Oneshots - Victorious escrita por Bloody Rose


Capítulo 1
Baile de Máscaras


Notas iniciais do capítulo

Hey... Essa aqui é a minha primeira fic, espero que gostem. Não estranhem se a Jade ficar um pouco mais doce, eu fiz isso de propósito mesmo. E a Cat... Bem, ela está mais normal.
Boa leitura (:



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Um novo ano letivo havia começado na Hollywood Arts e todos estavam animados. Bem, todos exceto Jade West. Ela não se sentia nem um pouco animada em voltar à escola e encontrar todas as pessoas que julgava irritantes. Ela havia acabado de se arrumar quando Cat começou a buzinar em frente à sua casa. A ruiva havia conseguido sua habilitação e agora não dependia mais do irmão para ir à escola.

Jade desceu as escadas e foi em direção ao carro vermelho que combinava com a cor do cabelo da dona, entrou nele e prendeu o cinto de segurança.

– Bom dia! - cantarolou a ruiva animada enquanto dava a partida.

– Espero que seja bom mesmo. - Jade apenas revirou os olhos.

– Adorei as suas mechas verdes. Elas estão tão lindas...

– Obrigada. - Jade olhou a amiga com um sorriso no rosto.

Sorrir nunca fora o forte da morena, para o mundo aquilo era uma raridade. Mas não para Cat. As duas eram tão amigas que Jade sempre que podia, sorria para ela. Também não era raro para Beck Oliver, seu ex-namorado. Mas desde que eles terminaram, além de não sorrir, ela procurava não pronunciar nenhuma frase, palavra, sílaba, letra ou até mesmo som para ele.

Após chegarem na HA, Cat deixou o carro no estacionamento e as duas garotas seguiram para seus armários e em seguida para a aula. A primeira delas era com Sikowitz, o professor preferido de muitos alunos. Jade e Cat sentaram-se lado a lado na sala que ia lotando aos poucos. Beck foi o último a entrar, e só havia um lugar vago. Para o desgosto de ambos, era bem ao lado de Jade. Beck suspirou e foi se sentar ao lado da ex que bufou irritada.

– Bom dia, Cat. - Disse Beck ignorando a presença de Jade.

– Bom dia. - Respondeu Cat animada.

– Cat, troca de lugar comigo. - Jade disse em seu tom de voz habitual.

– Mas por que? - A ruiva perguntou confusa.

– Cat. Troca. De. Lugar. Comigo. - Repetiu pausadamente.

Ao entender do que se tratava, trocou de lugar com a amiga antes que ela tivesse um ataque.

Sikowitz entrou pela janela, como andava fazendo nas últimas aulas e deu sua aula nada normal. Jade ficou em silêncio na maior parte dela, tirando quando fazia algum comentário sobre alguma atitude idiota do professor.

No almoço, o grupo foi se sentar na mesa de sempre e Robbie estava comentando sobre o pesadelo que tivera com Rex na noite passada.

– Alunos, atenção por favor. - Haley tentou educadamente.

Ao perceber que ninguém havia escutado, Jade ficou de pé no banco e gritou:

– Todo mundo calado!

Assim que a atenção foi voltada para a morena, ela apontou para Haley e se sentou.

– Obrigada pela ajuda, Jade. - Jade apenas deu de ombros. - Bom, para comemorar a volta às aulas de vocês, Sikowitz deu uma ideia de fazermos um baile na sexta-feira da semana que vem. E o Lane me convenceu de fazer um baile de máscaras. Então, ficou por isso mesmo. Bom dia.

Assim que Haley saiu, o Asphalt Café ficou lotado de conversas. Jade revirou os olhos, reclamando que aquela era a ideia mais estúpida que havia ouvido.

– Um baile de máscaras pra que? Todo mundo conhece todo mundo aqui e todos são únicos. Não tem como confundir ninguém!

– Ah, Jade. Eu acho um ideia super legal. - Disse Cat.

– É, Jade. Bailes são legais. - Falou Tori.

– Já te disse que bailes são estúpidos, Vega.

– Eu gosto de bailes.

– Como eu já disse e repito, isso é uma coisa que faz sentido já que você e bailes são estúpidos! Aposto que foi você que deu a ideia pro Sikowitz, não foi?

– Claro que não.


– Gente, eu vou chamar as meninas de Northridge. - Falou Rex.

– Cara, eu não acho uma boa ideia. - Disse Andre.

– É, Rex. Eu também não acho q...

– Cala a boca, Shapiro. Não pedi sua opnião. - Rex cortou Robbie.

Enquanto isso, Beck olhava desanimadamente para seu burrito, sem o menor interesse. O garoto desvirou os olhos para a morena mal-humorada, disfarçando assim que ela percebeu. A verdade é que um sentia a falta do outro, mas nenhum tinha coragem de admitir. O celular dele começou a tocar e assim que Beck o pegou e viu quem estava chamando, bufou irritado. Era Alyssa Vaughn. Desde que Beck e Jade haviam terminado, ela ligava umas 30 vezes por dia pra ele.

– Alô?

Alô, Beck? Sou eu, Alyssa.

– Oi, Alyssa. Eu sei que é você. O que foi?

Bom... Eu queria saber se você queria fazer alguma coisa comigo hoje a noite e...

– Olha, Alyssa. Não vai dar mesmo. Eu estou super ocupado.

Beck, sempre que eu te ligo você fala que tá ocupado. É verdade mesmo ou você está me evitando?

– Alyssa, foi mal. Tenho que desligar.

– Mas Beck...

Do outro lado da linha, Alyssa apenas ouvia o "Tu-tu-tu" do telefone. Beck havia desligado na sua cara.

Foi então que Beck fez algo que devia ter feito a muito tempo. Fez com que o número de Alyssa fosse bloqueado de seu telefone, para que ela nunca mais o enchesse.

– Era Alyssa Vaughn? - Perguntou Tori.

– Arrã.

– E o que ela queria? - Cat perguntou.

– Sair comigo. - Beck deu de ombros.

Foi demais para Jade. Ela se levantou e saiu, indo em direção ao pátio interno pisando duro.

– Eu vou atrás dela. - Cat e Beck falaram ao mesmo tempo.

– Não, Beck. Eu vou. A Jade ainda está brava com você.

– Não, Cat. Já está na hora da gente se conversar. Eu vou.

Cat acentiu e se sentou de novo enquanto Beck ia atrás de Jade. A encontrou sentada no chão dentro do armário do zelador, brincando desanimadamente com sua tesoura, com algumas lágrimas escorrendo de seus olhos.

– Hey... O que aconteceu? - Beck perguntou calmo, mas a preocupação era evidente em sua voz. Ele se sentou ao lado dela e tentou lhe dar um abraço, mas ela se levantou, se esquivando de Beck e tentando sair. Mas Beck se levantou também e bloqueou o caminho da porta.

– Me deixa sair. - Ordenou de cabeça baixa, sem olhar nos olhos do garoto.

– Primeiro me conta o que aconteceu.

– Nada. Sai da frente. - Ela tentou tirá-lo do caminho, mas Beck segurou seu braço.

– Quem nada é peixe, Jadelyn West.

Jade puxou o seu braço e apontou sua tesoura para Beck.

– Sai do meu caminho agora, ou te faço picadinho! - Ela ameaçou. Mas Beck ficou imóvel, sem dizer nada. Ele sabia que por mais que Jade ameaçasse, não iria fazer nada. Percebendo que ele não iria se mover, guardou a tesoura e se virou de costas para Beck, encostando a testa na parede, mais lágrimas escorrendo por seus olhos.

– Jade, fala comigo...

– Me deixe em paz.

Cat, que havia percebido que os dois estavam demorando muito, foi atrás.

– O que tá acontecen... Jade? - Cat passou por Beck e se colcou ao lado da amiga. - Jade, o que aconteceu? Por que tá chorando?

Mas Jade não respondeu. A ruiva se virou para Beck.

– O que você fez com ela?

– Nada!

– Então o que você falou?

– Eu só perguntei o que aconteceu. Eu juro!

Cat balançou a cabeça negativamente e abraçou Jade, que retribuiu. As duas saíram dali e foram para a sala esperando dar o sinal e Beck voltou para o Asphalt Café. Na sala de aula, Jade se sentou numa cadeira e Cat puxou uma outra para se sentar perto da amiga. Por mais que Cat fosse chamada de infantil, tonta, e coisas afim, ela era um boa amiga. E quando o assunto era Jade, era capaz de se transformar totalmente.

– Jade, o que aconteceu lá? - Jade apenas balançou a cabeça negativamente.

Não se dando por vencida, Cat continuou:

– O que ele te falou? E fez?

– Nada Ele só... - Jade fungou. - Me perguntou o que aconteceu. Segurou o meu braço, não me deixou sair... Essas coisas.

Cat suspirou a abraçou a amiga fortemente. O resto das aulas passou tranquilo, bem o mais tranquilo possível. Jade e Cat não tocaram mais no assunto. Foram para casa de Jade depois da escola, já que a de Cat era muito colorida para a morena, pegaram um pote grande de sorvete napolitano e subiram para o quarto. Chegando lá elas se sentaram na cama, abriram o pote e começaram a comer.

– Jade?

– Oi?

– Você vai ao baile?

Jade ergueu o rosto, olhando para Cat.

– Não.

– Por que não?

– Já disse, bailes são estúpidos. Ainda mais os de máscaras.

– Mas vai ser legal. A gente vai comer, beber, dançar, rir, se divertir... - Cat fez bico. - Por favor...

Jade suspirou.

– Está bem. Eu vou. Mas...

– Mas o que?

– Você vai ter que fazer uma coisa.

– O que?

– Se declarar pro Robbie.

Cat se engasgou com o sorvete e Jade teve que segurar o riso.

– O que?

– Ela repetiu, dessa vez em choque.

– Isso mesmo. Se você quer que eu vá no baile, vai se declarar pro Robbie.

– Mas Jade...

– Mas nada. Vai falar pro Robbie.

– Mas... E se o Robbie não sentir o mesmo por mim?

– Você ta brincando comigo, né? É claro que ele sente o mesmo. Só você que não percebe, ou não quer perceber! Cat, fala com ele.

– Tudo bem. Mas pode ser depois do baile?

– Pode.

– Tá...

Passaram-se alguns minutos de silêncio quando Cat começou:

– Jade, por que você não vai falar com o Beck... Eu quero dizer... Decentemente?

– Decentemente? - Jade ergueu uma sobrancelha.

– É. Sempre está terminando em discussão quando os dois conversam. Por que vocês...

– Olha, Cat. Não dá! O Beck não me ama, não tem mais sentido isso!

– Jade, ele te ama sim.

– Se ele me amasse, teria aberto aquela estúpida porta na casa da Vega.

– Mas ele ia...

– Eu sei. Você disse isso. Mas mesmo assim, Cat. Ele não abriu!

– Eu acho que ele só queria te dar um tempo pra você se acalmar. Não acha que é melhor falar com ele?

– Não.

– Jade...

– O que é? - Jade já estava ficando irritada.

– Por favor... Eu sei que você ainda gosta dele. Ele dispensou a Alyssa Vaughn!

– Isso é problema dele. Eu não mandei ele dispensar aquela garota.

– Eu acho que ele dispensou ela por sua causa.

– Minha?

– Arrã.

Jade suspirou.

– Conversa com ele.

– Eu vou pensar, está bem? Vou pensar!

– Tá legal.

O resto da semana e os dias da outra se seguiram tranquilos. Bom, o mais tranquilo que se podia. Cat, sempre que via Jade perto do Beck, fazia algo para separá-los, porque via que a amiga ainda não estava pronta para conversar com o garoto. E mesmo que a ruiva não estivesse por perto, os dois não se atreviam nem mesmo a olhar um pro outro, quanto mais falar. O clima ficou pesado no grupo, mas isso não deixou de tornar as semanas tranquilas. Mas é claro que todos estavam com saudades do tempo em que Jade e Beck estavam namorando, Jade era superprotetora, não deixava ninguém chegar perto, fazia de tudo para ficar perto do garoto e agora um ficava longe do outro. Se se sentavam lado a lado na sala de aula, Jade ou Beck sempre pediam pra trocar de lugar, às vezes até mesmo os dois.

Na véspera do baile, Jade e Cat foram juntas comprar seus vestidos e no dia, elas combinaram de se arrumarem juntas na casa da Jade. Cat havia escolhido um vestido rosa claro, sapatos pretos com detalhes rosados e máscara branca e Jade havia escolhido vestido, sapatos e máscara ambos pretos. Se trocaram, fizeram cabelo e maquiagem, colocaram as máscaras e saíram no carro de Jade, indo até a HA.

Enquanto isso na casa dos Vega, Tori colocava seu vestido preto, sapatos azuis e máscara também azul e Trina colocou seu vestido marrom escuro com detalhes em vermelho, sapatos pretos e máscara vinho, com tons de preto. Com certeza ela era a que mais chamaria atenção do grupo. Não pela beleza, mas sim pelo exagero. Então depois de se arrumarem, as meninas foram juntas no carro de Trina para a HA.

Os meninos usavam o básico de bailes, e máscaras pretas. Nada que chamasse muito a atenção.

Jade, Cat, Robbie, Tori e Trina estavam conversando enquanto Jade dava algumas cotoveladas discretas em Cat, que fingia não sentir.

– Robbie, cadê o Rex? - Cat perguntou.

– Bom, é que... Ele levou um fora das garotas de Northridge e ficou em casa deprimido.

– E por que você não ficou em casa cuidando dele? - Falou Andre que havia acabado de chegar.

– Porque ele praticamente me expulsou de casa.

Jade olhava disfarçadamente para os lados, esfregando as unhas da mão direita na palma da mão esquerda. Cat deu uma cotovelada na amiga, contendo uma risadinha.

Longe da conversa, mais ao fundo entrava um garoto mascarado com uma bela cartola, que chamou a atenção de todas as garotas, justamente pelo fato de não saberem quem era ele. Bem, todas as garotas exceto por Jade que ainda procurava um rosto familiar. Robbie não escondia o ciumes ao olhar Cat fitando o garoto misterioso. Jade que estava sacando toda a situação, cutucou Robbie, rindo e foi se sentar num canto sem iluminação do salão, se misturando com a escuridão.

Trina, como sempre, estava se exibindo, afim de chamar a atenção do garoto. Mas ele tinha olhos apenas para a morena mal-humorada, os olhos esverdeados brilhando no escuro. Ele caminhou até ela, que o olhou fixamente. O garoto pegou em sua mão direita e a beijou, um beijo doce e suave, do mesmo jeito que Beck fazia. Ela o olhou desconfiada, sem dizer nada. Retirou sua mão e se levantou, se esquivando do garoto e indo perto de Cat, pegou no braço da amiga e continou a caminhar, para o outro lado do salão.

– Quem é ele? - Jade perguntou aos sussurros.

– Ele quem? - Cat respondeu em mesmo tom.

– O de cartola.

– Não sei. Espera, não foi você quem disse que todo mundo conhecia todo mundo e que não teria como confundir ninguém?

Jade revirou os olhos.

– Não é hora de jogar o que eu disse na minha cara, Cat. Além do mais com quem você aprendeu isso? Você nunca foi assim!

– Com você, com quem mais seria?

Jade pensou um pouco, deu de ombros e voltou para o grupo, Cat logo atrás.

– Vocês viram que gato? - Dizia Tori.

Pelo canto do olho, Jade podia ver que Andre fitava Tori com um expressão diferente no rosto. Ciumes? Talvez. Já era de se esperar que ele gostasse dela.

– Não tinha nem como ver o rosto dele direito, como pode dizer que ele é um gato? - Perguntou Jade, a voz amargada.

Tori não tinha resposta. Enquanto isso, Trina estava tentando de tudo para chama a atenção do garoto que, sem dizer nada, se afastava dela. Frustrada, ela voltou para o grupo, a cara amarrada e de bico.

– O que foi, Trina? Será que nem o esquisitão quis ficar com você? - Provocou Jade. Ela não perdia uma oportunidade.

– Primeiro: Ele não é esquisito. Segundo: Ele só deve estar fingindo que não gostou de mim. Ninguém resiste ao meu charme.

Tori, Andre, Robbie e até mesmo Cat bateram nas suas testas, não acreditando no que ouviram.

– Primeiro: Sim, ele é esquisito. Se não fosse não estaria escondendo quem é. Segundo: Charme? Garota, nem mesmo um pingo de talento você tem. Só entrou aqui porque o Sikowitz bebeu água de coco estragada! Por que alguém iria achar que você tem algum charme? Talvez o único que ache isso seja o Sinjin, mas... Bem... O Sinjin é o Sinjin!

Chocada com o que ouviu, e sem resposta, Trina saiu pisando duro. Jade começou a rir, os outros também.

– É, acho que agora ela caiu na real. - Falou Andre.

– Espero que sim. - Tori suspirou.

Cat encarava Jade mordendo o lábio, aparentemente segurando uma risada. Jade olhou para ela com uma cara tipo "qual o seu problema?" e ela indicou com a cabeça para atrás dela. Quando Jade se virou, viu o garoto mascarado a fitando. Cruzou os braços e o encarou também, em silêncio.

O garoto indicou com a cabeça para fora, aparentemente a convidando para um "passeio". Jade fez que sim com a cabeça e começou a andar, o garoto atrás.

– Sabe, eu te devo uma. - A voz do garoto fez com que Jade parasse de andar, arregalando os olhos em choque. A voz era praticamente idêntica a do Beck, mas muito mais sutil. Ela não se lembrava do tom doce do garoto mais, mas apenas do irritado já que eles viviam disutindo nos últimos tempos, até mesmo depois de terminarem.

– E por que isso? - Ela tentou controlar a voz, que saiu levemente falhada. O garoto sorriu.

– Por tirar aquela garota maluca do meu caminho. Ela não parava de me encher e tentar cantar com aquela voz de taquara rachada que tem.

Jade riu e se virou para ele.

– Não precisa agradecer, é sempre um prazer irritar Trina Vega.

O garoto continuou a caminhar, Jade um pouco atrás dele. Eles se sentaram em um banco, Jade ainda muito nervosa.

Será que é o Beck? Não faz sentido porque ele não me dirigiu mais a palavra durante essas duas semanas. Então, se for ele, por que está sendo tão doce, gentil... E ainda por cima disfarçando quem ele é?

Ele, percebendo que a morena estava com a mente distante, pigarreou.

– No que tanto pensa, jovem dama?

Jade sacudiu a cabeça, tentando voltar a realidade.

– Em uma pessoa... Que eu sinto muita falta.

Mas que droga, Jadelyn! Por que você está se abrindo com ele? Pare!

– Você pode me dizer o seu nome?

– Não sem antes me dizer o seu, meu senhor. - Jade resolveu tentar entrar no jogo, mesmo tendo 99% de certeza que era Beck.

O garoto riu.

– Me chamo Travis. E você se chama...

– Pode me chamar de Jade. Então... Travis... Aonde estuda? Tenho certeza que não é da Hollywood Arts.

– Tudo bem, você me pegou. Sou um penetra. Eu estudo na Sherwood, mas fiquei sabendo do baile de boas vindas e vim pra cá. Só não conte a ninguém por favor!

– Seu segredo está seguro, não esquenta.

Jade reprimia a vontade de tirar aquela máscara e aquela cartola e desmascarar Beck Oliver, mas algo a conteve. Ela apenas não sabia o que.

– Bem, acho melhor entrarmos antes que seus amigos venham atrás de você, achando que a sequestrei.

Jade riu.

– Não acho que esteja fazendo falta. - Os dois se levantaram e começaram a caminhar de volta.

– Quem é que não sentira falta de moça tão encantadora?

– Encantadora. - Jade zombou, revirando os olhos. - Eu sou uma das pessoas mais temidas da HA e você me chama de encantadora? Só um aluno de outra escola acharia isso!

O garoto nada disse, apenas seguiu para dentro do salão e deixou Jade com o grupo, indo se sentar em uma cadeira ao fundo.

Cat puxou Jade para um canto longe o bastante para que Travis não escutasse a conversa.

– E aí? É quem você pensa que é? - Sussurrou Cat.

– Como assim quem eu penso que é? Quem você acha que eu penso?

Cat colocou as mão na cintura, Jade suspirou e revirou os olhos.

– Eu tenho 99% de certeza. Cat, é a mesma voz, só que em tom mais doce. Ele disse que se chama Travis e estuda na Sherwood, mas eu tenho certeza que é mentira. Mas... Por que o Beck mentiria sobre quem é?

– Talvez pra ter uma chance de falar com você sem que acabasse em brigas.

– Vo-Você acha?

– Tenho certeza. O que você vai fazer?

– Entrar no joguinho dele. E depois... Desmascará-lo.

– Promete que não vai brigar com ele?

– Brigar? Ele está sendo todo doce como a muito tempo não tem sido e você acha que eu vou brigar? Posso ser Jade West, a garota que muitos temem, mas eu também tenho coração e sentimentos.

Cat sorriu e as duas foram para o grupo. Logo as músicas lentas começaram. Robbie, após muita insistencia de Andre, chamou Cat para dançar. Andre chamou Tori, o que não era novidade e então Jade foi se sentar em um canto. Trina também não tinha sorte, ninguém a suportava. Ela tentou se jogar para o menino mascarado que a ignorou e estendeu a mão para Jade.

– Quer dançar?

Jade se levantou e pegou na mão de Travis que a conduziu para o meio da pista. Os dois começaram a dançar quando a música trocou para "Love Story" da Taylor Swift. Os dois dançavam lentamente, ouvindo a música e olhando um nos olhos do outro.

Por que você não tira essa máscara? Jade pensava. Me mostra que é você, Beck. Acaba logo com essa farsa!

Ao final da música, os rostos dois estavam a milímetros um do outro. Travis suspirou e se afastou.

– Está ficando tarde, eu preciso ir. - Dizia ele se virando.

– Espera! - Jade segurou em seu braço. - Fique mais um pouco, por favor.

– Depois diz que é intimidadora, jovem senhorita.

– Eu só... Queria um pouco mais de companhia.

Ele se virou e lhe deu um beijo na bochecha.

– Eu realmente preciso ir antes que meus pais comecem a me ligar. - Inclinou o rosto e sussurrou no ouvido dela - Mas eu espero vê-la em breve, Jade.

Então ele foi embora, deixando Jade em choque. Ela foi se sentar em uma cadeira, tentando recuperar o fôlego. Cat que viu a cena toda, foi ao encontro da amiga, sorrindo.

– E aí, descobriu se era o Beck?

– Descobri. E nem precisei desmascará-lo. Segunda eu falo com ele.

– Segunda? Não! No máximo amanhã!

– Cat... Por favor. Eu ainda estou tentando processar tudo.


De volta a sua casa, Jade tomou um banho e foi se deitar. Mas a imagem dos dois dançando, a voz suave do garoto não saía da mente dela. Algumas lágrimas desceram por seu rosto, até que ela caiu no sono.

Na segunda-feira, Cat e Jade estavam em frente ao armário da ruiva que tentava se explicar.

– Mas Jade...

– Não, Cat. Você disse depois do baile. O baile foi sexta e hoje é segunda. Vai falar pro Robbie.

– Eu só vou se você falar com o Beck.

– Eu já disse que vou falar com o Beck. Mas vou fazer isso depois que você falar com o Robbie.

– Mas...

- Nada de "mas"! Aí está a sua chance. Ei, Sapiro!

Robbie que estava pasando lá perto ouviu Jade o chamando, se encolheu e foi até ela.

– Sim?  

Jade deu uma cotovelada em Cat.

– Robbie... Precisamos conversar. - Falou a ruiva.

– Está bem.

– Jade você... - A morena acentiu e se distanciou. Foi atrás de Beck, que estava mexendo em seu armário.

Jade deu um pigarro e Beck voltou sua atenção para ela.

– Sim? O que foi, Jade?

– Nada, só vim te desejar bom dia. Café? - Ela ofereceu o café que carregava consigo já que não havia tomado café da manhã.

– Não, obrigado. - Ele se encostou nos armários. - O que te trás até mim?

– Não posso simplesmente vir falar com meu ex, tentando ser gentil e evitar brigas?

– Pode... Claro que pode... - Beck pareceu surpreso com a atitude de Jade, mas no fundo era fingimento. - Como foi o baile?

– Diga-me você.

Aquela resposta fez Beck se lembrar da noite de sexta-feira, quando Jade fora gentil com ele depois de muito tempo. O coração do garoto chegou a disparar ao lembrar da hora da dança, onde quase colocou tudo a perder quase a beijando. Tendo então que dizer que estava ficando tarde e que tinha que ir embora.

– Ei, Oliver! Tô falando om você! - Jade estralava os dedos em frente ao rosto de Beck distraído que piscou várias vezes.

– Desculpe, me distraí aqui.

– É, eu percebi. Mas então... O baile?

– Eu não fui.

– Arrã, eu vi. E o que estava fazendo de tão importante pra não ir ao baile?

– Eu...

– Você? - Um sorriso perverso surgiu nos lábios da morena. - Fala sério, Beck. Travis? Sherwood? Estava com falta de inspiração, não ensaiou ou fez de improviso?

– Jade, me desculpa. Não era minha intenção te enganar.

– Relaxa, menino mascarado. Eu não estou chateada nem brava com você.

– Não? - Beck uniu as sobrancelhas, confuso. Jade apenas balançou a cabeça negativamente. - Como? Eu tentei te enganar, me passei por outra pessoa só...

– Só pra poder ter uma conversa civilizada comigo? Sem brigas? Só pra poder ter um momento a mais de romance comigo? Já que ao que parece, você ainda está apaixonado por mim e não vive sem mim. - Jade riu. - Ok, eu acho que exagerei um pouco. Mas... Foi uma das melhores noites da minha vida.

Beck sorriu.

– Você me desculpa? Por tudo?

– Só se da proxima vez você inventar um nome melhor, meu caro senhor.

Os dois riram.

– Beck, me responde uma coisa?

– Claro.

– Por que naquela noite... Você não abriu a porta?

– Você estava tão nervosa que... Ah, eu sei lá. - Ele passou a mão nos cabelos. - Eu estava tão cansado de brigar... Que resolvi dar um tempo. Mas eu te juro, eu queria ter aberto. Eu ia te pedir desculpas por aquilo, mas... Você estava tão zangada que eu resolvi esperar tudo se acertar. Mas não dava. Você ficou ainda mais rabugenta e grossa com todos...

– Isso se chama coração partido, Beck.

– Desculpa. - Beck pegou nas mãos de Jade, olhando no fundo dos olhos dela. - Me desculpa. Eu sei que eu te fiz sofrer e vou me amaldiçoar o resto da minha vida por ter feito isso com a garota mais maravilhosa do mundo.

Jade revirou os olhos, sorrindo. Beck se ajoelhou na frente dela, ainda a olhando em seus olhos.

– Jadelyn West, eu te peço mil desculpas por tudo de mal que lhe fiz. E também te peço que dê mais uma chance para esse idiota apaixonado que está ajoelhado bem à sua frente. Eu te amo muito mais do que qualquer um imagina. E não consigo mais viver sem você. - Ele se levantou. - Você me aceita de volta?

Jade, com lágrimas nos olhos, atirou os braços em volta do pescoço do garoto, o abraçando forte.

– É claro que te aceito de volta!

E então os dois se beijaram como nunca antes. Um beijo profundo e apaixonado, cheio de saudades.

– Eu te amo, Jade.

– Eu também te amo, Beck. Muito. - Uma lágrima caiu dos olhos da morena e eles trocaram mais alguns selinhos.

Cat e Robbie chegaram juntos de mãos dadas, obervando a cena e ouvindo as declaração de amor. A ruiva soltou um gritinho e correu para abraçar a amiga.

– Eu sabia! Eu sabia! - Dizia Cat que foi abraçar Beck também. - Parabéns aos pombinhos.

– Obrigada. - Jade riu. - Mas então, Cat... - Ela gesticulou para Robbie que olhava sorrindo.

– Gente, vocês conhecem meu novo namorado?

Jade soltou um gritinho e abraçou Cat. Todos nos corredores da HA ficaram surpesos com a atitude da garota. Robbie, soltou Cat de Jade a abraçou a morena que dessa vez retribuiu.

– Ei, cuida bem da minha amiga, nerd. Eu ainda carrego minhas tesouras comigo. - Os dois riram.

– Pode deixar.

E assim as coisas voltaram ao normal à Hollywwod Arts. Bem, o mais normal possível já que nada é normal por lá. Jade e Beck não romperam mais e passaram o resto de suas vidas juntos, assim como Robbie e Cat. Andre tomou coragem e se declarou para Tori que, apaixonada, disse que sentia o mesmo. Trina, por incrível que pareça, arranjou um namorado que a aguentasse e Rex acabou sendo "abandonado" por Robbie que dedicou seu tempo para a garota dos seus sonhos.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Amaram? Odiaram? Me digam o que acharam da fic. Em breve eu posto outra (: