Burning Up a Sun Just to Say Goodbye escrita por Bad Wolf


Capítulo 13
Em Ouro




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Jack fez seu caminho através da TARDIS, tenso o cuidado de pisar em silêncio. A recepção tinha sido divertida, com a vantagem adicional de que ele chegou a provocar o Doutor impiedosamente. E ele dançou com Rose. Ele gostava de dançar com ela. Ele gostou especialmente de dançar com Rose e depois pegar o olhar do Doutor, quando ele levantava os olhos da sua conversa  com Wilfred. Na maioria das vezes o Doutor estava observando Rose, mas tinha ocasionalmente encontrado os olhos de Jack, então rolado os olhos e respondido ao sorriso lascivo do Capitão.

Muito em breve eles estavam voltando para a TARDIS, o Doutor com uma expressão muito perplexa, como resultado do abraço que ele tinha recebido da mãe de Donna. Quando estavam dentro da nave e Doutor tinha enviado-os girando para dentro do turbilhão, ele e Jack seguiram Rose até a cozinha. Eles beberam chá; Jack enchendo-os com histórias dos seus feitos ao longo dos últimos anos, fazendo Rose engasgar com seu chá mais de uma vez. O Doutor tinha mantido o seu lado da conversa, mas seu olhar era reservado, sua mão raramente se afastando da de Rose, que estava sobre a mesa.

Em seguida, Rose levantou-se e se esticou, declarando que estava indo para cama. Quando ela saiu da cozinha, o Doutor a seguiu apenas com os olhos. Então ele pareceu voltar a si mesmo e se levantou, resmungando alguma coisa sobre a sala de controle antes de sair.

Jack foi para a sala de controle também logo depois. Ele tentou se manter afastado, conseguiu entreter-se sozinho por uma hora inteira, na verdade. Mas agora ele precisava de companhia e o Doutor era o único acordado.

As luzes da sala de controle estavam esmaecidas, deixando-a num suave azul e verde. O Doutor estava sentado no banco de salto, os pés descansando no console. Ele estava virando algo mais e mais em suas mãos, olhando para aquilo de vários ângulos diferentes. "Não consegue dormir?" ele chamou por cima do ombro.

Jack, vagamente surpreso por ter sido detectado, deu um passo para dentro da sala, indo se encostar no console. "Eu não durmo muito. Não desde o Satélite Cinco."

O Doutor olhou para ele por cima dos óculos. "Não", ele diz, "Eu não supus isso."

"Então..." Jack disse, cruzando os braços. "Você quer me dizer o porque de você estar aqui, ao  invés de-"

"Você quer me dizer o resultado dos exames médicos que você fez em Rose na mesa da cozinha?" o Doutor interrompeu, seu olhar voltando para o objeto em suas mãos. Seu papel psíquico, Jack percebeu.

"Você viu então, hein?" Quando o Doutor não respondeu, ele deu de ombros. "Eu queria ter certeza de que ela estava bem. Que ela vai ficar bem."

"E?"

"E... nada. Eu não achei nada. Ela é perfeita."

"Sim", o Doutor disse devagar, "ela é." Ele suspirou.

Jack inclinou a cabeça para um lado, esperando que o Doutor lesse a pergunta não formulada, mas o Senhor do Tempo apenas continuou a virar o papel psíquico em suas mãos. "Aqui está uma pergunta," Jack começou, "por que você a deixou no universo paralelo? Eu ouvi a sua discussão com o seu clone," ele disse, diante do olhar do Doutor. "Mas... por quê? Quando eu vi você... antes do ano que nunca... Achei que você teria feito qualquer coisa para tê-la de volta, então você vai e a deixa onde você nunca poderia vê-la novamente."

O Doutor olhou para ele, evidentemente surpreso.  "Eu... Davros estava certo sobre mim, Jack."

"Huh? Como você descobriu?" Jack perguntou, perplexo pelo rumo que a conversa estava tomando.

"Eu nunca portei uma arma. Apenas isto," o Doutor puxou sua chave de fenda sônica do bolso, e segurou-a com o papel psíquico, olhando para os dois atentamente. "Eu não preciso. Eu levo as pessoas comigo e mudo-as. Transformo-as em armas."

"Doutor..." Jack começou severamente.

"Martha estava estudando para ser médica quando eu a conheci. Agora, ela é um soldado."

"Ela é uma médica, também," Jack disse razoavelmente.

"Mickey, Martha, Sarah Jane... você."

"Eu era um soldado antes de nos conhecermos, Doutor."

"Um ruim", o Doutor respondeu, sem olhar para cima. "Um par de viagens comigo e você esta conduzindo um ataque contra os Daleks. Passam-se alguns anos e lá está você ameaçando detonar uma estrela urdidura." Ele suspirou e guardou a chave de fenda sônica em seu bolso. "A primeira vez que Rose voltou a este universo, ela estava carregando uma arma. Eu nem sequer pensei nisso no momento. Sobre o que significava. Não até Davros tornar tão óbvio. Então, deixei-a comigo... ele. Para torná-lo melhor. Para impedir que ela se tornasse... porque eu não poderia suportar isso, Jack. Não é isso. Não ela. Não por minha causa." Ele soltou as últimas palavras em um sussurro, com a voz rouca. "Eu tive que deixá-la lá. Longe de mim."

Jack pensou sobre isso por um momento. Então disse, "Você é um idiota." O Doutor olhou para ele. "Doutor, ela é a Rose. Ela o salvou. Você mesmo disse. Ela assumiu o vórtice temporal, e qual foi sua primeira ordem no negócio? Ela me trouxe de volta a vida. Fazendo o que melhor ela sabia, mas ainda assim... é o pensamento que conta."

"Eu sei de tudo isso!" o Doutor estalou. Então, tão abruptamente como tinha chegado, a raiva se foi. Ele pareceu se contentar. "Eu nunca deveria ter deixado ela lá, Jack. Isso quase me destruiu."

Jack encontrou-se olhando para o amigo novamente, procurando por palavras. "O que você está olhando tanto?" Ele finalmente perguntou. Mais para ter algo a dizer do que qualquer outra coisa.

Sem dizer nada, o Doutor entregou-lhe o papel psíquico. Jack olhou para ele, vendo os símbolos que tinha desenhado na bandeja horas antes. O nome do Doutor. De outro ângulo, Lobo Mau. "Eu acho que você não perguntou sobre isso, não é?" O Doutor balançou a cabeça. Jack olhou para ele por um momento. "Você é um idiota."

"Eu deixei você ir longe com isso uma vez, Jack. Não abuse da sorte."

"Não é sempre que eu digo isso," Jack encolheu os ombros. "Será que vocês sequer conversaram enquanto estiveram fora?"

"Nós conversamos!" o Doutor protestou.

"Sobre?"

"Um Ood aborreceu-a."

Jack riu, fazendo o Doutor olhou pare ele, incrédulo. "E eu aqui pensando que vocês estavam... e em vez disso você a levou para ver um Ood? Isso é muito engraçado." Ele ficou sério com a expressão do Doutor. "Não é engraçado?"

"Não é engraçado", o Doutor confirmou. "Eles aborreceram-na." Ele repetiu.

"Então... você não perguntou sobre isso?"

"Não. Nem mesmo sei o que eu poderia dizer, realmente," o Doutor passou a mão em volta do seu pescoço, sua expressão distante.

"Não consigo pensar em uma escolha de poucas palavras, se você precisa de ajuda", Jack ofereceu, sorrindo. Ele entregou o papel psíquico de volta. "Sério, o que você está fazendo aqui?"

O Doutor não disse nada por um momento. Em seguida: "O Ood disse que ela estava em perigo. Disse que há pessoas lá fora," ele apontou para as portas da TARDIS, "que caçam os lobos."

"Isso que a incomodou?"

"Não, ela não sabe."

Jack suspirou. "Quando vocês dois praticamente caíram pra fora da TARDIS, ambos estavam embaraçosamente fofos e insanamente quentes. Agora Rose está em seu quarto e você está aqui, fingindo estar fazendo algo importante e Senhor do Tempoístico,quando nós dois sabemos onde você gostaria de estar. Como nada aconteceu. Eu pensei que você finalmente estava trabalhando sobre haver algumas coisas das quais você não deve fugir." Ele olhou para o Doutor, que tinha voltado a olhá-lo fixamente. "Eu vivi muito tenso, Doutor, até mesmo mais do que você. Eu tive muito tempo para pensar. Não mudei muito, em todos esses anos. Mas eu sei uma coisa ou dias. Antes, eu teria dito que Rose iria esperar por você para sempre, que estaria feliz apenas de estar aqui na TARDIS, com você. Mas agora? Ela aprendeu a viver sem você. Você está empurrando a sua sorte, Doutor." Jack se afastou do console, e passou pelo Doutor, indo para dentro da nave.

O Doutor olhou para o papel psíquico. Então, aparentemente, chegando a uma conclusão, encerrou o caso e seguiu Jack para fora da sala de controle, seus pés arrastando pelos corredores até chegar à porta do quarto de Rose. Ela estava dormindo. Ele sabia disso. A TARDIS sempre diminuía as luzes enquanto Rose dormia. Engraçado como ele tinha se esquecido disso até agora. Ele se perguntou quanto mais ele  havia esquecido.

Ele abriu a porta, devagar, meio que esperando as dobradiças anacrônicas rangerem e se distanciarem. Uma vez dentro do quarto, ele observou que parecia exatamente o mesmo que algumas horas antes, quando ele a trouxe aqui, inconsciente em seus braços.

O quarto estava carregado com o cheiro dela. Ele podia sentir o cheiro de água e sabão saindo do banheiro, ele deve ter tomado banho antes de ir para cama. Ele olhou para cama, onde ela estava dormindo de lado. Seu cabelo estava espalhado sobre o travesseiro, um braço levantado acima de sua cabeça, sua bochecha descansando contra ele. Os dedos de seu braço estendido contraindo-se involuntariamente a cada poucos segundos. Ele descongelou e atravessou o quarto olhando para ela. Espontaneamente, sua mente o bombardeava com imagens deles, juntos na sala de controle. Ele podia ouvir sua respiração ofegante, sentir suas mãos contra sua pele, emaranhadas em seus cabelos.

Ela suspirou e se virou de costas, mostrando o ombro nu por um momento. Em seguida, ele tirou seus sapatos, desabotoou sua jaqueta e soltou-a no chão. Ele abaixou-se na cama com cuidado, seu braço em volta da cintura dela automaticamente. Ela se mexeu um pouco, deixando mais espaço para ele na cama, mas ele a seguiu, pressionando-se contra suas costas. Ele queria afastar seu cabelo um pouco para o lado, para ver o que Jack havia dito que estava lá, mas não conseguiu.

"Olá", ele a ouvir murmurar sonolentamente.

"Olá," ele respondeu, e então franziu a testa. "Desculpe. Não quis acordá-la."

"Não estou acostumada a receber homens estranhos em minha cama no meio da noite, Doutor", ela parecia divertida.

"Ah... bem... bom." Ela riu com isso, o movimento do seu corpo contra o dele enviando sinais urgentes para o seu cérebro. Ele ficou em silêncio por alguns instantes e, em seguida disse "Você está acordada?"

"Sim," ela disse, parecendo mais desperta do que ela deveria estar.

Ele provavelmente deveria se sentir culpado por isso, ele pensou. Ele passou a mão pelo corpo dela, trazendo-a para descansar contra seu ombro e virando-a delicadamente, a necessidade de ver seu rosto. Ela se virou para olhar PA ele.

"Você está bem?" ela perguntou, estudando sua expressão na penumbra do quarto.

Ele enfiou a mão no bolso da calça, tirando o papel psíquico. Ele abriu. "Você já viu isso antes?", ele perguntou.

Ela estudou os símbolos no papel. "Parece com a escrita no monitor na sala de controle", ela disse, dando de ombros ligeiramente. "Você sabe que a TARDIS não traduz isso para mim."

Ele acenou com a cabeça. "É Gallifreyan." Então ele suspirou, observando como seu hálito arrepiava o cabelo dela suavemente, "Jack diz que você tem uma tatuagem. Na parte de trás do seu pescoço."

Ela balançou a cabeça."Não."

"Tem certeza", ele perguntou.

Ela sorriu. "Penso que eu lembraria se tivesse, Doutor."

"Posso ver?" ele perguntou.

Ela lançou-lhe um olhar que ele não tinha visto em anos. O que queria dizer que ela iria fazer o seu melhor para não rir dele ser louco, mas não podia prometer nada. Ele retribuiu com um de sua autoria. O que queria dizer que ele era de uma raça muito superior e que era importante – absolutamente imperativo – analisar esse sinal de trânsito e testá-lo.

Ela sorriu para isso, mostrando levemente a língua para ele. Incapaz de resistir, ele abaixou a cabeça e beijou-a, suavemente, lentamente. Ela olhou para ele quando ele se afastou.

"Posso ver?" ele perguntou de novo.

Ela suspirou. "Onde mesmo que esta tatuagem supostamente deve ser?"

"Atrás do seu pescoço."

Ela se virou, seu pijama esfregando contra ele de uma forma que ele tinha certeza de que não poderia ser acidental. Então, ela pegou seu cabelo, puxando-o para cima do ombro. Ele olhou para seu pescoço. Isso não era uma tatuagem. Não uma tatuagem da Terra, de qualquer maneira.

Ela percebeu a sua quietude. "Doutor? O que é isso?"

"É o meu nome," ele disse, finalmente, com a voz rouca. "Meu nome está em seu pescoço. Em ouro."


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