Estavam todos na aula de Sikowitz, era dia 30 de outubro, o que significava que no dia seguinte era o feriado do "Dia Das Buxas". Cat estava animada, comentando com Robbie, Tori e Andre sobre a fantasia que tinha feito para ela e Beck e Jade, cada um isolado em um canto da sala, quietos. Jade estava brincando com sua tesoura e Beck estava lendo um roteiro de uma peça que já tinham feito.

- Então, pimpolhos, o que vão fazer amanhã? - Perguntou Sikowitz.

- Eu vou ir pedir doces com o meu irmão. - Falou Cat.

- Ah, eu posso ir com você? Eu sempre acabo sozinho... - Falou Robbie.

- Claro. - Cat concordou.

- Eu vou ir na casa da Tori - Falou Andre.

- Beck? - Sikowitz perguntou.

- Oi?

- O que vai fazer amanhã?

- Ficar sozinho na RV.

- E você, Jade?

- Talvez eu vá assustar alguns bebês na maternidade perto de casa. - Jade deu de ombros.

- Você não acha muito fácil assustar bebês?

- E o que você sugere, Vega?

Tori olhou para Beck. Jade balançou a cabeça negativamente.

- É fácil também. É só esperar o pai dele dormir lá na RV e colocar aquele cachorro lá dentro de novo.

- Não vamos esquecer que você também se assustou, achando que era eu na RV. - Falou Beck.

- E não vamos esquecer que eu não tinha dirigido minha palavra à você. - Jade respondeu seca.

- Mas está dirigindo agora.

- E daí? Eu estava falando com a Vega antes de você me interromper.

- Que eu saiba, se fala com a boca.

- E que eu saiba, não pedi sua opnião.

- Ei, vocês dois! - Sikowitz se intrometeu. - Por Grande, vocês não param de brigar!

- Ele é que fica se intrometendo nas minhas conversas!

- Você que mete o meu nome no meio.

- Não fui eu, foi a Vega.

- E você continuou o assunto!

- Isso é problema meu. Por que não vai cuidar da sua vida ou de alguma das garotas que vivem flertando com você?

Na hora que Beck ia responder, o sinal tocou e Jade saiu andando. Tori olhou para Beck, um tanto entristecida. Queria que os amigos se resolvessem logo. Por mais que tivesse beijado Beck em seu segundo dia de aula, Tori gostava do amigo e de Jade juntos, sentia falta daquilo. Depois da aula, ela, Cat, Robbie e Andre foram até o Teatro Caixa Preta conversar com Sikowitz.

- Então, conseguiu convencê-los de ir? - Perguntou Sikowitz.

- Sim, assim que o Beck disse que ia, Jade mudou de ideia e resolveu ir. - Falou Cat.

- Muito bem. Crianças, vamos fazer o seguinte...

- Espera, Sikowitz. Eu e a Tori não vamos participar do plano, só vamos dar ideias. - Falou Andre.

- Eu sei! Enfim, Cat, Robbie, vocês vão deixar a minha casa por último.

- Kay, kay. - Cat acentiu.

- O que vocês acham de fazer tipo uma casa assombrada? - Sugeriu Tori.

- Como assombrada?

- Porta que abre e fecha sozinha, luzes que apagam do nada...

- Eu e o Robbie poderíamos sumir um a um, deixando os dois a sós.

- E quando eles se acertarem, vamos tirar a Jade. Só pra assustar o Beck. - Concluiu Sikowitz com uma gargalhada do mal.

- Pra que rir desse jeito? - Perguntou Tori unindo as sobrancelhas.

- Ah, desculpe. Eu me empolguei.

- Sem problemas, mas... Por que assustar o Beck? - Robbie fitou o professor de forma confusa.

- Eu nunca consegui assustar ele. Se lembram daquela vez que o pessoal do iCarly veio pra cá...

- Poderíamos por favor não lembrar disso? - Tori interrompeu.

- É, por favor. - Falou Andre. 

O que é isso? O Andre está com ciumes? Pensou Sikowitz, dando um gole em sua água de coco.

- Ok, desculpe. - Disse o professor.

***

Na tarde seguinte, Tori estava tocando piano quando a campainha tocou. 

- Tô indo! - Ela disse e foi atender a porta. - Oi Andre. - Tori sorriu.

- E aí. Feliz dia das bruxas.

Tori sorriu e revirou os olhos.

- Pra você também. Entra.

Andre seguiu diretamente para o sofá.

- Não acredito que você não vai sair pra comemorar o feriado. - Falou o garoto.

- Por que não acredita?

- Ué, não era você que queria que todo mundo comemorasse o 1° de abril?

Tori pensou um pouco e acentiu.

- É, tem razão. Mas quem sabe ano que vem.

- Se você diz... E então, o que vamos fazer hoje?

- Não sei, me diga você.

- Eu tava pensando em um filme.

- Não é má ideia, mas a gente já assistiu todos. Você passa muito tempo aqui. - Ela o empurrou de leve.

- Hey, vou te denunciar pra polícia ambiental.

- Não ga... - Tori parou, ficando vermelha. - Quer dizer... Você quer tomar alguma coisa? Eu fiz limonada rosa.

- Não, quem sabe mais tarde.

- Ah, ok.

Andre se levantou e seguiu até o piano, tocando algumas notas. Tori foi se sentar ao seu lado, afundando os dedos nas teclas.

- Nossa, vai quebrar desse jeito! O que aconteceu? - Andre à fitou, preocupado.

- Aquilo que o Sikowitz disse, me lembrando do Steven. Não consegui dormir direito pensando naquilo.

- Por que? Você ainda gosta dele? - Andre cerrou os dentes.

- Não eu... Só me sinto idiota. Sabe, o Steven, o Ryder... Não acredito que eles me enganaram daquele jeito. - Ela suspirou.

Andre colocou sua mão por cima da de Tori.

- Relaxa, o que passou, passou. E sinceramente? Eles são uns idiotas por terem feito aquilo com você. Não fique se lamentando, Tori. Eles não merecem nenhuma lágrima sua. E... Eu acho que por mais que seja difícil, você tem que parar de pensar nisso e olhar seu presente. Às vezes o cara certo pode estar bem ao seu lado, e você não percebe.

- Obrigada, Andre. - Tori o abraçou. - É tão bom saber que eu tenho um amigo como você.

Andre suspirou e abraçou Tori, ele não queria ser apenas "um amigo". 

- Hey, aquela limonada rosa? Eu estou com sede agora.

Tori riu.

- Eu vou pegar. - Ela se levantou e foi buscar a bebida para o amigo, voltando com um copo cheio. - Prontinho.

- Obrigado. - Ele sorriu e pegou o copo, dando um gole.

- De nada. - Ela se sentou novamente ao lado de Andre. - Hey, como acha que está indo o plano do pessoal?

- Eu espero que bem. Tomara que aqueles dois cabeças dura se acertem logo.

- É verdade. Aquela discussão de ontem foi tão...

- Eu sei.

A garota suspirou. Naquele momento, Trina desceu as escadas.

- Oi Tori, Andrew...

- Quantas vezes vou ter que dizer que é Andre? Quer que eu te chame de Katrina?

- Não! - Ela gritou. - Desculpe, Andre.

- Que seja a última vez.

- Ok... - Tori se intrometeu. - Trina, eu pensei que ia ficar de cama hoje.

- Eu só vim tomar um suco, estou com sede.

- Toma água.

- Não, eu quero suco!

- Tá bom. - Tori revirou os olhos.

- Hey Tori, quando você vai mostrar pro Andre aquela foto que você... - Tori pegou uma almofada e tacou na irmã com força, a fazendo parar de falar.

- Como a Jade disse uma vez, da próxima vez vai ser um martelo! Pega o seu suco e some!

- Nossa... Ok. Vou sair antes que comece a dizer que ninguém gosta de mim, o que é mentira. Quer dizer, quem não gostaria de alguém talentosa e bonita? - Trina disse subindo as escadas.

- Você não tem um martelo com você, tem? - Tori se virou para Andre.

- Não, não tenho. Mas... Do que a retardada da sua irmã tava falando?

- Coisas de retardada. - Tori acentiu.

- Mas é que...

- Por favor, Andre!

- Ok, desculpa.

Algumas horas depois, os dois estavam acabando de assistir o filme "A Garota da Capa Vermelha", quando o celular de Tori tocou. Era uma mensagem da Cat.

De: Cat

Para: Tori

A gente conseguiu, Tori! Beck e Jade estão juntos de novo!

Tori comemorou.

- O que foi? - Andre perguntou.

- O plano deu certo!

- Sério?

- Arrã!

De: Tori

Para: Cat

Yay! Isso é tão legal!

De: Cat

Para: Tori

E será que eu vou precisar fazer isso com você e o Andre?

De: Tori

Para: Cat

Não! Não faça isso!

De: Cat

Para: Tori

Então se declare logo.

De: Tori

Para: Cat

Ok, vou fazer isso. Agora. Até amanhã.

De: Cat

Para: Tori

Ok, até.

Tori suspirou e guardou o celular no bolso. Seria agora?

- Andre, eu...

- Hum? O que foi?

- Eu... Nem sei por onde começar. Você sabe que a gente é amigo e tudo o mais, mas... - Andre a interrompeu com um beijo.

Os olhos de Tori se arregalaram enquanto um sorriso bobo brotava em seus lábios.

- Andre... Vo-Você...

- Sim, Tori. Eu disse, o garoto poderia estar bem ao seu lado.

- E mais uma vez você tem razão. - Os dois riram.

- Tori, você... Aceitaria namorar comigo?

- Eu realmente preciso responder?

- Ah, cara. O que eu fiz agora?

Tori revirou os olhos.

- Bobo. Eu digo que sim, mil vezes sim!

Os dois sorriram e se beijaram, um beijo doce e apaixonado, pelo qual os dois sonharam por muito tempo.