– Suas chances de se casar comigo estão diminuindo rapidamente. Explique-se. Eu quero toda a verdade. E se eu sentir que você esta mentindo...

Ele sorriu

– Ninguém pode dizer que você não tem caráter... – quando ele a viu apertar os olhos suspirou – Quando seu antecessor fugiu, ele mudou de nome e por isso não foi encontrado pelos rastreadores na sua dimensão. Passaram- se meses de procura até que desistiram de encontrá-lo. No entanto, com a situação se agravando recentemente, algumas pessoas de confiança foram mandados para tentar descobrir algo sobre seu paradeiro...

– Ele já estava morto há anos – interrompeu-o

Jonh assentiu

– Quando fui para a outra dimensão pensei em todas as maneiras que podia para encontra-lo... Até que cheguei a essa opção. Ele poderia estar morto, ter desistido de seus poderes para se tornar um mortal. Mas eu não entendia por que ele faria isso.

Até que em uma noite, quando eu fiquei até mais tarde olhando os registros de óbito, você entrou. Você estava correndo - Jonh sorriu se lembrando - e por isso não viu o segurança e se chocou contra ele. Quando ele perguntou seu nome você o disse alto o suficiente para que eu escutasse.

Torn era muito orgulhoso para perder sua linhagem assim. Ele podia ter desistido de seus poderes e de viver por anos. Mas não podia desistir do seu nome.

Ele passou para toda a sua família o sobrenome Reginald. Era uma coisa mínima, mas eu não podia deixar passar.

A partir do seu nome procurei a árvore genealógica até achar o seu antecessor de quatrocentos anos atrás.

Ainda não era muito para ter certeza. Por isso comecei a te vigiar, a aprender seus hábitos enquanto tentava pensar em uma maneira de confirmar o que eu achava.

Até que um dia você colocou sua vida em risco ao ir para cidade disfarçada de homem...

Geralmente você era tão quieta, falava o mínimo possível, passava a maior parte do tempo com algum livro... Eu quase não pude acreditar... No entanto, como eu disse, você estava colocando sua vida em perigo, se chegasse a ser presa, eu poderia nunca conseguir te soltar. Por isso, materializei uma licença de oficial, e quando recebemos ordens para averiguar uma “revolta” eu fui atrás de você.

Jonh passou as mãos pelo rosto em sinal de cansaço quase não querendo falar...

– E aí você me encurralou no beco – Johana falou seca.

Ela queria não acreditar em tudo que ele estava contando. Mas ele havia começado tudo, e era um alívio finalmente ter a verdade.

Sentou-se no chão e começou a seguir com o dedo os desenhos no tapete. Era muita coisa... Muita informação.

Ela se lembrava daquela noite na biblioteca. De chegar correndo, de ter sido parada. Não de ter visto Jonh. Ela teria se lembrado dele.

Havia sido por um motivo tão idiota. Havia se esquecido de devolver um livro e a biblioteca já estava na hora de fechar. Talvez se tivesse chegado um pouquinho mais tarde e a encontrasse fechada... Se tivesse chegado mais cedo... Se não houvesse corrido... Se fosse outra pessoa e não Jonh...

– Sim. Eu fiz - ele continuou - Eu precisava que você tivesse medo de mim. Eu tinha um plano. Mas não havia tido tempo de formula-lo direito.

–E então estávamos no mesmo trem ...

–Não foi coincidência. O plano era que você estivesse tão desesperada que fugisse para a floresta “acidentalmente”. Se conseguisse atravessar o portal sozinha seria a prova que eu precisava e ao mesmo tempo já estaria aqui por causa da marca que Josh havia colocado em você na estação de trem. Era para não perdê-la caso o portal te levasse para um lugar diferente do planejado.

Mas tudo deu errado quando você chegou perto do portal. As Pútridos sentiram seu sangue - que as atrai naturalmente já que você é do ramo primário - e encontrou o meu grupo de oficiais que não atravessaram o portal e os matou.

Então eu tive que atrai-las de volta, e nesse mesmo tempo você encontrou com outras Pútridos, eu só cheguei a tempo de vê-la desmaiada sendo carregada por humanos.

Então eu tive que fingir que havia acontecido a mesma coisa comigo e ser levado para dentro da cidade de Morgan.

Como pagamento pelos meus serviços eu pedi as bruxas para que a mantivessem viva e somente com a condição de que eu fosse seu tutor.

– Elas iam me matar se eu não tivesse pedido para assumir minha família.

– Era um teste delas. Você ficaria bem enquanto não mostrasse sinal de escapar da sua responsabilidade de chefe. Elas queriam ver se você era igual seu antecessor.

– Se eu quisesse voltar ou tivesse entrado em pânico elas teriam me matado. Você arriscou minha vida...

– Eu sabia que você ficaria bem.

– Sabia uma ova – suspirou – por que você precisava seu meu tutor?

– Se eu não tivesse pedido elas a teriam pego para si provavelmente ou dado a alguém mais leal. Elas não estavam nada felizes de me dar sua tutela, porque pela lógica quem tivesse sua tutela teria poder sobre você – John sorriu- Mas eles não te conheciam...

– E agora você quer se casar comigo...

Jonh assentiu

– Eu sei que você deve estar me odiando nesse momento. Mas eu não tive escolha. Precisávamos de você aqui.

– Eu não te odeio por ter-me trago. Eu odeio os métodos que você usou. Você me manipulou o tempo todo. Se tivesse se explicado desde o inicio... – ela suspirou engolindo seu coração – eu não sei se posso fazer isso. Eu não confio em você.

Jonh assentiu e caminhou até deslizar ao seu lado.

– Eu sei que não era o que você queria – ele sorriu sobriamente – eu sei que eu não sou o que você queria. Mas eu prometo... Eu prometo cuidar de você e de todos com quem você se importa... Prometo nunca mais te deixar sozinha... Prometo te deixar me bater sempre que você achar que eu estiver errado -Ela riu- Prometo te fazer sorrir mais. Por fim... Prometo não fazer promessas que eu não possa cumprir... O que me diz? – ele bateu os ombros no seu.