas acomodei meus óculos no rosto.

_ Sabe o que você deveria fazer? – disse Caroline

_ O que? _ perguntei interessada.

_ Você deveria processá-lo. _ disse divertida. _ Crime: ser gostoso demais. Ou mandar prendê-lo, desacato a autoridade, cárcere privado... Na sua casa. _ disse maliciosa e logo soltou um gritinho alegre, para logo depois, começar a rir descontroladamente.

_ Você só sabe rir da minha desgraça. _ disse, fazendo bico.

Caroline e Bonnie se entreolharam. Caroline disse alguma coisa no ouvido de Bonnie. Mas não consegui ouvir.

_ Escreva. _disseram em coro. Bonnie entregou-me papel e caneta.

_ Vocês só podem estar brincando?! _ perguntei-lhe incrédula.

_ Não estamos falando pra você lhe mandar um mandato judicial, nem nada do gênero. Queremos apenas que escreva uma carta para ele, contando todos seus sentimentos, queremos apenas que desabafe. _ disse séria. _ Não vou entregar a ele.

Temerosa, peguei os objetos nas mãos de Bonnie e os olhei como se fossem duas cobras prontas para dar o bote. Não sabia o que dizer, na verdade não sabia por onde começar.

Bonnie estava logo atrás de mim para ver o que eu iria escrever. E Caroline me encarava.

“Querido Damon”

Hesitei. O que eu escreveria? Como conseguirei colocar tudo que sinto em um papel?

_ Você consegue Elena. _ disse a mim mesma.

“Sempre pensei que o que sinto nunca poderia ser dito em uma simples carta.

Mas às vezes desabafar é bom. Nem sempre uma amiga ou até mesmo um psicanalista resolve isso. Às vezes só você mesma é capaz de fazer com que algo aconteça. Mas muitas vezes, é você mesma que impede que isso aconteça. Nunca fui capaz de dizer o que sinto por você. Nunca fui capaz nem de dizer mais de duas palavras. E me pego perguntando-me, por que chegara a esse ponto? Provavelmente já tenha virado amor platônico, o amor que eu mais queria que fosse correspondido apenas ficará em sonhos... Nos meus.

Chego a imaginar que morrerei sem você, às vezes penso que não vale apena dedicar-me a um amor que não tem futuro, pois quando apenas um ama, não dá certo, aonde iria parar? Devo estar me iludindo novamente só de pensar em onde iria parar, tenho que ser realista e dizer a mim mesma: em lugar algum.

Porém, a parte incondicional, a parte que te ama como uma louca, essa nunca vai embora e tem vezes que ela aparece com força total, tanto que controlar-me é difícil. Mas sempre acabo nem falando nada, acho que meu lado racional sempre fala mais alto e eu acabo nem lhe dirigindo a palavra. Sei que você às vezes deve pensar que sou um tipo de garota antissocial. Na verdade não sou. Acho que deve ser só com você. Você me tira o chão, é impossível encontrar o ar, quem dirá as palavras certas. O fato de você também não falar comigo direito, não ajuda. Chego a pensar que não existo pra você. Que sou tão insignificante que não sou digna nem de respirar o mesmo ar que você respira. E isso me dói. Muito. Eu queria tanto ser alguém para você! Um porto seguro e queria que você fosse um para mim. Não sei se sou uma pecadora.

Talvez meu único defeito fosse ter te amado e meu único pecado tenha sido te desejar. Porque você chega a ser como o fruto proibido, intocável. Não direi meu nome, não acho necessário, pra que humilhar-me mais?

Sei que dizer que o amo não é algo humilhante, acho um sentimento lindo, mas não acho que dizer meu nome vá fazer diferença, ser digna de pena é algo que eu não quero. Nunca. Por isso, despeço-me apenas com um beijo e a promessa de ao menos tentar esquecer-lhe. Mas creio que ficará apenas na promessa, pois não sei se isso é possível. E isso é o que mais me frustra, pois nem desse amor que somente fere posso livrar-me.

Beijos daquela que sempre lhe amará.

Ass: E.G.”

Quando acabei apenas joguei a caneta na mesa numa forma como se tentasse livrar-me dela.

_ Ficou lindo, amiga. _ disse minha amiga, chorosa. _ Te daria um 10 se fosse uma redação. _ eu somente ri da bobagem que minha amiga disse-me.

_ Sinto-me até melhor. _ confessei rindo. _ Acho que desabafei. _ respirei profundamente.

_ Eu ainda acho que você deveria contar a ele. _ disse Caroline casualmente, mexendo em um cacho seu.

_ Não. _ quase gritei.

_ Calma, Elena, pode deixar, não irei entregar a ele a sua carta de morte, como parece. _ disse rindo e colocando-a junto a uma pilha de papéis. _ Mas eu ainda acho que você deveria mandar para ele. Imagina a cara dele quando descobrisse seu amor platônico por ele. _ disse, viajando.

_ Se é um amor platônico, ele não deve descobrir. _ disse séria.

_ Esse não precisa ser igual aos dos filmes que acabam virando obsessão. _ disse ela séria também.

_ Meninas, eu não me sinto bem. É algo que eu não conseguiria fazer. _ ri triste. _ Eu não consigo nem falar com ele direito, quem dirá lhe dizer tudo que sinto. _ disse. _ Eu apenas tenho que me conformar em ser apenas a vizinha dele. _ finalizei resignada.

_ Você se contenta com tão pouco quando se trata de sua felicidade, Elena. _ disse Bonnie brava.

_ Eu só não quero me decepcionar mais tarde. _ disse certa disso.

_ Eu só acho que irá se decepcionar mais se não contar a ele o que sente. Um dia você irá se arrepender amargamente por não ter dito nada. Não quero você depois vindo me perturbar. “Oh, Bonnie, eu devia ter ido falar com ele, quem sabe não podia ter acontecido algo entre nós.” _ Bonnie tentou fazer minha voz, mas saiu uma voz de taquara rachada. Apenas revirei os olhos.

_ Eu não falo assim. _ disse rindo e lhe tacando uma almofada que estava no lugar errado. Ela apenas desviou e saiu às pressas de meu escritório.

_ Só não quero que depois se arrependa, Leninha! _ gritou a louca no corredor. Somente revirei os olhos.

(...)

Já estava a um tempo olhando para um caso que teria que pegar. Sobre um casal já separado que queria a guarda da filha de quatro anos, eu defendia a mãe.

Foi então que Rebecca, minha secretária, entrou.

_ Elena, onde estão as cartas, documentos e relatórios? _ perguntou ela. _ Quero mandar tudo para seus respectivos lugares, como amanhã é feriado, não quero trabalho em um dia de folga. _ disse rindo.

_ Estão ali. _ apontei para o local aonde Bonnie havia deixado à carta fazia um tempo atrás. Rebeccai caminhou até lá e pegou todos os papéis.

_ Bom, vou fazer tudo agora. _ disse ela sorrindo e logo saiu para fazer seu trabalho.

Estava distraída quando vi Bonnie caminhando até onde Rebecca havia pegado as cartas antes. Caroline se jogou no meu sofá que havia ali.

_ Sabe Elena, devemos guardar essa carta pro seu vizinho em um lugar seguro e... _ela não terminou de falar. Olhei-a confusa. _ Cadê as cartas? _ perguntou.

_ Rebecca veio recolhê-las há alguns minutos. _ disse, distraidamente, analisando o relatório.

_ ELENA! _ Gritou Caroline, com voz esganiçada.

_ O que foi, mulher? _ perguntei assustada pelo grito, talvez ela esteja passando mal.

_ A C-c-a-rta. _ gaguejava Bonnie, não me permitindo entender.

_ O que? _ perguntei confusa.

_ A carta, Elena! _ gritou Caroline, quicando no mesmo lugar.

_ Ela está aonde Bonnie deixou. _ disse, levantando-me e caminhando até onde ela estava.

_ Não está, Elena! _ foi então que levantei sobressaltada e corri até sua mesa. Olhamo-nos e falamos ao mesmo tempo. _ Rebecca

(...)

_ Já conseguiu falar com ela? _ perguntava entrando no carro, com Bonnie e Caroline ao meu lado.

_ Não, só da fora de área. _ informou. _ Atende, Rebecca, vamos. _ brigou com o celular. _ Rebecccca_ gritou ela quando a menina atendeu._ Onde você está? _ perguntou e deu uma pausa, esperando ela falar onde estava. _ Você por acaso já passou no prédio da Elena? _ perguntou Bonnie, temerosa.

Eu esperava a resposta apreensiva, e se ela já tivesse ido lá, o que eu faria?

Bonnie abriu os olhos e eu pensei “Ferrou”, Rebecca já cavou a minha cova.

_ Você o quê? _ perguntou histérica. Rebecca falou algo. _ Tudo bem, Rebecca , agora já era. _ disse Bonnie resignada. _ Tchau, beijos. _ despediu-se Bonnie e fechou o celular.

Quando se virou para mim, seus olhos transmitiam um pedido de desculpa silencioso, ela sabia que ela era a culpada.

_ Elena. _ chamou-me, quando me viu encostar a cabeça no volante e suspirar pesadamente. _ Vamos dar um jeito, você vai ver. _ prometeu.

– Já sei como – disse Caroline fazendo uma cara sinistra. Deu-me medo até de perguntar.

(...)

Plano A

_ Me diz como isso irá me ajudar?_ perguntei, enquanto analisava meu vestido novo. Ele era vermelho e justo, com um decote em “V”, que deixava meus bustos mais visíveis. Com meu sapato scarpan, vermelho, e cheia de sacolas nos braços.

_ Simples, se ele estiver com a carta, você irá ter que ir buscar, e quero que você vá vestida para matar. _ esclareceu Caroline, alegre.

_ Eu mereço. _ gemi.

(...)

Quando cheguei ao meu prédio, fui apreensiva até o porteiro.

_Josh. _ gritei ao ver o meu porteiro voltando ao posto.

_ Sim, Srta. Elena?_ perguntou prestativo como sempre.

_ Você já entregou as cartas nos apartamentos? _ perguntei temerosa, torcendo para que ele dissesse que “não”.

_ Sim. _ disse, sorrindo, sentindo-se eficiente.

Contive um grito, e apenas sorri amarelo para ele, Josh era um bom funcionário, não merecia levar uma bronca por algo que não era sua culpa.

Caminhei até Caroline e Bonnie que me esperavam na porta do elevador e Bonnie olhava Josh maliciosamente.

_ Nunca notei como seu porteiro é gatinho. _ disse ela maliciosa.

_ Cala a boca e entra nesse elevador. _ disse, rindo, empurrando-a para dentro do cubículo. Quando a porta se fechou foi que me lembrei. _ Esqueci-me de perguntar a Josh se o Damon está em casa. _ disse, e dei uma tapa na minha testa pela burrice que cometi.

_ Vamos descobrir já, já. _ respondeu Caroline malignamente.

_ Às vezes, Caroline, você me dá medo. _ disse e ela apenas riu.

Assim que o elevador parou, meu coração faltou pouco sair pela boca, tamanho era o nervosismo, eu estava temerosa.

E se ele já tivesse lido? Como eu poderia olhar nos olhos deles?

Por mais que ele não soubesse quem escrevera, eu sabia, e isso já bastava para mim.

Eu só torcia para que ele não tivesse lido.

_ Coragem, Elena. _ disse Bonnie, tentando transmitir-me confiança.

Ela havia ido rapidinho no meu apartamento e jogara as coisas de qualquer jeito lá, voltando para me encontrar em frente à porta dele.

_ Coragem, amiga! _ disse Caroline dessa vez, confortando-me, respirei fundo, antes de bater levemente na porta da casa dele.

Bon fez uma careta e tomou a frente, batendo com mais força na porta.

_ Só um instante! _ ouvimos gritar lá de dentro.

_ OMG, ele está em casa. _ disse chorosa.

_ Coragem, Elena, você já chegou até aqui! _ disse Caroline, chacoalhando-me, tentando me trazer a um estado melhor. _ Fique tranquila, amiga, porque se não, antes dele abrir essa porta, você já caiu dura. _ articulou ela.

Eu nunca havia sido tão impulsiva quanto agora, eu nunca havia tomado nenhuma atitude, eu nunca tinha chegado ao ponto de bater na porta de sua casa.

Nós nunca tínhamos trocado muitas palavras, além das no elevador. E agora, corria o risco dele ter lido a carta em que eu lhe contava sobre todo meu amor platônico por ele, nem fazia à mínima ideia do que dizer.

Respirei fundo, esperando-o abrir aquela porta, Bonnie estava bem atrás de mim, pronta para segurar-me, se acontecesse algo. Caroline estava do meu lado direito caso eu caísse pro lado. Não demorou muito para ele abrir a porta.

Meu mundo veio à baixo assim que ele apareceu na minha frente. Já posso aproveitar e cair dura. Sei que estarei em boas mãos (E que mãos!).

_ Elena? _ exclamou um tanto surpreso. Não sei se pelas roupas, ou por eu estar batendo em sua porta.

_ O-oiee, Damon. _ cumprimentei-o, gaguejando, estava até meio grogue pela visão que tinha. Eu estava a ponto de babar, na verdade, minha vontade era pular em seu pescoço e agarrá-lo e se possível não largar mais.

Já era difícil controlar-me com ele vestido, imaginem ele apenas com uma toalha enrolada na cintura, peito definido amostra, assim tinha melhor visão de seus braços bons de perder-se, e algo, mais embaixo, praticamente gritando: Elena possua-me!!!

Ta, agora posso ser considerada louca e pervertida, eu mesma estou auto diagnosticando-me, sou louca... Mas por esse homem.

Continua...


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Notas finais do capítulo

xoxoxo