- As coisas não são tão fáceis assim, Harry! – exclamou Sirius.

            - Não foi fácil para mim, ver todo mundo morrendo assim por mim! – exclamou Harry furioso.

            - Ah Harry! – esbravejou Sirius jogando as mãos para cima.

            - Não foi fácil ver meus pais morrendo por mim! Não foi fácil ver você mentindo para mim!

            - Mentindo? – perguntou Sirius chocado. Narcisa queria interromper e pedir para se acalmarem, mas o clima estava tão tenso quanto pessoal. – Quando...

            - Quando disse que eu iria morar com você! – exclamou Harry sabendo que agora a questão da conversa, deixou de ser as horcruxes para ser o lado pessoal deles. E aquilo era bom, estranhamente bom. – Agora você vem e me diz que vai morar aqui!

            - Harry... – murmurou Sirius desnorteado.

            - Eu vou Sirius. – disse ele firme. – Assim que eu completar dezessete anos, eu vou ser maior de idade e irei procurar as horcruxes, por que é meu dever. – finalizou Harry, firme.

Sirius suspirou e sentou no sofá nouvelle branco. Olhou para todos ali presentes. Todos estavam quietos. Sabiam que de todos, Harry Potter era o mais cabeça dura. Sirius olhou para Bellatrix que sorriu de lado, tentando mostrar apoio na decisão que Sirius tomar. Olhou para Hermione, uma bruxa muito inteligente para a sua idade, como ele mesmo dissera, que o olhou, tentando mostrar sensatez no que Harry dizia. Suspirou e por fim, olhou para Harry que mantinha uma expressão firme.

- Você só tem os olhos de Lílian. – disse Sirius se levantando e se postando na frente do afilhado. – O resto é do Tiago... Até essa sua cabeça dura. – disse ele. Harry sorriu e o abraçou.

- Obrigado. – disse Harry no ouvido de Sirius. O homem apenas sorriu e apertou ele mais ainda.

~*~

            - Agápi... – chamou Draco calmamente.

            Hermione estava sonolenta após o almoço e Draco concordou prontamente em acompanha-la num cochilo juntos. O que Draco não sabia é que seria complicado acorda-la.

            - Hermione, acorde... São quatro da tarde. – disse ele no ouvido dela.

            - Draco... – resmungou ela.

            - Diga minha querida...

            - Me traz morango com chocolate? – pediu ela se espreguiçando.

            - Mas estão preparando o café da tarde. – disse ele sentando-se ao lado dela.

            - Por favor. – pediu ela passando um dedo no peito dele.

            - Vamos descer e tomar o café. – disse ele firme.

            - Ta. – resmungou ela brava, levantando-se e indo ao banheiro.

            - Eu te espero lá em baixo. – avisou Draco do outro lado do banheiro.

            - Draco! – exclamou Hermione abrindo a porta rapidamente.

            - O que foi? – perguntou ele preocupado, verificando se havia algo errado com ela.

            - Você não está bravo comigo, né? – perguntou  ela nervosa mordendo o lábio inferior. Draco arregalou os olhos.

            - Por que acha que eu estou? – perguntou ele passando a mão no rosto dela.

            - Eu fui estúpida com você na cama. – disse ela olhando para cama e voltando a olhar para ele. – Me desculpa...

            - Agápi... – começou Draco passando a mão no rosto de Hermione. – Você é perfeita para mim. Não foi estúpida coisa nenhuma. – disse ele vendo os olhos castanhos dela lacrimejar.

            - Eu te amo Draco. – disse ela segurando o choro e o beijando.

            - Venha, vamos lanchar. – disse ele puxando-a.

~*~

            - Finalmente! – exclamou Lilith. – Imaginei que tinham se comido no quarto.

            - Lily! – exclamou Draco vermelho.

            Lilith sorriu marota. Ela tinha uma idéia.

            - Ora Draco... Vocês nem deviam ter decido para o café... – disse ela pensativa. Draco e Hermione se avermelharam e foram rapidamente para a mesa.

            Hermione viu a fartura na mesa e rapidamente começou a comer. Todos encararam aquilo como o fato dela ter dormido praticamente a tarde toda, Lilith não.

            - Como consegue Draco? – perguntou Lilith. Draco a olhou confuso, não só ele como todos. – Ela sempre come muito assim? – perguntou Lilith brincando. Hermione engoliu em seco e largou a comida calmamente. Seu olhar parou no prato com dois pães inteiros e a metade de um. – Cuidado Hermione... Draco te largará daqui a pouco.

            - Draco... – murmurou Hermione olhando chocada para o namorado. Draco olhava para Lilith com os olhos arregalados.

            - Ele mesmo me disse uma vez. Disse que tinha diferença ultimamente... – disse Lilith tomando o chá. Harry olhou chocado para a namorada, que diabos ela estava fazendo? – Ele me disse também que isso afeta o relacionamento se...

            - Lilith! – exclamou Draco colocando um basta na conversa sem sentido de Lilith com Hermione. – Tudo bem que eu comentei, mas nem...

            - Fique com ela então, Draco Malfoy! Eu já imaginei no momento em que você disse que ela tinha prioridade no nome! – exclamou Hermione jogando o guardanapo na mesa e subindo as escadas correndo.

            - Filha! – exclamou Bellatrix subindo as escadas junto de Narcisa.

            - Por que diabos fez isso? – perguntou Draco limpando a boca no guardanapo e se erguendo.

            - Bola de cristal. – disse ela misteriosa e calma ao mesmo tempo. – Saiba que eu não fiz por mal.

            - Espero que seja verdade. – resmungou Draco subindo as escadas.

~*~

            - Filha... – chamou Bellatrix vendo Hermione caminhar de um lado para o outro.

            - Aquele loiro aguado de merda! – exclamou Hermione mexendo nas roupas.

            - Hermione...

            - Merlin. – disse ela correndo para o banheiro.

            - Você está bem? – perguntou Narcisa ao ver Hermione saindo do banheiro.

            - Sim... – disse ela penteando o cabelo. – Só estava com vontade de me esvaziar. Mas Narcisa... Me perdoe, mas se vocês não tivessem aqui... Eu mataria o Draco. – avisou Hermione terminando de arrumar o cabelo.

            - Hermione... – chamou Draco abrindo uma fresta da porta e pondo a cabeça para dentro do quarto.

            - SAI DAQUI! – gritou ela jogando um vaso que se chocou na porta que, por sorte, havia se fechado rapidamente. – SEU DESGRAÇADO!

            - Onde você vai? – perguntou Bellatrix ao ver Hermione escolher uma calça jeans na pilha de roupas que ela havia feito antes.

            - Vou para longe do Malfoy. – respondeu Hermione tirando a saia e colocando a calça. Mas Hermione puxava e apertava e nada da calça fechar. – Droga! – exclamou ela jogando a calça para longe e pegando outra. Igualmente não fechando. – Mas que merda tudo isso! – esbravejou ela sentando-se no chão e chorando.

            - Filha... – disse Bellatrix caminhando até Hermione calmamente. – Venha, sente-se aqui. – pediu ela pegando a saia que Hermione usava antes e colocando na filha que ainda chorava. – O que houve?

            - Eu não sei... – disse ela nervosa. – Eu não sei o que está acontecendo comigo...

            - Como assim? – perguntou Narcisa sentando-se do outro lado de Hermione.

            - Eu to com costumes que não tinha antes. Eu judio muito do Draco... – disse Hermione. Narcisa arregalou os olhos. – Calma! Eu judio no sentido de... Eu estou com humor variados e... Choro muito... E eu fico pedindo muitas coisas para ele... A maioria é comida, aí ele precisa descer até a cozinha...

            - Dor de cabeça, enjôos e sonolência também? – perguntou Narcisa.

            - Só com sono, mas é comum... Eu vivo dormindo. – disse Hermione dando os ombros. Narcisa e Bellatrix se entreolharam.

            - Deite-se filha. – pediu Bellatrix.

            - Por que? – perguntou Hermione assustada.

            - Calma querida. Apenas, deite-se. – pediu Narcisa. Hermione olhou para Bellatrix que assentiu e se deitou. – Não se assuste. – avisou Narcisa.

            Hermione engoliu em seco e viu Narcisa dobrar e abrir suas pernas. O coração das três pulava desesperado.

            - Que diabos...? – perguntava-se Hermione.

            - Confie em nós. – pediu Bellatrix acariciando os cabelos castanhos de Hermione.

            Narcisa pegou a varinha, fechou os olhos e começou a murmurar um feitiço e apontou para a intimidade de Hermione. Uma luz prata surgiu e foi até o ventre da menina, encostou e entrou dentro do ventre. Hermione arregalou os olhos. Sentia uma formigamento na região em que a luz entrara. E no segundo seguinte, a luz saiu e brilhou. Num tom não de prata, mas rosa.

            - Bella... – murmurou Narcisa. – Seremos avós! De uma menina!