Amuleto Da Sorte escrita por Luísa Rios


Capítulo 4
Eu Sou Sua?


Notas iniciais do capítulo

Ta aí o cap "love, love" q eu prometi kkkkk Espero que gostem. E mandem reviews. E leiam né kk



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–Cato...

–Eu sei o que você vai dizer. Eu não deveria ter me voluntariado, você sabe se virar, eu sei disso. Mas o que eu não sei é o que vem dos outros distritos. Geralmente são esfomeados, fracos, magrelos e etc. Mas e se não? Se alguém do um te matasse? Se algum tributo idiota do três te matasse, Clove? Você acha que eu ia sobreviver pensando que não cumpri minha promessa? Que não te protegi sendo que poderia? Claro que não, pequena. Eu já disse, enquanto eu estiver vivo, nada de mal te acontece. – ele me interrompeu, falando rápido. Por muito pouco não cai uma lágrima de meus olhos enquanto o ouço dizendo essas coisas.

–Não seria tua culpa. – falei baixinho, não consegui segurar. Chorei mesmo, como nunca aconteceu. Não por motivos sentimentais.

–Não faz assim, vai dar tudo certo. – ele me abraçou.

–Só um sai vivo, Cato. Não há como. – falei ainda chorando, tentando ao máximo não soluçar e manter minha voz estável.

–Ei, - ele me fez olhar em seus olhos – já disse que vai dar tudo certo. – ele sorriu – Não pensa mais nisso ta pequena? Vamos mudar de assunto.

Eu poderia até continuar falando da mesma coisa, ou mudar de assunto, mas Jonh chegou. Um adolescente de cabelos castanhos, muito alto e forte. Os olhos extremamente pretos expressavam felicidade. Ele ignorou meu rosto inchado. Eu pensei numa coisa.

–Onde estão Brutus e Enobaria? Eles não eram os mentores do ano passado? – Enobaria era uma psicopata, Brutus nem se fala.

–Eles quase se mataram no ano passado. Brigam muito, saem quase mortos de vez em quando, suspenderam eles.

–Então ta né. Prefiro que seja você mesmo. - Ele sorriu. – E por que só tem um mentor esse ano, são tantos vencedores?

–Não sei. De verdade. – os outros devem ter preguiça de lembrar crianças esnobes o que devem fazer para arranjar patrocinadores. Ele mudou de assunto - E como estão os carreiristas do dois? Prontos para ganhar desses fracos? – disse animado. Eu e Cato sorrimos para ele. Ele estava sendo educado. – Querem ver a reprise das colheitas?

–Todas já aconteceram? – perguntei.

–Sim, todos estão no trem em movimento assim como vocês. Mas seremos os segundos a chegar, não é mesmo? Talvez junto com o três.

Eu já vi o mapa dos distritos umas mil vezes. É pregado na parede da minha sala de Geografia. A capital é como o centro. O distrito um fica ao norte e leste dela, nós pegamos um pouco do oeste – e o resto do distrito dois é ao norte do um – e o três pega um pouco do sul – sendo que o resto é em torno do nosso distrito, o dois. E logo vai crescendo de dentro pra fora, como um círculo, sendo que os últimos ao leste são o antigo treze, o doze e o onze. E os últimos ao oeste são o seis e sete. Nós seríamos realmente um dos primeiros a chegar.

–Vamos ver a reprise então. – Cato disse.

Jonh se sentou no sofá e fez um gesto para que nós nos sentássemos também. Coloquei meu diário sobre uma mesinha perto da porta do trem, ele nem viram então nem perguntaram nada. Sentei-me no sofá. A viagem até a capital seria o tempo de ver as reprises. Assim que começou o cara azul – que eu não tinha visto entrar no trem – surgiu de uma das portas e se sentou no sofá maior, ao lado de Jonh. Assistimos tudo com atenção aos nomes e comentários.

No distrito um foi sorteada uma garota muito bonita. Loira, alta, olhos claros. Glimmer. – nomes estranhos esses do um - Muito bonita mesmo, mas não fui muito com a cara dela, ainda mais depois do comentário de Cato: “Essa loirinha hein”. Nem parece que já tem dezoito anos. Infantil. Ela estava vestida lindamente com um vestido prateado de babados que ia até – muito – acima dos joelhos. Logo depois dela se voluntariou como tributo um garoto magro, alto e pouco musculoso de nome Marvel, ele tinha cabelos castanhos e olhos verdes. Os dois são carreiristas, portanto, provavelmente serão da nossa prevista aliança.

No distrito três foi sorteada uma garota de treze anos – apesar de não parecer, por ser mais alta que eu – muito magrinha. Ela tinha olhos claros e cabelo quase loiro. – tipo castanho claro - Âmbar era o nome dela. Fácil de matar, ela estava com uma cara muito assustada. O garoto, Ian - amanhã eu já não vou lembrar o nome de mais ninguém – tinha catorze anos e era menor que a garota. Cabelos e olhos castanhos cobriam o rosto de bebê. Mais um provavelmente fácil de matar.

No distrito quatro uma garota morena de nome Tara se voluntariou mesmo tendo dezesseis anos como eu, ela com certeza seria uma carreirista conosco. Já o garoto sorteado provavelmente seria um dos primeiros mortos. Engraçado que só eu achei isso, pois Cato e Jonh comentaram: “carreirista desde pequeno, e já com treze vai chegar aos finalistas, merece respeito” eles brincaram, mas houve aquele tom de verdade.

Decidi beber um pouco de água, já estava ficando meio... Tedioso.

–Onde que eu pego água, Jonh?

–No vagão cozinha, pequena, é o próximo. – ele me respondeu. Cato olhou meio estranho. Ciumento pra caramba. Eu ri sozinha.

–Obrigada. – disse de um jeito meigo, aí sim que Cato ficou com raiva – Querem alguma coisa? – ofereci olhando pra Jonh e o homem azul. Jonh balançou a cabeça e o homem permaneceu imóvel – e você, Cato?

–Quero sim, mas eu vou com você pra lá, pode deixar. – lá vem.

Assenti concordando e saí. Ele levantou do sofá vindo logo atrás de mim. Assim que ele fechou a porta da cozinha me olhou com cara de bravo.

–O que foi? – eu quase ri, de verdade.

–Aquele safado dando em cima de você, que vontade que me deu de quebrar a cara dele.

–Ele não deu em cima Cato, deixa de paranoia. – eu falei abrindo a porta de geladeira e pegando a água. Quando me virei, ele estava mais perto de mim, de modo com que nossos rostos quase se encostavam. Eu recuei um pouco e ele assentiu chegando um pouco pra trás.

–Eu não estou de paranoia Clovinha. – ele me abraçou, inesperadamente. Nem parece o Cato matador com sede de sangue que se mostrou lá na colheita – Eu só estou continuando a cumprir minha promessa.

–Essa sua promessa não envolvia garotos dando em cima de mim envolvia?

–Agora envolve.

–Ciumento.

–Nada disso, só estou cuidando do que é meu.

–E eu sou sua? – eu disse de brincadeira, mas parece que ele não interpretou assim. Parou de me abraçar colocando os braços na minha cintura. Ficamos com os rostos mais perto do que antes.

–Só minha. – ele sussurrou antes de inclinar pra baixo para me beijar.

Não entendi de primeira, mas logo retribui. Estava bom, demorou um pouco para que nós nos afastássemos. Assim que olhei em seus olhos, percebi o quanto de felicidade e alívio estava refletido ali.

–Eu amo você, mas demorei demais pra perceber. – ele disse. Eu fiquei travada. Eu amava muito o Cato, como amigo, sempre, mas parece que depois dessas palavras tudo mudou. Ou nada mudou. Quero dizer, eu ainda o amo, como amigo, sempre, mas acho que não só como amigo. Eu fiz tanta cara de paisagem pensando nisso que Cato disse decepcionado:

–Não vai falar nada?

–Não sei como responder. Então só posso fazer uma coisa. – num segundo ele estava triste e no outro meus lábios já estavam colados nos dele. Passei a mão pra seu pescoço e me afastei do beijo.

–Eu também te amo. – eu digo e ele sorri em resposta. Esse momento só pode ser interrompido pelo grito que ouvimos do outro vagão.




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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Mandem reviews dizendo o q acharam :D