Burning Up a Sun Just to Say Goodbye escrita por Bad Wolf


Capítulo 5
Leve-me para Casa




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Rose olhou para as costas dele por um momento, e depois partiu para a porta. Ela puxou-a aberta, deixando entrar uma rajada de ar frio, e foi saudada pela visão do Powell State¹ no meio da noite. Quando ela moveu-se para sair, o Doutor passou por ela e empurrou a porta fechada. Rose olhou para a mão dele, que estava apoiada na porta. Ela não tinha sequer escutado ele se mover, tão alto era o som do sangue correndo em suas orelhas.

"Não", ele disse baixinho, tão perto atrás dela; que ela podia sentir a palavra na parte de trás do seu pescoço.

"Você fica tentando se livrar de mim", ela disse, sentindo raiva. Lágrimas frustradas queimaram seus olhos e se arrastaram pelo seu rosto. "Eu peguei a dica."

"Eu lhe pedi para vir comigo pela quarta vez agora, Rose Tyler", ele lembrou. Sua voz era rouca.

"Qual motivo desta vez? " ela exigiu, "Que me estudar, Doutor?" Sentiu-o recuar um pouco, mas ele não falou nada. "Por que, Doutor? ", ela perguntou, amaldiçoando o intervalo que ouviu em sua voz.

"Por que eu preciso de você aqui. Eu quero você", ele retirou sua mão da porta e virou-a gentilmente pelos ombros, até que ela estivesse de frente para ele. "Aqui", ele disse. E Rose não tinha certeza se ele tinha terminado sua sentença ou estava dando-lhe uma instrução. Ele estava completamente imóvel, ela percebeu. Ela sempre pensou que isso era impossível; que a sua necessidade de estar constantemente em movimento era de alguma forma relacionada com seu cérebro hiperativo. Ela olhou para o seu rosto, seus olhares se encontraram e ele teve que suprimir um ofegar. Ele estava apavorado.

"Doutor-" ela começou. No momento, sua raiva foi esquecida e ele só queria alcançá-lo, mas viu-se proibida por sua proximidade.

Ficaram assim por longos segundos, seus olhares travados. Então, aparentemente satisfeito de que ela não estava indo para fora, o Doutor recuou ligeiramente, permitindo que seus olhos se encontrassem, sem forçar o pescoço. "O que eu disse", ele murmurou, "não era... eu não... ", ele suspirou e passou a mão em seu cabelo já bastante revolto. Ele tentou novamente, "Rose, você já fez coisas impossíveis. Coisas perigosas. Coisas brilhantes. Você tem um pedaço do vórtice torcido em torno de sua mente... de sua alma. E você não deve ser capaz de viver com isso, Rose, você realmente não pode. Ninguém pode. Nem mesmo os Senhores do Tempo. Você é uma anomalia. A-"

"Anormal? " ela ofereceu.

"Não!" ele disse apressadamente. Então, "Bem, sim. Mas," disse ele, apontando um dedo, "se eu falar assim com você de novo, você tem minha permissão para me bater. "

Ela lhe deu um sorriso aguado. "Você fala com todos dessa forma o tempo todo, lembra? "

Ele sorriu de volta, "Claro. Rude. "

"E não ruivo. " Ela sorriu, em seguida, um olhar perplexo cruzou seus olhos. "Você disse que era meados de 2010, certo? " ela perguntou, empurrando-o. A desorientação dele deve ter ficado clara em seu rosto, porque ela acrescentou: "como em Julho? "

"Sim", ele disse lentamente, sem ver aonde isso iria chegar.

Seus olhos se arregalaram ligeiramente e ele se virou, correndo de volta para o console e balançando a tela ao redor com uma mão e pegando seus óculos do bolso com a outra. "Hm... ", ele disse, pondo os óculos e olhando para a tela. Então ele correu de volta para porta, colocando Rose delicadamente para o lado, e abriu-a, olhando para seus arredores cobertos de neve. Ele se abaixou e pegou um pouco da neve.

"Não gosto disso", ela advertiu.

Ele lhe deu um olhar que era entre minguante e divertido e largou a neve. "Minha culpa", ele disse, voltando-se para encará-la. "Lugar certo, hora errada. Eu não prestei atenção quando defini o percurso. Nos mandou de volta para o último lugar e momento em que a TARDIS pousou."

"Primeiro de janeiro de 2005", Rose disse calmamente.

Ele balançou a cabeça, voltando para o console. "Só depois que eu saí, na verdade. A TARDIS sabia que nós estávamos aqui antes, não é bom encontrar uma versão anterior de si mesmo." Fez uma pausa, depois acrescentou: "Novamente. "

"Este foi o último lugar que você passou antes de..." Rose parou, não sabendo como terminar a frase. Ele não havia de fato morrido, afinal, e 'antes de você quase morrer' parecia ser um eufemismo. Além disso, ela não tinha certeza se poderia falar sobre isso ainda, ou se seria apenas levantar questões sobre a sua presença mais uma vez.

Ele olhou para baixo, aparentemente incapaz de segurar seu olhar. Quando ele falou, no entanto, o tom era de improviso, como se ele estivesse realmente interessado no interruptor do console, com o qual estava brincando. "É. Realmente fiz algumas coisas, apesar de tudo. Fui ao casamento de Donna; ajudei Martha e Mickey em algo; impedi o filho de Sarah Jane de ser atropelado. Ah, e ajudei Jack a ficar com um cara chamado Alonso. "

"Alonso? " Rose perguntou, sorrindo, "Deve ter feito o seu dia. " Um pensamento lhe ocorreu. "Espere um minuto. Você disse a eles o que estava acontecendo com você? "

Ele não respondeu, apenas moveu-se ligeiramente em torno do console, de moto que o rotor estava escondendo seu rosto da vista dela. Implacável, Rose prosseguiu. "Você não disse, não é? Só caiu e desapareceu novamente. Aposto que eles imaginaram. Todos devem pensar que você está morto. "

"Regenerado", ele corrigiu.

"Que seja", ela disse com desdém, "você estava se despedindo e eles sabiam. Eles pensam que você se foi. Um homem diferente." Ela andou e parou na frente dele. "Você estava dizendo adeus, e veio aqui pela última vez."

"Sim, bem..." ele parou; claramente desconfortável com seu exame minucioso. "Então... para onde vamos?"

"O quê?", ela perguntou, balançando fora de seus pensamentos a imagem de Jack, Martha e todos os outros lá fora, em algum lugar, em luto por ele; enquanto ele estava aqui, vivo. O mesmo homem. Com ela. Não lhe pareceu justo. "Você deve ir vê-los. Dizer-lhes que está bem."

"Eu devo?" ele perguntou. Sua cabeça elevou-se um pouco junto com seu tom. Ele parecia exausto. "Rose, eu não sei o que você fez. E eu não posso sequer começar a imaginar o que o vórtice tem feito pra você. Bem... eu posso. Eu tenho uma imaginação muito boa. Mas mesmo assim, eu deveria examinar a nós dois..."

"Você deve ir e contar às pessoas que te amam que você ainda está aqui", ela disse com firmeza. "Quando acordei, no universo paralelo, e soube o que estava acontecendo com você... doeu tanto, que era quase como se eu estivesse sendo arrastada para cá pela dor." Ela fez uma pausa, lembrando-se. "Eu não quero que eles sintam essa mesma dor, e nem você. Então corrija isso."

Ele estava olhando-a, ela percebeu. Fixando-a com um olhar de tão intensa concentração por trás dos óculos, que ela de repente se sentiu muito exposta. Então ele esticou um braço em direção a ela, oferecendo-lhe a mão. Ela olhou-a, vendo os seus dedos mexerem ligeiramente. O movimento de sua mão era quase uma reação automática à sua, ela deslizou a palma de sua mão contra a dele, sentindo seus dedos se entrelaçarem.

Ela olhou para ele, esperando vê-lo sorrindo. Ao invés disso, a sua expressão era séria, discreta. Ele puxou-lhe a mão suavemente, deixando seu corpo em uma pequena quantidade de espaço entre seu próprio corpo e o console. Então ele aproximou-se e puxou a trava manual, a TARDIS estremecendo levemente enquanto desmaterializava.

Ele continuava olhando para ela. "Certo", ele disse calmamente. "Martha e Mickey primeiro?" ele estava tão perto que sua respiração tocava a pele dela, fazendo-a tremer. Ela engoliu em seco, tentando limpar a garganta que ficou subitamente seca. Ele ergueu a mão livre e correu suavemente o dedo indicador pelo lado de seu rosto. "Rose Tyler-" ele começou, então parou.

Assim que ele abriu a boca para falar novamente, Rose fechou a distância restante entre eles. Deslizando sua própria mão livre até a lateral do rosto dele, passando em seus cabelos, trazendo o rosto dele para perto do dela. E colou os seus lábios nos dele.


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Notas finais do capítulo

¹Powell State: complexo habitacional em Peckham, Londres. Onde Rose Tyler, sua mãe Jackie e, seu namorado Mickey Smith, moravam.
Fonte: http://tardis.wikia.com/wiki/Powell_Estate



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