Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 50
Capítulo 49




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Sabe aquela raiva que você guarda por meses ou, até mesmo anos, por que não tem ninguém em quem você pode jogar? É, eu estava descontando ela em Nathan. Ele se encolhia a acada golpe que eu dava e reclamava. Mas não me parava.

“Aly, pare”, ele pediu, mas o som da sua voz só fez com quem a raiva aumentasse e eu batesse com mais força nele. Isso me lembrou um pouco de Lana, da nossa briga. Meus olhos também estavam ardendo ali. Mas não era por causa da raiva.

“Você. É. Um. Covarde.”, eu disse a cada palavra dando um golpe nele. Ser acordado daquele jeito, ninguém merecia. Quer dizer, ninguém, menos o Nathan.

“Droga , Alexa, pare”, ele me segurou pelos pulsos e me fez parar.

Assim que nossos olhares se encontraram, foi como se o mundo voltasse ao seu lugar. Como se eu pudesse respirar depois de um bom tempo debaixo d'água. Foi como se meu coração tivesse voltado a bater, depois de uma parada cardíaca. Foi como se eu voltasse a viver. E eu não queria sentir aquilo. Eu queria estar com raiva, com ódio dele, mas eu não conseguia. Eu o amava tanto. E ele estava indo embora.

Abaixei minha cabeça e senti as lágrimas deslizando pelo meu rosto. Droga! Lágrimas aquela hora, não. Desde que tinha conhecido Nathan, só conseguia chorar. Chorar por ele. Chorar por nós dois. Eu não aguentava mais ser tão sensível.

“Aly, olhe para mim.”, Nathan pediu com uma voz suave. Eu apenas balancei a cabeça. “Você vai olhar para mim, por bem ou por mal?”, ele perguntou.

“Mal”, eu consegui responder antes que minha voz se quebrasse.

Nathan me puxou para o peito dele de forma que conseguia sentir o calor dele contra o meu rosto e escutava seu coração batendo em um ritmo irregular. Senti-o dando alguns passos para trás, então escutei o baque de alguma coisa no chão. Eu não abri os olhos para ver o que era, mas senti quando fiquei pressionada entre a cama de Nathan e o próprio Nathan.

Ele segurou meu rosto com força e me fez encará-lo. Meus olhos se abriram, teimosos demais. Meu coração traidor deu um solavanco quando viu o qual perto eu ele estávamos. A raiva me mim, já estava esquecida. O que tinha sobrado era apenas pesar.

“Agora, “, ele disse limpando minha lágrimas que desciam sem parar. “você vai me contar o por que de ter entrado aqui igual a uma doida psicopata e ter começado a me bater com”, ele pausou pegando meus pulsos de novo e os levantando. “luvas de box?”, ele olhou para o outro lado e balançou a cabeça. “Sabia que tinha um dedinho de Lien nisso tudo.”, ele parecia falar mais consigo mesmo do que comigo. “Eu a disse para ficar quieta, mas ela tinha que ter contado para você, não é?”, ele voltou a me encarar. Seus olhos estavam tão escuros que eu poderia me perder fácil neles. Tive que desviar o olhar do dele para poder falar.

“Então você vai realmente embora?”, eu perguntei com a voz baixa. Tão baixa que Nathan teve que se aproximar mais de mim para poder escutar. “Você vai realmente me deixar sozinha, depois de tudo que a gente passou?”

Ele levantou os olhos e me soltou, sentando na cama. Eu me sentei também, mas com as costas no final da cama e com os joelhos encolhidos em meu peito. Eu queria proteger meu coração, mas sabia que ele estava aberto e exposto para quem quisesse despedaçá-lo. Nathan passou a mão pelos cabelos, já bagunçados e me encarou. A mesma culpa que eu tinha visto em Sam a alguns minutos, estavam nos olhos de Nathan naquele momento. Meu peito começou a doer antes dele dizer nada. Em meu coração, já caíam os pedaços.

“Alexa, você tem que entender que o melhor para nós dois é que eu vá embora”, ele disse e começou a olhar para frente, para o nada. “Desde que entrei na sua vida, você só tem feito se machucar. Minha profissão é perigosa demais para eu assumir um relacionamento. Quanto mais cedo eu desisti dessa ideia e ir embora, melhor para você”

“Não, não é”, eu disse com a voz chorosa e o fiz voltar a me encarar. Eu tinha voltado a chorar e não queria que ele me visse tão frágil. Então, abaixei o olhar e comecei a tirar as luvas de box das minhas mãos. “Você está fazendo isso porque é melhor para VOCÊ”, eu enfatizei bem a palavra e joguei a primeira luva para longe. “Se não queria assumir um relacionamento comigo, por que me fez desistir de Nick, de um futuro com ele? Por que me fez ficar apaixonada por você?”

Eu nem, sequer, senti quando ele se aproximou. Só vi que ele estava na minha frente segurando meu queixo para poder olhá-lo. Ele parecia um pouco confuso e frustado. O que tinha dado em minha cabeça? Eu achava que, com um pouco de lágrimas e acusações, Nathan largaria tudo e ficaria comigo? Eu sabia que a resposta era não. Por que eu vivia no mundo real. E no mundo real, não exitem Finais Felizes. A mocinha sempre ficava sozinha depois que o mocinho a abandonava. Mas, dessa vez, não teria ninguém que tomaria o lugar dele, por que meu coração pertencia a apenas um. E esse dono, estava me partindo em duas, naquele momento.

“Você viu o que aconteceu quando eu me envolvi com Lana.”, ele disse ainda segurando meu queixo. “Ela não durou nem duas semanas comigo e morreu. Tudo porque eu sou espião. Você acha que, com a gente junto, vamos durar quanto tempo até que outro maluco assassino use isso que sentimos um pelo outro como isca?”

Ele tinha um ponto e eu sabia disso, mas não queria recuar assim tão fácil. Em minha mente sabia que já tinha perdido Nathan para sempre, mas em meu coração eu ainda tinha a obtusa esperança que ele desistisse e ficasse comigo. Coração traidor. Destino cruel.

“Nathan”, eu disse forçando a minha voz a sair normal. “Você me ama?”

Aquela era a minha catada final. Nathan soltou meu queixo e recuou um pouco de surpresa com a minha pergunta. Ele me estudou de cima a baixo como se verificasse as opções. Meu coração batia mais forte a cada minuto de mistério. Uma parte de mim, queria que ele dissesse que eu não fui nada além de diversão, assim eu poderia tentar seguir em frente. Mas saber que ele me amava e iria embora para me proteger, fazia doer muito.

Nathan abria e fechava a boca como um peixe e aquilo estava me deixando frustada. Me levantei da minha posição protetora e engatinhei até onde ele estava , tocando seu rosto e sentindo a barba por fazer. Ele desviou o olhar de mim por um segundo e encarou as mãos em sua calça. A maldita correntinha ora ou outra fazia barulho conforme nós nos mexíamos.

“Responda, Nathan Castille.”, eu exigi já um pouco temorosa com a resposta. “Diga que eu não fui nada na sua vida, que eu fui apenas uma diversão, que seu sentimento por mim não passava o sentimento que você tinha por Lana. Que eu sou só mais uma. Diga isso para que eu possa seguir a minha vida em frente, mesmo com o coração em pedaços.”

Nathan pareceu mais pensativo do que nunca. Eu deixei que o silêncio tomasse conta da gente, mas nunca o silêncio tinha sido tão gritante. Na posição que ele estava, eu ainda conseguia enxergar a sua tatuagem com um dragão. Ela era mais linda de perto. Finalmente, quando ele me encarou, tinha algo estranho em seu olhar. Eu não conseguia dizer o que era e fiquei temorosa com isso. Não havia a velha luxúria, o sarcasmo ou algo do tipo. Era algo novo e meu coração se apertou quando ele começou a responder.

“Você tem razão.”, ele disse sem pestanejar.

Senti meus olhos pesando novamente e meu coração se quebrando de um jeito indescritível. Eu só sabia de uma coisa, ele não iria se reconstruir tão cedo. Depois de quebrar tantos corações, sentir a dor, só me fez dar mais razão as palavras de Lien. Comecei a recuar para me encolher de novo, mas fui impedida, quando Nathan segurou meu pulso e me puxou em direção ao seu peito, colocando meu rosto a centímetros do seu.

“Você foi nada na minha vida, porque eu não tinha vida antes de você”, ele começou a dizer. Meu coração deu uma pausa na explosão. “ A única diversão que eu tive com você, foi a montanha russa de sentimentos e a roda gigante que meu coração gostava de andar ao seu lado. Meu sentimento por você não passava o de Lana, porque nunca tive sentimento por ela, além do senso de dever. Você é só mais uma mesma. Mais uma felicidade na minha vida. Mais uma coisa para eu cuidar e amar.”, ele parou para fechar os

olhos e balançar a cabeça. Seus cabelos roçaram em meu rosto. “Eu devo ser muito egoísta ao te falar isso e te prender a mim, mas eu não consigo negar. Doí negar.”, ele fez uma careta de dor. “Eu te amo, Alexa Night. Te amo hoje, te amei na primeira vez que te vi, e vou te amar até quando eu parar de respirar.”, ele aproximou mais nossos corpos, de modo que meu ouvido ficasse na direção certa de seu coração. Ele batia tão forte quanto o meu, o talvez mais. Parecia que sairia a qualquer momento. “ Está escutando isso?”, ele perguntou. Eu não sabia se a pergunta era retórica ou não, então assenti. “Ele é seu e só bate por você”, ele sorriu.

Naquele momento poderia cair um raio em cima de mim e me matar que eu não ligava. Tudo o que importava era que Nathan me amava. E eu o amava também. Mas ainda tinha aquela história que ele queria ir embora e não poderia deixá-lo ir, não depois de tudo o que ele disse. O pior de tudo é que eu não conseguia achar nada em minha mente que se igualasse , ou, ao menos, chegasse aos pés do que ele me disse.

“Fica comigo, Nathan”, eu pedi, melhor, supliquei. “Só de pensar em ver você partindo, meu coração se despedaça. E, depois de tudo o que você me disse, eu sei que o seu também vai se despedaçar.”

“Alexa, eu não posso.”, Nathan disse e frouxou um pouco o aperto que juntava meu corpo do seu. “O conselho dos espiões sabem que eu acabei a missão aqui e será questão de tempo, até que eles venham atrás de mim.”

Não sei o que me deu, mas no segundo seguinte, eu estava quase em cima de Nathan, com minha mãos fechadas em sua calça, fazendo com que ele se aproximasse mais de mim. Ele arregalou seus olhos escuros e me estudou, esperando que eu fizesse o próximo movimento. Eu respirei fundo e suspirei. As lágrimas já esquecidas.

“Então, Nathan”, eu disse , um pequeno sorriso se formando em meus lábios. “Vamos aproveitar o hoje, sem esperar o amanhã, sem lembrar do ontem.”, eu pedi e o puxei mais um pouco contra mim. Ele fechou os olhos. “Vamos ser só nós dois. Esqueça as mortes, esqueça a culpa, esqueça o conselho de espiões. Não faça como seu pai e abandone um grande amor”, ele tremeu quando eu falei do pai dele. “Vamos viver”

Sem mais nenhuma palavra, eu me inclinei e o beijei. Na minha mente, seria apenas um pressionar fraco de lábios e continuaria meu discurso, mas na prática foi um pouco diferente. Nathan passou a mão em meus cabelos, aprofundando o beijo e me envolvendo cada vez mais. A outra mão dançava pelas minhas costas, me causando arrepios. Até que parou na bainha da minha blusa, brincando com ela. Subindo e descendo.

Eu tremi e o puxei mais contra mim, sentindo seu peito nu, me tocando. Soltei uma das minhas mãos e tateei seu peito, seu abdômen, até a cintura, sentindo a perfeição e me perguntado como um garoto tão novo , poderia ser ser tão lindo. Com a mão livre, agarrei os cabelos de Nathan e os sentir fugir pela minha mão. Os movimentos de Nathan eram tão suaves quanto eram possessivos, que nem senti seu corpo mudando de posição de modo que ele ficou em cima de mim. Ele soltou meu cabelo para poder colocar a mão no colchão e equilibrar seu peso em cima de mim.

Eu me soltei um pouco do beijo para pegar ar, mas Nathan não quis saber disso. Ele respirava forte enquanto beijava meu pescoço , minha clavícula e meu colo. Eu estava

delirando ali, que sem querer soltei um gemido. Foi tudo o que bastou para Nathan ficar tenso e me encarar.

“Alexa”, ele disse rouco. “Aly, Princesa do Fogo, Alex”, ele sorriu. “Tantos nomes para um única Deusa. Para meu único amor.”, ele mordeu um lóbulo da orelha e riu ali quando me viu tremendo. “Nós somos loucos.”

“Eu sou louca por você”, eu consegui dizer, ou, pelo menos, tentei.

“Você quer realmente fazer isso?”, ele disse, dessa vez sério. Ele sabia que nós iríamos passar do limite. Se eu queria? Queria e muito. Estava delirando de tanto esperar. E depois de tudo o que passamos, eu só queria a ele. Seus olhos estavam negros, mas com uma esfera azulada. Como os olhos de Lien que mudavam de cor numa emoção forte.

“Eu quero você.”, eu respondi. “De corpo, alma e coração”

Foi tudo o que bastou dizer para que ele continuasse. Como descrever o que naquele momento. Era a minha primeira vez. Foi vergonhoso, isso eu apoio. Mas, ao mesmo tempo, foi mágico. Cada vez que Nathan olhava para mim e perguntava se estava tudo bem, preocupado, fazia com que meu coração se enchesse de alegria. Era aquela alegria que eu queria para a minha vida inteira. Uma vida inteira ao lado de Nathan.

Nossos corpos pareciam peças de um quebra cabeça perfeito quando se encaixavam. Nathan conseguia me levar ao auge, com apenas algumas palavras sussurradas. Eu me sentia mais quente que o normal , se era possível.

Tudo se apagou da minha mente. Ela era um branco sem fim. Meus amigos, minha família, meus problemas, os assassinatos, viraram pó no momento em que Nathan e eu nos unimos completamente. E eu sabia que aquele era o momento certo e fiquei feliz por ter esperado tanto tempo. Além de nossos corpos se unirem, nossos poderes também rodaram em volta de nós, passando de um para o outro. Eu conseguia sentir o perfume das rosas tomando conta da minha alma, ao mesmo tempo que meu corpo queimava de prazer.

Não seria a mesma coisa se eu tivesse feito com Nick. Seria puramente tesão. Mas com Nathan era diferente. Era único.

Era amor.


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