A Beautiful Mess escrita por JustLiva


Capítulo 27
My Dilema


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas nem tanto né? haha
Bom, muito obrigada pelos reviews do capítulo passado, eu amei muito.
AAAhh, estou tão feliz, acabei de ver o show do Jason Mraz (pela TV, infelizmente - choranu) e tava MUITO perfeito scrrr
Esse capítulo tá discutindo uma coisa que me perguntaram lá no ask e é super importante, espero que vocês consigam entender meu ponto de vista sobre a questão kkkk
AAHHH, e esse final do capítlo tá tão "AWN OWN" que meu deus, estou in love.
Espero que gostem!



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Terminei de vestir o vestido que eu havia separado para a Noite de Autógrafos de Sally, que ia ocorrer em uma casa de festas não muito longe daqui. Era um vestido todo bege, com babados e com alças fininhas. Calcei sapatos da mesma cor do vestido e deixei meu cabelo solto mesmo.

Por graça e piedade divina, Hannah tinha ido para o hotel com seus pais e não ia dormir aqui em casa. Sério, eu quase soltei fogos de artifício quando soube disso. Por outro lado, ainda tinha que lidar com o Percy, pois mesmo fazendo ou não tendo feito “aquilo”, só o fato de termos nos pegado loucamente (mesmo que bêbados) e acordado apenas de roupa íntima na mesma cama era suficiente para atordoar minha cabeça.

Sem contar que tem todo aquele dilema a parte: meu pai casou com a mãe dele. Eu sei que nós não temos nenhum parentesco oficial e de sangue, mas mesmo assim é estranho, afinal, ele é enteado do meu pai e em algum canto do mundo isso conta como meio-irmão. MEU DEUS! Eu beijei um meio-irmão?!

Na minha cabeça, Percy não é mais nada que um “quase-amigo” que mora na mesma casa que eu e que, por coincidência, é filho da nova mulher do meu pai. Nada mais que isso, quer dizer, eu nunca pensei até agora nesse negócio todo de irmão, e tal. E se realmente foi errado a gente ter se beijado?

– Annie? – a voz do meu pai soou do andar de baixo e me libertou dos meus atordoantes pensamentos.

– Já vou! – eu gritei de volta pegando minha bolsa na cama e descendo as escadas.

Todos já estavam lá me esperando, Sally vestia um vestido azul marinho que a deixava elegantíssima e meu pai vestia uma blusa azul por baixo de um blazer bege. E ao lado dos dois estava lá Percy, com quem eu ainda não havia falado desde de manhã, vestido com uma blusa social branca, calças jeans e um blazer preto por cima.

Nós caminhamos até o carro e quando todos estavam acomodados meu pai deu a partida e seguimos até o salão de festas.

– Olha só, até tá parecendo gente. – eu disse para o Percy num tom para que só ele pudesse ouvir, meu pai e Sally coversavam na frente e eu não queria atrapalhar a conversa deles.

– Eu sei que estou irresistível de blazer. – ele respondeu com um sorriso maroto mexendo na lapela do blazer.

– Sonha... – eu revidei rindo.

– Não estou? – ele perguntou ainda ajeitando a lapela para dar um ar sexy a cena e piscando um olho.

– Desculpe-me por destruir suas ilusões, mas não.

– Poxa Annie, assim eu fico chateado.

– Que pena.

O resto do caminho foi silencioso e logo chegamos ao local do evento. Assim que entramos no salão Sally e meu pai foram falar com uns amigos nos deixando numa mesa junto com meus tios (os pais da Hannah) e minha santa prima. Assim que sentei-me ao lado dela ela já abriu a boca pra falar besteira, mas eu a interrompi.

– Hannah meu amor, eu sei que lá no fundo, bem no fundo do seu ser, existe uma bela e adorável prima adormecida, faça o favor de acordá-la e ficar suportável, ok?

– Boa noite pra você também, Annie. Eu vou bem, obrigada por perguntar, e você?

– Eu to falando sério. Por favor, seja legal pelo menos um dia da sua vida.

– Poderia saber o porquê de você estar querendo que eu seja legal hoje?

– Por que faz bem às vezes, sabe?

– Tô sabendo agora.

Passei algo por volta uma hora tentando ter uma conversa amigável com minha prima. Não queria falar com Percy, o pensamento de hoje mais cedo ainda perturbava minha cabeça. Caminhei até uma espécie de bar que tinha lá e pedi ao barman uma piña colada sem álcool (ainda estou com resquícios de dor de cabeça da minha bebedeira de ontem) e em vez de voltar para a mesa eu andei até uma espécie de varandinha que tinha no salão, me apoiando no batente e olhando o movimento da rua.

Soprou um vento e eu meus pelos se arrepiaram, já estava um pouco frio no salão com o ar condicionado, e aqui ventando estava mais frio ainda. Passei minhas mãos pelos meus braços numa tentativa falha de aquecê-los quando percebo que alguém se encontra do meu lado.

– Com frio? – Percy perguntou. Olhei para meus braços arrepiados e respondi:

– Não, não, é que eu gosto de ficar congelando um pouquinho às vezes.

Ele abriu um sorriso e tirou o blazer dele.

–Aqui, toma. – Percy disse colocando a peça de roupa em cima dos meus ombros.

– Obrigada. – eu murmurei.

– De nada. Mas então, você está falando com sua prima e não trocou uma palavra comigo, devo me sentir ofendido ou mais odiado do que o de costume?

– Não. – eu respondi com um sorriso, mas então voltei a ficar séria de novo quando pensei nas palavras que foram ditas por mim em seguida – É só que eu estava pensando...

– Essa é a parte em que eu digo: “Que milagre!”? – ele brincou.

– Não, eu penso, você que não.

– Ah, claro, desculpe. Prossiga.

– Eu estava pensando que... ãnh... com esse negócio de meu pai ter casado com sua mãe, a gente morar junto, e sua mãe ser minha “madrasta”... – eu tentei colocar em palavras meu dilema psicológico, mas não consegui – A gente é irmão? – soltei a frase.

– Oi?! – ele exclamou – Irmãos?!

– É... Tipo, você é enteado do meu pai e tudo mais...

– Não! – ele cortou meu pensamento – Quer dizer, eu e você irmãos? Não, não, eu nem sou seu parente. Deus me livre ser seu irmão! Eu acho que eu pularia da janela se isso acontecesse.

– Então isso não torna a gente meio-irmão, né?

– Não.

– Ainda bem. Seria um saco ser sua irmã. – eu disse rindo, estava aliviada de não ter cometido nenhum erro ao ter ficado com ele ontem.

Depois disso a noite passou mais tranquila, não com esses pensamentos me perturbando mais. No meio da noite Sally fez uma leitura de uns trechos do livro, fez um brinde e autografou sua obra. Eu fiquei conversando com Percy, e às vezes com Hannah – que levou a sério a coisa de tentar se legal – e quando o evento acabou nós fomos para casa.

– Ei, Annie. – Percy me chamou quando entramos no carro.

– Quê? – eu perguntei com descaso.

– A gente ainda tem um trabalho de biologia pra amanhã, né?

–Tem? – eu perguntei. Meu Deus, tinha esquecido totalmente!

– Tem.

– Então, amanhã na hora do almoço apareça lá na biblioteca. Ok?

– Mas eu ia passar o intervalo na quadra com o pes-

– Amanhã na hora do almoço apareça lá na biblioteca. O-K?

– Sim, senhora. – ele concordou e eu ri.

Quando cheguei em casa fui direto pro meu quarto. Olhei-me no espelho, eu ainda estava vestida no blazer de Percy. Estava cansada, minha cabeça e seus conflitos tinham passado por emoções suficientes para hoje.

Eu não era, nem ia ser meia-irmã do Percy.

Nós tínhamos nos beijado ontem, e então nos beijado de novo. Eu sei que estávamos muito bêbados, mas então um novo pensamento, um que eu não queria pensar, veio em minha cabeça. Uma pessoa só faz algo bêbada se em seu inconsciente ela deseja aquilo. Em outras palavras, Percy e eu apenas nos beijamos por que, lá no fundo, pelo menos um de nós queria aquilo.

Esse era meu maior dilema agora, não era o colégio, Drew, Hannah, o trabalho de Biologia ou minha estúpida detenção.

No fundo, a grande verdade que eu não queria aceitar e que me corrompia por dentro era que eu gostava dele, do Idiota.

Por mais difícil que fosse admitir, eu amava Percy.

Amava-o mais do que o odiava.

Amava-o mais do que eu queria amar.


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Notas finais do capítulo

E AI? gostaram, amaram, estão providenciando um casamento, não aprovaram, não gostaram, acharam uma merda? Me digam suas opiniõess!!
Vejo vocês nos reviews (e recomendações, quem sabe)!
PS: alguém ai já leu A Hospedeira?


Beijo no coração, Liva ama vocês.