#Perspetiva Lissa#

Acordei com o movimento de alguém ao meu lado. Com muita dificuldade, conseguia fazer com que as minhas pálpebras se abrissem, e, assim que esse movimento foi realizado, uma dor atingiu a minha cabeça e a minha parte baixa. Eu tava dorida pa caraças, mas não me lembrava porquê. Aí olhei para o meu lado esquerdo e encontrei o Niall a dormir. Ele parecia um anjo. Mas quando olhei para o cenário à minha volta, as memórias da noite anterior regressaram: a festa, a bebedeira, os outros casalinhos a transarem em tudo quanto é canto da minha casa e, por fim, eu a transar com o Niall no quarto dos meus pais.

Levantei-me devagar, para não acordar o Niall, e recolhi as minhas roupas. Vesti as minhas cuecas e o meu sutiã e fui até ao meu quarto. Quando lá cheguei, fiquei com uma vontade enorme de vomitar, não só por causa da bebida mas também porque a Sophie e o Harold descansavam na minha cama. Completamente nus.

Dei uma corrida até à casa de banho. Merda. Dei com a Eleanor e o Louis na casa de banho, ao menos esses tinham roupa. Estava a tentar ao máximo não vomitar para cima deles, mas o meu estômago não se conteve e eu vomitei para cima do Louis, que acordou com o susto de algo a bater na sua cara.

Louis: Ahhhhh, o que é isto? *olha para mim* Lissa, por acaso isto não é o teu vomitado, ou é?

Eu acenei lentamente e ele fez uma cara de nojo. Logo antes de também vomitar. Para cima da namorada.

Eleanor mandou um berro que acordou a casa toda. As minhas irmãs apareceram e ficaram a olhar para nós com uma cara de parvas. Elas tinham de se ir embora durante uns minutos, enquanto eu acordava o resto do pessoal e eles vomitavam. Bah.

Eu: Sara, Luísa, vão à cozinha e tirem dinheiro da lata que está em cima do frigorífico. Vão dar uma volta ao mercado. Comprem pão e sumos.

Elas acenaram e foram-se embora. Louis e Eleanor lavaram a cara e dirigiram-se para a cozinha. Eu fui para o jardim, acordar o Zayn e a Perrie. Bati à porta da casa das ferramentas e dei de caras com uma Perrie muito sonolenta e sem roupa. Mais um local para desinfetar, junto com o meu quarto e a casa de banho. Ah, e o quarto dos meus pais.

Tinha muito trabalho pela frente.

Eu: Perrie, vê se acordas o teu namorado. Venham para a cozinha tomar o pequeno-almoço. Ah, e por favor. Se forem para vomitar, arranjem um sítio apropriado. Não vomitem na minha piscina.

Ela assentiu e voltou a fechar a porta. Só me faltava acordar um casalinho. E, bem, o Niall. Meu Deus, como é que eu o encararia, depois da noite que tínhamos passado? Eu sentia-me suja, uma completa vadia por me ter entregado a alguém que eu nem sabia se me amava.

Fui até ao meu quarto. Quase no cimo das escadas, comecei a ouvir uns gemidos. Será que aqueles dois estavam transando outra vez? Mas que merda!

Bati à porta, mas não deixei de ouvir os gemidos. Bati outra vez. Nada. Aquela situação já me estava a irritar. Abri a porta com toda a minha força (que não era muita) e comecei a berrar com eles.

Eu: FODA-SE, MAS SERÁ QUE PODIAM PARAR DE TRANSAR NO MEU QUARTO E VIR TOMAR A MERDA DO PEQUENO-ALMOÇO?

Eles olharam-me com uma cara de espanto. Sophie levantou-se e Harry ia para se levantar quando eu pus as mãos à frente.

Eu: HAROLD, ESTÁS PARVO OU FAZES-TE, EU DISPENSO VER AS TUAS PARTES ÍNTIMAS!

Ele tapou-se com o lençol. Nojento, ele estava a tapar aquela parte com o meu lençol. Assim que eles se fossem embora, tinha que queimaria aquele lençol.

Revi o meu trajeto. Só faltava acordar o irlandês lindo que me fazia sentir especial e com quem eu tinha transado. Fui no quarto dos meus pais e abanei ele. Ele começou a murmurar coisas.

Niall: Eu te amo.

Fiquei sem perceber se ele estava só sonhando ou se tinha plena noção do que dizia e aquelas palavras eram para mim. Decidi deixar que ele acordasse sozinho.

Voltei para a cozinha e já lá estavam todos os casalinhos. Eu não tinha grande coisa em casa, mas serviu para tomar o pequeno-almoço, já que não tínhamos grande vontade de comer. Estávamos todos com uma ressaca do tamanho do mundo e a minha casa parecia um rio de vomitado.

Tomamos o pequeno-almoço e eu obriguei-os a ajudarem-me a limpar a casa. Pegamos nos baldes, esfregonas e vassouras e começamos a limpar. Estava quase tudo limpo quando o loirinho decide aparecer.

Louis: Niall, bons olhos te vejam. Só decides aparecer quando a casa já está toda limpa. Mas tu vais pagar caro, irlandês.

Niall: Ai, vê lá, custou-te muito? Tenho a certeza que não fizeste quase nada, Boo Bear.

Louis: Deves pensar deves. Eu não sou preguiçoso como tu.

Niall: Pois não. Eu sou só preguiçoso. Tu és um preguiçoso de merda.

Louis OUVE LÁ Ó IRLANDÊS DE MERDA, MAS A QUEM É QUE TU PENSAS QUE ESTÁS A CHAMAR PREGUIÇOSO?!

Niall: A TI SEU CONVENCIDO DE MERDA!

Eles ainda estavam a agir sob o efeito do álcool, aquilo não ia correr nada bem. A minha teoria confirmou-se quando eles partiram para a porrada. Harry e Zayn tentaram separá-los, mas acabaram por trocar também eles acusações e também começaram aos murros e chapadas. Por incrível que seja, eu e as meninas só nos ríamos. Eles encaminharam-se para o jardim, pois lá tinham mais espaço para a sua luta, mas acabaram por cair dentro da piscina. Sim, eles estavam a precisar de um bom banho de água fria. E não é que conseguiram?

Eu e as meninas dançávamos todas contentes, tirando a Sophie que se sentou encostada à parede porque estava com uma enorme dor de barriga. Sinceramente, nós não éramos normais. Os rapazes continuavam a tentar afogarem-se uns aos outros, estava tudo na maior palhaçada até que alguém bate à porta. Eu fui abrir, sempre a rir-me como uma tresloucada. Mas o meu riso desapareceu quando, depois de abrir a porta, me apareceram dois agentes da Polícia à frente. Nas suas placas estava escrito “Pedro” e “Miguel”. Estava-mos fodidos.

Pedro: Bom dia, menina.

Eu: Bom dia, senhores agentes. Em que posso ajuda-los?

Miguel: Nós recebemos uma queixa que houve uma festa nesta casa ontem à noite, que tinham feito muito barulho e que o barulho se mantinha.

Eu: Ah, não se preocupe, nós já paramos com isso.

De repente, ouve-se um berro vindo do jardim.

Pedro: Não é o que parece.

Eles arrastaram-me até ao jardim, onde estavam os rapazes e as meninas. Eles já tinham saído da piscina, mas ainda continuavam a sua luta. Os agentes tiveram de os separar.

Miguel: Mas o que se passa aqui?

Perrie: Não é nada não, senhor agente. É só uma pequena luta entre amigos.

Pedro: Pois, mas não parece nada que seja isso.

Os polícias começaram a examinar a minha casa. Foi uma questão de tempo até que descobriram as garrafas de cerveja e de vodka vazias e os pacotes de cigarros (sim, porque nós também tínhamos andado a fumar) no caixote do lixo.

Miguel: Ora bem, vejam só o que nós encontramos aqui. Podem-me dizer as vossas idades.

Porra, que a coisa ficou séria. Nenhum de nós era maior que 21, apenas a Danielle, mas ela tinha-se ido embora antes de a festa acabar.

Pedro: Vá, digam-me lá as vossas idades.

Envergonhados, todos dissemos as nossas idades.

Louis: 19.

Zayn: 19.

Niall: 18.

Perrie: 19.

Harry: 18.

Sophie: 17.

Eu não disse nada e os agentes olharam-me.

Miguel: E a menina, quantos anos tem?

Não tive outro remédio senão responder.

Eu: 17.

Os agentes soltaram uma risada, que logo foi interrompida por Sophie. Ela estava com as mãos na barriga, a sua cara estava a ganhar uma tonalidade roxa e ela parecia estar bastante enjoada.

Sophie: Acho que vou vomitar…

O vómito de Sophie caiu mesmo em cima de Pedro, que permaneceu imóvel. Nós desatamos às gargalhadas, estava-me a doer a barriga de tanto rir, a situação não tinha piada nenhuma, não é? Afinal, a Sophie tinha acabado de vomitar para cima de um agente da Polícia. Okay, era muito cómico. O álcool achava muito cómico.

Pedro limpou a parte dos olhos e da boca. Depois, molhou a mão na água da minha piscina.

Eu: Ei, você acabou de deixar vomitado na minha piscina!

Ele voltou a rir-se. Mas o que ele disse depois, deixou-me passada.

Pedro: Vocês estão todos presos.

– O QUÊ? – Gritamos todos ao mesmo tempo. Os agentes algemaram-nos com muito custo, principalmente ao Louis que não parava quieto.

Miguel: Façam favor de nos acompanharem até à esquadra.